A Piece of Us escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 3
03 — Victor


Notas iniciais do capítulo

OI MEUS AMORES ♥♥♥

Eu estou chegando aqui mais cedo do que eu imaginava postando o capítulo três, mesmo que o quarto não esteja pronto. O motivo? Eu provavelmente vou viajar no ano novo e realmente não sei quando volto, e como a partir de amanhã começa a louca pré-viagem, eu não sei quando conseguiria postar -p

Enfim, esse capítulo trás o famigerado encontro, e também é mais longo que os outros, por favor, o apreciem ♥

E eu tenho que agradecer pelos lindos e maravilhosos comentários. Sério gente, EU AMO VOCÊS ♥ Tenham um bom capítulo, e uma leitura melhor ainda ♥



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Victor

 

NAQUELA manhã de segunda-feira, Yuuri acordou com o som baixo da vibração de seu celular como despertador. Preferia assim afinal, do que acordar em cima da hora e praticamente atrasado para levar Yukiteru á creche. Soltou um longo bocejo, e vendo as horas que marcavam em seu relógio, resolveu se levantar. Ao menos tomaria um longo banho antes de chamar o filho, para assim conseguir relaxar. As lembranças do dia anterior, quando patinava seu programa livre, vinham com todo fervor em sua mente, assim como as de anos atrás, quando ainda aprendia aquela coreografia.

Balançou a cabeça, tentando tirar isso de sua mente e caminhou até a cozinha. Seus pais sempre acordavam mais cedo que ele, e não estranhou ouvir as vozes deles pela casa, na realidade, o que ele estranhou foi a voz de Minako, com um leve tom tensão. Yuuri arqueou levemente uma sobrancelha, e sentia quer algo de errado havia acontecido, mas não comentou nada ao entrar no recinto, cumprimento os três. "Bom dia."

"Bom dia, Yuuri." sua mãe respondeu, e ele notou que ela forçou um sorriso, ao passo que Minako escondia o celular. Arqueou uma sobrancelha de leve, mas fingiu que não notou nada, afinal, desde sua aposentadoria precoce, não eram raras as vezes que saiam notícias negativas a seu respeito, e aquelas de sua vivência, sabendo de sua fragilidade psicológia, preferiam lhe poupar disso.

E bem, Yuuri achava melhor assim.

"Quer comer algo antes de levar o Yuki?"

"Desde que não seja katsudon, ele quer sim." Minako povocou, como se quisesse dissipar a leve tensão ali, e Yuuri percebeu isso, dando de ombros. "Afinal, o Yuuri está aposentado mas não deixou de ser um patinador. Além de professor, precisa dar um bom exemplo pros seus alunos."

"Você fala como se desse o melhor exemplo do mundo, bebendo o tanto que bebe." o moreno resmungou, ajeitando os óculos. Nunca ia entender aquela mania de implicar tanto com uma coisa tão superficial como seu peso.

"Ah, mas eu já sou uma adulta. Tirando as trigêmeas e o Yuki você é uma criança." a mais velha respondeu dando de ombros, e riu em seguida, fazendo com que o Katsuki assumisse uma expressão emburrada.

Hiroko riu, e em pulinhos foi buscar algo para o filho mais novo comer. Ela sabia bem que Yuuri tinha uma certa tendência a engordar, ainda mais quando tinha seus ataques de ansiedade ou melancolia, mas nunca se importou com isso, para falar a verdade. Yuuri não deixaria de ser um garoto — ou melhor, um homem — incrível e um patinador talentoso, não importava o que entrevistas maldosas dissessem.

E era por isso que não queria que ele visse o que acabava de sair na mídia sobre seu programa livre, executado junto de seu neto. Yuko ligara mais cedo, falando sobre aquele vídeo que havia vazado de seu celular, mas a mulher afirmava que não foram as trigêmeas. Bom, na realidade já não importava mais quem postara no vídeo que viralizou, já estava feito.

De uma coisa, Hiroko tinha certeza: a cidade de Hasetsu ficaria muito movimentada.

 

—...—

 

"Eu não acredito que você arrastou até aqui, Vitya."

A última coisa que Victor ouvia ao desembarcar no Japão, com certeza era a voz irritadiça de Yakov. Mas bem, não era se se estranhar, levando em conta que havia sido arrastado da Rússia ali por uma simples suspeita levantada por Yuri Plisetsky e levada a sério pelo Nikiforov. Yakov realmente não conseguia entender como ambos podiam ser tão implusivos, e nem o porquê de Otabek estar tão calmo com toda aquela situação.

Na realidade, o técnico russo só tinha aceitado sair de seu país para ir ao Japão por que a final do Grand Prix seria ali, daqui a duas semanas. Do contrário, era certo que o mais velho entre os quatro ali teria batido o pé no chão e dito que nenhum deles saia da Rússia. Mas bem, no final ali estavam eles, andando por um aeroporto cheio de pessoas que certamente os reconheciam.

Victor, por outro lado, sentia cada vez mais que se afogava em seus próprios sentimentos, afinal, o vídeo, a música, Yuuri e a criança não saiam de sua cabeça. Desde o início, antes mesmo de conhecer Yuuri Katsuki pessoalmente, sabia se tratar de um homem trans não operado, afinal, a notícia havia repercutido aos quatros ventos no mundo inteiro quando ele se tornou o primeiro a conseguir uma vaga no JSF na categoria masculina, e aí começou seu interesse por ele, até se tornar seu técnico.

E bem, quando se relacionou com Yuuri, na última noite em que estiveram juntos, o quanto amava aquele corpo, aqueles traços. Ah, como o amava! Havia se dado conta disso bem antes, em uma certa noite em que o japonês estava bêbado, no entanto, após terem uma briga feia o bastante para gritar que odiava o Katsuki — o que, obviamente, não era verdade —. E agora, ao que parecia, aquele mesmo homem trans tinha um filho.

Um filho que só podia ser dele. E esse pensamento o assustava de certa forma. Quantos anos teria essa criança? Menos de quatro, com toda certeza. Qual era seu nome? Um nome oriental? Ocidental como o de Victor? Qual seria sua personalidade? E, mais o importante de tudo: como reagiria ao saber que tinha um outro pai?

Essas perguntas o faziam cair em um mar de distração, e até mesmo, ignorar as pessoas ao seu redor, os fãs que pediam uma foto ou mesmo uma palavra com o ídolo, o que não era de seu fetio. Os pensamentos lhe tiravam toda a sanidade, dando lugar a sentimentos que há muito tempo estavam guardados em seu mais profundo íntimo: alegria, tristeza, raiva, e, principalmente: amor e ódio por Yuuri Katsuki.

Ódio por Yuuri ter escondido algo assim de si, e amor... Amor porque nunca o esquecera de verdade, e porque, talvez, ele tinha um pedaço de si junto dele.

Porém, assim que saiu do aeroporto ele parou, repentinamente, e arregalou os olhos azuis de leve, uma dúvida chegando para lhe desestabilizar totalmente — quer dizer, ainda mais.

O que faria quando chegasse em Hasetsu?

 

—...—

 

Yuuri riu com uma ou outra besteira dita naquela mesa, ainda que a tensão recaísse sobre seus ombros. O celular não notificava nada, e não tinha como ser diferente, levando em conta que não renovava seu pacote de dados há um bom tempo. E sendo sincero como ele mesmo, não importava. Na realidade, Yuuri até mesmo achava melhor não ver as possíveis notícias que estavam saindo sobre ele — ou ao menos, assim teorizava.

Deixou os hashi de lado, terminando sua curta refeição. Com o tempo, ficara masi atento com as oscilações em seu peso, isso levando em conta que já precisa lidar com as oscilações de seu psicológico, não precisava de mais um problema. E ainda por cima, um grande problema.

O de cabelos negros soltou um longo suspiro, anunciando que iria acordar Yukiteru e se retirou da mesa em seguida, sentindo os olhos lhe queimarem as costas. Sua curiosidade pedia para perguntar, enquanto que sua insegurança mandava ignorar.

E ele, como sempre, deu ouvidos a insegurança, andando em passos nada firmes em direção ao quatro que dividia com o filho, mas sentia algo de diferente naquele dia frio: ao contrário do anterior, não nevava, mas havia uma grande sensação fria no ar, como se algo estivesse para acontecer, e Yuuri não gostava desse sentimento que pesava e pesava com forço em seu peito.

Tentou deixar isso de lado e caminhou até o quarto, entrando apenas após um longo suspiro. Não se sentia pronto para encarar todos aqueles posteres de Victor, ainda que o fizesse todos os dias. O próprio Katsuki não conseguia entender esse temor, que, do nada, se abatera sobre ele.

Balançou a cabeça negativamente. Devia estar assim por conta do programa livre.

"Yukiteru." chamou a criança, se aproximando para chacoalha-la de leve. O menino não tinha um sono pesado e por isso, despertara facilmente. "Que bom que você acordou rápido. Hoje tem escolinha, lembra?"

Ouviu um baixo resmungo partir por parte da criança, enquanto este coçava os olhos castanhos e se sentava na cama. Yukiteru não ter sono pesado e acordar bem disposto eram duas coisas bem diferentes. Para ser sincero, iria que o menino até era bem manhoso para se levantar.

Yuuri riu baixo, e abraçou o filho em seguida, com carinho, antes de tomá-lo em seus braços para levá-lo em direção ao banheiro. Agora pensava que, talvez, não deveria ter tomado banho quando acordou, afinal, com certeza Yukiteru o deixaria completamente ensopado.

 

—...—

 

Assim que colocou os pés em Hasetsu, pouco depois do meio dia,Vitor ainda pensava sobre o que deveria fazer — isto é, se deveria fazer alguma coisa, levando em conta que entraria de "paraquedas" na via de uma criança —, enquanto Yuri reclamava de alguma coisa aleatória com Otabek. O de cabelos loiros certamente estava cansado da viagem, e levando em conta que precisaria patinar na competição em breve... Yuri chegar a sugerir que usassem o Ice Castle como base de treinamento, mas Victor ainda não tinha certeza. Como Yuko iria reagir?

Como Yuuri Katsuki iria reagir?

Em sua cabeça, pairavam os mais diversos pensamentos, as mais diversas atitudes que poderia tomar — e confessava, entre elas algumas um tanto quando absurdas —, mas ainda assim não conseguia decidir o que fazer. Ouvia o Plisetsky falar ao telefone com alguém, e até mesmo rir, mas desconhecia quem estava do outro lado. Naquele momento, eles procuravam alguma hospedaria para se instalar, levando em conta que o Nikiforov se recusara completamente a ir à Yu-topia.

Mas na verdade, eles não sabiam se existia um outro hotel em Hasetsu, e Yakov já estava cansado de reclamar e dizer que deveriam ter ido a uma cidade maior, e resolver o conflito mais tarde, em um outro momento. Não que adiantasse falar muito com ambos os patinadores russos. O mais velho respirou fundo, e apenas se deixou levar pelos outros dois.

"Victor?"

O de cabelos platinados se virou, se voltando para o louro que, estranhamente, trazia um leve sorriso no rosto. "Acabei de falar com a Yuko." deu de ombros, enquanto que Victor arregalava os olhos azuis. Yurio havia sido impulsivo demais. Não que o próprio Victor não fosse. "Ela disse que se quisermos saber de alguma coisa é melhor perguntar diretamente ao Katsudon" e essa era uma coisa que o Nikiforov não sabia se estava pronto para fazer. "Mas em contrapartida, ela disse que o nome do pirralho é Yukiteru."

"Não o chame de pirralho, sabe muito bem que poder ser meu fil-" parou no meio da sentença, fitando o chão. Bem, se antes não tinha qualquer informação sobre a criança, agora sabia seu nome. Yukiteru Katsuki. Eraum nome bonito e, internamente, lhe lembrava o dia que apareceu nas termas, dizendo que treinaria Yuuri.

Sorriu, mesmo que não fosse a intenção.

"Tanto faz." Yuri resmungou, e discretamente entrelaçou sua mão na de Otabek. "Agora que já sabe sobre o moleque, o que quer fazer? Aparecer de repente na casa do Porco e dizer pro tal de Yukiteru que é o pai dele?" perguntou, ainda que não fosse confirmada a veracidade da última afirmação, ainda que tivesse certeza de que se tratava da verdade.

Victor ponderou, colocando a mão no queixo. É, chegar do nada na casade Yuuri não parecia ser muito conveniente — não que em algum momento de sua vida, Victor tivesse se preocupado com isso —, e então, uma ideia, ainda que um pouco absurda, lhe surgiu:

"Yuri, a Yuko disse o que o menino e o Yuu-" parou, e soltou um longo suspiro. "O que o Katsuki estão fazendo agora?"

"Ela comentou que o Porco está dando aula de patinação, e o pirralho está na creche." o Plisetsky deu de ombros, e em seguida, piscou ambos os olhos, assim como Yakov. Aquela pergunta de Victor certamente não fora aleatória, e eele estava planejando algo.

"Certo! Yakov, leve as malas para Yu-topia. Yurio, vamos visitar uma creche."

 

—...—

 

Yukiteru riu de algo que um de seus colegas falou, antes de voltar a correr pelo parque da escolinha, com os olhos da professora sempre fixos a si e as outras crianças. O menino de cabelos negros era um dos poucos ali que fazia um horário integral, levando em conta que seu pai trabalhava e Yuuri se negava da jogar uma resposabilidade que era dele aos seus familiares. Bem, Katsuki sempre teve um grande senso de responsabilidade, colocando tudo em suas próprias costas.

E com o filho não era diferente. Por mais que ele não desse trabalho aos demais. Muito pelo contrário, era uma criança quieta, que gostava de patinar, explorar e descobrir tudo ao seu redor, que amava aprender.

E talvez por isso  Yukiteru amasse tanto a creche, chorando apenas na primeira semana e depois, por vezes, era ele quem acordava o pai para ser levado, mesmo nos dias de chuva e neve densa. Poderia dizer que Yukiteru conhecia todos ali, criara laços com eles.

Menos com o homem de cabelo platinado que se aproximava de si, com um sorriso forçado, sem graça, junto de outros dois.

"Você é Yukiteru Katsuki?" a perguntou soou insegura, e em seguida, a criança assentiu, tímida. O menino não estava acostumado com desconhecidos. "Prazer, eu sou Victor Nikiforov."

"Victor?" a pergunta veio fraca por meio da voz infantil, como se a criança não acreditasse. Yukiteru levantou os olhinhos castanhos para encarar os azuis intensos de Victor, ainda sem acreditar que ele estava ali. Bem, era idêntico aos seus posteres.

"Sim, eu mesmo." o mais velho assentiu e riu em seguida. Victor se sentia nervoso como nunca na vida, não ficara assim nem mesmo em sua primeira competição. Seu coração palpitava mais que o normal, mais forte, e ele sentia uma imensa vontade de apertá-lo.

Se antes era uma suspeita, agoa se tornava uma certeza.

"Eu sou um antigo amigo d-" e naquele segundo, Victor não soube ao certo como se referir a Yuuri. Sabia que o antigo protegido gostava de ser tratado pelos pronomes masculinos, afinal, era um homem mesmo que a biologia dissesse o contrário. Mas e como Yukiteru se referia a ele? No masculino? Feminino? Como havia sido educado? "Da sua mãe."

"Do meu papai." o russo arregalou os olhos levemente. Não esperava ser corrigido por uma criança de tão pouca idade. "Papai disse que ele é diferente dos outros papais, mas não deixa de ser meu papai."

Victor se sentiu recuar perante a fala do menino, esta, ainda que repetitiva levando em conta a idade, deixava bem claro como ele finha sendo educado: com respeito, coisa que o próprio Nikiforov não tinha nessa idade, ou durante sua adolescência com seus familiares, mas não desejava se lembrar disso.

Balançou a cabeça negativamente e sorriu, se abaixando para ficar à altura do pequeno moreno. Yuri e Otabek apenas observavam com atenção, ainda que o louro tivesse um brilho no olhar, e um meio sorriso lhe decorando os lábios rosados.

"Você está certo Yukiteru, ele é seu papai" e talvez eu também seja foram as palavras que ficaram presas a garganta do russo, quando ele ousou tocar os cabelos escuros. Olhando mais de perto, a criança realmente tinha suas feições, e o sorriso não o deixava negar. "E já que eu sou amigo do seu papai, você quer dar um passeio comigo?"

 

—...—

 

Passava das cinco da tarde quando Yuuri teve a sensação de que desmaiaria ali mesmo. As pernas completamente bambas lhe davam a impressão de que iria cair em breve, sem qualquer sustentação destas, ao passo que cambaleou levemente para trás, se apoiando em uma das paredes de concreto e respirando com imensa dificuldade diante as palavras que havia acabado de ouvir.

O Katsuki tentava pensar racionalmente, não se desesperar, mas isso lhe parecia impossível naquele momento, com sua respiração ficando mais e mais descompassada. Um amigo da família?; se repetia em sua mente, enquanto o coração batia mais rápido acelerado. Os amigos da família estavam com ele no Ice Castle há pouco, e nenhum deles haviam comentado nada sobre aquilo, o que fazia Katsuki teorizar as piores coisas possíveis diante o que acontecia.

As professoras tentavam acalmá-lo, enquanto o porteiro se desculpava. Ele queria apenas chorar, e chorar muito. Yuuri sempre fora assim, ansioso, qualquer coisa lhe era motivo para deixar que as lágrimas caissem por suas bochechas, mas naquele momento era diferente.

Não era qualquer coisa. Alguém tinha levado Yukiteru embora, e ele não conseguia fazer ideia de quem poderia ser.

"Eu vou fazer uma queixa na polícia" foi a única coisa que saiu por entre os lábios trêmulos quando ele fez menção de sair dali. Uma das profissionais pediu para que ele ficasse, em vão. "Mas antes, quem foi esse amigo? Como vocês puderam deixar que ele levasse o meu filho?" perguntou, o desespero de Yuuri era até mesmo palpável em suas palavras quando em começou a chorar, escondendo o rosto entre as mãos.

"Ele estava acompanhado por mais dois." uma das mulheres se pronunciou, gentil. Era a resposável pelas crianças da classe de Yukiteru e se sentia imensamente culpada, queria chorar também. "Tinha um cachorro marrom e o cabelo meio branco, meio cinza... Desculpe, eu só permiti porque o Yukiteru-kun disse que o conhecia e-"

Quase que num impulso, Yuuri se livrou da mão consoladora da mulher, a encarando com surpresa, enquanto as lágrimas ainda rolavam pelos colhos castanhos. Se o que estava pensando tivesse acontecido...

Em meio aos gritos das professoras, o patinador se pôs a correr, mesmo sem ter um caminho certo. Se estivesse certo, havia três lugares one a pessoa da descrição podia estar: Ice Castle, Yu-topia ou Hasetsu Castle, e se fosse em qualquer um dos dois primeiros, com certeza teria sido avisado, então, o mais rápido que podia, correu em direção ao casarão ninja, ignorando os limites que a idade começava a colocar em seu corpo.

Eram inúmeros os pensamentos que iam e vinham, assim como sua vontade de sanar sua dúvidas, a ponto de ignorar tudo ao seu redor, como seu celular que vibrava insistentemente e as pessoas com as quais trombava e partia sem se desculpar — uma coisa que não costumava fazer, tendo a educação que possuía. E só parou ainda bem próximo, quando sentiu que já não conseguia mais respirar, e só aí pegou seu celular, onde uma mensagem de um número desconhecido se destava entre as demais.

O Hasetsu Castle continua tão bonito quando da última vez.

Naquele mesmo segundo, Yuuri voltou a correr, mais rápido do que de início, sem se importar com a dor que sentia em seu corpo, principalemente nas pernas, já cansadas de correr, e o baço lhe dando fortes pontadas. Mas naquele momento, nada mais importava.

Alcançou as escadarias do castelo, e tropeçou uma ou outra vez em seus próprios pés enquanto subia afobado, e ao finalmente chegar em seu objetivo, com a respiração descompassada, a primeira coisa que ele ouviu foram as risadas infantis e o latido de um cão, antes de ser derrubado pelo poodle marrom que lambia seu rosto, mas não era naquilo que Yuuri estava pensando naquele momento.

E sim no rostinho alegre de seu filho, que ria com alegria enquanto era levantado no ar por alguém maior, mais velho. A pessoa que passara quatro anos tentando esquecer e agora estava bem a sua frente, se voltando para si com um sorriso forçado.

"Olá, Yuuri."


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Notas finais do capítulo

SIM, EU TERMINEI O CAPÍTULO NESSA CENA -p hahahahahaha
Espero que tenham gostado, meus amores ♥ Eu não sei quando sai o próximo, mas espero que no ano novo, viu?

Beijoooocaaaas ♥