402 escrita por LC_Pena, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 4
Capítulo 4. Dois irmãos


Notas iniciais do capítulo

Estou ficando realmente sem ter o que colocar nessas notas...



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Já havia ganhado mais três marcas em seu “cartão fidelidade” do St. Mungus, três dias intercalados em que acordava cedo, não tomava café, doava sangue, voltava para o escritório, fazia Sandy correr - porque queria e era doida - com seu dejejum fresquinho e fazia o que realmente era pago para fazer: trabalhar.

Tomou o pequeno frasco de poção para acelerar a reposição sanguínea, porque descobriu que se não tomasse ficaria inútil a cada doação de sangue. Preferiu deixar os frascos no escritório, assim não corria o risco de ter Ginny lhe questionando o que diabos era aquilo.

Ela provavelmente acharia que era um método contraceptivo masculino.

Finalizou o pedido de afastamento de um auror envolvido com tráfico de criaturas mágicas no Canal da Mancha - sabia que aquilo ainda viraria uma dor de cabeça que a imprensa adoraria sapatear em cima por um par de semanas - e partiu para esse que seria o compromisso mais interessante da semana.

Finalmente o Ministério aceitou seu pedido de abertura de vagas para aurores em treinamento na Grã-Bretanha. Embora os professores do QGA fossem bem utilizados tanto em campo, quanto emprestados para outros quartéis da Europa, os especialistas de cada departamento já estavam impacientes, prevendo ataques, guerras e caos acontecendo na Ilha, sem que tivessem um contingente para defender a comunidade.

Havia mandado relatórios, números e informações não comprometedoras das defesas, claro, para todos os veículos de imprensa, mas quando se tem Rita Skeeter como referência de jornalismo, do que adianta fatos e números chatos? Muito melhor se tiver boatos e teorias mirabolantes...

Auror Baldwin o recepcionou com um aperto de mão firme, a barba grisalha bifurcada ainda despontando como sua característica mais marcante. Claro que não era indicado que aurores usassem acessórios, tatuagens ou, no caso, barbas que podiam ser vistas do outro lado do quarteirão, mas quando foi questionado por um dos aspirantes a auror da última turma, o homem respondeu no seu mal humor típico:

“Quando encher as celas de Azkaban com os mais perigosos bruxos da Ilha, você pode colocar até uma abóbora no pescoço que ninguém vai te questionar, mas por enquanto... VOLTE AO TRABALHO!”

—  O que te parece? Um bom ano? - Muitos bruxos recém-saídos da escola tem como sonho empunhar sua varinha com as vestes roxo escuro dos aurores, então não era surpresa que o pavilhão de aulas estivesse abarrotado de crianças ansiosas e uns quantos bruxos mais preparados.

Harry se lembrava de ter sido uma dessas crianças, com o detalhe que em sua época a deferência com que o trataram pelo seu histórico de guerra logo se tornou uma impressionante cobrança, que o fez sair de aspirante a chefe de aurores e Rony de aspirante a grande empresário junto ao irmão.

Molly gostava de dizer que a água quente transformava os alimentos de diferentes maneiras: endureciam uns e amoleciam outros.

— Ainda temos que separar muito joio de pouco trigo, mas com três anos de espera, acho que vamos encontrar uns colegas muito bons por aqui.

Não costumava usar o feitiço de desilusão nos óculos dentro da sede - era o chefe e precisava ser visto - mas hoje optou por fazê-lo, se passando somente por um engravatado do Ministério fazendo uma vistoria nos novos aspirantes.

Grupos com vinte homens e mulheres entravam em pequenas e misteriosas salas, de onde não saíam, enquanto os vinte seguintes ficavam cada vez mais ansiosos. Um ou outro se arriscava a iniciar uma conversa com um de seus concorrentes e por isso Harry acabou pescando no ar algo que não era para seus ouvidos.

— Viu no Profeta? Parece que hoje liberam um par de ex-comensais lá de Azkaban! - Um rapaz que nem deveria ter chegado aos vinte anos sussurrou para uma moça alta ao seu lado.

— Li o jornal como faço todo dia e não vi nada disso. - Harry sabia que deveria estar ouvindo Baldwin conversando com a auror Ava Steven, responsável pelos testes médicos, mas queria saber de onde esse garoto tirou uma invenção tão estapafúrdia!

— Não estava nas grandes manchetes, tola, estava naquelas sessões de rodapé, enfiadas entre os anúncios de cera para botas de couro de dragão e desorizador de chapéus de bico longo!

— Claro, porque liberariam comensais da morte e Rita Skeeter não faria um escândalo disso... -  A moça cruzou os braços, já se virando para frente com desdém. Devia se tratar de uma Corvinal.

— Não qualquer comensais, uns que mal se tinha provas contra na época... - Harry já estava a meio passo de sair do ponto onde ainda podia ouvir os jovens, quando escutou o complemento do boato.–  Estão liberando os irmãos Parkinson hoje.

***

Harry havia cumprimentado o restante de seus colegas e feito o discurso de boas-vindas aos aspirantes a aurores só com metade de sua atenção. Tinha planejado chegar cedo em casa, mas antes deu uma última ordem para Sandy e aparatou na recepção de um edifício bem arrumado, que não via há anos.

—  Boa noite, preciso falar com a senhora Page imediatamente. - A bruxa entediada na recepção parou de lixar as unhas e lhe deu um olhar de cima abaixo nada impressionado.

—  A senhora Page não está mais recebendo visitas nesse horário, senhor...

— Potter. Diga a ela que Harry Potter está aqui e se disser para mais alguém isso, saiba que esse será seu último dia como secretária na Grã-Bretanha. - Sempre que ele dizia seu nome, o feitiço era imediatamente anulado para as pessoas que o escutavam. A mulher o olhou com assombro.–  Ninguém gosta de recepcionistas fofoqueiras, não é mesmo... Megan?

Não conseguiu ler direito o nome completo no crachá de metal no suéter de cor estranha da mulher, mas nem precisou, porque em menos de um minuto já estava sendo recepcionado com uma alegria efusiva pela dona do banco de sêmen mais famoso da Inglaterra.

— Senhor Potter, a que devo a... Ah sim, sei, que inconveniente, já estou ciente de tudo, deixe-me lhe dizer que não tive muita escolha, porque...

— Sim, eu imagino, quando se trata de casos de vida ou morte a senhora precisa quebrar o sigilo. -  A senhora parou a meio caminho de se encaixar de volta na sua cadeira, o olhando sem ação, o que deixou Harry levemente desconfiado.

— Sim! Isso, claro, não tenha dúvidas, senhor Potter, quando se trata da vida, nós da Proseed levamos tudo muito a sério. – Harry sorriu falsamente, porque, quando se tratava de mentiras, ele levava tudo muito a sério também.–  Mas o que posso fazer pelo senhor?

— Na verdade é tudo muito simples, preciso apenas de uma cópia da requisição de doador de sêmen da senhorita Pansy Parkinson... – A mulher empalideceu de leve. Merlin, não, a segunda quebra de protocolo em menos de um mês!–  Já que a senhora foi tão gentil em oferecer a minha para ela.

A mulher batucou, sem perceber, os dedos cheios de anéis na mesa de madeira clara a sua frente, sopesando suas opções: poderia dizer que aquele era um documento sigiloso e correr o risco de ser processada pelo grande Harry Potter ou...

—  Só um minuto, senhor.

Dessa vez foi ela mesma até a sala de arquivos pegar o documento, agora que sabia de quem se tratava o caso. Já não bastava que Megan, sua estúpida secretária, ficou sabendo da primeira parte da história, aquela tagarela filha de sua comadre não precisava saber do desfecho.

Tinha que parar de contratar pessoas por indicação de amigas.

Harry ignorou o “aqui está” solicito da senhora e se debruçou sobre a pasta de cor azul royal oferecida. As informações eram bem práticas, duas páginas destinadas às características desejadas e não desejadas do doador e umas quantas outras contendo todas as cláusulas imutáveis do contrato.

Na primeira parte passou o olho apenas por curiosidade, mas não encontrou nenhum pedido extraordinário, e por isso mesmo voltou para a página um. Não havia nenhum pedido extraordinário? Já sabia que Parkinson não havia solicitado um bruxo puro-sangue, mas ela não tinha se importado com escolaridade e renda e isso sim era algo surpreendente.

Mas pouco importava isso agora, porque estava ali pelas cláusulas do contrato dela. A maior parte era muito parecido com as regras de seu próprio, mas ali havia uma sessão completa que dispunha dos aspectos relacionados a criança.

Era como pensava, nada relacionado ao progenitor da criança, todas as regras do acordo estabeleciam apenas as responsabilidades da contratante e da empresa contratada, assim como o seu só falava sobre o doador e a empresa receptora.

Porém os dois contratos juntos deixavam uma brecha enorme de não relação entre as partes: Harry não podia reclamar a respeito da doação de espermatozoides feita, mas não dizia nada sobre relacionamentos com a criança gerada.

Esses eram os termos usados no seu contrato: espermatozoides e no de Parkinson falava “criança”, qualquer advobruxo diria em juízo que os termos não se equivaliam e que quem devia satisfações ao doador ou a contratante era a Proseed, somente ela.

— Está bem, senhora Page. – Devolveu os papéis a mulher a sua frente.–  Já vi o que precisava.

***

Sandy havia sido rápida, então antes mesmo de pisar os pés no átrio principal do Ministério da Magia Britânico, um jovenzinho de cabelos ralos o entregou os documentos solicitados. Harry fez uma leitura dinâmica, pulando as partes chatas e indo para onde interessava:

Anfion Parkinson e Zeto Parkinson, acusados de financiar a fuga de quatro comensais da morte no norte da Irlanda. A pena por esse tipo de crime do colarinho branco era de dez anos, mas, por bom comportamento, os bruxos gêmeos estavam saindo com oito.

Não sabia ao certo qual era tio e qual era o pai de Pansy Parkinson, mas isso explicava o porquê dela parecer estar sempre voltando de algum compromisso importante. Ok, ele havia pensado antes que se tratava de algum compromisso fútil, mas ninguém precisava saber disso.

Foi a vazia e diminuta sala de audiência 7, onde só havia dois aurores na entrada, a escrivã ajeitando seu material de trabalho e uma dama com um coque elegante, que revelava um pescoço alvo muito atraente.

Harry se sentou na cadeira ao lado da moça, que estava tão nervosa que nem sequer notou o mais novo espectador do julgamento.

— Qual dos dois é o seu pai, Zeto ou Anfion? - Pansy quase não pôde acreditar no que estava vendo, havia desembolsado uma quantia obscena para que ninguém soubesse ou viesse ao julgamento de seu pai e tio, mas cá estava o inconveniente Harry Potter de novo.–  Mas o mais importante, porque sua avó fez uma coisa dessas com eles? Zeto e Anfion? Sério?

—  Você vive da sua fama mesmo, não é? O que está fazendo aqui? Como ficou sabendo dessa audiência? - Harry deu de ombros e sorriu, colocando um dos braços por trás do assento da mulher.

— Claro que não, trabalho muito, diferente de seu amigo íntimo Zabini... Mas me forço a vir em todos os eventos relacionados a última guerra, é uma espécie de obsessão.

Pansy nem se deu ao trabalho de lançar um olhar cético para o homem irritante, tinha feito seu trabalho de disfarce muito bem e seu familiares eram peixes pequenos, Potter provavelmente vira os malditos proclamas oficiais no Profeta Diário e era sim um desocupado!

Havia argumentado que aquilo era ridículo, tratava-se de libertações, não de casamentos, mas o juiz Alphagard havia sido bastante rígido no cumprimento de todas as etapas do processo de soltura.

— Blaise não precisa trabalhar, ele é sustentado pelas amantes dele...

— O quê? – Agora quem havia se distraído foi Harry, com o sapato sofisticado de Pansy que era praticamente do exato tom de verde de seu colete. Quem os visse de longe acharia que eram um daqueles casais estranhos que combinavam as vestes.

— Me referia ao que disse sobre Blaise. - Ela o olhou com seus olhos de um tom vivo de castanho claro.–  Ele não trabalha porque alguns homens são abençoados com habilidades interessantes na cama...

Harry parou de olhar para o relógio - chegaria atrasado novamente em casa - para encarar o sorrisinho insinuante da sonserina ao seu lado. Ela provavelmente o achava muito provinciano por ter se casado com sua primeira namorada.

— Pansy Parkinson, a senhorita está pensando em mim em termos não...

Antes que pudesse terminar a provocação, todos os presentes foram convidados a se levantar ante a presença do excelentíssimo juiz Alphagard. Em seguida, dois homens de igual estatura adentraram o recinto escoltados por aurores, vestindo toda a dignidade fora de lugar dos bruxos puro-sangue.

Os homens foram apresentados a grande audiência de dois espectadores: Zeto Parkinson era um homem que com certeza já vira dias melhores, mas possuía os mesmos olhos vivos da filha em um rosto encovado de barba cerrada, usando vestes escuras.

Anfion era uma figura muito mais aristocrática do que o primeiro, tinha cabelos negros com rajadas grisalhas até a cintura e usava um terno espalhafatoso vinho furta-cor, completamente inadequado para a sua audiência de libertação.

O que um gêmeo tinha de severo o outro tinha de exagerado.

Ambos sentaram de costas para o público, fazendo Pansy respirar fundo pela primeira vez desde que ambos entraram na sala. Não fazia ideia do que esperar agora, tinha passado as últimas semanas se dividindo entre resolver as questões burocráticas do processo, acalmar os sócios de seu pai na empresa da família e claro, cuidar de Eileen.

Estava aliviada que pelo menos um dos assuntos se encerraria hoje, mesmo que só Morgana pudesse dizer se seria com um desfecho positivo ou não. Seu pai havia sido arrastado de casa discretamente, graças aos seus contatos antigos no Ministério que ainda não tinham caído e havia deixado em seu lar uma situação muito diferente da que encontraria:

Uma esposa devota, uma filha obediente de casamento marcado com um primo de um ramo longínquo da família e uma casa respeitável. A casa ao menos continuava de pé, mas a esposa estava cada vez mais amarga com o ostracismo a que foi relegada e a filha... Bem, a filha havia jogado tudo para o alto.

Sabia que sua interpretação da frase de seu pai podia ser considerada completamente errada porque, quando visitara o homem uma única vez em Azkaban, Zeto Parkinson havia dito a ela que partisse dali, já que “As feridas da honra são causadas por ela mesma”, então a honra dos Parkinson se manteria intacta.

Ele não queria ver sua menina naquele lugar novamente.

A Pansy de dezoito anos, no entanto, preferiu acreditar que seu pai estava lhe libertando de seus deveres para com o sangue, afinal, enquanto não ferisse sua honra, intacta ela estaria. Bem, agora com vinte seis anos tinha dúvidas se seu pai era assim tão liberal.

Fora uma audiência incrivelmente rápida e antes que pudesse se aborrecer com a chatice jurídica, Harry já estava cumprimentando o juiz, enquanto Parkinson abraçava o que restava da parte masculina de sua família.

Iria tentar marcar com Pansy um horário para que falassem sobre uma possível negociação quanto as visitas a Eileen, se descobrira com saudades da menina e ainda ontem, no aniversário de nove anos de Teddy, tinha chegado a uma conclusão satisfatória.

Teddy estava cada dia mais parecido com o pai, embora a quantidade alarmante de curativos trouxas espalhados pelo corpo identificasse muito bem quem era sua mãe. O menino finalmente parou de azucrinar a filha mais velha de Gui e Fleur, para poder recepcionar seu padrinho direito.

— Tenho uma coisa para te mostrar, paddie. – Teddy ainda o chamava pelo mesmo apelido que usava desde os dois anos de idade . Ginny deu um sorriso conformado, sabia que o menino estava na fase de separar tudo no mundo em coisas de menina, coisas de menino e coisas de adulto.

— O que tem para mim, lobinho? -  Foi puxado pelas vestes até a lateral do chalé dos Tonks, onde havia uma pequena cesta bem tampada.

— Shiu, agora precisa fazer silêncio, vovó disse que ele se assusta muito fácil.

Teddy, que desde que se conhecia por gente era extremamente estabanado, pegou um pequeno passarinho de dentro do cesto, com extremo cuidado.

— Olha só! Você que achou? – Ele fez que sim, sem tirar os olhos da criaturinha infeliz, de penas arrepiadas.

— Ele caiu da árvore e os pais dele não o quiseram de volta. – Ele aproximou o pássaro dos olhos curiosos do padrinho.–  Vovó disse que se eu cuidasse muito bem dele, ele poderia crescer e aprender a voar, mesmo sem os pais, como a gente, Paddie!

Harry ficou um pouco sem ação com essa última frase do menino, sabia que ele era feliz com os avós, mas ao que parecia, isso não era suficiente para fazer a ausência dos pais deixar de ser sentida.

Por algum motivo sempre acreditou que se tivesse recebido algum afeto na infância, assim como Teddy, não teria sentido tanto a falta dos pais, mas não era bem assim que as coisas funcionavam, pelo visto. Certos laços eram muito importantes e insubstituíveis para serem esquecidos...

— Sim, ele vai voar sim, lobinho, ele tem tudo de que precisa aqui.

Mas Harry não estava sendo tudo que podia para uma garotinha que realmente precisava dele no quarto 402 do St. Mungus. Porque uma coisa era ter que voar sozinho porque seus pais não puderam estar ao seu lado, outra bem diferente era ser deixada  sozinha quando não era preciso.

Não estava dizendo que estava pronto para ser um super pai para Eileen, de forma nenhuma - ainda adiaria seus bebês com Ginny o quanto pudesse - mas podia começar com passos pequenos, afinal, com certeza podia ser melhor do que aquela ausência incômoda que James Potter e Remus Lupin eram para ele e Teddy.

Sim, podia ser bem melhor que isso.

— E quem é esse seu amigo bem afeiçoado, Pansy querida? -  Uma voz sibilante, em um tom enjoativamente doce soou atrás de Harry. Tratava-se do homem que o lembrara do estilo de Lucius Malfoy, só que em uma versão bem mais caricata e colorida.

—  Sou Harry Potter, pai da filha de Pansy. – Era a primeira vez que usava o nome da morena assim, com intimidade. Tinha soado bem em seus ouvidos.

— Como?

Potter!

— Ora, Zeto, jurava que a nossa menina estava casada com aquele primo que usava um tapa-olho esqui...

— Como assim uma filha, Pansy? - A mulher abria e fechava a boca, sem saber muito bem o que explicar para o pai. Potter tinha bosta de trasgo na cabeça? Como pôde se apresentar daquele jeito?

— Que tipo de pessoa não conta ao próprio pai que tem uma filha? -  Iria matá-lo, estava decidido.

— E você por acaso contou a sua esposinha sobre Eileen?

— Ele é casado com outra ainda por cima? - Seu pai parecia mais estupefato do que irritado, já tio Anfion parecia estar se divertindo grandemente.

— Não estava casado quando ela engravidou! Eu era noivo, se eu não me engano.

— Ah, muito melhor, de fato. - Pansy olhou com raiva para o tio, que não estava ajudando, mas o que podia fazer? Estava sem assistir um bom número teatral há longos oito anos!

— Não foi assim que aconteceu, Eileen não foi concebida do modo tradicional, Potter fez uma doação de espermatozoides e eu fiz uma inseminação assistida, tudo completamente sem contato e...

— Por quanto tempo estivemos presos, Zeto? Na minha época só havia um jeito de fazer crianças, embora as maneiras fossem...

— Meu Merlin, vocês estão complicando tudo! Minha filha com Pansy é...

Um flash e uma voz familiar interrompeu e arrepiou Harry até a medula.

— Sim, Potter, o que sua filha com Pansy Parkinson, fora do casamento é?

Tanto Harry quanto Pansy sabiam o que estaria na primeira página do Profeta Diário sob a assinatura de Rita Skeeter, a jornalista mais sorrateira de todos os tempos, mesmo estando proibida de se transformar em sua infame forma animaga.

Sua pena de repetição rápida vibrava como as cordas de um primeiro violino.

— Ainda terei o prazer de te conduzir pessoalmente até Azkaban...

— Mas enquanto isso, Harry querido, como vai a adorável senhora Potter? Feliz em sua posição de madrasta?

 


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Notas finais do capítulo

Anfion para primeiro ministro, minha gente, queria ver se o mundo bruxo não ia ficar incrível!



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