Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle


Capítulo 33
Começo a viajar com o Riddle




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Acordei nos braços do meu amor, e eu queria dizer que ficamos o dia todo na cama fazendo juras de amor um para o outro, mas ao contrário disso, ele se levantou apressado e foi se trocar porque iria até a Borgin & Burkes pedir demissão e ajeitar umas coisas antes da  nossa partida.

— Levante rápido também porque eu quero trancar o quarto, e não vou te deixar sozinha com as minhas coisas nele. – ele disse enquanto me puxava com violência para fora da cama.

— Você é sempre tão romântico, tão delicado... – eu disse enquanto me levantava apressada pra colocar um roupa qualquer e sair antes que ele me jogasse no corredor só de camisola.

Então ele praticamente me expulsou do quarto, trancou e saiu correndo, literalmente, em direção à Travessa do Tranco. Já eu, resolvi tomar um café sossegada no Caldeirão Furado antes de começar o meu dia. Então Tom, o bar man, e dono do local veio espantado até mim pra servir o café.

— Madame Lestrange, a senhora está bem? – ele perguntou porque me viu sair do quarto com o Riddle.

— Estou ótima, e nunca gostei que me chamassem assim, e além do mais, agora eu voltei a ser Nott. Estou me divorciando. – eu disse amarga enquanto tomava café. Eu queria é estar dormindo, antes eu tivesse ficado em um hotel qualquer. – e sim, estou dormindo com o Riddle. Algum problema?

— Não, senhora, não, eu só fiquei preocupado...

— Sei me defender melhor do que o senhor, obrigada. – eu continue ríspida e ele abaixou a cabeça - desculpe-me, eu só não estou em um bom dia...

Então Tom se afastou e eu tive uma ideia: já que eu iria embora com o Riddle, nada mais justo do que deixar uma declaração para facilitar o processo de divórcio para o Lestrange. Ele merecia ficar livre logo pra ser feliz com quem quer que fosse.

Então fui até o cartório bruxo e anexei uma declaração dizendo que se caso Lestrange entrasse com o pedido de divórcio, eu, Claire aceitaria. Deixei tudo bem escrito porque eu provavelmente sumiria no mundo com o Riddle e eu nem sabia se voltaria pra cá, apesar do Riddle dizer que voltaríamos.

Então resolvi ir a um salão de beleza  bruxo para fazer alguma coisa no cabelo, jogar uma poções, sei lá, qualquer coisa para as horas passarem mais rápido e para eu ficar um pouco mais bonita. Eu tinha combinado de me encontrar às seis da noite com o Riddle no Caldeirão Furado para terminarmos de ajeitar tudo antes de irmos.

Então arrumei muitas coisas divertidas pra fazer por Londres, inclusive comprar uma mala de viagens e roupas novas para viajar.

Rapidamente, o dia foi-se embora e quando deu seis da noite, voltei para o Caldeirão Furado, e encontrei com Riddle na porta do local. Então, fomos correndo até o quarto dele para ele fazer as malas mais rápido para dar tempo de nos despedirmos daquele lugar fazendo o que mais gostávamos juntos: sexo.

Quando terminamos, faltavam apenas duas horas para a nossa partida, e quando eu ia me levantar da cama para tomar banho, ele segurou o meu braço.

— Claire, tenho um presente pra você. – ele começou e eu parei espantada. Quando no mundo eu ia me imaginar ganhando um presente dele? Fiquei calada e esperei.

Observei estática ele se levantar, ir até uma gaveta do criado mudo ao lado da cama, e retirar uma caixinha de veludo na cor negra de dentro do mesmo.

— Eu não te prometo casamento, porque isso não passa de uma convenção social patética, mas quero que estejamos compromissados um com o outro quando partirmos daqui a pouco. – ele começou a falar após voltar para a cama e eu o olhava perplexa – bom, pense que somos o que quiser, namorados, amantes, companheiros, o que for, mas a partir de hoje você é minha. – ele terminou abrindo a caixinha e retirando um anel de ouro com uma pedra preta muito bonito por sinal, e colocando-o em meu dedo.

— Riddle, que lindo! Não acredito que comprou um anel pra mim... – eu exclamei encantada enquanto admirava o anel em meu dedo.

— Na verdade, eu o roubei. – ele disse meio pensativo e eu ri. Era óbvio que ele não era tão romântico assim, mas ainda sim, significava muito um gesto daqueles vindo dele. Se ele não me amava, gostava muito de mim. – Mas isso não é tudo, me dê seu braço esquerdo...

Achei estranho aquele pedido. Então ele arqueou as sobrancelhas e eu estendi o meu braço pra ele. Então, ele o tocou com a ponta da varinha e murmurrou algum feitiço, fazendo o meu braço arder e em seguida aparecer um crânio com uma cobra saindo pela boca dele. Era a coisa mais horrorosa que eu já tinha visto e agora estava gravada em minha pele. Dei um tapa na cara dele por instinto.

— Está louca? – ele perguntou gritando comigo – Deveria matá-la por isso. Nunca mais levante a mão para o seu Lord se ainda quiser ter mão.

— Olha o que você fez! Olha que coisa horrorosa! Como vou andar assim agora? Tire isso imediatamente! – eu respondi no mesmo tom que ele usou pra falar comigo – corte o meu braço e eu corto a parte mais interessante que você tem ou te mato durante o sono!

— Essa é a marca que os meus seguidores ostentarão no futuro! E você é a primeira deles, deveria se orgulhar! – ele disse baixando o tom de voz – e a marca não é feia. – ele disse meio ofendido, e eu confesso que achei fofa a cara que ele fez e dei um selinho nele em seguida. Toda a minha irritação se foi naquele momento.

— Só me avise se for fazer algo assim de novo, e na próxima vez que for inventar algum símbolo, me peça ajuda... – eu disse sorrindo pra ele, mas ele continuou emburrado. Então acariciei o lado do rosto dele que eu havia batido e dei um beijo em seguida. – Agora vou tomar um banho, e você faça o mesmo depois. Não quero ninguém fedendo ao meu lado. – dei mais um beijo nele e fui para o banheiro.

Foi meio estranho quando partimos porque Riddle parecia não saber para onde ir, mas então eu fui entender, uma semana, depois que não é que ele não sabia pra onde ir. Ele não queria ir pra onde deveria ir. Pelo menos não ainda.

Então tive a melhor semana da minha vida. Seguimos para a Itália sem planos malignos, sem o sarcasmo habitual dele, nada disso. Éramos só nós dois: jovens, felizes e ávidos para aproveitar os prazeres da vida.

Dormíamos e acordávamos abraçados. Transávamos quase todas as noites e andávamos de mãos dadas pelas ruas. Ele me levava pra jantar, pra tomar sorvete, tomar vinho... estávamos tão felizes que sempre perguntavam se éramos recém casados.

Quem diria que uma relação que não passava de sexo sem compromisso ia se transformar em amor? Pelo menos da minha parte, porque ele ainda era um mistério pra mim. Um mistério que valia muito à pena.

Mas, felicidade não é algo eterno, e eu fui descobrir isso após o sétimo dia junto com ele. Era manhã, bem cedo, e ele me acordou bruscamente mandando eu juntar as minhas coisas porque viajaríamos rumo a Albânia. Eu não sabia o que ele queria fazer lá, mas Albânia não era um lugar que eu gostaria de visitar.

Tentei dizer isso a ele, então ele fez questão de me lembrar que era eu quem estava viajando com ele e não ele comigo. Bufei, e fiz o que ele pediu.

Mal tomamos café da manhã e rumamos à estação de Trem para chegar a um aeroporto. Como nenhum de nós dois já havia ido pra lá e não conhecíamos bem o lugar, não pudemos ir aparatando, por isso a viagem aérea.

Riddle não falava comigo, e eu desisti de iniciar uma conversa. Então foi em silêncio que fomos nos hospedar em pousada bem simplória na Albânia, e foi em silêncio que ele me arrastou para uma floresta macabra com árvores altas, a mata densa e cadáveres apodrecidos no caminho na primeira hora do dia seguinte.

— Temos mesmo que ir? – eu perguntei quando ele estava à ponto de começar a entrar na floresta.

— Eu tenho que ir. Você vai se quiser. Me espere no quarto se isso for um incômodo pra você, mas fique calada se me acompanhar. Eu preciso pensar. – ele respondeu frio.

— Tá, eu vou com você. – eu retruquei mesmo não sabendo se ele ouviu porque já havia começado a andar pela mata.

— Não use nenhum feitiço sem eu autorizar. Não quero que corra o risco de destruir o que estamos procurando. – ele me avisou.

— E o que estamos procurando? – eu perguntei, mas não obtive resposta.

Andamos em silêncio durante um bom tempo. Tanto tempo que o sol caiu em cima de nós. Eu já imaginava a queimadura que iríamos conseguir no rosto, mas nada parceria perturbá-lo, e eu sabia que ele brigaria comigo se eu o interrompesse por algo tão fútil assim.

Se eu havia aceitado acompanhá-lo, eu não iria ser um estorvo, a parte cômica da viagem dele. Eu queria mesmo ajudá-lo, contribuir para que ele seja o maior bruxo de todos os tempos. Eu queria sonhar o sonho dele com ele.

Mas então toda a minha determinação se foi quando eu ouvi o barulho de algum bicho se movimentando na mata. Instintivamente, o abracei, fazendo ele se assustar.

— O que é isso, Claire? Fique direito! – ele me repreendeu rispidamente enquanto tirava os meus braços dele.

— Um bicho, Riddle, um bicho! Pode ser um lagarto gigante ou até uma cobra! Eu morro de medo desses bichos! – eu respondi e ele gargalhou.

— Deveria é ter medo de mim por me atrapalhar desse jeito! Vá na frente então. – ele respondeu e eu fui para a frente dele.

Agora eu sentia maior dificuldade em me deslocar, porque antes Riddle abria o caminho. Minhas pernas doíam, eu tinha fome e a minha calça já estava toda rasgada pelos galhos que agarravam nela.

Depois de um tempo, estes mesmos galhos selvagem começaram a rasgar a minha pele, e eu sabia que mosquitos já circulavam as minhas feridas.

Não demorou para o dia ir embora, e toda vez que eu me virava pra trás, eu contemplava as feições duras de Riddle, com os lábios crispados e os olhos atentos em cada canto daquele lugar. Ele também estava cansado.

— Ah, finalmente. – eu o ouvi dizer quando chegamos perto de um lago.

Então ele passou à minha frente e correu em volta do lugar, procurando algo freneticamente. Ele foi até uma árvore e procurou ali perto. Após soltar uma exclamação satisfeita, ele conjurou duas pás e me entregou uma.

— Isso é uma ferramenta de trouxas. – ele explicou como se eu não soubesse. Cresci vendo os elfos da minha casa enfeitiçarem pás para cuidar do nosso jardim – me ajude a cavar. Temos que fazer sem magia para não danificarmos o que está aqui.

Sem escolhas, eu o obedeci. Começamos a cavar aquele solo duro por alguns minutos. Definitivamente, não era nada parecido com aquilo que eu imaginava quando desejei me juntar a ele em uma viagem. Meus braços doíam tanto quanto as minhas pernas. Eu queria um banho, um prato de comida quente e muitas horas de sono, mas eu teria que esperar, até que ele encontrasse o que ele estava procurando e que eu nem tinha mais curiosidade para saber.

Então avistei algo parecido com uma tiara, um diadema saindo da terra. Era azul, bonito e me lembrava o diadema perdido de Ravenclaw que eu via nos livros. Como ele sabia que aquilo que estava ali?

Riddle se abaixou para pegar o diadema e me olhou como se soubesse cada coisa que estava passando pela minha cabeça.

— A dama Cinzenta me revelou o paradeiro dele quando eu ainda estava em Hogwarts. Tão fácil de convencer... – ele disse orgulhoso – mas parece que você não quer que eu te conte a história aqui, não é?

— Seria bom se me contasse após tomarmos um banho e comermos alguma coisa... – eu respondi.

— E curarmos essas feridas. – ele completou. – essa floresta é mágica, e é feita para perder pra sempre quem entra aqui, e é por isso que voltaremos aparatando. – ele disse antes de pegar o meu braço repentinamente e aparatar comigo até a pensão que estávamos hospedados.

O banheiro do local era comunitário, usado por todos. Então tive que esperar ficar livre para que eu pudesse me banhar. Riddle tomou banho em seguida.

Após estarmos limpos, seguimos para fazer a nossa refeiçãos junto aos hóspedes numa mesa feita para agrupar todos em volta dela. Comemos em silêncio, só parando para responder mecanicamente as perguntas que nos faziam. Perguntaram, mais uma vez, se éramos casados, e por fim Riddle disse que éramos, e apesar de ser bobeira, eu ficava feliz.

Então voltamos para o quarto e eu sabia que aquela seria a hora das perguntas.

— Pode começar – ele disse após colocarmos os nossos pijamas. Eu uma camisola e ele só uma cueca.

— Aquele diadema está perdido há muitos anos. Muitos duvidam da real existência dele. Você seria mais rico que todas as famílias bruxas que existem se quisesse vendê-lo. Mas eu sei que dinheiro não é o que você deseja. Então por que se deslocar até aqui só por esse tal diadema? Sei que as propriedades mágicas dele também não te interessam porque você é mais inteligente que todos que conhecemos, então por quê?

— Você até que raciocina rápido. – ele diz satisfeito enquanto estica a minha perna para curar um dos ferimentos que tem nela com um feitiço não verbal. – quero esse diadema para uma horcrux.

— Já ouvi falar nesse nome.. – eu respondi enquanto observava a ferida ser fechada. Como ele conseguia ser excepcional em tudo?

— Você leu no meu diário, mas eu obliviei essa parte da sua mente enquanto você estava dormindo porque eu tive medo de você perguntar sobre ele a Dumbledore. Na verdade, é estranho que ainda se lembre. Me dê a outra perna. – ele pediu pra curar o meu outro ferimento na outra perna

— Mas o que é uma horcrux? – eu perguntei curiosa.

— Lembra que eu disse que seria imortal? As horcrux me ajudarão nisso. Em resumo, horcrux são objetos encantados que você usa para esconder parte da sua alma. Se o seu corpo é destruído ou se tentam te matar, você não morre porque fragmentos da sua alma fica presa aqui. Eu já tenho duas prontas até agora. Pretendo ter sete. – ele respondeu e eu me assustei. Aquilo era horrível.

— E como se faz uma?

— Matando. Matar rompe a alma, então é só fazer um feitiço, escolher um objeto e ela estará pronta. Você também terá uma. – ele terminou já se deitando na cama.

— Eu não vou fazer isso, é horrível. – eu protestei. Eu não iria fazer mesmo.

— Ah, mas vai sim. Nem que eu tenha que te obrigar. Você é muito valiosa para mim e me será útil para eu fazer alianças e para controlar os nossos amigos quando voltarmos. – ele respondeu – vá até o meu malão e traga a caixinha que está lá, depois abra. – ele pediu e eu obedeci.

Então eu vi o medalhão de Slytherin e a taça de Helga Hufflepuff já mostrados a mim há muitos anos atrás por Hepzibá Smith quando eu era criança. Ela era cliente dele, e ele me sorriu estranho naquela noite quando falamos sobre ela e agora ele estava com as duas relíquias mais importantes dela. Não precisei somar dois mais dois.

— Tom, você a matou e a roubou? – eu perguntei tão perplexa que o chamei pelo primeiro nome.

— Assim você me ofende... foi o elfo doméstico que a envenenou. – ele disse com uma falar expressão inocente no rosto. – Em minha defesa, o medalhão é meu por direito, e a taça... bom, ela vai ter uma utilidade melhor do que ficar guardada em uma gaveta.

— Serão horcruxes... – eu conclui.

— Exatamente. Claire, por que não ficamos juntos antes? Sinto que fomos feitos um pro outro. Você absorveu tudo isso com naturalidade. Você é inteligente, linda, cruel e ardilosa como eu. Você será a minha Lady, governará ao meu lado e eu lhe treinarei para ser uma bruxa letal e tão poderosa quanto eu. – ele disse isso tudo me olhando intensamente e eu não pude conter um sorriso. Aquilo era o mais perto de “eu te amo” que ele me diria.

Então deixei todas aquelas coisas de lado e me deitei sobre o peito dele. Fechei os olhos para adormecer no melhor lugar do mundo.


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