A Piece of Us escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 4
04 — Encontro


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE LINDA DO MEU CORAÇÃO ♥♥♥

Então, se vocês estão vendo esse capítulo a essa hora, é porque ele foi programado aqui pelo sistema do Nyah!, e eu estou viajando, nas casa dums parente muito chato, conservadores e falsos, mas é a vida -p

E olha, eu fico bem feliz pelos comentários nos capítulos anteriores ♥♥ VOCÊS SÃO DEMAIS, AMO TUDO MUNDO ♥♥♥♥ Aliás, eu fico bem feliz com parte de vocês criticando a postura do Victor e a atitude da escola. REALMENTE, UMA IRRESPONSABILIDADE!!! Eu amo o Victor do fundo do meu coração, ele é um dos meus personagens favoritos, mas que ele fez merda, ele fez :p

Enfim, eu espero que gostem desse, e quando eu voltar da de viagem, eu responderei todos os comentários com o maior amor ♥

Beijos ♥♥



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Encontro

 

"V... Victor"

Apesar da constatação óbvia, a única coisa que conseguiu deixar os lábios trêmulos de Yuuri foi aquilo, o nome do patinador russo que lhe forçava um sorriso. Ele sentia suas pernas bambas pelo susto, cansaço, e por estar mais uma vez cara a cara com a pessoa que admirou por anos, e que não saia de seus pensamentos de maneira alguma.

Estava tão consternado que facilmente Maccachin o derrubou, o farejando com afeto. Durante todo aquele tempo o cão de Victor parecia ter sentido sua falta, mas não sabia se poderia dizer o mesmo do dono, levando em conta que o Nikiforov estava tão... Inexpressívo, e em nada lhe lembrava o homem que havia encontrado nas termas, anos antes, se auto declarando seu técnico.

Seus olhos rapidamente desviaram dos azuis que o encaravam, e se voltaram para a criança que corria em sua direção, alegre. O Sorriso de Yukiteru sim era de uma sinceridade contagiante, a ponto de Maccachin se afastar para que então o menino pudesse se jogar nos braços do pai, e no mesmo instante Yuuri o abraçou com força, sentindo uma nova vontade de chorar. O susto que tinha levado ainda fazia seu coração palpitar com força.

"Papai?" a criança perguntou, confusa. Não que Yukiteru não gostasse de abraçar o pai. Gostava, muito, mas não conseguia entender o porque daquilo naquele momento.

"Yukiteru" disse, adotando um tom repreensivo ao afastar um pouco o filho. "Quantas vezes eu tenho que te dizer que você não pode falar e nem sair com estranhos? Você não tem ideia do susto que me deu, eu pensei que ia morrer."

Yuuri nem notou que os outros dois se aproximavam, e muito menos a expressão de completo desagrado de Yuri Plisetsky, que apenas não o tinha chutado naquele momento, por estar com Yukiteru perto demais.

"Ei, Katsudon" o louro resmungou. "Desde quando nós somos estranhos, hein?"

"Ah, Plisetsky." Yuri piscou com confusão, desde quando o japonês se referia a ele pelo sobrenome? "Altin, é bom ver vocês." Otabek apenas acenou, ao passo que o segundo mais velho abraçava com mais força o pequeno.

Desde que Yuuri não conseguiu contar a Victor sobre sua gravidez e posteriormente sobre a existência do filho, tinha um enorme receio de que o russo descobrisse, por qualquer meio que fosse. Em sua cabeça, formulava as mais diversas teorias que o assustavam, e a principal delas era o fato de talvez Victor desejar a guarda de Yukiteru.

Se levasse em conta o dinheiro, a fama, o status social, e o fato de Yuuri ser trans, sabia bem que os tribunais não hesitariam em passar a guarda do menino para o outro pai, caso esse desejasse, e pensar nisso fazia como que o Katsuki sentisse seu estômago revirar, com a simples ideia de ficar longe da pessoa que dava sentido a sua vida.

Envolveu Yukiteru em seus braços novamente, tornando o abraço mais forte e procurando ignorar as demais pessoas que estavam ao seu redor. Queria poder ter aquele menino por perto em todos os momentos, e não deixar que ele se afastasse de si jamais. Voltara a tremer uma vez mais, e uma ou outra lágrimas rolaram por sua face, enquanto tentava evitar um soluço. Sabia que se embalasse em um choro, não pararia de maneira alguma.

"Yuuri" ouviu o mais velho dizer, e mesmo que bastente receoso, levantou a cabeça, lentamente. "Acho que precisamos conversar."

"Não precisamos." rebateu, para só aí se levantar em seguida, com os olhos castanhos de Yukiteru lhe fitando. "Meus pais devem estar preocupados conosco. Eu já devia estar em casa há muito tempo com o meu filho, mas você teve a brilhante ideia de trazê-lo pra cá sem a minha permissão."

"Eu nem preciso ter sua permissão, para começo de conversa!" o russo respondeu, e logo baixou o tom de voz ao ver o menino pequeno se encolher perto de Yuuri. Victor sabia bem estar sendo irracional, ainda mais levando em conta que sequer tinha certeza sobre a possível paternidade de Yukiteru. Mas estava irritado, era como se todas as mágoas que tentava esquecer voltassem a aflorar em seu peito só por estar em contato noavemente com os olhos castanhos e o timbre de Yuuri Katsuki. "Enfim, nós precisamos conversar sim, mesmo que você diga o contrário. Sobre o passado, e principalmente, sobre o presente."

"Eu já disse que não tenho nada pra falar com você, e por favor não insista Vic-"

"Papai e Victor são muito amigos?" diante a interrupção, e também a pergunta do filho, Yuuri se calou, sentindo a cabeça revirar como se tivesse sido batida com força contra uma parede. Como explicar aquela criança que, o homem a sua frente, a quem Yukiteru sempre havia admirado, era seu outro pai? Alguém com quem tinha se envolvido no passado?

Yuuri suspirou. Por mais que não quisesse falar com Victor, se via completamente sem saída. Se voltou a criança, e acariciando-lhe os cabelos escuros, sorriu.

"Ah, meu bem, essa é uma longa história."

 

—...—

 

O pôr-do- Sol já decorava o céu de Hasetsu com seus tons de rosa e laranja quando Yuuri se sentou a uma distância considerável de Victor nos bancos próximos, enquanto que seus olhos fitavam a imagem de Yukiteru brincando com Yuri e Otabek. Se fosse em outros tempos, anos atrás, ele estranharia o fato de Plisetsky estar daquela maneira, tão solto na presença do cazaque e da criança.

O japonês já havia ligado para sua casa e contado tudo o que havia acontecido — incluindo o fato de Victor ter tirado Yukiteru da creche e ter lhe dado o maioir susto de sua vida — e não se surpreendeu pelo fato de Yakov estar em Yu-topia junto as bagagens dos patinadores ali. Na realidade, o que lhe surpreendia era o simples fato de Yakov ter sido convencido a ir até lá.

Encarou o chão, fugindo dos olhos azuis de Victor. Até então, sempre justificara o fato do russo não saber sobre a paternidade de Yukiteru com o simples fato de não conseguir falar com ele, e sempre se achara certo por isso. No entanto, agora que estava cara a cara com o antigo técnico, Yuuri não sabia dizer se ao certo se continuava com o mesmo pensamento. Victor ainda tinha uma forte influência sobre si.

"Por que você não me contou?" Victor perguntou, e Yuuri fechou os olhos castanhos com força, segurando o choro. "Tudo bem, eu já sabia que você era completamente egoísta, mas não ao ponto de esconder um filho de mim."

"Ele não é seu filho." a resposta de Yuuri foi quase automática, e ele só percebeu o que havi dito depois que as palavras deixaram seus lábios rosados, em seguia os entreabriu, arrependido. Mas se havia mentido, não voltaria atrás. Naquele momento, o Katsuki só queria que Victor fosse embora e deixasse de ameaçar sua vida junto de Yukitru. A sombra da guarda do filho voltava a atormentá-lo. "Você sempre achou que poderia ter tudo o que quisesse, não é, Victor? Até mesmo meu filho."

"Yuuri, eu não sou idiota!" o Nikiforov exclamou, levantando levemente o tom de voz, e em seguida soltou um longo suspiro, contendo sua irritação. "Você era virgem aquela vez" viu o Katsuki corar, e se fosse em uma outra situação, teria rido ou feito alguma brincadeira. "E pela possível idade dele, é claro que é meu filho!"

"E se sabe disso, por que não veio atrás dele antes?" desde o nascimento de Yukiteru, Yuuri não se exaltava, ou mesmo se sentia estressado daquela maneira. Queria, mais que tudo gritar, mas não desejava assustar o filho que parecia se divertir tanto. "Ignorou todas as vezes que eu tentei te contar..."

"Então você confessa!" o grito por parte de Victor pôde ser ouvido pelos outros três ali, que se viraram surpresos, e em seguida fez um sinal dizendo que não era nada. "Ah? E como você queria que eu soubesse? Yuuri, você tinha dito explícitamente que não queria me ver nunca mais, queria que eu fizesse o que? Atendesse sua primeira ligação como um cachorrinho fiel, é isso?" perguntava, em um tom uma pouco mais baixo, deixando tanto a mágoa quanto a raiva começarem a transparecer. "E Você tinha outras formas de me dizer! Yurio, Chris, nem que fosse o tailandês lá!"

"Você sempre soube sobre o meu corpo!" disparou, e novamente, Yuuri sentiu que iria chorar. Tinha a mania de guardar tudo dentro de si, no entanto, era como se todas as barreiras que havia construído em volta de si começassem a desmoronar com a simples presença de Victor ali. "Sempre soube que algo assim poderia acontecer, não é? Negue, Victor! Negue que nunca conseguiu imaginar que isso poderia acontecer!"

O russo entrabriu os olábios para retrucar, e os fechou em seguida, sem resposta. É, ele sempre soube, para falar a verdade. Sempre soube que isso poderia acontecer, mas depois da discussão que tiveram, começou a ignorar tudo o que tinha relação com Yuuri Katsuki. Mas ainda assim não conseguia deixar de achar que Yuuri tinha a maior parcela de culpa ali, e o Katsuki sentia o mesmo em relação a Victor.

"Yuu-"

"Papai!" ambos se voltaram para o chamado da criança, que corria em direção a ele, eufórica. Yukiteru parecia feliz por estar com tantos patinadores famosos por perto. "Com fome." dizia, apontando para a barriga, e notou os olhos cheios de lágrimas do moreno, se aproximou estendendo os braços para ele. "Tá chorando? Yukiteru seca as lágrimas."

O Katsuki riu, ainda que enstristecido e se abaixou para que o menino lhe secasse as lágrimas, antes de envolvê-lo com força em um longo e apertado abraço, acariciando as costas do garoto com carinho e devoção, ao passo que eram observados pelos olhos azuis do russo e dos demais ali.

Diante a cena que se seguia, Victor sentiu algo se aquecer dentro de si, enquanto tentava tomar o controle para não expor todas as emoções presas dentro de si, desde ódio a amor. Se havia saído da Rússia ao Japão, certamente era por um motivo a mais do que saber se Yukiteru tinha algum laço de sangue consigo, e sim para tê-lo próximo a si.

Quisesse Yuuri ou não.


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Notas finais do capítulo

FELIZ ANO NOVO, VEM COMEÇAR DE NOVO ♪♫♪♫ ~insiraamusiquinhadodollyaquinessebagulho~ Muito obrigada pelo carinho de vocês e até agora, e eu realmente espero que em 2017 e enquanto essa fic durar, vocês continuem aqui comigo ♥

Beijos e FELIZ ANO NOVO CAMBADA ♥