Descendentes escrita por Lori


Capítulo 3
Capítulo 2 - Fatos estranhos.


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a Just a little girl pelos comentários maravilhosos! Sinto muito pela demora, mas agora vai ter atualização todo domingo, prometo!



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—Conseguiu? Pegou o livro? -Uma figura masculina surgiu nas sombras da rua da casa de Lua. A chuva escorria pelo seu rosto.

—Não, eu não consegui. -Uma garota surgiu também.- Eles apareceram no quarto, estavam tão abalados...

—Podia esperar eles saírem. -O homem suspirou.

—Eu até poderia, mas eles encontraram o livro primeiro. -A figura feminina abaixou a cabeça.

—IRRESPONSÁVEL!! -O homem gritou.- Você só tinha um objetivo, e se desviou dele!

—Não é minha culpa, eu estava no meu antigo quarto, minha antiga casa, minha antiga família! Eu tinha que relembrar os momentos. -A garota encarou o homem.

—Luna, prometa pra mim que vai recuperar aquele maldito livro. -O homem se aproximou de Luna e depositou suas mãos sobre os ombros dela.- Não importa o que aconteça, não importa o que você tenha que fazer... Recupere aquele livro!

—Eu prometo...

[...]

O dia amanheceu nublado, o que já era de se esperar após a tempestade da noite anterior. Lua se encontrava na cama com um livro e seu celular em mãos, observando atentamente a tela do aparelho.

—Lua, você não vem tomar café? -Matthew surgiu na porta do quarto da garota.

—Agora não, daqui a pouco eu vou.

—Tudo bem então! -O garoto deu de ombros e saiu do quarto. Lua continuou encarando o telefone enquanto apertava o livro com força.

A tela do celular se iluminou e uma mensagem apareceu;

"Estamos a caminho. Não se preocupe.

XOXO -Maddie."

Lua sorriu involuntariamente, logo em seguida retornou os pensamentos para algum tempo atrás.

[...]

Algumas horas atrás.

 Lua levantou da cama, seu irmão já tinha ido dormir, mas ela simplesmente não conseguia desligar sua mente. A chuva já tinha passado -apesar do tempo ainda estar nublado- e Lua simplesmente não conseguia parar de pensar em sua irmã.

 A garota se dirigiu ao banheiro e colocou a tampa do ralo da pia, abriu a torneira e deixou a água gelada encher a pia, logo em seguida, pegou um punhado da água e jogou no rosto. Ficou encarando o restante da água, pensando em milhares de coisas ao mesmo tempo: o que aconteceu com sua irmã? O que ela tanto procurava? Por que saiu correndo? Porque foi pra escola sem o material? O que a levou a fugir de casa?

Eram tantas perguntas, a maioria sem resposta, a loira não aguentava mais, fechou os olhos e deu um grito alto -sem se importar se fosse acordar seus pais ou a vizinhança-. Um estrondo foi ouvido e Lua sentiu a água espirrar em seu rosto, abriu os olhos e viu que a torneira da pia tinha estourado, vazando água pra todo lado. Com um pouco de força, a garota conseguiu consertar o problema, mas à aquela altura, o banheiro estava inundado.

—Merda! -Lua resmungou ao perceber que a água escorria pra dentro de seu quarto.- Isso tem que acontecer justo comigo?

A garota saiu do banheiro e fechou a porta, colocando uma toalha no espaço entre a porta e o chão, impedindo que a água - que insistia em invadir o quarto- entrasse mais no cômodo. Lua sentou na cama, os pés molhados e frios, ela começou a encarar a poça d'água que se formava em seu quarto e imaginar o problema que teria com aquilo.

"Mais um pra minha lista", pensou enquanto encarava a água, "eu só queria que meus problemas sumissem".

Como num passe de mágica, a poça d'água começou a diminuir, parecia que estava voltando lentamente para dentro do banheiro, assim que não havia mais nenhum vestígio da água no quarto, Lua se dirigiu até a toalha que tinha colocado no chão e encostou levemente: estava seca. A garota tirou a toalha do chão e abriu a porta, para sua surpresa, o banheiro também estava seco, a água subia pela pia e desaparecia pelo ralo -que ainda estava tampado-, quando a pia estava vazia, o ralo fez um barulho da água sendo sugada cano abaixo.

—Mas o que... -Lua foi interrompida pelas luzes que começaram a piscar freneticamente, a garota se assustou, mas logo as luzes voltaram ao normal e Lua apenas direcionou seu olhar para a escrivaninha, onde se encontrava um livro específico, o livro sem nome.

[...]

Desde aquele momento, Lua estava com os pensamentos embaralhados. Mandou mensagem para as novas amigas -já que elas estavam presentes durante o feitiço- e depois que recebeu a resposta, começou a andar de um lado para o outro sem parar.

Eram quase dez horas quando a campainha tocou e Lua desceu as escadas correndo para atender a porta. Maddie, Lily, Aria e Sophie estavam ali, paradas e sem entender nada.

—Vocês demoraram! -Lua exclamou.- Eu nem dormi essa noite!

—Querida você me mandou mensagem de madrugada! -Maddie defendeu-se.- Sem contar que a Aria demorou pra acordar!

—Ei! -Aria se sentiu injustiçada.- Eu fui dormir muito tarde!

—Tudo bem Aria, nós já entendemos! -Sophie riu.

—Qual era o problema? -Perguntou Lily.

—Venham comigo! Vocês vão surtar! -Lua chamou as amigas e todas subiram até o quarto da garota.

Lua não demorou muito para contar tudo o que aconteceu depois que elas foram embora no dia anterior, desde a tristeza pela sua irmã e a chuva da noite anterior até o ocorrido daquela madrugada. Ao final da história, as meninas pareciam chocadas e algumas sem entender nada.

—Você está dizendo que você fez aquela água toda desaparecer? -Aria parecia desconfiada.- Lua, você está bem? Você disse que não dormiu essa noite...

—Eu juro que não estou delirando! -Lua interrompeu Aria, já sabendo o que ela ia falar.- Pensem bem, nada de estranho aconteceu com vocês depois daquele feitiço que fizemos?

—Na verdade... -Sophie se pronunciou timidamente e todas olharam pra ela.- Uma árvore.

—Uma árvore falou com você? -Lily debochou.

—Tinha uma árvore seca nos fundos da minha casa... Eu sempre quis que ela fosse uma árvore bonita como as outras, mas ninguém nunca cuidou dela. -Sophie encolheu os ombros.- Ontem durante a ventania, eu apenas imaginei ela como uma árvore bonita e cheia de folhas verdes, ela começou a se mexer e...

—E? O que aconteceu? -Lua estava desesperada.

—Hoje cedo eu acordei e ela estava exatamente do jeito que eu queria. -Sophie terminou a história, se lembrando do episódio de mais cedo.

[...]

Horas atrás.

Sophie levantou-se cedo, Lua estava surtando e logo Maddie iria passar para buscar ela e as outras. A ruiva penteou os cabelos e trocou de roupa, encarou a porta da sacada e se lembrou da noite anterior, a árvore seca se mexendo estranhamente.

 Dirigiu-se vagarosamente até a porta e respirou fundo, abriu e foi para a sacada, já levando seu olhar até a árvore e se assustando ao ver que ela não era mais a árvore seca de sempre e sim um belo carvalho repleto de folhas verdes, mas que já estavam amarelando e ameaçando cair com o outono.

—Mas... Como é possível? -Sophie exclamou assustada. Encarou a árvore por mais algum tempo, até ouvir uma buzina e saber que era Maddie.

A garota fechou a porta da sacada e foi ao encontro das amigas, mas sem esquecer a grande árvore -agora viva- nos fundos de sua casa.

[...]

—Espera um minuto! -Maddie exclamou.- Você disse que aquela era a casa da sua vizinha.

Sophie encolheu os ombros e corou rapidamente, lembrou-se de fazer Maddie pensar que a sua casa era uma mansão com um belo jardim e, que depois que Maddie a viu saindo de um sobrado com chão de terra, disse para a mesma que apenas estava fazendo companhia para sua vizinha da frente.

—Desculpe, é que você é rica e não queria que pensasse que não posso cuidar nem de um jardim! -A ruiva disse.

—Sophie, eu nem ligo pra isso. -Maddie suspirou.- Por favor, não minta mais pra gente!

—Pode deixar! -Sophie sorriu com sinceridade.

—Bom, voltando ao foco principal... -Lua interviu.- Sophie também passou por um episódio estranho, mais alguém?

—Talvez eu tenha causado um incêndio em uma panela e uma caixa de som... -Maddie pensou um pouco.- Mas não tenho certeza, eu estava muito brava e tive a impressão que fui eu, mas pode ter sido uma descarga elétrica.

—As lâmpadas piscaram, queimaram, explodiram ou algo do tipo? -Lua perguntou. Maddie fez que não.- Então não foi uma descarga elétrica, foi você Maddie! Acreditem em mim, por favor.

—Eu acredito, até porque eu já passei por isso. -Sophie deu de ombros e logo Maddie concordou com ela, Lua sorriu agradecida.- Mais alguém?

—Talvez eu tenha passado por algo parecido com a Maddie. -Aria se pronunciou.- Mas foi com o vento. Talvez eu tenha causado uma pequena ventania quando fiquei com raiva.

—Lily? -Lua encarou a asiática que estava de cabeça baixa.- Você passou por algo estranho?

—Não. -Lily negou.- Exceto uma ideia maluca de molho, que surgiu do nada, mas isso não é nada comparado a colocar fogo em uma caixa de som!

—Não importa, você também estava com a gente, logo seu dom vai se manifestar. -Sophie sorriu e Lily assentiu.- Mas o que faremos com esses poderes agora?

—Vamos voltar à estaca zero... -Lua disse e encarou o livro sem nome.

[...]

Algumas horas depois, as garotas desistiram. Haviam passado todo aquele tempo pesquisando e tentando encontrar algo sobre o que estavam passando, Lua ainda estava folheando as páginas do livro.

—Desista Moon... -Maddie falou e Lua fez uma careta com o apelido.- Na internet não tem nada, por que nesse livro teria?

—Porque livros são bem melhores e mais completos! -Lua disse e continuou folheando as páginas velhas.- Sem contar que foi esse livro que começou tudo isso, apesar de que até agora não encontrei nada além de feitiços e poções.

 

—Viu só? Isso é inútil e... -Maddie mal terminou de falar e Lua deu um salto.- O que foi?

—Claro! Como fui burra. -Lua sorriu largamente.- Para descobrir esse mistério, temos que ir até onde ele começou.

—E não fizemos isso? -Aria questionou.

—Mais ou menos. -Lua franziu o cenho.- Podem me dizer quando achamos o livro?

—Sexta-feira, não foi? -Sophie mais perguntou do que respondeu.

—Exatamente! -Lua sorriu mais ainda.- Agora podem descrever o que fizemos na sexta?

—Fomos expulsas da aula de álgebra. -Começou Maddie.

—Depois a secretária se cansou de nós e nos expulsou para a biblioteca. -Aria.

—Então ajudamos Molly na organização dos livros... -Sophie falou.

—Então você encontrou o livro em uma das caixas e, como não sabia onde guardar, Molly te deu de presente! -Lily terminou de juntar os pontos.

—Exatamente Lily. -Lua virou o livro para as meninas e todas conseguiram ler claramente: "Pertence a Molly Montenegro - Biblioteca Pública do colégio Hillton".

—Que cara de pau! -Maddie riu.


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Notas finais do capítulo

Prometo que no domingo vai ter um capítulo maior e melhor, sem falta!



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