Precisamos Falar Sobre James escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 14
13. Precisamos falar sobre planos


Notas iniciais do capítulo

Tenho novidades! Nos vemos nas notas finais ;)



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[Sábado de noite]

— Coitado! Ele ficou com uma cara de tacho tão grande, mas tão grande, que eu quase cancelei o encontro com o Doc e fui para lá consolá-lo — contou Marlene.

Tonks começou a gargalhar, e mesmo Lily não evitou um sorriso satisfeito.

— Onde está Alice? — ela perguntou.

— Amiga, ela é a única de nós com um relacionamento estável — Marlene lembrou-as — Escutei algo sobre encontro romântico, mas tive que ir vomitar.

— Isso é estranho para quem, eu me lembro, disse que eles te faziam acreditar no amor — alfinetou Lily.

— Traumatizei — ela disse, simplesmente.

— Como se você tivesse visto algo indecente — provocou Tonks.

— Se tivesse visto, seria a coisa mais normal para ela — comentou Lily.

Marlene apenas mostrou a língua para elas, sem incomodar-se ao mínimo com as implicâncias, mas elas não pararam por ali.

— Agora... Doc? — perguntou Lily — Que apelido mais simpático.

— Você pegou intimidade rápido — concordou Tonks.

A amiga apenas sorriu, misteriosamente.

— Caradoc é um rapaz muito agradável — disse Marlene — Não sei o motivo de Sirius não gostar dele...

— Os garotos estavam comentando sobre aquele encontro entre amigos que você tinha dito, Lily — lembrou Tonks.

— Estou tão cansada... — Lily colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha — Não sei se estou com vontade de sair.

— Não é como se o MPV tivesse uma data para acontecer — Marlene deu de ombros — Eles já arrecadaram o dinheiro que queriam.

— Poderiam arrecadar para presidiários, aí os mantinham bem longe de nós...

Tonks deixou escapar, os olhos fixos em um fiapo solto de seu short de pijama.

— Eu concordo — disse Lily, não permitindo-se ficar incomodada.

As amigas tiveram o bom senso de não continuarem com o assunto, ficando por isso mesmo.

— Você já perguntou a Remus? — Marlene puxou o assunto.

— Não — Tonks subiu um pouco mais as suas meias.

— Você quer mesmo ter um tipo de relacionamento com ele ou não? — Lily perguntou.

— Eu não sei — ela murmurou — Eu gosto dele, mas...

— Comece agindo normalmente perto dele — Marlene cortou a sua frase — Tente fazer isso. Tente ser sua amiga e apenas isso. Quando vocês tiverem mais intimidade, verá que as coisas vão se ajeitar.

Lily olhou um pouco surpresa para a amiga, já que concordava com cada palavra que ela disse, sem tirar nem pôr. Ela quem costumava dar esse tipo de conselhos.

— E então, quando vocês forem melhores amigos, vai acontecer como aconteceu com a Lily e o James — Marlene continuou, satisfeita, fazendo a mencionada fechar a cara.

— O quê? Ele vai arrumar uma namorada e me deixar de lado? — perguntou Tonks, franzindo o cenho.

Como estava sentada no meio das duas, Lily apenas ergueu as mãos e empurrou-as com força.

— De preferência, se for para repetir a história, arrume você um namorado — disse Marlene, afogando as próprias risadas pela reação de Lily — Vai deixá-lo louquinho de ciúmes.

— A minha amizade agora virou parâmetro para um relacionamento? Uma meta? — perguntou Lily.

— Com certeza! Eu já tenho até nome para o casal! — respondeu Marlene, entusiasmada.

Lily ficou encarando como ela pegou o seu celular, abrindo algum estranho aplicativo.

— O que você está fazendo? — perguntou com um ligeiro medo da resposta.

— Um aplicativo que junta os nomes das pessoas e transforma em um só — respondeu Marlene, alegremente — Olhe só! Lija, Jalily, Jamly, Jamely, Lijam, Jamy...

— Para! Para! Para! — Lily interrompeu-a — É sério isso?

— Jily! — foi a sua resposta — É o nome perfeito!

— Mas sobrenome também dá ótimos nomes! — Tonks entrou na conversa, parecendo empolgada — Evanpott, Pottans...

— Eu não estou escutando isso — Lily sussurrou para si mesma.

— Imagine que adorável uma garotinha chamada Jily Potter — provocou Marlene.

— Chega!

As duas entraram em uma briga corporal para pegar o celular. Tonks apenas observou, rindo.

Apesar de terem se divertido, não era a mesma coisa sem Alice. Uma parte do grupo delas estava faltando, embora soubessem e respeitassem que estava se divertindo com o namorado — não interromperam-nos, apesar de Marlene quase ter chegado a esse ponto.

Aqueles momentos só faziam com que Lily valorizasse mais ainda as amizades que tinha. Antes de dormir, lembrou-se de cada momento de seu dia, principalmente o “encontro” com James e sorriu.

Seu objetivo de recuperar a sua amizade tinha sido mudado há muito tempo.

Se ela queria James, não era mais como um amigo.

 

[Segunda de manhã]

Lily digitava no celular, à frente da porta trancada das estufas.

— Lily?

Ela guardou o celular, olhando sobressaltada para o visitante repentino.

— James! — ela sorriu abertamente, ao identificá-lo.

Ele aproximou-se, apoiando-se ao lado dela na porta da estufa, o que deixou-a um pouco incômoda.

— Estava conversando com quem? — James perguntou, mas seu sorriso não era tão aberto quanto costumava ser.

— Sobre o encontro com Amos — resolveu continuar sustentando a mentira — Foi tão divertido.

— Então você foi mesmo nesse negócio...

James sobressaltou-se com uma batida vinda da porta.

— O que foi isso? — ele perguntou.

— Deve ter caído alguma coisa lá dentro — comentou Lily, puxando-o pelo braço até o outro lado.

— Ou é o fantasma da escola — ele brincou.

— Você ainda se lembra disso...

A sineta para a primeira aula tocou.

— Eu estava esperando por Sirius, mas parece que ele está ocupado por aí — James olhou ao redor, procurando pelo amigo entre tantos alunos apressados.

— É melhor irmos — disse Lily, sorrindo inocentemente.

Ignorou o celular vibrando, ajeitando a alça da mochila e afastando-se daquela área, junto dele.

James caminhou à sua frente, aguardando enquanto ela abria o seu armário para pegar suas coisas. Procurou por algum recado vindo de Dorcas ou página manuscrita de seu diário, mas não havia nada.

Era suspeito.

— Vem cá... — não sabia como abordar aquele assunto com ele — Você não viu Dorcas por aí hoje? Alice estava procurando-a.

— Alice? — estranhou James — Não, não a vi ainda.

Fechou a porta do armário, ainda desconfiada, e seguiram para a aula de inglês.

Dorcas não apareceu durante os dois primeiros tempos, o que significava que não apareceria pelo resto do dia, a não ser que tivesse alguma justificativa médica ou catastrófica que convencesse a professora McGonagall.

Estranhamente, James a acompanhou até a porta da sala da aula de química.

— É melhor você ir — aconselhou-o Lily — Não vai querer levar outra batida de bengala na cabeça.

— Acho que é por uma boa causa — ele deu uma piscadela para ela.

No entanto, assim que viram a professora McGonagall surgir pelo corredor, James deu um beijo em sua bochecha, rapidamente, e seguiu pelo caminho contrário, apressado.

Lily sorriu, sentindo-se bem melhor do que sabia que deveria sentir-se.

Assim que a aula acabou, rápida como sempre, ela foi parada a caminho da porta.

— Senhorita Evans, poderia ficar por um minuto? — pediu a professora.

Lily esperou o restante dos colegas curiosos saírem da sala, antes de aproximar-se da mesa da professora.

— Estou preocupada contigo, Lily — McGonagall disse, carinhosa.

Sabia que era a aluna preferida, mas chamá-la pelo nome tinha sido uma grande surpresa, já que a professora tinha sido profissional naquele sentido.

— Mas por quê, professora? — perguntou Lily, sem entender.

— Como posso dizer isso... — McGonagall questionou-se, passando o apagador por cima das palavras escritas no quadro — Eu entendo que seja amiga de James há muito tempo e que, inclusive, possa ter desenvolvido algum sentimento por ele. E estou preocupada com isso, não quero que se iluda.

— Dorcas não é quem James pensa ser — ela disse.

— Eu sei disso, mas é o tipo de coisa que ele precisa descobrir sozinho. Você entende?

Lily desviou os seus olhos dos dela, retirando um amassado imaginário de sua blusa.

— Eu preciso ir — ela respondeu apenas isso.

— Está bem — aceitou a professora.

Não disseram mais nada, mas era evidente que aquele assunto ainda incomodava a mais velha.

— Lily Mary Evans!

Ela virou-se para trás, a poucos passos do refeitório. Marlene vinha em sua direção, enfurecida.

— Bom dia, Lene! — Lily deu um sorriso ingênuo — Você perdeu as primeiras aulas! O que aconteceu?

— Você sabe muito bem o que aconteceu! — Marlene rosnou — Você trancou a mim e a Black nas estufas! Hagrid só nos encontrou e nos liberou de lá agora! Agora, Lily!

— Eu não tranquei-os! — ela fingiu-se de ofendida — A porta emperrou!

— Ah! Claro!

Talvez fosse a porta aberta do refeitório que salvou Lily de uma morte precoce e muito dolorosa por parte da melhor amiga. De qualquer forma, elas caminharam até a mesa usual delas. Lily ainda olhou ao redor, sem conseguir acreditar que tinha se livrado de Dorcas por uma manhã de aulas inteira. Era bom demais para ser verdade.

— Eu já disse que sou escorpião, Alice! — Sirius reclamou com a insistência da garota, cobrindo as orelhas com as mãos, infantilmente.

— Tigre! Você gosta de carros e motos! Tem tudo a ver com você! — ela tentava ser escutada por ele, que apenas cantarolava baixinho.

— Zodíaco chinês de novo, Lice? — perguntou Lily, risonha.

— Assim ele nunca mais vai tentar me agarrar quando estivermos trancados em uma estufa — disse Marlene, satisfeita.

— Alice não fica incomodada por ser usada como método de tortura? — ela estranhou a atitude da amiga.

— Ela só quer descobrir todo o mapa astral das pessoas...

Elas riram, pegando as suas bandejas de comida e indo até lá.

Marlene deu uma cotovelada leve em Lily, indicando com a cabeça umas cadeiras mais afastadas, onde Tonks e Remus conversavam tranquilamente, sem o mínimo sinal de incômodo usual entre eles.

— Agora me diga se tia Lene não está sempre certa — ela gabou-se.

Lily poupou-se de respondê-la, sorrindo para James, que estava sentado à sua frente.

— Alice disse que não estava procurando por Dorcas — ele puxou o assunto.

Marlene olhou curiosa para a amiga, tomando um gole de canudo de seu refrigerante diet.

— Ah! Ela deve ter se esquecido! — respondeu Lily, dando de ombros — É normal.

— Bem, parece que ela passou mal hoje de manhã — disse James — Então ela não veio mesmo.

— Só esperemos que ela não esteja grávida — comentou Marlene — Ou com alguma DST.

— Lene! — exclamou Alice.

James murmurou baixo algo que soou a Lily como “Ela não teria”.

Evitou sentir-se muito feliz, pois, se tinha escutado bem, aquilo significava que ela e James nunca tiveram...

— Lily, é melhor você ver isso — Héstia surgiu atrás dela, interrompendo os seus pensamentos.

Sem entender, deixou a sua bandeja em cima da mesa, seguindo a garota.

Caminharam até o corredor, onde várias folhas brancas estavam espalhadas.

— O quê? — perguntou Lily, sem entender, tendo dificuldades para se locomover — Como isso tudo surgiu do nada? Eu acabei de passar por aqui!

— Esse não é o problema, olhe isso — Héstia pegou uma das folhas, entregando a ela.

Lily empalideceu, reconhecendo a sua letra.

— Ai, caramba!

Abaixou-se, pegando outras folhas. Todas continham o mesmo conteúdo. Eram cópias de uma única folha, uma página de diário de uma adolescente.

— Me ajude, por favor! — ela implorou a Héstia, começando a pegar os outros papéis.

Marlene surgiu pela porta, parecendo tê-la seguido.

— Feche a porta! — pediu Lily, a última coisa que precisavam era de curiosos.

— Quem poderia ter feito isso? — perguntou Marlene, ajudando-as, assim que compreendeu a situação.

— Parece o tipo de coisa que Skeeter ajudaria — opinou Héstia.

— Eu não duvido nada...

O desespero corroía as veias de Lily.

Se alguém lesse aquelas linhas, Emmeline estaria perdida, e tudo por culpa de Dorcas. Devia ter adivinhado que a sua ausência significaria algo como aquilo, uma vingança por parte da garota.

— Ai, caramba! — Héstia murmurou, paralisada.

— Héstia, vamos! — Marlene exclamou.

Ela não demorou a voltar a pegar o máximo de folhas que conseguiu, mas ainda parecia chocada pelo que tinha lido.

— Lily, se alguém ler isso... — ela tentou puxar o assunto.

— Eu sei! — Lily quase gritou — Entende agora?

— Mas quem poderia ter feito isso? — perguntou Héstia — Quero dizer, quem poderia ter tido acesso ao seu diário?

— Talvez alguém tenha pego quando visitou a minha casa — mentiu Lily, sentindo-se pior a cada momento mais.

Como podia ter deixado aquele diário solto no armário de James? Tinha sido tão estúpida! Agora estava nas mãos daquela piranha, que não tinha a menor ideia do que aqueles textos poderiam fazer com a vida das pessoas. Ou tinha, e não ligava, só queria atingir a todos para conseguir o que queria.

Sentia nojo.

Assim que a sineta tocou, foi como se o mundo tivesse desabado por cima delas.

Jogaram as folhas restantes dentro do saco preto de lixo, olhando ao redor, nervosas, para ver se tinham deixado alguma para trás.

— Lily, por favor, precisamos falar sobre isso! — implorou Héstia.

Ela pegou o saco de lixo, entrando na primeira porta de funcionários que encontrou.

— Você não pode falar sobre isso com ninguém! — Lily ordenou, exasperada.

Será que ela não entendia isso?

— Mas o que você escreveu é bem sério! — afirmou Héstia — Emmeline tinha quantos anos? 15? Aquilo é um abuso!

Lily olhou séria para ela.

— Ela quis — disse.

— Quis? — perguntou Héstia, incrédula — Como pode ter certeza disso? Ela te disse?

— Disse.

Elas ficaram em silêncio.

— Ele é um professor, Lily — disse Héstia.

— Eu sei disso — ela respondeu — E é por isso que as coisas se complicariam. Emmeline poderia ser expulsa do colégio, e ele seria demitido.

— Como ela pôde querer...? Ela tinha 15 anos...

Lily resolveu deixar Héstia ali, saindo do quarto de faxina.

— Isso acaba hoje — Marlene abordou-a no meio do caminho, séria.

— E o que faremos? — perguntou Lily, quase que irônica.

— Nós vamos pegar o diário de volta.


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Notas finais do capítulo

Observações do capítulo:
• O nome do aplicativo que a Marlene usou para definir os nomes de casal existe e se chama Fandom Ship Name Generator. Para quem tem dificuldades com isso, é ótimo!

Agora vem o que eu queria falar:
Existe um aplicativo chamado Seen — infelizmente, só roda no Android, então quem tem iPhone não vai conseguir baixar —, que é como o Tap que o WattPad indica na versão mobile. Ele conta histórias a partir de mensagens do Facebook. Tem a história padrão do aplicativo, o Seen, e tem histórias que usuários criam. Eu criei uma história que terá algumas mensagens trocadas entre Lily e James antes e durante os acontecimentos de PFSJ.
Se estiverem interessados, a história tem 4 "capítulos" disponíveis, por enquanto. Estou desenvolvendo ainda o 5º, mas acredito que ele sairá da ordem cronológica a qual coloquei os outros, então fiquem atentos às datas ;)
Para entender como instalar e usar o aplicativo, eu fiz uma explicação bem rápida e simples no meu blog: https://goo.gl/jXIqSJ
Link de instalação (direto do Google Play): https://goo.gl/c6uZaF
Espero que vocês abracem essa ideia como eu o fiz =)



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