402 escrita por LC_Pena, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 5
Capítulo 5. Cinco anos.


Notas iniciais do capítulo

Fim da postagem do dia 24/12, mesmo que já não seja mais esse dia, minha lógica não tem lógica, sorry.



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Harry estava sentado no sofá, com uma Ginny de pé, fantástica em um vestido de noite marfim que ressaltava sua tez clara e os cabelos ruivos. Ele havia dito a ela de novo para vestir algo bonito, porque dessa vez era para ser uma noite tão fantástica quanto ela, mas não foi o que aconteceu.

— Porque você não me disse antes, essa é a única coisa que eu quero saber.

O homem se ajeitou desconfortável no assento, tentando pensar em uma justificativa plausível, mas esse nunca fora seu forte. A arte das explicações era toda de Mione, a dele estava mais para sacrifícios e conclusões erradas mesmo.

— Era suposto que fosse algo de um mês, eu não queria que se chateasse comigo ainda mais... - A mulher estava com uma expressão de quem questionava a eficácia desse plano.–  Acabou que eu conheci Eileen e...  Ela é uma garotinha incrível.

— Não tenho dúvidas que seja, apesar da mãe, mas ainda assim, esse é o tipo de coisa que se conta para a esposa imediatamente e não quando todo mundo fica sabendo através de Rita Skeeter!

— Eu...

—  E tem mais, o que você estava fazendo com Parkinson no Ministério de todo modo?

— Era a audiência de soltura do pai e tio dela... - Ginny agora tinha um “Ah, foi mesmo?” irônico estampado no rosto. – Precisava falar com ela, Pansy está bastante...

Pansy? - Ai, Merlin, quando Ginny estava na sua versão ciumenta, qualquer coisinha era motivo para explosão. Harry se absteve de responder a isso, deixando ela desabafar a vontade. –  Harry, essa mulher maldita infernizou sua vida por sete anos!

— Também não foi assim...

—  Fez piada quando você enfrentou dementadores, falou a Rita Skeeter sobre seu suposto caso com Mione... - Então foi sobre isso aquele comentário sobre Hermione ser sua esposa no primeiro dia! Ginny continuou contando nos dedos os feitos de Parkinson.–  Te xingou, ridicularizou seus amigos, isso sem falar na cobertura do bolo de caldeirão: tentou te entregar para Voldemort!

Harry fez uma careta ao ouvir o nome do homem,  ou melhor, criatura das trevas. Preferia que as pessoas deixassem o nome e a figura no passado, em um capítulo anterior de sua história.

—  Ela estava tentando proteger Hogwarts e no fim das contas eu acabei me entregando mesmo...- Ele deu de ombros, aumentando a fúria de sua esposa. – Ela podia ter se poupado do trabalho de dizer o óbvio: minha vida não valia mais do que a de ninguém ali.

Ginny saiu batendo os saltos em direção ao quarto, mas Harry ainda pôde ouvir um “Meu Merlin, há limites para ser idiota”. Ele resolveu segui-la, para ver o que ela iria fazer agora. Se arrependeu na hora, porque ela havia tirado o vestido e a lingerie era ainda mais bonita do que a roupa.

Ginny tinha um maravilhoso corpo torneado de atleta, mas infelizmente não era do tipo que deixa as discussões para lá em troca de um sexo furioso. Seus amigos e colegas tinham inveja dele, mas a verdade é que eles não sabiam o quanto era difícil conseguir algo sem a promessa de um bebê como resultado...

Ainda de calcinha e um corpete vermelho, sua esposa desfilou pelo quarto sobre os saltos de quinze centímetros, arrumando uma mala... Espera, o quê? Harry se aproximou da cama para ver se era isso mesmo.

— Você está me expulsando de casa? - Olhou melhor e notou que não eram suas roupas sendo empilhadas.–  Espera um minuto, você vai me abandonar?

A mulher estava tão irritada que nem sequer estava usando magia para colocar com raiva as roupas dentro da bagagem aberta sobre a cama.

— Não seja idiota, estou apenas antecipando minha ida para a concentração do time. -  Ela disse entredentes. Se Harry pudesse escolher, preferia mais quando ela gritava, como no início do relacionamento.–  Não quero ter que ficar olhando para essa sua cara sonsa ou sou capaz de...

— Cara sonsa? Eu apenas não te contei sobre Eileen porque quando decidi assumi-la, as coisas foram se sucedendo sem que eu pudesse parar!

— Você vai assumi-la? Vai assumir a filha de Pansy Parkinson? -  A mulher parou o que estava fazendo, para encará-lo.–  Achei que a menina era uma produção independente, ela está exigindo que você assuma?

Era uma possibilidade perfeitamente aceitável, se não fosse exatamente o contrário. Harry se viu mais irritado do que deveria com a acusação implícita da esposa e acabou finalmente entrando na discussão da mesma forma que ela.

— Eu quis assumir, Ginny, as pessoas maduras fazem isso, assumem responsabilidades. Não é você que vive me dizendo isso?

— Vivo te dizendo isso e agora você resolve me ouvir? - Harry foi para o banheiro, sempre que estava irritado preferia sair de perto do alvo de sua raiva.–  Não me dê as costas! HARRY POTTER, NÃO OUSE ME DAR AS COSTAS, VOCÊ QUER ASSUMIR UMA FILHA DE PANSY PARKINSON? A VADIA PARKINSON?

— NÃO CHAME ELA ASSIM! – Ginny estancou ainda no batente da porta, ofegante por ter que interromper seu discurso gritado.–  Você não está com raiva dela, está com raiva de mim, descarregue tudo em mim e em mais ninguém.

A ruiva se encostou exausta no beiral da porta do banheiro que dividia com o marido há cinco anos. Como ela poderia fazê-lo entender? Como poderia fazer Harry entender o que ele estava fazendo com ela?

— Eu estou com raiva dela. – A voz da mulher soou embargada, mas Harry continuou encarando suas mãos apertando a borda da pia escura.–  Estou com raiva dela e de você e de mim... Você está assumindo uma filha com uma mulher que você odeia, Harry e não quer ter uma comigo... Por que?

A última pergunta foi mais um suspiro retórico do que qualquer outra coisa, mas o homem escutou mesmo assim. Ele também estava cansado de tudo isso, das discussões, das pressões, mas principalmente, estava cansado de decepciona-la.

— Eu imagino como se sente, mas... Eu não tenho uma resposta para isso. – Harry olhou para a mulher e a viu chorar silenciosamente. Ginny era uma fortaleza e a pior parte de ver uma fortaleza ruir, era perceber que nada no mundo era realmente inquebrável.–  Eu sinto tanto, Ginny.

Ela apenas levantou a mão, em um pedido mudo para que ele se calasse e Harry entendeu. Harry entendeu que sua esposa iria sair dali para Brighton ainda esta noite, porque precisava pensar, porque precisava entender...

Harry só não entendeu se ela ainda era ou não a senhora Potter.

***

Não tinha dormido a noite inteira, estava desacostumado a estar sozinho naquela enorme cama de casal. Ginny havia enviado uma coruja para avisá-lo que havia chegado bem, o que significava dizer que não estava brava o suficiente para deixar de ser atenciosa e isso era um bom sinal.

Fez todas as coisas no automático, até mesmo tirar sangue, então acordou de verdade somente quando quase derrubou seu café em uma anciã procurando pelo quarto de seu marido. Pobre senhora, Harry tinha a impressão de já tê-la visto nesse mesmo corredor outras vezes.

Quando entrou no quarto 402 do St. Mungus, foi recepcionado pela janelinha dupla de dentes mais brilhante de todos os tempos. Eileen só não correu para seu colo porque estava recebendo sua dose de poções matinais e isso seria um desastre, mas ela estendeu os braços com a mesma energia.

— Como está, querida? -  Harry aceitou o abraço e notou que, embora a alegria fosse a mesma, a menina parecia um pouco mais pálida desde a última vez que a tinha visto. Devia ser impressão sua, já que Dr. Fritz acabara de lhe garantir que o tratamento estava funcionando muito bem.

— Eu estou bem, porque demorou tanto? Não veio ontem, nem anteontem, nem antenedonte...  Nossa, você parece horrível! – Ela falou tudo isso de uma só vez, a última parte sendo a que mais chamou a atenção de Harry.

—  Ok, isso não foi muito gentil, mocinha. - Eileen o olhou sem entender.–  Quando algo não é bom ou útil, é melhor que nem seja dito.

A menina o olhou um pouco confusa, então ele sabia que havia algo que ela não tinha entendido.

— A mamãe sabe disso? -  Harry se controlou para não rir, era uma pena que Pansy não estivesse no quarto para ouvir essa pergunta.

— Tenho certeza que sabe, mas infelizmente não é sempre que usamos aquilo que aprendemos de bom. - Deu um gole em seu café, assistindo a menina assimilar a mensagem.–  Onde está sua mãe, a propósito?

— Ela... Mamãe! - Pansy adentrara no quarto usando dessa vez um vestido de corte reto um pouco acima dos joelhos com meia calça e sapatos igualmente escuros. Era uma roupa informal, mas com a postura arrogante dela, parecia que era um traje de gala.–  Olha quem está aqui, mamãe!

Harry acenou com o copo ao notar que haviam pego o café quase na mesma hora. Era provável que Pansy tivesse estado na mesma fila que ele, mas que ele não a tivesse notado de tão distraído que estava. Ela sorriu sem mostrar os dentes.

—  Potter, você parece horrível...

— Pansy, isso não foi gentil! - Os dois adultos olharam surpresos para a garotinha brava.–  Se não é algo bondoso ou útil, é melhor que não seja dito!

Eileen finalizou seu discurso com um gesto dramático, fazendo a mãe a olhar com uma sobrancelha arqueada.

— De onde saiu isso, oh, princesinha lufana? - A menina olhou ainda mais irritada para a mãe, por acaso ela achava que ela estava brincando?

—  Acho que sou o culpado. Parece que Andrômeda não estava exagerando ao dizer que crianças são como esponjas...

—  Eu não sou uma princesinha lufana, sou um dragão sonserino! -  Harry não pôde evitar, deixou café sair pelo nariz e pela boca ao rir, mas o que mais poderia ter feito? Um dragão sonserino? Merlin, por que?–  O que foi?

—  Não ligue não, querida, seu pai é um idiota. – A menina olhou da mulher para o homem, que tentava limpar a bagunça escura que fez em suas vestes.

— Desculpe, Eileen, é que eu acabei me lembrando da vez que eu enfrentei um dragão... Criatura horrorosa aquela! - Ele olhou divertido para Pansy. Será que ela sabia que era assim que ele e todos os garotos do seu ano se referiam às garotas sonserinas na escola?

— Você enfrentou um dragão?  - Pansy revirou os olhos para a admiração na voz da filha. Ah, que bom, mais uma para o fã clube interminável de Harry Potter.

— Não porque quis e juro, quando estive frente a frente com ele, eu quase...

— Bom dia, meus amores, como es... Ah, Potter! Você obviamente não se enquadra na categoria dos meus amores. -  Blaise fez menção de entregar o segundo copo de café para Pansy, mas fez uma careta ao notar que ela já tinha um.–  A propósito, você parece horrível!

— Isso não foi gentil, padrinho!

—  Eu aceito o café extra como pedido de desculpas, se não se importar. - O bruxo alto olhou para Harry com os olhos apertados, mas entregou o café mesmo assim.

—  Sobre o que estavam falando antes de eu entrar?

—  Sobre Eileen aqui estar virando uma princesinha da Lufa-lufa...

—  Mentira! Eu sou um dragão da Sonserina, não é, pai?

—  Um dragão da Grifinória, quem sabe? – Harry acabou queimando a língua com a bebida, mas ao menos era um simples e bem preparado latte. Blaise riu de sua careta, como o grande idiota que era.

— Uma sapinha, talvez? – O homem negro tentou, já que sua afilhada fez uma cara feia para a sugestão do pai.

— Ô mãe, olha pra ele! - Pansy revirou os olhos, só não azarou de leve seu amigo, porque estava terminando de desembaraçar os cabelos rebeldes de sua filha do jeito trouxa mesmo. Feitiços penteadores não paravam de pentear mesmo que a criança gritasse de dor e isso era um absurdo!

Fez um aceno com a varinha tirada do feitiço colante na cintura, finalizando seu trabalho com duas tranças embutidas, uma de cada lado. Sorriu para o resultado.

— Parece uma sapinha sim. - Sorriu para a cara emburrada da filha.

— Pelo menos não pareço uma buldogue... - A garotinha de óculos quadrados recebeu um olhar recriminador dos pais. –  Foi o padrinho que disse!

— Hey!

— Particularmente sempre achei que sua mãe parecesse com um pug, sabe? Por causa do nariz... - A menina riu divertida do comentário do pai e da cara feia da mãe.–  Aliás... Acho que você tem o nariz igual ao dela!

A menina tocou no nariz automaticamente e Pansy apenas soltou um rosnado impaciente.

— Argh, estou cercado de tolos, meu Merlin! Vem, Potter, preciso falar com você, antes que perca a minha paciência de vez. - Completou sua frase apontando para filha.–  E quanto a você, mocinha, trate de me respeitar, não sou buldogue, muito menos um pug!

— Mas Pansy...

—  E sem essa de Pansy, é mamãe pra você, garota. - Eileen a encarou chateada.–  Vamos, Potter. Blaise, tome conta dela.

— Pode deixar, general.

Pansy saiu, deixando Blaise já fazendo sua filha sorrir com alguma besteira sussurrada ao pé do ouvido. Suspirou aliviada, era bom ver que as coisas estavam voltando a ser simples em sua vida. Bem... Simples com exceção do homem ao seu lado, claro.

Potter tomava o café trazido por Blaise despreocupadamente, mas algo estava fora do lugar. Não era a toa que todos achavam que a vida do casal Potter era perfeita, ambos estavam sempre impecáveis e o homem, apesar de continuar bem vestido, de barba feita e com a cara de palerma usual, hoje trazia uma expressão cansada que não lhe era comum.

— Como foi sua conversa com a digníssima? -  Harry deu de ombros, jogando o copo de plástico fora, com pelo menos um terço do conteúdo dentro.

— Horrível. - Pansy verificou rápido sua expressão, mas depois continuou a olhar para frente.–  Se conhecesse minimamente minha esposa, nem teria se dado ao trabalho de perguntar.

— Ainda não acredito que Rita Skeeter fez rodar as prensas do Profeta Diário a noite só para divulgar aquilo... - Harry suspirou cansado, porque a ele não surpreendia em nada, a mulher o odiava.–  Acha que ela pode se voltar contra Eileen?

Pansy perguntou séria, porque não se importava de enfrentar a jornalista asquerosa, mas se a mulher resolvesse mexer com sua filha... Harry a olhou, enquanto apertava o botão do elevador displicentemente com o cotovelo.

— Se ela fizer isso, ela pode se considerar uma mulher morta. - O tom dele foi veemente o suficiente para deixar a morena surpresa.–  Eu tenho deixado Skeeter se sair com as suas por anos, mas sempre soube que chegaria o momento em que teria que pôr um fim nisso. Cabe a ela decidir o quão feia será sua queda.

— Quem te ouve falar assim pensa até que se trata de um sonserino... E quanto a paternidade de Eileen, o que pretende fazer agora que todos sabem? Vai ser mais difícil não as...

— Já iria assumi-la antes da confusão toda, foi para te informar isso que fui até a audiência ontem. -Pansy fez que sim com a cabeça, um pouco confusa, sendo aquela a apertar agora o botão para que o elevador se deslocasse.–  Queria ter sido menos impulsivo, teria me poupado uma dor de cabeça com Skeeter e um pedido de divórcio...

A mulher saiu pela porta distraída, não sabia muito bem como iria lidar com Potter de agora em diante, porém não parecia mais algo tão impossível, eles até que estavam se dando relativamente bem. Estancou ao finalmente entender a última parte do que o homem falou.

— Divórcio? O que? Não acha que isso é um pouco exagerado? - Seu tom soou muito estupefato, mas achava aquilo realmente demais, afinal, o homem nem sequer havia traído a esposa!–  Vocês são Harry e Ginevra Potter, o casal de ouro do mundo bruxo! Tenho certeza que não é para tanto...

— Nem mesmo nós somos tão nós quanto pensam... Ou acha mesmo que somos aquele casal perfeito das grandes festas e eventos públicos?

Pansy o viu abrindo a porta do jardim de inverno do hospital no automático e soube que Potter estava em um momento reflexivo. Ele precisava pensar em muitos aspectos de sua vida e ela com certeza não era a companhia indicada para ajudá-lo nisso.

A sonserina não gostava do homem, muito menos do casal que formava com a ruiva, mas apesar de todo o seu cinismo rotineiro, Pansy era uma bruxa de seu tempo e acreditava no casamento para toda vida como qualquer outra garota bem nascida.

—  É uma pena realmente, sua esposa usava cada vestido maravilhoso nas recepções. Cada vestido bem típico de quem nunca amamentou na vida... -  Suspirou, com certa dose de inveja.

Harry a olhou levemente divertido, essa deveria ser a primeira vez que via a sonserina fazer um elogio a um grifinório, embora tenha sido uma estranha escolha de palavras. Resolveu que, já que tinha se exposto um pouco, talvez pudesse se atrever a fazer o mesmo com ela.

— Então foi por isso que não se casou? Porque gosta de observar decotes profundos e tudo mais? - Pansy riu disso, só mesmo um homem para interpretar seu comentário dessa forma.

— Não me casei apenas porque não recebi um pedido decente. - O pedido obrigado de seu primo, aquela criatura patética, não contava de forma alguma.–  E tenho quase certeza que seria uma esposa odiosa para um homem muito azarado, então acho que foi melhor assim.

Falou com bom humor, porque já estava conformada com esse pensamento, mas Potter a olhou estranho, sentado em um dos bancos de ferro fundido na área para os visitantes passearem. Ele parecia pensativo e isso fez Pansy se mexer inquieta sob seu olhar.

—  O quê?

— Nada, só estive pensando... - Ele molhou os lábios antes de falar, aparentando tranquilidade com suas pernas cruzadas e braço estendido sobre o encosto do banco.–   Só acho que você era muito nova quando decidiu ter um bebê por conta própria.

Pansy estava feliz por ter escolhido se sentar em um pequeno tronco de cerejeira cortado de frente para o homem, porque agora podia observar de perto a expressão intrigante de Potter. O que ele queria dizer com isso?

— Ter Eileen foi a melhor decisão que tomei na vida, independente da idade.

—  Não insinuei o contrário, só acredito que não tenha sido a falta de pretendentes que te fez optar por um método tão... Pouco ortodoxo.

A mulher cruzou as pernas de maneira desafiadora, não gostando nem um pouco do rumo dessa conversa.

— Sempre quis ter um filho ou filha, mas nunca sonhei com o papel de esposa, me pareceu uma decisão lógica fazer logo o que eu queria. - Harry iria perguntar algo mais, mas ela o cortou.–  De todo modo, não foi para ficar falando sobre mim que te chamei aqui.

— E sobre o quê devemos falar então, Pansy? – Não sabia se gostava ou não de tê-lo a chamando pelo nome, então a mulher decidiu não fazer nenhuma observação quanto a isso.

— Devemos falar sobre Ei...

A porta do jardim se abriu bruscamente e uma das curandeiras que sempre atendia no quarto andar se dirigiu a Pansy com uma expressão que não parecia predizer nada de bom.

— Senhorita Parkinson, o doutor Fritz deseja vê-la imediatamente. – Pansy se levantou de pronto. O que o medibruxo poderia querer com ela agora? Eles haviam falado sobre os progressos de Eileen ainda hoje cedo!

—  É algo urgente? - Harry perguntou na dúvida se era algo realmente sério ou se era só o doutor tentando marcar território sobre Pansy ou algo estúpido do gênero.

A curandeira finalmente reconheceu sua presença, mas ainda sim voltou sua expressão grave para a mulher a sua frente. Pansy sentiu uma sensação ruim no seu estômago com aquela expressão.

— Temo que tenha ocorrido um agravo no quadro de sua filha, senhorita.

Harry se colocou de pé no mesmo instante e fez menção de agarrar Pansy que havia dado um passo para trás com a resposta. Ela se desviou do apoio dele, com nada mais do que um gesto seco de braço.

Ela não era uma garota fraca, o que ele estava pensando?

— O que demônios ainda fazemos aqui parados então? Vamos logo, não temos tempo a perder, idiotas!

 


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Notas finais do capítulo

O começo do drama... Não seria meu presente se não tivesse um pouco disso, não é?



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