Proibido para menores de 70 anos escrita por Gabi Wolf, Giovanna Wolf
Notas iniciais do capítulo
Se vocês acharam bacana, por que não comentam? Essa história é livre, portanto sintam-se livres para apresentarem ideias ou sugestões. Não precisam ficar com vergonha!
Eu comecei conforme o combinado. Coloquei o celular com a gravação do vovô no banheiro e não demorei a soltar minha voz o mais alto que pude:
— SOCORRO!! MEU AVÔ ESTÁ DOENTE AQUI NO BANHEIRO!!- gritei com força. Pedi ajuda a Valentína, que completou:
— ECA QUE NOJO!!!- ela esgoelou- TEM COCÔ PARA TODO O LADO!!
Imediatamente a reeprendi. Afinal, a gravação simulava que o vovô estava tossindo e não fazendo outra coisa... Essa Valentina! Só Deus para me dar paciência... Que menina burra!!! Como eu pude ter uma irmã tão...tão...Blergh!
— ELE ESTÁ TOSSINDO MUITO!!- repeti, tentando ser o mais dramático o possível. Tinha a certeza de que Barnabé já estava fazendo a sua outra parte do plano.
Rapidamente as enfermeiras vieram e para a nossa sorte, a Sra.Silva veio também. Aquela que eu falei que era mais rechonchudinha... Que estava vestida de branco sempre. Ela entrou tão esbaforida, como se tivesse matado o pai da forca, como dizia minha querida avó.
— O que foi querido?- ela indagou.
Será que ela não havia ouvido o que eu acabei de gritar?!? Ou além de não parecer um anjo ela era surda também?!?
— Meu avô...Ele está mal, no banheiro.- apontei para o banheiro. Vazio, preenchido apenas pela falsa tosse do meu avô. O plano estava dando certo.
Elas caíram como patinhos e foi correndo para o banheiro, seguido pela outra enfermeira e quanto elas estavam perto de entrar, empurrei-as com força e fechei a porta atrás delas. Fiz o máximo de força o possível para mantê-las trancadas.
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P.O.V Narrador
Barnabé e Bento seguiram a passos largos para a cozinha. Barnabé caminhava com a ajuda de sua fiel bengala, a cada momento verificando se alguém mais estavam seguindo-os. Finalmente chegaram ao local desejado, e como Barnabé deduziu, uma mulher gorda estava dormindo sob uma cadeira frágil de madeira. Bento não pode deixar de imaginar como tal objeto aguentava um peso tão pesado.
A essa altura, Valentina havia se separado do irmão e descido as escadas. Barnabé instruiu a garota:
— Conforme o combinado. Onde está o rato que lhe dei?
— Está aqui.- Valentina tiro do casaco do bolso o pequeno ratinho.
—Ótimo.- Barnabé sorriu, vendo o seu próprio plano dar certo.
Valentina silenciosamente aproximou-se da mulher. Com uma certa delicadeza, depositou o roedor no colo na pobre vítima. Não demorou muito, a mulher começou a se incomodar com o certo animal. Barnabé, Bento e Valentina se esconderam na sala de estar.
Ouviram se gritos femininos.
— UM RATO!!! UM RATO NA COZINHA!!- a mulher berrava, como se ao invés de um rato, tivesse visto um urso.- Mata!!Mata!!Mata!!- e então correu atrás do mesmo. Nas mãos uma vassoura estragada.
Valentina reprimiu uma risada.
Após aquela cena de desespero, Barnabé adentrou na cozinha e seguiu na direção do alarme que protegia a casa de idosos. Estava ansioso para desativá-lo, pois o mesmo era o símbolo da chave de sua liberdade. Como um espião se aproximou e deduziu a o dia da inauguração da velha casa de idosos. Quatro dígitos. Barnabé deu uma curta respiração ansiosa. Um passo em falso e o plano iria ser em vão e sua tão sonhada liberdade poderia criar asas e sair de seu alcance.
De forma bem-sucedida, o alarme se desativou, soltando um pequeno bip. Barnabé e Bento suspiraram de alívio juntos. Em seguida, o plano continuava. Bento abriu a gaveta onde estava as chaves e pegou duas delas: a da porta da frente e a que entregaria a seu neto Nicolas.
Subiu as escadas e entregou as chaves ao seu neto, que estava custando segurar a porta, já que as enfermeiras faziam de tudo para arromba-la.
— Graças a Deus você chegou vovô...- Nicolas disse.- Essas mulheres parecem rinocerontes, não param de bater na porta.
Bento sorriu e entregou as chaves ao neto. Nicolas trancou a porta o mais rápido o possível. Estavam salvos. Pelo menos por enquanto.
Finalmente, todos foram a porta da frente. Bento a destrancou. A porta abriu-se. As cinco pessoas estavam aliviadas e depois de tanto sufoco, teriam um certo alívio. Realmente, imaginavam que tudo seria melhor do que a velha casa de idosos, então mergulharam a fundo nessa aventura.
Porém, surgiu um problema:
— Ah, não! Meu celular! - Nicolas exclamou.- Eu o deixei no banheiro.... Eu preciso dele.
— Mas, você não chamou o Uber Nick?- Valentina lembrou o irmão.
— Chamei. Mas...- Nicolas hesitou. Nos seus pensamentos, tudo iria depender de seu celular.- Vou busca-lo.
De repente ouviu-se um estrondo e gritos. As enfermeiras haviam saído de seu cativeiro provisório. E corriam atrás dos fugitivos.
— Deixa para lá.- Nicolas suspirou. –Vamos nessa.
Um carro preto surgiu. Os cinco entraram no mesmo. A partir daquele momento, seriam livres.
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