Capitulo 5 - Alec

Eu estava ali, no quarto ao lado do meu, perdido em meus pensamentos, olhando a jovem que dormia em minha frente.

Não sei oque está acontecendo comigo! Como eu um Volturi posso me importar tanto com uma Cullen? Eu a conheci na campina anos atrás, mas naquele momento ela não me despertara nada além do que indiferença. Eu estava tenso por ter uma possível luta dura pela frente e não via a hora de ter que acabar com aquilo logo... Mas hoje quando a vi entrar na sala dos tronos foi como se uma dor inesperada surgisse em mim. Imaginei que se tivesse tirado a vida daquela criança há sete anos, eu não teria nunca a oportunidade de ver a mulher mais linda que conheci em toda a minha vida imortal.

Ela estava ali, dormindo na minha frente, com a respiração tranquila e os cabelos acobreados espalhados ao seu redor e pela primeira vez em mais de mil anos senti como se eu tivesse um coração vivo em mim, quis ser alguém melhor de alguma forma... Eu nunca havia sentido essas coisas em toda a minha vida!

 Quando eu percebi oque aquele homem insignificante havia feito, se aproximado dela esperando uma oportunidade de ela poder retribuir, ligar pra ele ou algo do tipo, senti um ódio como nunca havia sentido. Precisei me conter para não demonstrar nada á ela e para não sair correndo em velocidade sobrenatural e sugar até a última gota de vida que tinha dentro dele. Não pude não naquele momento. Ao lembrar disso me levantei e fui até o cesto de roupa sujas no banheiro, peguei a roupa que ela estava usando, sentindo o cheiro dela ali, um cheiro doce e agradável, peguei o cartão que estava no bolso da roupa e coloquei no meu, eu não daria á ela a possibilidade de pensar nele depois caso o encontrasse, mesmo que esse ser insignificante já não exista.

Voltei para o sofá onde eu estive sentado antes, mas não consegui ficar ali por muito tempo, então me materializei ao lado dela. Senti seu cheiro que era bom, mas nada comparado ao de humanos, ela não me dava sede, ouvi sua respiração tranquila, o bater de seu coração... Seu rosto estava sereno, relaxando, deixando que eu visse como ela realmente era linda. A pele branca, mas não tanto como a minha, o rosto perfeito como uma porcelana translúcida e frágil, as sobrancelhas grossas e no tom do cabelo acobreado misturado com chocolate, preferi não olhar muito para o seu corpo, mas sim ela é com certeza magnifica.

Apenas um pensamento se intensificava em minha mente: não posso sentir nada, não posso olha-la assim – era só nisso que eu podia pensar. Ela é uma Cullen, eu um Volturi, e estou aqui a trabalho, tenho que cuidar e ensinar, nada mais.

Voltei para o sofá e fiquei lá a observando, lembrando-me do que havia ocorrido há algumas horas atrás, quando entrei no quarto e a vi chorando. A primeira coisa que quis foi acabar com o motivo que a entristecia, nem consegui me conter e me aproximei dela, nem acredito que a toquei, essa garota me tira do controle. Faz meu mundo cair quando olho nos seus olhos... Eu indiscutivelmente não permitiria que nada a machucasse, eu sentia em minha pela a necessidade de protegê-la, não importa de quem ou as consequências que me traria.

—Alec? – Me chamou Jane em um tom baixo abrindo a porta delicadamente, ela me viu no quarto sentado e me olhou com aqueles olhos astutos de quem me conhece demais, ser gêmeo às vezes é uma droga. Me levantei e sai do quarto não queria que ela acordasse  a jovem que dormia tão lindamente.

—O que você quer Jane? – Perguntei meio impaciente.

—Eu e Demetri estamos te esperando para planejar o treinamento da Cullen, teremos muito trabalho pela frente, mas não vejo a hora de começar... – disse ela com aquele sorriso infantil no rosto.

Tive que me segurar para não despejar milhões de palavras e reprovações, sei que ela consegue ser muito maldosa quando quer e a ultima coisa que preciso é ver a Cullen sofrer com a dor que minha irmã pode provocar, mas mesmo assim não seria bom que ela desconfiasse sobre os meus sentimentos pela jovem. Então preferi me manter calado, sério e intransponível.

—Tudo bem, vamos lá eu estava mesmo pensando por onde começar. – menti.

Fomos para a grande biblioteca, onde Demetri já nos esperava.

—E ai cunhadinho, estava curtindo a vida de babá em tempo integral? Sabe, ela não vai morrer enquanto dorme, ela tem sangue imortal – falou ele com um sorriso irritante.

—Cale a boca Demetri ou eu calo por você, sabe muito bem que só estou cumprindo ordens do mestre. E pelo que sei você não é meu cunhado!? – falei tentando mudar de assunto, e arqueando minha sobrancelha ao olhar para ele e Jane que já estavam sentados em um dos sofás do local.

—Não, não sou por enquanto... – disse ele sorrindo sugestivamente para Jane. – Mas caso realmente sua maninha não me queira eu posso tentar algo com a Nessie, ela é uma mulher muito bonita. – falou ele rindo.

O metralhei com os olhos, só de pensar na ideia fiquei enojado. –A qual é Demetri, viemos aqui pra planejar um treinamento ou ficar falando sobre seus delírios? - Falei friamente.

—Demetri, não se meta com Renesmee, isso é uma ordem. E vamos ao que interessa- Disse Jane com certo ciúme na voz.

—Tá legal, mas não precisa ficar com ciúmes meu amor, sou todinho seu se quiser. - Disse ele sorrindo. - Vamos lá, temos muito pra fazer com a Cullenzinha, Aro disse que o poder dela é maior do que imaginava, então já sabemos como ele vai defendê-la com unhas e dentes.