Fortemente Ligados escrita por Melissa Potter


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

oiii meu povo olha quem voltou depois de um seculo sem postar, isso mesmo não é miragem sou eu mesma kkkk, me desculpem a demora pessoal eu estive realmente muito ocupada com as coisas que eu tinha para fazer da minha escola que infelizmente já começou as aulas e por conta disso vcs poderão ficar sem capitulo por mais tempo do que o esperado, mais enfim finalmente eu voltei e vcs ganham capitulo novo e muito grande espero que gostem e que aproveitem...boa leitura ;)



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Molly sentia que seu corpo e sua alma não estavam ali. Ela só sentia muita dor. Dor e um vazio que ela sabia que nunca seria preenchido.

Sua ligação com Lilian foi quebrada, sua melhor amiga, a irmã que nunca teve havia sido morta, deixando Molly para trás.

Ela ainda não estava acreditando naquilo, só podia ser um pesadelo. Isso! Era um pesadelo, ela logo acordaria e receberia uma carta de Lilian, exatamente como ela recebia todas as manhãs.

Porém, quando Molly abriu os olhos e olhou para a sua janela, esperando encontrar a coruja dos Potter, ela descobriu que ainda era noite e que a dor e o vazio ainda continuavam ali. Preocupada com aquilo, rapidamente se levantou de sua cama, logo percebendo que Arthur não estava ali. Ela caminhou até o quarto de Gina e encontrou o marido tentando fazer a filha parar de choramingar, sem sucesso.

— Gui volte a dormir, eu cuido de sua irmã. – Arthur falou de costas para Molly. Só agora ela percebera que o filho mais velho estava sentado na cadeira em que ela amamentava Gina.

— Sim, papai. – Gui respondeu se levantando um pouco sonolento. Ele passou pela mãe parada na porta e lhe deu um abraço apertado que confortou Molly e se dirigiu para seu quarto no andar de cima.

Molly novamente voltou seu olhar para o marido e percebeu que ele lhe encarava. Molly se aproximou e pegou a filha nos braços, abraçou-a fortemente com a menina ainda choramingando e a dor e o vazio no peito de Molly, que ela ainda não acreditava que estava sentindo, ainda permanecia ali e, não saiu nem mesmo quando olhou para os olhos de Arthur, vermelhos e inchados que lhe olhavam abatidos. Molly tinha que conferir se aquilo havia mesmo acontecido. Decidida, ela entregou Gina novamente para Arthur, que estranhando aquilo, principalmente quando Molly começou a dar passos para trás, ele franziu o cenho. Mas logo soube a intenção da esposa quando ela chegou à porta do quarto e aparatou, sendo muito tarde para Arthur gritar por ela.

— MOLLY, NÃO!

Em Godric’s Hollow....

Molly aparatara em Godric’s Hollow, próximo de onde era a casa dos Potter. Era muito tarde da noite e já não existia crianças andando pelo vilarejo a pedido de doces ou travessuras, a rua estava deserta.

Ela caminhou até a casa dos Potter, estacando assim que parou em frente a casa que estava com o teto do andar de cima, o qual ela sabia, ser o quarto de Harry, completamente destruído. O portão da frente arrombado e escancarado assim como a porta da frente.

Lágrimas surgiram nos olhos de Molly, mas ela não deixou nenhuma delas caírem e segurou os soluços que queriam surgir com as mãos enquanto seus olhos ainda encaravam a casa.

Seus joelhos cederam e ela foi ao chão. Finalmente as lágrimas desceram enquanto ela ainda segurava os soluços. Não podia acreditar. Aquilo só podia ser um pesadelo. Ela escutou alguém se aproximando de si, mas não olhou para trás para ver quem era, nem mesmo quando a pessoa colocou uma das mãos em seu ombro ou quando se ajoelhou ao seu lado também olhando para a casa. Ela só virou para olhar para a pessoa quando a pessoa resolveu abrir a boca para falar e então descobriu que era Sirius.

— Molly... – Sirius murmurou e ela lentamente olhou em seus olhos. Viu que Sirius estava no mesmo estado que ela. Lágrimas desciam dos olhos de Black, ela, sem pensar duas vezes, jogou-se nos braços dele, chorando no ombro de Sirius, que a abraçou muito forte enquanto também chorava nos ombros dela.

Eles ouviram um barulho e em seguida passos, o chão tremeu um pouco, eles olharam para trás e viram Hagrid olhando para a casa melancólico.

— Hagrid? – Falou Molly. – O que faz aqui?

— Vim pegar o pequeno Harry, Dumbledore vai deixa-lo com Petúnia. – Hagrid respondeu se aproximando.

— O que?! – Molly E Sirius exclamaram juntos.

— Harry está vivo? – Molly indagou e Hagrid apenas fez um aceno de cabeça confirmando.

— Ele não pode fazer isso. Petúnia não gosta de bruxos, ela e seu marido são os piores trouxas que se pode existir! Harry tem que ficar conosco, ele é nosso afilhado! – Sirius protestou.

— Sirius tem razão. Harry tem que ficar conosco. – Molly o apoiou. – Quero dizer... com Sirius, eu não tenho condições de criar mais crianças.

— Hagrid, avise a Dumbledore que eu irei cuidar de Harry. – Sirius disse em tom mandão, levantando-se ao lado de Molly olhando para os olhos de Hagrid como podia.

— Sinto muito, mas eu tenho que cumprir ordens de Dumbledore, ele me disse que o garoto ficará mais seguro lá, que viverá uma infância longe de todos do mundo mágico, que terá uma infância normal, sem fama. – Hagrid se desculpou. – E quando estiver pronto, ele voltará para o nosso mundo. Quando for para Hogwarts.

— Está me dizendo que só poderei vê-lo quando tiver onze anos? – Molly questionou. – Como Dumbledore pode achar que ele estará seguro com ela? Ele pode estar qualquer coisa, menos seguro. Petúnia não é nenhuma bruxa, não poderá defende-lo de nada, ela o maltratará!

— Magia de sangue. – Hagrid disse em meio a um fungado. – Lilian, ativou o feitiço de proteção de sangue quando se sacrificou pelo filho. Enquanto Harry estiver na casa de sua tia, ele estará a salvo.

Molly e Sirius olharam para ele sem saber o que dizer. Molly olhou para a casa e, com passos decididos, ela passou pelo portão da casa e estava quase chegando na porta, quando sentiu braços fortes lhe puxando pela cintura.

— Molly, você não.... – Sirius falou interrompendo-se ao olhar para o hall da casa. - …pode entrar.

Ela olhou para onde ele olhava e Molly avistou o corpo de James caído no chão do hall da casa. Ela voltou a olhar para Sirius com os olhos lagrimejados, vendo-o chorar sem tirar os olhos do corpo de James.

— Nem você. – Ela disse e Sirius acabou afrouxando o aperto na cintura dela e nem percebeu quando Molly se soltou.

Ela encaminhou-se para dentro da casa sem ter coragem de olhar direito para o corpo de James. Ela também sentia uma grande dor por sua morte. Passou pela sala, que com o silêncio e o cenário de arrombamento parecia muito assustadora e não alegre e acolhedora como ela sempre achou.

Molly subiu as escadas para o andar de cima, já avistando a porta do quarto de Harry arrombada, os restos da porta no corredor e dentro do quarto. Ela respirava fundo a cada passo que dava em direção ao quarto do menino e desmoronou novamente quando viu o corpo de Lilian caído ao lado do berço de Harry, que choramingava igualzinho a Gina com um estranho corte na testa em forma de raio. As lagrimas e os soluços desciam sem que ela pudesse controlar e a dor que havia diminuído voltou e ela, no chão novamente, engatinhou até o corpo da amiga e tirou-lhe o cabelo ruivo que caia sobre o seu rosto, mostrando os olhos verdes abertos e sem vida.

Não era um pesadelo. Ela não estava dormindo. Sua amiga, Lilian Potter, estava morta.

Muito abalada e sem saber de onde tirou forças, ela se levantou e foi até o berço de Harry. O pequeno a reconheceu e esticou os bracinhos para ela, que rapidamente o pegou nos braços o abraçando forte enquanto o pequeno afundava a cabeça no pescoço de Molly. Sem olhar outra vez para o corpo da amiga, pois não tinha mais coragem de o fazer, Molly desceu as escadas e foi para o hall da casa, encontrando Sirius ao lado do corpo de James, chorando sobre seu corpo. Molly não queria ter visto aquilo e por isso ela chamou a atenção dele para si.

— Sirius... Harry está aqui. – Ela Disse. Sirius olhou para ela e em seguida para o pequeno em seus braços. Ele se levantou e se aproximou dele o pegando nos braços também, o menino se aconchegou nos braços de Sirius.

Saíram da casa e se aproximaram de Hagrid, que não havia entrado na casa para deixar Molly e Sirius se despedirem de Lilian e James sem uma plateia e interferências.

Sirius, muito relutante, entregou Harry a Hagrid, que colocou o garoto em um tipo de bolsa.

— Vá com minha moto, Hagrid. Será melhor para Harry não aparatar. – Sirius ofereceu.

— Ah, obrigado, Sirius. – Hagrid agradeceu depois de um soluço.

Os dois se aproximaram da moto de Sirius estacionada ali perto e Sirius entregou as chaves a Hagrid e o explicou como a pilotava e como a fazia voar, enquanto Molly olhava para a casa em ruinas.

 Apenas quando escutou o barulho do motor da moto foi que Molly virou-se para eles.

— Eu vou com você até a rua dos Alfeneiros. – Ela disse olhando Hagrid.

— Molly... – Hagrid estava querendo negar.

— Por favor, Hagrid. – Molly o cortou.

— Está bem. – Hagrid concordou depois de alguns segundos.

Molly se despediu de Sirius e subiu no carona da moto. Depois de um aceno de cabeça de Hagrid, eles subiram aos céus em direção à rua dos Alfeneiros número quatro.

—------------

Na noite seguinte, na rua dos Alfeneiros.

Um estranho gato de listras amarelas estava sentado imóvel na calçada do número 4. Olhos fixos na esquina mais distante da rua dos Alfeneiros. E nem sequer estremeceu quando uma porta de carro bateu na rua seguinte, nem mesmo quando duas corujas mergulharam do alto. Na verdade, era quase meia noite quando o gato decidiu se mexer.

Um homem apareceu na esquina que o gato estivera olhando. Apareceu tão súbita e silenciosamente que se poderia achar que tivesse saído do chão. O rabo do gato estremeceu ligeiramente e seus olhos se estreitaram. O homem? Era Alvo Dumbledore.

Alvo estava ocupado apalpando a capa, procurando alguma coisa. Mas parecia ter consciência de que estava sendo vigiado porque ergueu a cabeça de repente para o gato, que continuava a olha-lo da outra ponta da rua, por algum motivo isso pareceu diverti-lo pois deu uma pequena risada e murmurou: “eu devia ter imaginado”.

Ele encontrou o que procurava no bolso interior da capa. Parecia um isqueiro de prata. Abriu-o, ergueu-o no ar e o acendeu. O lampião de rua mais próximo apagou-se o lampião seguinte piscou e apagou, doze vezes ele acionou o “apagueiro”, até que as únicas luzes acesas na rua toda eram dois pontinhos minúsculos ao longe, ou seja, os olhos do gato que vigiava. Se alguém olhasse para fora na veria absolutamente nada do que estava acontecendo na calçada. Dumbledore voltou a guardar o “apagueiro” na capa e saiu caminhando pela rua em direção ao número quatro, onde se sentou no muro ao lado do gato. Não olhou para ele, mas passado algum tempo, dirigiu-se a ele.

— Imaginei encontra-la aqui, professora Minerva McGonagall. – E virou-se para sorrir para o gato, mas este desaparecera, ao invés dele, viu-se sorrindo para uma mulher de aspecto severo e que parecia decididamente irritada.

— Como soube que era eu? – Perguntou Minerva.

— Minha cara professora, nunca vi um gato sentar tão duro.

— O senhor estaria duro se estivesse passado o dia todo sentado em um muro de pedra. – Respondeu a professora Minerva.

— O dia todo? Quando poderia estar comemorando? Devo ter passado por mais de dez festas e banquetes a caminho daqui.

A professora fungou aborrecida.

— Ah, sim. Vi que estão comemorando. – Disse impaciente. – Era de se esperar que fossem um pouco mais cautelosos, mas não! Até os trouxas notaram que alguma coisa estava acontecendo, deu no telejornal. – Ela indicou com a cabeça a sala às escuras dos Dursley – Eu ouvi… bandos de corujas… estrelas cadentes… ora, eles não são completamente idiotas! Não podiam deixar de notar alguma coisa, estrelas cadentes em Kent? Aposto que foi coisa do Dédalo Diggle, ele nunca teve muito juízo.

— Você não pode culpa-los. – Ponderou Dumbledore educadamente. – Temos tido muito pouco o que comemorar nos últimos onze anos.

— Sei disso. – Retrucou a professora mal-humorada. – Mas não é razão para perdemos a cabeça, as pessoas estão sendo completamente descuidadas, saem as ruas em plena luz do dia, sem nem ao menos vestirem roupas de trouxas e espalham boatos.

Ela olhou para ele de soslaio atentamente esperando que ele dissesse alguma coisa, mas Dumbledore continuou calado então ela continuou:

— Ia ser uma grande graça se no próprio dia em que você-sabe-quem parece ter finalmente ido embora, os trouxas soubessem de nossa existência, suponho que ele realmente tenha ido embora, não é Dumbledore?

— Parece que não há dúvida, temos muito o que agradecer. Aceita um sorvete de limão?

— Um o que?

— Um sorvete de limão, é uma espécie de doce dos trouxas de que sempre gostei muito.

— Não, obrigada. – Disse a professora Minerva com frieza como se o momento não pedisse sorvete de limão. – Mesmo que você-sabe-quem tenha ido embora.

— Minha cara professora, com certeza, uma pessoa sensata como a senhora pode chama-lo pelo nome, toda essa bobagem de “você-sabe-quem”, há onze anos venho tentando convencer as pessoas a chama-lo pelo nome que recebeu...Voldemort. – A professora franziu o cenho, mas Dumbledore, que estava separando dois sorvetes de limão pareceu não reparar. – Tudo isso fica tão confuso quando todos não param de dizer “você-sabe-quem” nunca vi nenhuma razão para ter medo de dizer o nome de Voldemort.

— Sei que não vê, – disse a professora parecendo meio exasperada meio admirada. – mas você é diferente, todo mundo sabe que é o único de quem você-sabe... ah, está bem. De quem Voldemort tem medo.

— Isto é um elogio. – Disse Dumbledore calmamente. – Voldemort tinha poderes que nunca tive.

— Só porque você é muito… bem… nobre para usá-los.

— É uma sorte estar escuro, nunca mais corei assim desde que Madame Pomfrey me disse que gostava dos meus abafadores de orelhas novos.

A professora Minerva lançou lhe um olhar severo e disse:

— As corujas não são nada comparadas aos boatos que contaram, sabe o que todos estão dizendo? Por que ele foi embora? Que foi que finalmente o deteve?

Minerva chegara ao ponto que ela queria conversar e estava ansiosíssima para saber, pois olhava para ele profundamente esperando saber de Dumbledore se os boatos que todos estavam divulgando era verdade.

— O que estão dizendo, – continuou ela – é que a noite passada, Voldemort apareceu em Godric’s Hollow, foi procurar os Potter, o boato é que Lilian e James Potter estão… estão… que estão… mortos.

Dumbledore apenas acenou com a cabeça que sim a professora perdeu o ar.

— Lilian e James… não posso acreditar… não quero acreditar… ah, Alvo… coitada de Molly, ela perdeu os irmãos a tão pouco tempo…

Dumbledore estendeu a mão e deu-lhe uma tapinha no ombro.

— Eu sei...eu sei. – disse deprimido.

A voz da professora tremeu ao prosseguir:

— E não é só isso, estão dizendo que ele tentou matar o filho dos Potter, Harry, mas… não conseguiu, não conseguiu matar o garoto ninguém sabe o porquê nem como, mas estão dizendo que na hora que não pôde matar Harry Potter, por alguma razão o poder de Voldemort desapareceu e é por isso que ele foi embora.

Dumbledore concordou sério.

— É… é verdade? – Gaguejou a professora – depois de tudo o que ele fez… todas as pessoas que matou… não conseguiu matar um garoto? É simplesmente espantoso de tudo que podia o matar… mas por Deus como foi que Harry conseguiu sobreviver?

— Só podemos imaginar. – disse Dumbledore. – Talvez nunca chegaremos a saber.

A professora enxugou as lágrimas com um lenço de renda enquanto Dumbledore pegava um estranho relógio do bolso de sua capa.

— Hagrid está atrasado, a propósito foi ele que lhe disse que eu estaria aqui, suponho.

— Foi. E suponho que você não vá me dizer porque está aqui e não em outro lugar.

— Vim trazer Harry para o tio e a tia, eles são a única família que lhe resta.

— Única família que lhe resta? E Molly e Sirius? Eles são padrinhos de Harry. – Minerva questionou. – Sirius pode muito bem cuidar de… eu não acredito que eu disse isso. – Ela balançou a cabeça abandonando o pensamento que lhe veio na cabeça. Sirius sendo bom em cuidar de uma criança pequena. – Alvo você não quer me dizer que você irá deixar o garoto com essas pessoas. Professor, você não pode colocá-lo para morar com essa família, eu observei eles o dia todo. São os piores tipos de trouxas que eu já vi.

— É o melhor lugar para ele. – Disse Dumbledore com firmeza. – Os tios poderão lhe explicar tudo quando ele for mais velho, escrevi-lhes uma carta.

— Uma carta? – Repetiu a professora com a voz fraca. – Francamente, Dumbledore, você acha que pode explicar tudo isso em uma carta? Essas pessoas jamais vão entende-lo! Ele vai ser famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se o dia de hoje ficasse conhecido no futuro como o dia de Harry Potter. Vão escrever livros sobre Harry, todas crianças no nosso mundo irão conhecer o nome dele!

— Exatamente. – Disse Dumbledore olhando muito sério por cima dos óculos de meia lua – isto seria o bastante para virar a cabeça de qualquer menino. Famoso antes mesmo de saber andar ou falar direito! Famoso por alguma coisa que ele nem vai se lembrar! Você não vê que ele estará muito melhor se crescer longe de tudo isso até que tenha capacidade de compreender?

Ela abriu a boca como se ela quisesse falar alguma coisa mas mudou de ideia e engoliu em seco antes de dizer:

— É, é você está certo, é claro, mas como é que o garoto vai chegar aqui, Dumbledore? – Ela olhou para a capa dele de repente como se lhe ocorresse que talvez escondesse Harry ali.

— Hagrid vai trazê-lo.

— Você acha que é sensato confiar a Hagrid uma tarefa importante como esta?

— Eu confiaria a Hagrid minha vida. – Respondeu Dumbledore.

— Não estou dizendo que ele não tenha o coração no lugar, – concedeu a professora de má vontade – mas você não pode fingir que ele é cuidadoso, que tem uma tendência a… que foi isso?

Um ronco discreto quebrou o silêncio da rua e foi aumentando cada vez mais enquanto eles olhavam para todos os lados a procura do sinal de farol de carro, o ronco se transformou num trovão quando os dois olharam para alto e uma enorme motocicleta caiu do ar e parou na rua diante deles.

— Hagrid... e Molly? – Disse Dumbledore quando viu que o meio gigante não estava sozinho e que a ruiva o acompanhava.

— Ela estava lá junto ao jovem Sirius quando cheguei professor, ela insistiu em vir também. – Hagrid explicou-se.

— Certo. E onde conseguiu a moto? – Dumbledore disse olhando para a motocicleta voadora.

— O jovem Sirius me emprestou. – Hagrid respondeu. – Trouxe ele, professor.

— Não teve nenhum problema?

— Não, senhor. A casa ficou quase destruída, mas consegui tira-lo de lá antes que os trouxas invadissem. – Molly falou parecendo muito abalada e com a voz falhando. Ela já não mais chorava e tinha um olhar vazio.

— Ele dormiu quando estávamos sobrevoando Bristol. – Hagrid falou.

Dumbledore e a professora Minerva curvaram-se para o embrulho que Hagrid segurava, Harry dormia profundamente agora com um corte na testa em forma de raio, que Molly sabia, Gina não possuía.

— Foi aí que? … – sussurrou a professora Minerva.

— Foi. – Confirmou Dumbledore. – Ficará com a cicatriz para sempre.

— Será que você não poderia dá um jeito, Dumbledore? – Molly questionou.

— Mesmo que eu pudesse, eu não o faria. As cicatrizes podem vir a ser uteis, tenho uma acima do joelho esquerdo que é um mapa perfeito do metrô de Londres.

— Do que uma lembrança da morte do pais poderia ser útil? – Molly indagou baixinho.

— Bem... me dê ele aqui Hagrid. É melhor acabarmos logo com isso.

Dumbledore recebeu Harry nos braços e virou-se para a casa dos Dursley.

— Será que eu podia… podia me despedir dele professor? – Perguntou Hagrid.

Ele curvou a enorme cabeça descabelada para Harry e lhe deu o que deve ter sido um beijo muito áspero e peludo, depois sem aviso Hagrid soltou um uivo como o de um cachorro ferido.

— Psiu! – Sibilou a professora Minerva. – você vai acordar os trouxas!

— Desculpe, – soluçou Hagrid puxando um enorme lenço sujo e escondendo a cara nele – mas não consigo suportar, Lilian e James mortos e o coitadinho do Harry ter de viver com os trouxas.

— É, é, é muito triste mesmo, mas controle-se, Hagrid, ou vão nos descobrir. – Sussurrou a professora dando uma palmadinha desajeitada no braço de Hagrid.

Dumbledore olhou para Molly e só com seu olhar ela não precisou dizer a Dumbledore que ela também queria se despedir, o professor se aproximou dela e Molly pegou o pequeno Harry nos braços e colou sua testa na dele.

— Nos veremos em breve, pequeno Harry. – Molly falou e lhe deu um beijo na testa e o entregou, com bastante relutância, a Dumbledore novamente.

O professor saltou o pequeno muro e se dirigiu a porta da frente, colocou Harry devagar para não o acordar no batente da porta e tirou de sua capa, uma carta, que colocou junto a Harry e em seguida voltou para junto dos outros três. Quando se aproximou, os quatro ficaram um minuto inteiro apenas observando o pequeno Harry no batente da porta do Dursley, todos eles pareciam muito tristes e abatidos. Os ombros de Hagrid sacudiam, Minerva tentava evitar as lágrimas piscando os olhos rapidamente, Molly continuava com o olhar de quem não estava ali e o brilho cintilante que sempre estava nos olhos de Dumbledore parecia ter se extinguido.

— Bem, - disse Dumbledore finalmente – acabou-se, não temos mais nada a fazer aqui, já podemos nos reunir aos outros para comemorar.

— Desculpe-me, Dumbledore, mais não vejo o que comemorar. –Molly falou. – Minha melhor amiga, minha parceira de ligação está morta e seu marido foi-se com ela, todos os bruxos e bruxas deviam respeitar o luto meu e de Sirius e de todos os amigos de Lilian e James.

Eles passaram um momento se encarando, Molly nunca esteve com tanta raiva quanto como ela estava agora. Aquele maldito bruxo lorde-não-sei-das-quantas que matou sua Lilian e James.

— Eu não aguento mais ficar aqui, eu vou embora. – Declarou Molly e ela começou a dar passos afastando-se, mas Dumbledore a impediu.

— Hagrid a levará para casa. – Ele disse.

— Posso muito bem aparatar para casa. – Molly o enfrentou.

— Não nesse estado, querida. Você pode estrunchar, Dumbledore tem razão, Hagrid a levará para casa. – Minerva opinou.

— É. – Hagrid concordou. - E depois irei devolver a moto a Sirius. Boa noite, professora Minerva, boa noite, professor Dumbledore… vamos, Molly.

Enxugando os olhos na manga da jaqueta, Hagrid montou na moto e acionou o motor com um pontapé, Molly subiu na moto com uma grande vontade de voltar para onde Harry estava e fugir com o menino para que ele não fosse criado ali, mas a moto levantou voo antes que ela mudasse de ideia e desapareceu na noite em direção a toca.

— Nos veremos em breve espero, professora. – falou Dumbledore com um aceno de cabeça. A professora apenas assoou o nariz em resposta.

Dumbledore se virou e desceu a rua, quando chegou a esquina ele pegou o “apagueiro” novamente e com um clique as dozes esferas de luz voltaram aos lampiões iluminando a toda rua dos Alfeneiros novamente. Ao longe, ele localizou o gato listrado andando pelo outro lado da rua, mal dava para ver o pequeno Harry no batente do número quatro.

— Boa sorte, Harry… você e Gina irão precisar. – murmurou ele e girou os calcanhares e com um movimento de capa desapareceu.

—--------------

Na manhã seguinte. Godric’s hollow.

Estava um clima triste e nebuloso naquela manhã no vilarejo de Godric’s Hollow, a chuva caía aos poucos sobre os guarda-chuvas e capas-de-chuva pretos das pessoas no cemitério do vilarejo, onde acontecia o enterro de dois entes muito queridos.

Era o enterro de Lilian e James Potter. Ao decorrer do enterro eles foram colocando flores em cada caixão (lírios no de Lilian e rosas no de James) Molly colocou duas em cada, representando Harry, e cada um de seus filhos também colocou flores nos caixões de Lilian e James.

Os caixões, depois que todos já haviam colocado as flores, foram abaixando até chegar ao fundo da enorme cova feita no chão. Lado a lado, Lilian e James foram enterrados.

Com um movimento de varinha, a terra caiu sobre o caixão dos dois, e com outro, uma placa feita de mármore foi estalada ali com os seguintes dizeres:

James Potter, nascido 27 de março 1960, falecido 31 de outubro 1981.

Lilian Potter, nascida 30 de janeiro 1960, falecida 31 de outubro 1981.

Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.

As pessoas, aos poucos, foram saindo, indo embora viverem suas vidas sem Lilian e James Potter, deixando apenas Molly e Remo em frente a lápide de seus queridos amigos. Até mesmo Arthur se afastou com as crianças, esperando por ela do lado de fora do cemitério. Os dois olharam bastantes sérios e sem saber o que realmente pensar sobre aquilo, ainda não parecia real, parecia tudo um horrível pesadelo sem fim.

— A prisão de Sirius será hoje. – Remo quebrou o silêncio. – Ele deve estar indo para Azkaban agora.

— Sirius é inocente, ele nunca faria isso com Lilian e James, ele nem mesmo tem a marca negra. – Disse Molly. – Sirius nem ao menos teve um julgamento? E Dumbledore? Não fez nada?

— Também acho que Sirius é inocente. Mas, sendo um Black, o ministro achou que Sirius não precisava de um julgamento. – Remo respondeu. – Dizem que Dumbledore tentou fazer com que Sirius tivesse um… sem sucesso.

— Porcaria de ministro! – Reclamou Molly. – Sirius não pode ir para Azkaban, aquele lugar é horrível, ele irá enlouquecer lá!

— Nós não podemos fazer nada por Sirius Somos nós contra o ministro da magia.

Molly bufou irritada e frustrada.

— É uma coisa horrível acontecendo atrás da outra. – Molly falou olhando tristemente para a lápide de mármore com o nome de seus amigos.

Molly abaixou-se, ficando na altura da lápide, ela tocou o nome de Lilian gravado na lápide, seus olhos lagrimejaram e uma lágrima desceu de um deles.

— Eu te prometo, minha amiga, eu cuidarei de Harry, pode não ser agora, mas eu cuidarei do seu pequeno, não se preocupe com nada, Harry estará seguro, sempre.

 Ela beijou a sua mão e depositou no nome da amiga novamente, se levantou e saiu dali junto a Remo, um consolando ao outro. Desejavam que fosse tudo apenas um pesadelo e que quando acordassem seus amigos estariam em casa cuidando do pequeno Harry, vivos e bem.

Mas essa não era a realidade. Molly não tinha mais a Lilian Potter. Sua amiga, sua irmã… estava morta.

E não era um pesadelo.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado ;) pf comentem oq acharam do capitulo me deixaria muito feliz de vdd eu amo amo amo o comentario de vcs :D, eu gostaria de agradecer a cali, tiahpuddin, fada liny, biazinha e a ninhasouma por terem comentado o capitulo anterior eu amei o comentário de todas vcs :D ♥ eu gostaria tbm de agradecer as pessoas que leram o capitulo anterior e que começaram a acompanhar e não comentaram só o fato de vcs lerem me deixa muito feliz e espero que tenham gostado desse tbm, enfim eu sei que vcs perceberam que teve cena do primeiro capitulo de pedra filosofal é importante informa que eu já disse nas notas da historia que teria partes do livro na fic não se esqueçam certo ;) bom eu não sei quando irei postar novamente mais espero que logo então ate o próximo capitulo ou os comentários



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