Mad Wolf escrita por Liran Rabbit


Capítulo 5
Capítulo IV — Drink me




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Pequena e "indefesa". Será que naquela forma ainda conseguiria se transformar em lobo para se defender? Uma pergunta bem idiota para uma situação séria como aquela, estar exposta ao perigo e a magia por alguém desconhecido.  

Ruby se agarrou ainda mais a faixa enfeitada na cartola, como se segurar firme fosse ajudar a não cair ou manter pensamentos ruins longe. Não era a melhor das ideias, mas usar de seus sentidos poderia auxilia-los, talvez fugir de volta para a casinha ou caminhar par um lugar a qual ninguém frequentava despistaria suspeita de qualquer um. 

Mas voltar para a casinha significaria encarar quem quer que estaria por lá depois de sumir com o espelho e seguir outro caminho alternativo poderia acarretar de faze-los encontrar com alguém aliado ou de más intenções. Eram várias as chances que tinham de sumir dali. 

O cheiro ao seu redor não lhe mostrava nada hostil, nem o fumo da lagarta ou de gato como o Cheshire, apenas de cogumelos e flores. Sentia o cheiro doce e de chá vindo do Chapeleiro com um pouco de pó que a fez espirrar, atraindo uma risada e fazendo Ruby resmungar, coçando o nariz e voltando a cheirar o ambiente ao redor deles. 

— Deveríamos voltar, mas tenho a impressão de que algo nos aguarda... — O Chapeleiro comentou, coçando a cabeça e por consequência, balançando a cartola, essa que fez Ruby se agarrar ainda mais. 

— Talvez por que vá ter algo por lá, não é mais seguro e sua rainha sabe que estou aqui — Ruby falou, respirando fundo quando a cartola voltou a sua posição aceitável para ela se mexer até a ponta, se agarrando a ponta dela e de cabeça para baixo, encarando os olhos do Chapeleiro — Poderíamos nos aproximar parar eu sentir o cheiro de alguém próximo, mas temo que seja uma armadilha e que fosse tarde demais para escaparmos — Contou. 

— Como é espertinha —  O Chapeleiro riu brevemente, sorrindo de forma marota para Ruby e que essa apenas retribuiu. 

— É usar a inteligência ao invés de se acomodar demais, Chapeleiro — Respondeu com humor, voltando para a se agarrar —  Poderíamos procurar por Cheshire, ele poderia saber onde nos deixar ou nos contar se tem alguém em sua casa — Sugeriu enquanto o Chapeleiro seguia caminho lentamente de onde tinha vindo. 

— Você não recorda das regras —  Ele bufou. 

— Ouvi e elas são tolas, deveríamos ter o auxilio de alguém que não quer distância de sua pessoa — Ela falou, rolando o olhar com a criancice dele — Por favor, ou voltamos para a casinha ou fiquemos sabendo quem pode estar lá, se for para ir direto para uma armadilha, me deixe nesse tamanho no meio de todo esse mundo gigantesco — Falou, num suspiro. 

— Não me convenceu — Ele falou por fim, assustando Ruby quando sua mão a pegou e a deixou frente a seu rosto. 

Claro que ela se assustou, alguém que era um gigante em vista apenas por uma poção de um frasco, temer era a palavra certa e Ruby temeu por poucos segundos até se ver admirada por aquele olhar. Pareciam pedras preciosas e que lhe mostravam o mais profundo de sua alma. A janela da alma de um homem louco era a coisa mais bonita que viu ao momento, não poderia se convencer ao contrário do que era óbvio. 

Deixada em apenas uma mão, a outra se moveu e ofereceu uma migalha de algo que parecia ser de um bolo, algo estranho para se ter num bolso.  

— Faz o efeito contrário da bebida daquele frasco, mas se não confiar em mim, tem os cogumelos que também surtem o mesmo efeito — Ofereceu e Ruby torceu a face em uma careta, provou apenas alguns cogumelos e poucos eram comestíveis e outros poucos eram de teor saboroso. 

Com uma face desconfiada, olhou rapidamente para o Chapeleiro e respirou fundo, aceitando a migalha, mas sendo impedida de comer tal. 

— Apenas coma quando se transformar ou defender de alguém que não use magia, se a rainha usar magia contra você, fique nessa forma — Ele explicou — Os guardas vão pisar em cima de você, então deverá comer a migalha. 

— Está me oferecendo agora, por quê? — Indagou. 

— Vamos procurar Cheshire por conta da sua teimosia em confiar nele — Contou e Ruby sorriu fracamente — Mas... — Se sobrepôs a sua frase dita antes, fazendo o sorriso de Ruby desmanchar — Não garanto que aquele risonho vá ser de grande ajuda — Argumentou. 

Então tinham parte de um plano, ele a deixou por momento no bolso de seu sobretudo gasto pelo tempo, a qual ficava perto do peito. Ruby mante apenas os olhos para fora, encarando qualquer coisa suspeita e tendo de falar em um tom alto para que o Chapeleiro pudesse escuta-la. 

Ele parecia saber onde estavam indo e quando pararam, estranhou e se escondeu como pode. 

— Quem diria que mesmo ajudando a lobinha a não ser pega quando os guardas apareceram, é você que vem pedir minha ajuda — A voz de Cheshire se fez presente e Ruby pensou se poderia ou não espiar o que se passava, mas aguardou — Em que posso ser útil, meu caro Jefferson? — Cheshire indagou. 

— Ruby Lucas ainda precisa de ajuda e acredite, prefiro que arranquem minha cabeça novamente do que pedir ajudar a um ser como você — Replicou de mal humor — Do pouco tempo que despistou os guardas, sabe o que aconteceu ao espelho? — Perguntou. 

— Claro que sei, sou os olhos deste reino — Respondeu, convencido — Rainha de Copas mandou uma de suas belas ajudantes com mais alguns guardas retirar o espelho de seu lugar — Contou. 

— Ajudante? Seria a nova forasteira que ela abrigou? — Indagou de volta e Cheshire deu uma leve risada. 

— Se falamos daquela adorável e pobre moça, então sim — Respondeu — Ela está na casa da Duquesa, o espelho, no entanto, foi levado para o castelo — Contou e pelo respirar do Chapeleiro, bem, ele parecia prestes a perder a paciência restante — Algo mais, Jefferson?  

— Sim, preciso que faça um favor — Falou e Ruby sabia que ele estava tentando — Pela lobinha, nada mais pedirei a você depois disso — Completou. 

— Pois fale, minha curiosidade em ver como seu orgulho se quebra com apenas poucas palavras fica mais saciada — Zombou. 

— Minha casa, uma última vez e peço, poderia ver se há um perigo? — Perguntou e Ruby adivinhava que Cheshire expandia ainda mais seu sorriso assustador. 

— Mas é claro, tudo pela lobinha — Respondeu — Ela vai estar devendo-me dois favores por momento. 

— Esse favor você pode cobrar de mim, colocar o seus atos egoístas para cobrar favores de volta se torna perigoso — O Chapeleiro rebateu, sério. 

— Como quiser, Jefferson — Riu e o Chapeleiro suspirou — Siga-me os bons, se bem que de bondade não tem em você. 

— Digo o mesmo, Cheshire —Respondeu, andando e Ruby olhous para fora do bolso. 

Aquela última parte a intrigou e a curiosidade com o Chapeleiro ficou ainda maior. Talvez fosse um meio de se atacarem com palavras e um jogo com o passado, mas ela não o conhecia o suficiente. Ficaria um tempo ali para poder sobreviver e depois escapar, mas se manteria alerta mesmo quando o Chapeleiro lhe contou tudo o que ela precisava saber. 

Aprendeu com Branca e com sua avó sobre o mundo e as pessoas, nem todos eram gentis e lhe estenderiam a mão, a maioria dessas pessoas poderia oferecer a mão com um faca para apunhalar em seguida para fins próprios. 

A uma distancia considerável, a primeira vista parecia tudo normal e Cheshire tinha sumido a vista, a porta da casinha se abrindo com facilidade. Ruby quase soltou um gritinho de surpresa ao ser pega pelo Chapeleiro, mas se segurou quando esse a manteve na palma da mão, olhando junto dele a casinha. 

Não sentia cheiro de ameaça alguma e parecia tudo sereno demais, até demais para se falar a verdade.  

— Tem um artefato espião lá dentro — Cheshire falou atrás deles, os assustando e o Chapeleiro tentou socar onde esse estava, mas claro que o gato risonho sumiu antes de ser atingido. 

Restou a Ruby se segura firme novamente e olha nada satisfeita com aquela "surpresa". Cheshire ria com a reação de ambos e explicou melhor o que viu. Não havia a presença ali, mas que alguém tinha aproveitado ou já deixado algo ali para vigiar o Chapeleiro.  

O Chapeleiro não agradeceu, mas nem precisou pelo Cheshire sumir e deixa-los. Seguiram até a casinha e Chapeleiro deixou Ruby sob seu ombro, pegando a cartola separada das outras na mesinha. 

— Ela está encantada com magia negra... — Resmungou. 

Ele tinha careta de desgosto e caminhou apressado, mas deixando Ruby na mesinha, andando e indo até a escada, voltando em seguida com um marchado e, se retirando para fora. Se aquilo estivesse com a função de espiona-lo, Ruby não deveria falar nada até que ele voltasse, mas como destruir um artefato magico com um simples marchado? 

— Rainha idiota... Bruxa maldita — Resmungou assim que voltou, o marchado ainda em mãos. 

— Posso presumir que conseguiu — Ela falou, os braços cruzados diante do peito — Minha altura normal, preciso comer as migalhas que me deu? — Falou e ele negou com a cabeça. 

— Outra poção como aquela que você bebeu para encolher, eu mesmo irei preparar — Contou, oferecendo a mão e ela subiu nessa — Apenas confesso que o gosto não é bom — Falou e Ruby o olhou desconfiada. 

— Mas e a migalha? — Indagou. 

— Ela não pode trazer no tamanho normal, pode até deixa-la um tanto mais alta do que eu — Explicou, mexendo em utensílios da cozinha e a deixando na mesa — Apenas dei por causa de, se se transformar em um lobo, algo maior do que o habitual não deve fazer mau. 

Ela franziu o cenho enquanto o observava deixar alguns frascos, um moedor e algum tipo de sementes sob a mesa, tantas coisas diferentes que com o pouco do cheiro que ficou na beirada do frasco, alguns amanteigados e outros estranhos, um cheiro de frutas vermelhas.  

— Aquilo foi rápido, eu diria — Ele falou, a cartola do Chapeleiro já de lado enquanto moía as sementes e Ruby arrastava algumas folhas até ele, o capuz não lhe cobrindo mais a cabeça — Mas considero como um segundo aviso, ela acha que vou sair da linha... — Resmungou, deixando de lado e colocado o conteúdo de dois frascos junto das sementes — O que seria estranho, ela me torturou por tempo o suficiente para saber que não tenho como leva-la para o mesmo mundo a qual você veio — Contou, pegando uma colher de prata e mexendo. 

— Talvez se me contar sobre ela, talvez reconheça o tamanho da ameaça, apenas ouvi que ela arrancou a sua cabeça — Ruby falou, as folhas sendo pegas e quase sendo levada. 

— Ela não é conhecida, mas talvez a filha dela sim — Ele falou, deixando as folhas se misturarem com aquele liquido — Regina ou da última vez que a vi era Rainha Má — Contou e Ruby gelou ao ouvir o nome vindo do Chapeleiro — Ela é ardilosa e perigosa, não é atoa que a mãe é como ela — Falou, pegando outro frasco e com apenas uma gota caindo, uma fumaça vermelha subiu de supetão. 

Rainha Má, a mesma mulher que Branca tinha fugido para longe, das garras e maneiras de mata-la. A mesma que ameaçava o reino de onde morava, todo e qualquer um que se colocasse contra ela era punido, senão morto. Agora sabendo com estava lidando e a forma que corria perigo, pensamentos errados de ser traída ou entregue a atormentaram por poucos segundos, mas traída por um feitiço que faria o Chapeleiro ser usado, manipulado. A magia nas mãos erradas sempre causava danos e caos para pessoas inocentes. 

— Lobinha? — O Chapeleiro a chamou e ela o olhou temerosa — Vamos, você precisa crescer, beba — Ofereceu a colher com o liquido estranho. 

O cheiro daquilo realmente não era dos melhores, torceu a face numa careta e bebericou "aquilo", mas o sabor era indescritível, o sabor variava tanto que era difícil falar qual era, do pão fresco com manteiga à frutas vermelhas um tanto azedas. Não notou crescer e sentou-se, aguardando algum resultado que não demorou para surgir. 

Em poucos segundos já estava em seu tamanho normal e o Chapeleiro a olhava satisfeito, já considerando que ela poderia retrucar suas habilidades com a poção para faze-la voltar ao seu tamanho. 

A mesa ali já estava bagunçada o suficiente e que ele arrumou e Ruby o ajudou, mas para se falar a verdade, estava cansada até demais, não acostumada com tamanha adrenalina em pouco tempo.  

— Seu olhar quando mencionei a Rainha Má — Ele falou, lhe chamando a atenção, passando por Ruby e tocando seu ombro — Sabe o risco que está correndo agora, não?  

— Claro que sei... — Sussurrou — Apenas me irrita é ficar impotente diante de magia e alguém que é mãe da Rainha Má — Suspirou, cansada — E não tenho como voltar, o espelho se foi... 

— É por isso que vamos tentar pega-lo de volta — O Chapeleiro falou, dando de ombros e deixando de toca-la. 

— Você ficou maluco? — Ruby falou um tanto assustada, o cenho franzido e mesmo incrédula, não via sinais de que ele estava brincando com aquilo, definitivamente estava sendo "protegida" por um homem louco. 

— Mas é assim que sou chamado — Lançou uma piscadela marota — Chapeleiro Maluco, faço o impossível se tornar possível com um pouco de esforço e sangue derramado. 

— É um assunto sério — Ela falou, o braço cruzado diante do peito, ainda incrédula sem estar séria. 

— Você quer sair daqui, não? — Indagou, impaciente e pelo que parecia, confuso — Então tente confiar em mim, pelo menos um pouquinho — Pediu — Mas até lá, que tal lhe ensinar mais sobre esse reino e os perigos de suas criaturas? — Sugeriu e ela ainda não acreditava como ele estava descontraído com aquilo. 

Se fosse para confiar nele da maneira que tratava de roubar um espelho magico da mãe da Rainha Má, Ruby estava perdida ou talvez morta antes mesmo de tentar algo. Esperava que ele já soubesse o que fazer.


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Notas finais do capítulo

Ei, voltei! o/ eu gostaria de agradecer novamente quem acompanha a fanfic e as que favoritaram, Ruby Lucas e Edilene Queen. Obrigada por acompanharem o/

Espero que estejam gostando e que tenham gostado do capítulo.
Até o próximo.



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