A Piece of Us escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 16
16 — Final


Notas iniciais do capítulo

OLHA SÓ QUEM SURGIU DAS PROFUNDEZAS DO INFERNO

Eu mesma, Caroline Mello -p Bom, primeiro eu peço desculpas, não pela demora, mas por eu ter dito que responderia os comentários e não fiz isso e provavelmente não poderei fazer tão cedo, porque vou ter parentes de outro estado em casa e depois provavelmente vou viajar ;-; sad but true

Segundo, eu peço desculpas pela demora. Eu tinha o cap escrito na cabeça, mas comecei a digitar e simplesmente parou de sair ;-; Depois disso não consegui usar o PC, enfim... Foi difícil ;-;

Esse capítulo não ficou como eu queria, mas eu gostei do resultado (olha que raro). Ele foca mais no Victor e não tem muito foco nas apresentações (talvez o próximo tenha).

O próximo provavelmente saí no sábado que vem, dia 20. Será um capítulo programado (se sair, não prometo nada -p) porque é meu aniversário (aceito comentários, recomendações e que vocês indiquem pres amiges de presente ~mentira porém não~ ~apanha~)

Ps: No último capítulo eu disse que a Amelie tinha um ano, na verdade ela tem dois.

ENFIM, vamos ao capítulo ♥ Boa leitura ♥



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Final

 

YUURI se sentiu surpreso quando viu Victor atravessar a porta do quarto, trazendo consigo Yukiteru adormecido e, seus braços e arqueou uma de suas sobrancelhas negras, perguntando silenciosamente o que havia acontecido.

O russo suspirou, se aproximando com calma e cuidado para não acordar o filho, e trazia um semblante entristecido em seu rosto de feições bonitas. "Acho que ele não gosta de mim." disse, o tom de voz soando extremamente baixo, mas de forma que Yuuri conseguia ouvir.

"O que? É claro que gosta." o japonês disse, dando de ombros enquanto que tomava a criança em seus braços, dormindo de forma tranquila. Ainda assim se perguntava o que poderia ter acontecido. "Victor, se for porque ele começou a chorar..."

"Realmente." Victor o interrompeu, e Yuuri resolveu lhe escutar, enquanto ambos levavam o menino para a cama. "Ele estava chorando e pedindo por você e eu não soube fazer nada... De verdade, Yuuri, eu sou um péssimo pai."

O moreno comprimiu um risinho, enquanto que com cuidado colocou o filho sobre a cama que dividiria com ele nos dias em que estariam ali. Sim, Victor certamente não era o maior ou melhor exemplo de pai existente, não tinha experiência com uma criança pequena, mas ainda, assim, tinha tudo o que Yukiteru precisava: ele amava o menino, e isso era mais que suficiente.

E bem, Yuuri não sabia exatamente o que sentir em relação a isso. Victor lhe deixara bem claro que não pretencia lhe tirar Yukiteru — e acreditava com veemência na palavra dele —, mas sabia que, uma hora ou outra, o russo teria que ir embora, e que até lá o filho estaria apegada em demasia a ele. Seria uma separação sofrêga para ambos os lado.

Claro, essa separação não precisaria existir caso eles estivessem juntos, mas naquele momento Yuuri não queria pensar nisso. Eles estavam bem separados, por mais que o amor ainda não tivesse morrido por completo dentro de si.

"Você não é um péssimo pai." disse baixinho, e Victor que observava a criança dormir, voltou seus olhos azuis para ele. "Não é o melhor pai do mundo, isso é verdade, mas... Você só precisa aprender lidar melhor com ele, e esperar o Yuki se acostumar com isso... Você sabe. Ter duas imagens paternas."

"Só?" o Nikiforov arqueou uma de suas sobrancelhas platinadas, quase que ofendido. "Como assim ? Yuuri, ele me odeia!" choramingou.

"Victor, ele só chorou." revirou os olhos castanhos. "Se isso significa odiar, então ele me odiava profundamente quando eu ia dar de mamar a ele, porque eu nunca vi um bebê chorar tanto por estar com fome mas não querer tomar leite. Não se preocupe, o Yuki vai se acostumar a te ter por perto, digo, se acostumar ainda mais..."

"Espero que ele não se acostume depois que eu for embora." o outro resmungou com um biquinho, e Yuuri achou que aquela seria uma ótima hora para perguntar.

"E quando pretende fazer isso?"

"Não sei." Victor foi sincero. Não sabia certamente, por mais que desejasse ficar o resto de sua vida ao lado do pequeno que dormia tranquilamente. E talvez também junto ao pai deste. "Acho pelo fim de novembro ou começo de dezembro. Isso é, se você me deixar ficar na sua casa."

Yuuri sorriu. Mais um mês ou um um mês e meio ao lado de Victor definitivamente não poderia ser ruim.

 

 

— ... —

 

 

Na manhã seguinte, Yukiteru parecia um tanto quanto mais agitado que o normal, e, por mais que ver o filho correndo para todo o lado deixasse Victor feliz, ao mesmo tempo o deixava preocupado. Bem, como necessariamente ele poderia encontrar uma criança de três anos escondida em um apartamento de três quartos? — bem, ele era Victor Nikiforov, algo assim não era difícil de se conseguir, mas achar sua cria sim.

Quais os lugares possiveis onde alguém daquele tamanho poderia ter se escondido? Já olhara debaixo das camas, da mesa, nos armários, guarda-roupas, tudo! E agora checava um dos banheiros, preocupado. Yakov havia conseguido convencer Yuuri a sair com ele para resolver algumas coisas, aproveitando que não haveriam repórteres ali por aquelas horas.

O que diria ao japonês quando ele chegasse? "Olha, perdi nosso filho aqui dentro" definitivamente não era uma boa opção.

E foi nesse momento que ouviu alguém bater a porta. Pensou seriamente em ignorar, pois sabia bem que não era o casal de noivos, muito menos Yuuri e Yakov, já que haviam levado as chaves. Mas a pessoa do outro lado era insistente e ele se viu obrigado a cessar a busca para atendê-la.

Do outro lado, o sorriso de Yukiteru era notável — e a sujeira em suas roupas, bochechas e cabelo, que ele não sabia de onda havia saído também —, assim como o do homem que o acompanhava. Chris parecia um tanto quanto debochado.

"Olá, alguém perdeu um filho?" o suíço perguntou, já adentrando o lugar, seguindo um garotinho sorridente que falava pelos cotovelos de forma embaralhada. "Ora, parece que você não é muito bom brincando de pique esconde."

Victor fez um bico.

"Não seja chato, Chris. Eu estava contando o suficiente para que ele pudesse se esconder." ele respondeu depois de um sorriso aliviado. Yuuri lhe comeria vivo caso tivesse chegado e Yukiteru não estivesse ali. "Aonde o encontrou? E como ele se sujou de terra assim?"

"Encontrei ele no fim do corredor, quase se enfiando em um vaso de plantas. Você tem sorte dele não ter sido pego por algum funcionário." o de cabelos tingidos disse, já se aconchegando ali. "Nem todo mundo sabe que essa cópia do Yuuri é filho de Victor Nikiforov."

"Nossa, como você é um bom amigo." revirou os olhos. É, pelo jeito estava realmente óbvio sua paternidade ali. "Vou dar um banho nele, vem junto?"

Christiphe Giacometti sorriu genuinamente e seguiu o melhor amigo para um dos banheiros. Estava ali como treinador de Phichit e o tailandês havia lhe contado sobre aquela história assim que voltara do Japão. Claro que não acreditou em uma palavra, não havia visto o vídeo até então, mas aquela mídia e as demais fotos que Phichit fez questão de lhe mostrar deixava claro a verdade ali.

Sentou-se sobre a tampa do vaso, e se colocou a observar Victor trabalhando em convencer Yukiteru que precisava tirar as roupas para se banhar — e só conseguira prometendo a criança que lhe deixaria vestir o que quisesse depois —, e em seguida ligando o chuveiro em uma temperatura que fosse agradável. Chegou até mesmo a rir quando o Nikiforov se viu obrigado a entrar junto do filho no banho, ainda que estivesse vestido.

E Victor nem podia dizer que aquilo o deixava irritado. Não. cada um daqueles momentos eram preciosos, e ele sentia como se estivesse se aproximando cada vez mais daquela criança, que quisesse ou não, era fruto do amor que ainda não conseguia matar em seu coração, por mais que tentasse.

"Então... O seu noivo está aqui?"  o mais novo ousou perguntar, acompanhando o russo a um dos quartos, onde iria secar  o menino e a si mesmo.

"O Yuuri não é meu noivo, não mais, e você sabe disso." Victor deu de ombros, resmungando enquanto secava o corpo molhado do menino, que narrava em detalhes para Chris o episódio de algum desenho qualquer. "E bem, o Yuki não viria comigo se o Yuuri não viessa também. Ontem quando nós chegamos ele se trancou no quarto e não saiu mais, não sei que tipo de milagre Yakov fez para convencer ele a sair." deu de ombros. "Ah, Chris! Pode pegar as roupas que Yuki pedir na mala dele? É a amarela com pintinhas azuis."

"E você, está gostando de ser pai?" indagou, enquanto que atendia o pedido do outro, e ao voltar seus olhos verdes para Victor viu o rosto deste se iluminar.

"Estou adorando! É incrível, todos os dias eu tenho uma descoberta nova!" exclamava, alegre. "Ele é tão fofo, Chris! Você deveria ver, ele sabe de cor todas as músicas de Hamtaro e esse desenho tem o que? Dezessete ou dezoito anos a mais que ele e... Ah! Ele adora pegar as roupas de patinação do Yuuri, e tem vários pôsteres meus! Isso é tão incrível!" ia falando e então o mais notou como ele pareceu menos empolgado, e um brilho de tristeza passou por seus olhos. "... Claro que, seria bem melhor se ele me aceitasse como pai, mas até agora, tudo está sendo tão... Tão maravilhoso."

"Essas coisas levam tempo mesmo." Chris sibilou enquanto que pegava a camiseta vermelha com bolinhas pretas e a calça amarela de listras brancas que Yukiteru havia pedido. Se perguntava internamente como Yuuri tivera coragem de comprar aquilo. "Mas tirando isso vocês parecem estar se dando bem, até."

"Bem, nós estamos nos acertando de certa forma. Eu aprendo mais sobre ele e ele me deixa ficar mais próximo." deu de ombros, e se colocou a subir a cueca do menino, e em seguida, o restante de suas roupas. "Só precisa aprender a ser mais firme nas broncas. Acredita que o Yuuri brigou comigo e disse que eu sou muuto mole."

"Acredito, claro."

"Não é pra acreditar traídor!" Victor fez bico, tomando uma falsa postura ofendido. "Ele reclamou que eu não briguei com o Yuki por jogar lama em mim! Eu ia até dar uma bronca nele, mas ele me olhou daquele jeitinho, ah... Você não vai entender até ter as próprias crias."

"Nesse caso, eu prefiro nem aprender." Chris disse, se levantando em seguida. "Mas bem, Victor, acho que preciso ir. Phichit colocou na cabeça que quer treinar a manhã inteira. Me diga se eu mereço reinar alguém assim?"

"Do que você está falando? Eu treino o Yurio!"

"É, realmente o seu trabalho é pior." os dois se encararam por um momento e riram em seguida,  enquanto que Yukiteru se focava em tentar trançar o cabelo do pai. Victor não levantou dali nem quando Chris se despediu e se foi por fim, e assim que o filho terminou sua arte, não resistiu a tirar inúmeras fotos — e chorar um pouco de fofura também.

Afinal, não sabia até quando teria momento como aquele em sua vida.

 

 

— ... —

 

 

A noite, quando chegaram no lugar em que finalmente seria o palco dos programas curtos daquela final, Victor se sentiu um pouco nervoso. Yukiteru tinha gasto bastante energia pela manhã e dormido bem durante à tarde. Comera o suficiente e estava risonho quando Yuuri lhe beijou a bochecha antes de sairem, e até o presente momento, nada de choros desconsolados.

Na verdade, o único problema que haviam tido até o presente momento foram os repórteres e a enxurada de perguntas inconvenientes — e como suspeitava, a maioria sobre seu filho.

Para a sua sorte, Yakov disse que tomaria controle da situação, e que ele deveria se focar nos dois atletas ali, afinal, estavam em Tóquio para garantir que o russo e o cazaque saíssem dali com alguma medalha e assim o fariam, certamente.

Já na entrada ele acenou para Isabella que trazia a filha no colo e a mulher se aproximou, levando com ele uma gostosa conversa enquanto tanto Yukiteru como Amelie pareciam iniciar uma conversa infantil, ainda que a menina falasse de forma bastante embaralhada e o pequeno moreno errasse algumas das palavras.

Caminharam até o gelo, onde os patinadores iriam começar o reconhecimento antes do primeiro grupo patinar, e Victor notou os olhares curiosos sobre si, tanto de atletas, quanto de treinadores e alguns curiosos ali. Não se incomodava com aquela atenção, mas pensava se isso faria bem ao filho. Definitivamente não queria ler as manchetes no dia seguinte.

"Não ligue, essa atenção vai ficar em cima de vocês por um bom tempo." a canadense disse, colocando a filha no chão para que assim ela pudesse correr em direção ao avô ali perto, ainda que um pouco desajeitada. "Só não deixe que eles cheguem perto do Yuuri, vai fazer muito mal a ele e afetá-lo demais por causa da ansiedade. Jean é igual."

"Garota, tem certeza que você tem só vinte e dois anos?" ele perguntou e Isabella riu em seguida, observando Amelie se divertindo com os avós, ainda que os olhos azuis da menina estivessem focados com admiração no pai.

"Claro que tenho, mas a futura mãe de dois tem que ser responsável." brincou, levando as mãos a barriga ainda imperceptível, para em segiuida se voltar a Yukiteru. "E você coisinha mais linda desse mundo, a tia Isabella pode apertar as suas bochechas?"

"Pode!" o menino exclamou, e Victor pensou que ia morrer com tanta fofura quando ele abriu um largo sorriso e começou a rir das cócegas que Isabella fazia em sua barriga, por de baixo do casaco grosso. "Victor também pode."

O russo sentiu o peito aquecer com aquela permissão, ainda que não tivesse pedido por aquilo. Amelie se aproximou logo em seguida, enciumada pela mãe estar danbdo atenção a outra criança enquanto que Victor abraçava forte o filho como se sua vida dependesse disso.

E assim se seguiu até que o primeiro grupo patinasse. Ele viu como JJ beijou de leve os lábios de Isabella e as testa de Amelie antes de deslizar pelo gelo e observou o quanto a performance dele era limpa, livre de erros muito pesados. Precisava admitir que desde àquela final, Jean-Jacques Leroy havia evoluído como um monstro.

Já no fim do primeiro grupo, quando Otabek foi o último a patinar Yukiteru começava a apresentar seus primeiros sinais de sono, e Victor temeu que por acaso ele começasse a chorar ali mesmo. Yakov já havia voltado, ele podia pedir para que assumisse, mas ainda assim...

Logo em seguida, era a vez de Yuri. Assim que o noivo colocou os pés para fora do gelo o de cabelos dourados tratou de lhe selar os lábios rapidamente, antes de deslizar para o canto das barras de proteção e agarrar uma das mãozinhas de um Yukiteru sonolento.

"Você me deseja sorte?" o loiro perguntou ao menino, e Victor não controlou o riso.

"Davai!" o menino respondeu em sua exclamação baixa. Nenhum dos dois russos sabia onde ele aprendera aquilo, no entanto tinham completa ciência de que a cada dia que passava uma criança aprendia mais e mais. E então, quando seu nome foi chamado, Yuri finalmente se afastou.

A apresentação do Plisetsky seguiu limpa, com poucos erros, levando o tema luta bastante a sério. Victor sabia bem disso, mas seus olhos estavam focados na luta do filho, que parecia lutar contra o sono e assistir aquela apresentação até o fim. Naquelas duas semanas ouvira muito da parte dele que gostava dos programas de Yuri.

Quando a música se encerrou ele sorriu agradecido, e pediu a Yakov para que acompanhasse o louro na consulta das notas, enquanto que se afastava. Yukiteru não estava chorando, e ele queria aproveitar aquilo para niná-lo antes.

Em um canto mais quieto ele fitou a carinha sonolenta, e se pôs a acariciar os cabelos escuros do garotinho, que tinha um sorriso contente no rosto. Era a primeira vez que assistira uma final.

"Yuki está com sono?" perguntou, ainda que bem soubesse a resposta. "Quer dormir?"

"Yuki quer sim." a criança respondeu, e Nikiforov o ajeitou melhor em seus braços. Nas últimas duas semanas Yuuri havia lhe ensinado como fazer isso, porém ainda não havia pego o jeito.

"Então boa noite, meu amor." o de cabelos platinados sibilou, antes de depositar o beijo sobre a testa alva do menino que fechava os olhinhos castanhos.

"Boa noite..." ouviu-o sussurrar baixinho. "Boa noite, papai..."

Os olhos azuis de Victor se arregalaram levemente, e ele fitou a face do filho, já entregue ao sono. Ele sabia, sabia muito bem que poderia ter ouvido errado, que Yukiteru poderia estar falando com Yuuri mesmo que o japonês estivesse longe, mas nem por isso seu coração deixou de bater mais rápido.

Uma chama de esperança de acendia para ele.


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Notas finais do capítulo

Espere que tenham gostado e até (talvez) sábado que vem ♥



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