A Piece of Us escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 17
17 — Pergunta


Notas iniciais do capítulo

Oi gente bunita ♥

Eu sei que eu disse que retornaria apenas no dia 20, porém, contudo, todavia, entretanto eu acabei terminando ele antes e estou já na metade do 18, acho que vou conseguir até lá

Reta final da fic moçadaaaaaaaaaaaa eu to tão filiz e triste ao mesmo tempo aaaaaaah ;-; ♥ Eu sinceramente espero que gostem desse, e que fiquem ansiosxs pelo outro, e torcendo pra sair sábado

Boa leitura ♥



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Pergunta

 

YUURI encarou a tela do notebook, sem saber ao certo se estava pronto para ver a transmissão ao vivo dos programas curtos. Na verdade. Yuuri sequer sabia se queria fazer isso. As pessoas do outro lado estavam vendo Yukiteru, e sem dúvida alguma, comentando sobre seu filho. Isso o deixava apreensivo, com uma sensação de frio subindo por sua barriga e suas mãos tremiam. Ele estava sozinho ali e era quase como se fosse desmaiar.

Soltou um longo suspiro, se deixando clicar no serviço de streaming. Não sabia se teria coragem para continuar assistindo assim que começasse a falar sobre seu filho — ele podia não ter pesquisado nada sobre isso, mas sabia que o mundo da patinação certamente estava focado em sua criança —, mas ainda assim resolveu tentar, e se surpreendeu ao notar que já estavam no final do primeiro grupo. Sequer vira Phichit patinar, mas ao menos ainda veria Yuri e Otabek.

Otabek Altin entrou no rinque, e seus olhos castanhos acompanharam a apresentação, refinada desde a última vez que vira, sem erros graves nos saltos — ele apenas havia aberto um triple axel —. Yuri Plisetsky podia ser um monstro em constante evolução, mas certamente Otabek também se enquadrava nesse quesito.

E então ele terminou, junto das palmas que encheram todo o local, enquanto que o cazaque patinava em direção ao banco onde receberiam as notas. Yuuri, no entanto, não prestou a devida atenção no número anunciado seguido de fortes gritos da torcida. Todo o seu ser se focou apenas na criança de cabelos negros no colo de Victor, em que a câmera se focava rapidamente, antes de desviar para a plateia.

Era como se nada mais importasse, mas se deixou atentar as palavras dos comentaristas.

"E assim encerramos o primeiro grupo, e o segundo já se prepara para entrar em cena. Em quem você acha que devemos prestar atenção nesta noite, Sr. Morooka?"

"Certamente é difícil escolher um único patinador, no entanto, certamente Yuri Plisetsky vem se mostrando uma estrela em ascensão desde sua estréia no sênior, além de ser treinado pela lenda viva da pattinação mundial, Victor Nikiforov. Veremos sua evolução desde a última final logo no início do segundo grupo."

O Katsuki soltou um longo suspiro, e fitou a tela que agora focava no jovem patinador russo, com os dedos entralaçados à mão pequena de seu filhote. Yuuri podia ver o largo sorriso estampando o rosto infantil de Yukiteru e isso lhe aquecia o peito.

Contudo, sabia que aquela sensação duraria muito pouco tempo.

"Ora, ao que parece temos o competidor Yuri Plisetsky bastante próximo a criança misteriosa que roubou a atenção de todas as redes sociais junto a Victor Nikiforov nos últimos dias."

Ele não sabia dos cometaristas dizia aquilo, e também não queria saber. Mordeu o lábio inferior com certa força, parte de si se arrependendo de deixar o filho acompanhar o ex-noivo. Estava expondo Yukiteru, estava...

Respirou fundo, precisava se acalmar.

"Bem, seja quem for, acho que é melehor não espôr uma criança pequena dessa maneira." o japonês ouviu Morooka dizer, e em seguida ninguém dizer mais nada sobre seu pequeno menino. Ele até sorriria se não se sentisse nervoso. Precisava agradecê-lo depois. "Vamos observar agora a performance de Yuri Plisetsky."

Um novo suspiro deixou seus lábios brancos, e aquela foi a última apresentação que Yuuri viu antes de tomar seus remédios e dormir.

 

—...—

 

 

Já era de manhã quando Yuuri sentiu um pé insistente se mexendo sobre sua bochecha volumosa, o obrigando a abrir os olhos pesados de sono. Ainda que tudo parecesse ficar mais colorido ao observar Yukiteru dormindo sobre si, com um dos pézinhos em sua bochechas, ele não podia negar o cansaço. E a fome. Yuuri nem se lembrava se havia comido algo antes de se entregar ao sono.

Soltou um longo bocejo, enquanto que se mexia na cama para se levantar de modo que não acordasse o filho. Seu pequeno era tão adorável dormindo.

E foi apenas ao se levantar que notou Victor adormecido sobre um colchão qualquer colocado no chão e arqueou uma sobrancelha, confuso. Não por Victor estar dormindo ali — desde a vez em que haviam dormido juntos por conta dos ataques nas redes sociais, passara a considerar normal ver o russo dormindo em seu quarto — e sim pelo largo sorriso que se desenhava nos lábios do mais velho.

Ele parecia tão contente.

Claro que não era como se o ex não fosse um bobo alegre, mas ainda assim Yuuri tinha certeza de que aquele sorriso tinha alguma razão.

Dando de ombros e deixando aquele assunto de lado o japonês escolheu uma muda qualquer de roupa dentro de sua mala para si e uma para Yukiteru, deixando sobre o criado mudo e adentrou o banheiro. Um bom banho gelado certamente iria acordá-lo definitivamente, porém assim que se viu livre das roupas não ousou mudar a temperatura quente da água. Podiam estar no meio do outono, mas o frio parecia ter atacado com intensidade.

Assim que deixou o banheiro, no entanto, encontrou o russo de pé, tratando de arrumar a bagunça que fizera ao dormir e abriu a boca para perguntar-lhe como havia sido a noite, mas Victor foi mais rápido.

"Acho que ele me chamou de papai!" exclamou, mal contendo a agitação enquanto que abria um enorme sorriso. Yuuri chegava a ter medo de que ele rasgasse a boca, mas deixou aquilo de lado, arregalando os olhos castanhos enquanto que um sentimento de calor invadia seu peito. "Digo, acho mesmo porque ele estava quase dormindo, e ele podia estar dando boa noite pra você, sei lá!... Eu mesmo quando era pequeno dava boa noite pros meus pais mesmo que eles estivessem em outra cidade... Ah, Yuuri! Eu posso estar me iludindo, mas estou tão feliz!"

O moreno não pôde evoitar acompanhá-lo com um sorriso largo, sendo levado pela animação que emanava dele. Sim, sabia por relatos de sua mãe que, por noites quando estivera no trabalho e não conseguira voltar para casa, Yukiteru lhe dissera boa noite ainda assim. Mas a felicidade de Victor era tão bonita, tão palpável, que ele também preferia acreditar que o filho dissera aquilo a ele.

"Espero que ele se lembre quando acordar... Ah, eu estou tão feliz!" Yuuri parou para se atentar novamente ao que o mais velho dizia. "Eu sei que sou um bobo esperançoso, mas... Mas faz tanto tempo que eu queria ouvir isso."

"Eu não te acho um bobo esperançoso." o moreno deu de ombros. "Bem, acho sim, mas dessa vez... Você tem razão em estar assim." ele pôde ver Victor quase comemorando sua palavras, enquanto que Yukiteru acordava com o barulho, manhoso e pedindo colo, arrancando risos ternos do russo.

Em seu interior Yuuri queria poder ver aquela cena todos os dias.

 

—...—

 

 

"Papai vai com a gente?"

A noite seguinte havia começado a cair há pouco, mas ainda assim as ruas já estavam escuras, assim Yuuri podia observar pela janela do quarto enquanto terminava de abotoar o caso de Yukiteru para que ele acompanhasse Victor por mais aquela noite. A pergunta, no entanto, não o pegou de surpresa, e ele apenas sorriu.

"Papai está dodói, então vai ficar aqui." respondeu, em meio a um sorriso doce, de forma a tentar acalmar o filho. "O papai Victor vai com você." arriscou. Durante todo o dia e a tarde o menino nenhma vez pronunciara a palavra papai, ao menos não a respeito do Nikiforov e Yuuri sabia o quanto isso deixava Victor abalado.

"Papai Victor?"

"Sim, ele é seu papai também."

"Não." Yuuri quase riu da carinha emburrada que se desenhava no semblante do filho, mas optou por se manter sério, ainda que adotasse uma postura gentil.

"Mas ele te ama como o papai te ama, Yuki." argumentou. Sabia que precisava ser cuidadoso com as palavras e principalmente respeitar o espaço de Yukiteru. "Você não ama ele?"

Por um momento, a criança pareceu parar para pensar.

"Não como o papai." a criança respondeu, e o maior pensou que aquilo ao menos era menos mal. Yukiteru amava Victor — não que fosse difícil a uma criança pequena amar alguém —, e no momento, aquilo lhe parecia bastar. "Papai ama Victor?"

A pergunta o pegou de surpresa, e por um momento Yuuri pensou no que deveria responder, mas nenhuma palavra lhe vinha a mente. A questão levantada pelo filho era um tanto quanto inconveniênte, e ainda por cima, era algo em que estava evitando pensar, mesmo que soubesse que em uma hora teria que confrontar a verdade, e com ela, seus sentimentos.

Amava Victor? O que poderia ser considerado amor pelo de cabelos platinados, para começo de conversa? A sensação de calor em seus peito sempre que conversavam sobre Yukiteru? As borboletas em sua barriga cada vez que via um largo sorriso sincero por parte dele? A maneira que seu coração batia forte cada vez que sentia o toque de seus dedos quentes sobre seu ombro?

Quase parecia tolice. Se reencontraram há apenas duas semanas, passaram os primeiros dias trocando hostilidade, brigaram por divergência e falta de comunicação no passado, mas era como se nada daquilo tivesse acontecido, como se fosse um passado distante cada vez que Yuuri pensava no que sentia.

Yuuri se deixou sorrir, seu semblante repleto de ternura enquanto que terminava de amarrar os cadarços do tênis do filho. Eram tantas as coisas passando por sua cabeça que seu coração batia até mais rápido que o normal, de modo que ele quase o sentia saindo por sua boca, e ainda assim, era uma sensação boa. Quase tão boa quanto na primeira noite que Victor havia dormido na pousada de seus pais, há quatro anos atrás, quando sequer imaginava que um dia teria um filho dele em seus braços.

Não havia o que, e nem porque negar.

"Sim Yuki, papai ama o Victor."


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Notas finais do capítulo

Mais cinco capítulos amoreeeeeeesss ♥ Já to até preparando meu textão de despedida hahaha (rindo de tristeza)

Até sábado, se tudo der certo ♥



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