-Boa Tarde!-Gaguejei,tentando esconder a apreenção
-Senhora Victória Kaulitz está?- Perguntou o homem fardado e olhava para um bloco de papel.
-Sou eu!O que deseja?
- Eu vim informar a senhora que seu marido...
O telefone do Policial tocou me deixando cada vez mais aflita.
Depois de uma longa conversa ele desliga o celular e retorna a falar comigo.
- Senhora Kaulitz... Então seu marido sofreu um acidente e está em estado gravíssimo.
- Muito Obrigada por me informar. Irei ao hospital...- Disse sem conseguir controlar as lágrimas.
Fechei a porta, e corri para o nosso quarto, me agarrei no ursinho de pelúcia ele me deu... Acabei adormecendo me lembrando de nossas brigas, nossos beijos.
Acordei querendo acreditar que foi um terrível pesadelo, só que olhei para todos os lados e vi nossas fotos espalhadas por todo o quarto. Levantei-me vendo cada uma...
Fui em direção do banheiro, olhei para o espelho, possuía um bilhete dele, que deixava toda vez que ia embora, e eu continuava dormindo.
 Nunca tirei nenhum, pois quando não acordava bem, olhava para aqueles bilhetes de papéis azuis e letras pratas, arredondadas, sempre terminados com um coração.
                                       

Aquilo me dava força para viver, quando ele não estava junto a mim.
Depois de ficar muito tempo parada a frente do espelho, tirei minha roupa lentamente, sofrendo por tudo aquilo que estava acontecendo. Deitei-me na banheira, senti a água escorrer pelo meu corpo.
O mundo poderia estar acabando naquele exato momento.
Sai da banheira, voltei para o quarto, o qual me recusaria voltar caso acontecesse algo com meu querido Bill.
Iria visitá-lo esta tarde, botei a roupa que ele mais gostava de me ver vestida. Aquele vestido preto rodado, cheio de flores de renda. Arrumei meus cabelos azuis em um simples e gracioso coque, calcei meu tênis que tinha nossos nomes escritos e sai.
Tentei me manter calma enquanto caminhava lentamente, mas enquanto andava percebi que as pessoas olhavam para mim e comentavam algo.
Só depois percebi que pensava que estava calma e serena, mas estava passando uma imagem para as pessoas de uma criança indefesa procurando seus pais, uma criança que chorava desesperadamente.
Depois de uma longa caminhada, cheguei ao hospital, e perguntei a atendente como esta o estado de saúde e se podia visitar o paciente do quarto 483.
Ela me diz que preferia que eu fosse direto ao quarto, perguntando apenas se eu era a esposa dele.
Apenas confirmo com a cabeça, pegando de suas mãos suaves a credencial de visitante.
Subi aos prantos, o quarto andar demorava uma eternidade para chegar.
Cheguei lá, olhei para os lados... Vi o quarto que tanto desejará estar naquele momento.
Vou andando o mais rápido que posso, mas não conseguia comandar minhas pernas.
Parei em frente à porta do quarto e o olhei... Estava tão pálido...
Corri ao seu encontro, meu coração acelerou... Tirando sua palidez ele parecia estar bem como poderia ter poucas chances de sobrevivência? Fiquei me perguntando repetidamente.
Beijei seus lábios finos e macios, quando sentir uma lágrima escorrer de sua face...
Senti sua mão que estava tão gélida, ficar quente junto a minha, sinto seu coração acelerar.