To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 74
Capítulo 74 - Começo das Mudanças e Novos Visitantes


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei que eu demorei e eu peço mil desculpas por isso! Realmente! Não era a minha intensão demorar tanto mas a escola estava um pesadelos mas eeei, estou de férias agora!! (Tudo bem que eu entrei de férias dia 15) mas aqui está o cap e já preparem o coração ♥

Boa leitura!!



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        Sophie estava sentada em baixo de uma árvore observando o pôr-do-sol de frente para o lago enquanto Aslan estava brincando com a Lula-Gigante como sempre fazia quando estavam no gramados. Já havia se passado duas semanas desde do dia em que Dumbledore havia lhe colocado como sua sucessora e desde daquele dia, ela e o diretor haviam passado bastante tempo juntos. Conversando com os outros diretores dos quadros, discutindo como a chegada das escolas Durmstrang e Beauxbatons seria, e como os alunos estavam indo nas aulas. 

          Tudo era novidade para Sophie e cada coisinha que o diretor lhe ensinava ela logo aprendia. Claro que ela continuava indo nas aulas, e se caso perdesse alguma, sempre recuperava o que havia perdido. 

 

             Ela já havia dado a notícia para os amigos e todos ficaram felizes por ela. Os únicos que ainda não sabiam eram Remus e Sirius. Ela havia decidido não contar por carta e sim cara-a-cara. Ela queria ver no olhar de ambos, principalmente de Remus, o orgulho por ela. Era algo besta mas ela sempre quis deixar seus padrinhos orgulhosos. 

 

               Mas nem tudo perfeito e o motivo de Sophie estar ali sozinha observando o sol sumir tinha nome e sobrenome: Fred Weasley.

 

 

              Uma hora antes.

 

              O grupo estava reunido na sala comunal da Grifinória. Charles e Harriet estavam terminando a lição de casa que Snape havia passado com a ajuda de Erik enquanto Sophie estava lendo um livro e Fred e Jorge discutiam aparentemente os retoques finais para a poção de envelhecimento e sobre como contatar Ludo Bagman que havia enganado os dois, dando dinheiro de Leprechaun para eles sendo que, dinheiro de Leprechaun desaparece depois de uma hora.

 

                 - Ainda não acredito que não percebi na hora que ele nos deu. - Jorge resmungou irritado.

 

                 - É difícil de se perceber, Jorge. - Erik comentou observando a poção de Charles. 

 

                 - Sem contar que vocês não faziam ideia de que Bagman faria algo assim. - Sophie comentou ainda olhando o livro. - Ele não respondeu a carta de vocês?

 

                  - Não. - Fred respondeu olhando atento para os ingredientes para poção de envelhecer.

 

                   Sophie revirou os olhos e suspirou em seguida.

                  - Sabe que não vai funcionar, não é? - Ela perguntou fechando o livro e olhando para o namorado que olhou para ela com a testa franzida. - Dumbledore é mais esperto que isso, Fred. 

 

                   - Bem, Dumbledore não pode ser sábio em tudo. - Fred comentou revirando os olhos.

 

                 - Essa foi a coisa mais ridícula que eu já escutei. Não a parte em que diz que não é sábio em tudo, isso ele mesmo já admitiu. Mas o fato que você realmente acha que ele não sabe que vários alunos menores de idade tentarão entrar no torneio. - Sophie retrucou cruzando os braços.

 

                    - Bem, desculpa querida do diretor mas eu quero ter um futuro e para ter um futuro eu preciso de dinheiro, coisa que eu ao contrário de você, não tenho maaas este torneio tem bastante. Então se eu preciso enganar o seu querido amigo então eu vou. - Fred disse irritado ganhando a atenção de todos na sala.

 

                     Jorge, Harriet e Charles estavam com os olhos arregalados surpresos pelas coisas que Fred havia dito enquanto Erik encaravam o ruivo sério, não demonstrando nenhuma reação. Já Sophie estava com a testa franzida. 

 

                      - Uau, você pareceu o Percy agora. Tem mais alguma coisa que você gostaria de soltar sobre a minha pessoa, Fred? - Ela perguntou usando todo a ironia que tinha para não parecer que estava triste. 

 

                       - Ah não sei, talvez o fato do diretor simplesmente amar todos os Potter que existe nessa escola me irrite um pouco. E também o fato de você não intender o motivo para eu querer entrar nesse torneio e é óbvio que você não entende porque você já tem dinheiro, não é mesmo? Você não precisa se preocupar com seu futuro porque além de você ter dinheiro, você já é meia famosa por conta do seu irmão! - Fred soltou se levantando e olhando irritado para a namorada.

 

                       Os alunos da sala já haviam parado tudo que faziam para observar a briga.

 

                      - Fred! - Harriet e Jorge exclamaram irritados.

 

                       - Tá bom Weasley, já chega. Saí. - Erik se levantou irritado ainda encarando Fred friamente.

 

                         - Não, deixe que ele termine. Vamos Fred, me diga todas as coisas que não me disse antes. - Sophie falou se levantando e ficando de frente com o namorado. - Estou bem aqui, não virarei as costas ou revirarei meus olhos até que termine. 

 

                          Fred ficou em silêncio enquanto encarava Sophie, seu rosto se tornando branco e os olhos se arregalando com a realização das coisas que havia acabado de dizer. Sophie por sua vez continuava não demonstrando nenhuma expressão em seu rosto, mesmo sentindo uma forte dor no peito. 

 

                           - Eu... - Fred tentou arrumar seu erro mas Sophie o cortou, com a voz ainda no tom irônico e um sorriso fraco no rosto.

 

                          - Por que parece que todos próximos do meu irmão e de mim tem sempre algo de ruim para soltar contra nós? Sério, a gente não escolheu ter essa fama ou dinheiro. Na verdade, você, de todas as pessoas já deviam ter percebido isso. - Disse e se virou, saindo da sala comunal da Grifinória.

 

                    Fred ficou parado olhando para onde sua namorada estava. Simplesmente não conseguia acreditar no que havia dito e o pior, não conseguia acreditar no alívio que sentia por ter dito aquilo. Olhou para os amigos e viu Charles e Harriet arrumando as coisas na bolsa, ambos estavam sério e Fred sabia que estavam com raiva dele, olhou para Erik e viu que o mesmo estava querendo dar um soco nele, e Fred estava desejando que ele desse. Jorge por sua vez parecia desapontado.

 

                        - Eu não... - Fred tentou dizer mas não conseguia completar a frase.

 

                      - Dá próxima vez que for falar, pensa antes. - Jorge disse friamente saindo da sala indo atrás de Sophie.

 

 

                      - Cansou de brincar, babe? - Sophie perguntou para Aslan que agora estava deitado no colo dela. - Você não me esconde nada, não é, Aslan? Você é o meu melhor amigo, sabe disso, não sabe? 

 

                        - Só não me sinto com ciúmes porque só Aslan mesmo merece ter esse título de melhor amigo seu. - Jorge disse se sentando ao lado da ruiva que lhe sorriu de lado. - Você é difícil de encontrar, viu.

 

                           - Era o meu objetivo. - Sophie respondeu. 

 

                         - Desculpe. - Jorge disse e Sophie sabia que ele não se referia sobre estragar o seu objetivo de não ser encontrada. - O que o Fred disse...

 

                        - Eram coisas que ele realmente queria dizer. - Sophie disse olhando para Jorge. - E tudo bem. Sério mesmo. Como eu disse, aparentemente todos tem algo de ruim para dizer sobre mim e o meu irmão.

 

                        - Bem, eu não. - Jorge disse e Sophie deu o olhar que dizia não acreditar. - É sério. Eu realmente não tenho. Sophie eu não sou como o Percy, Fred ou Rony. Eu nunca liguei realmente para o dinheiro ou fama. Na verdade, o que realmente importa para mim, é fazer os outros rirem. Eu sei que para o Fred também mas diferente de mim, meu irmão pensa demais no futuro e no dinheiro. Já eu? Sempre me importei mais em saber que fui capaz de fazer alguém feliz, mesmo que por um curto tempo. 

                    Sophie sorriu com carinho para o amigo. 

 

                     - Realmente não se importa com minha maldita fama e o meu dinheiro?

 

                     - Juro de dedinho que não me importo. - Jorge disse dando o dedinho para Sophie. - Vocês dois só precisam de um tempo. Logo as coisas irão se acertar.

 

                      - Acha mesmo? - Sophie perguntou dando o dedinho para Jorge.

 

                      - Apesar de toda a besteira que aquele boboca disse, eu sei e eu conheço como ninguém, que ele te ama. Assim como eu sei que você ama ele. - Jorge disse dando um beijo na bochecha da ruiva. - Agora se anime e vamos voltar para o castelo. Cabeça erguida e mostre ao meu irmão que você uma garota irreverente e segura de si!

 

                      - Isso eu sou sempre. - Sophie comentou se levantando assim como Jorge e Aslan.

 

                      - Então não será uma tarefa difícil. 

 

 

 

                  Uma semana depois do incidente e todos já sabiam da briga, até mesmo os professores. Claro que a versão da história sempre mudava, e cada um exagerava. Apenas Harry, Rony, Mione e Gina sabiam do que fato havia acontecido e dito naquele dia e não era surpresa que Harry, Mione e Gina estavam sem falar com Fred. Apenas Rony havia continuado e não havia dito o motivo para Harry e Mione. 

 

                Do grupo, apenas Jorge falava normalmente com Fred. Erik o ignorava e Sophie o evitava. Harriet e Charles só diziam bom dia, boa tarde e boa noite para o amigo. Todos estavam magoados com que Fred havia dito e mesmo ele se sentia magoado porque sabia que aquelas haviam sido as piores que ele podia ter dito para sua ruiva. 

                  Eles precisavam de um tempo, e Fred esperava que esse tempo passasse rápido. 

 

 

                   Para Harry, tudo estava tranquilo - mesmo tendo se irritado muito com Fred -, as aulas estavam boas e animadas, menos as de Snape como sempre. Agora ele, Rony e Mione estavam na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas e para surpresa dos alunos, o Prof. Moody anunciara que ia lançar a Maldição Imperius sobre cada um deles, a fim de demonstrar o seu poder e verificar se conseguiam resistir aos seus efeitos.

 

                  - Mas... se o senhor disse que é ilegal, professor. - Perguntou Hermione incerta, quando Moody afastou as carteiras com um movimento amplo da varinha, deixando uma clareira no meio da sala. - O senhor disse... que usá-la contra outro ser humano era... 

 

                 - Dumbledore quer que vocês aprendam qual é o efeito que ela produz em uma pessoa. - Disse Moody, o olho mágico girando para a garota e se fixando nela sem piscar, com uma expressão misteriosa. - Se a senhorita preferir aprender pelo método difícil... quando alguém a lançar contra a senhorita para controlá-la... para mim está bem. A senhorita está dispensada da aula. Pode se retirar.

 

              Ele apontou um dedo nodoso para a porta. Hermione ficou muito vermelha e murmurou alguma coisa no sentido de que a pergunta não significava que ela quisesse sair.

 

               - E para vocês saberem, a aula será monitorada. Dumbledore não é um idiota. - Moody disse apontando para a porta onde Sophie estava encostada e sorrindo para cada um deles.

 

                  Harry sorriu para a irmã e voltou-se para a aula que ocorria. O professor começou a chamar os alunos à frente e a lançar a maldição sobre eles, um de cada vez. Harry observou os colegas fazerem as coisas mais extraordinárias sob a influência da Imperius. Dino Thomas deu três voltas pela sala aos saltos, cantando o hino nacional. Lilá Brown imitou um esquilo. Neville executou uma série de acrobacias surpreendentes, que ele certamente não teria conseguido em condições normais. Nenhum deles parecia ser capaz de resistir à maldição, e cada um só voltava ao normal quando Moody a desfazia.

 

                    - Potter - Rosnou Moody. -, você é o próximo.

 

                  Sophie, que agora estava sentada em cima de uma mesa, juntou as duas mãos e observou o irmão atentamente.

 

                 O garoto se adiantou até o meio da sala, no espaço que Moody deixara livre. O professor ergueu a varinha, apontou-a para Harry e disse:

 

                - Imperio.

 

                Foi uma sensação maravilhosa. Harry sentiu que flutuava e todos os pensamentos e preocupações em sua mente desapareceram suavemente, deixando apenas uma felicidade vaga e inexplicável. Ele ficou ali extremamente relaxado, vagamente consciente de que todos o observavam. 

          Então, ouviu a voz de Olho-Tonto Moody ecoar em uma célula distante do seu cérebro vazio: Salte para cima da carteira... salte para cima da carteira... 

 

       Harry dobrou os joelhos obedientemente, preparando-se para saltar.

 

            Salte para cima da carteira...

 

           Mas por quê? Outra voz despertara no fundo de sua mente. Que coisa boba para alguém fazer, francamente, disse a voz. 

 

           Salte para cima da carteira...

 

           Não, acho que não, obrigado, disse a segunda voz, com mais firmeza... não, não quero...

 

              Salte! AGORA!

 

           A próxima coisa que Harry sentiu foi uma imensa dor. Ele saltou e tentou não saltar ao mesmo tempo – o resultado foi se estatelar em cima de uma carteira, derrubando-a, e, pela dor que sentiu nas pernas, fraturar as duas rótulas.

 

          - Agora está melhor! - Rosnou a voz de Moody e, de repente, Harry percebeu que a sensação de vazio e os ecos tinham desaparecido de sua mente. Lembrou-se com exatidão do que estava acontecendo e a dor nos joelhos pareceu dobrar de intensidade.

 

              “Olhem só isso, vocês todos... Potter resistiu! Lutou contra a maldição e quase a venceu! Você e a sua irmã são um caso raro, Potter! Aprendam com esses dois, vocês todos! Vamos experimentar de novo, Potter, e vocês prestem atenção, observem os olhos dele, é onde vocês vão ver, muito bem, Potter, muito bem mesmo! Eles vão ter trabalho para controlar você e sua irmã!”

 

                  - Pelo jeito que ele fala - Resmungou Harry, ao sair mancando da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, uma hora depois (Moody insistira que Harry mostrasse do que era capaz, quatro vezes seguidas, até o garoto conseguir resistir inteiramente à maldição) -, a gente poderia pensar que vai ser atacado a qualquer momento.

 

                   - É o lema dele. Vigilância Constante. - Sophie disse sorrindo. - Você foi realmente incrível contra a maldição, meu irmão.

 

                   - Como você foi? - Rony perguntou curioso. Ele estava saltitando, um passo sim outro não. Tivera muito mais dificuldade com a maldição do que Harry, embora Moody lhe garantisse que os efeitos passariam até a hora do almoço.

 

                   - Eu diria que muito bem. - Sophie disse e Harry teve a sensação que ela estava se controlando para não se exibir. - É melhor eu ir para minha aula. Nos vemos depois. - E saiu após bagunçar o cabelo do irmão.

 

                   - Não me admira que tenham ficado contentes em se livrar dele no Ministério. Você ouviu quando ele contou ao Simas o que fez com a bruxa que gritou “buu” atrás dele, no dia primeiro de abril? E quando é que a gente vai ler como resistir à Maldição Imperius com todo o resto que tem para fazer? - Rony perguntou olhando para atrás para ver se o professor não estava atrás deles. 

 

                Todos os alunos do quarto ano haviam notado que decididamente houvera um aumento na quantidade de deveres exigida deles neste trimestre. A Profª Minerva explicou o porquê, quando a turma gemeu particularmente alto à vista do dever de Transfiguração que ela passava.

 

            - Vocês agora estão entrando numa fase importantíssima da sua educação em magia! - Disse ela, os olhos faiscando perigosamente por trás dos óculos quadrados. - O exame para obter os Níveis Ordinários em Magia estão se aproximando... 

 

         - Mas não vamos fazer exames de nivelamento até a quinta série! - Exclamou Dino Thomas indignado. 

 

          - Talvez não, Thomas, mas, me acredite, vocês precisam de toda a preparação que puderem obter! A Srta. Granger foi a única aluna desta turma que conseguiu transformar um porco-espinho em uma almofadinha de alfinetes razoável. Eu talvez possa lhe lembrar, Thomas, que a sua almofadinha ainda se encolhe de medo quando alguém se aproxima dela com um alfinete!

 

                   Hermione, que tornara a corar, parecia estar fazendo um esforço para não parecer cheia de si demais.

 

 

             - Sabem, ultimamente estive pensando em ser realmente professor de Feitiços. - Charles comentou com Sophie e Harriet enquanto iam para a aula de Trato das Criaturas Mágicas. 

 

                - Isso é ótimo, Charles! - Sophie exclamou sorrindo para o amigo. - Já conversou com o Flitwick sobre?

 

                 - Sim, ele disse que ficaria honrado comigo no lugar dele. Disse que eu sou um ótimo aluno. - Charles disse corando. - Isso significa muito para mim.

 

                 - Aaah eu fico tão feliz por você, bolinho! - Harriet disse abraçando o amigo de lado. - Você sem dúvida vai ser um professor incrível!

 

               - Com certeza vai! - Sophie disse beijando a bochecha do amigo que sorriu para ele. - Estou orgulhosa de você.

 

                 Os três continuaram o caminho para a aula alegres quando um aluno da Sonserina de cabelos pretos penteados para trás, olhos pretos, da mesma altura que Sophie se aproximou dela com um buque de girassóis.

 

                - Andrew, tudo bem? - Sophie perguntou sorrindo para o garoto que lhe sorriu timidamente de volta. - Quem é a sortuda ou o sortudo que vai receber essas belezuras? Ou foi você o sortudo?

 

                 - Na verdade... - Andrew esticou os girassóis para Sophie com um sorriso gentil no rosto. - São para você. Eu escutei que você ama gira-sol uma vez... não que eu estava bisbilhotando, eu só estava passando e você disse para Harriet...

 

                - Andrew se acalma. - Sophie disse sorrindo com carinho para o garoto. - Muito obrigada, eu realmente amo os girassóis. - Sophie disse pegando as flores. - Mas sem parecer rude, qual a ocasião?

 

                 - Nenhuma. Eu só vi elas nos jardins e... bem, lembrei de você. - Andrew disse passando a mão no cabelo. - Enfim, fico muito feliz que tenha gostado. É melhor eu ir, próxima aula é de Defesa Contra as Artes das Trevas. Tchau.

 

                E saiu com as bochechas vermelhas. 

 

              Sophie olhou para os amigos que estavam sorrindo, os três achando fofo o jeito que Andrew havia sido. 

 

                  - Ele é uma graça. - Charles comentou enquanto voltavam a andar. - E esses girassóis são muito lindos mesmo.

 

               - Verdade. - Harriet disse. - Sophie cheia dos admiradores.

 

                - Ora, cale a boca! - Sophie resmungou batendo no ombro da amiga que riu e depois voltando-se para as flores que realmente, eram lindas. 

 

 

                Harry e Rony acharam muita graça quando a Profª Trelawney lhes disse que tinham tirado a nota máxima no dever da aula anterior de Adivinhação. Ela leu longos trechos das predições que eles fizeram, comentando a impassível aceitação dos horrores que os aguardavam – mas os garotos não acharam tanta graça quando ela pediu que fizessem outra projeção para dali a dois meses: eles tinham quase esgotado as ideias para catástrofes. 

                Entrementes, o Prof. Binns, o fantasma que ensinava História da Magia, mandou-os escrever ensaios semanais sobre a Revolta dos Duendes no século XVIII. O Prof. Snape estava obrigando-os a pesquisar antídotos. A turma levou o dever a sério, porque ele insinuou que talvez envenenasse um deles antes do Natal para ver se o antídoto que encontrassem faria efeito. O Prof. Flitwick lhes pedira que lessem mais três livros, em preparação para a aula de Feitiços Convocatórios. 

             E até Hagrid aumentara a carga de trabalho de seus alunos. Os explosivins estavam crescendo em um ritmo excepcional, dado que ninguém ainda descobrira o que comiam. Hagrid estava encantado e, como parte da “pesquisa”, sugeriu que fossem à sua cabana em noites alternadas para observar os bichos e tomar notas sobre o seu extraordinário comportamento.

 

               - Eu não vou. - Disse Draco Malfoy com indiferença, quando o professor fez essa proposta com ar de Papai Noel tirando um brinquedo muito vistoso do saco. - Já vejo o bastante dessas nojeiras durante as aulas, obrigado. 

 

           O sorriso desapareceu do rosto de Hagrid. 

 

            - Você vai fazer o que mando - Rosnou ele. - ou vou arrancar uma folha do livro do Prof. Moody... ouvi falar que você ficou muito bem de doninha, Malfoy.

 

            Os alunos da Grifinória deram grandes gargalhadas. Malfoy enrubesceu de raiva mas, pelo visto, a lembrança do castigo de Moody ainda era suficientemente dolorosa para impedi-lo de responder. Harry, Rony e Hermione voltaram para o castelo no fim da aula, muito animados; ver Hagrid desmoralizar Malfoy era particularmente gostoso porque, no ano anterior, o garoto se esforçara o máximo para fazer com que Hagrid fosse despedido.

            Quando chegaram ao saguão de entrada, viram-se impedidos de prosseguir pela aglomeração de alunos que havia ali, em torno de um grande aviso afixado ao pé da escadaria de mármore. Rony, o mais alto dos três, ficou nas pontas dos pés para ver por cima das cabeças à sua frente e ler o aviso em voz alta para os outros dois.

 

  TORNEIO TRIBRUXO 

As delegações de Beauxbatons e Durmstrang chegarão às seis horas, sexta-feira, 30 de outubro. As aulas terminarão uma hora antes...

 

              - Genial! - Exclamou Harry. - É Poções a última aula de sexta-feira! Snape não terá tempo de envenenar todos nós!

 

Os alunos deverão guardar as mochilas e livros em seus dormitórios e se reunir na entrada do castelo para receber os nossos hóspedes antes da Festa de Boas-Vindas.

             - É daqui a uma semana! - Exclamou Ernesto MacMillan da Lufa-Lufa, saindo da aglomeração, os olhos brilhando. - Será que o Cedrico sabe? Acho que vou avisar a ele...

 

               - Cedrico? - Repetiu Rony sem entender, enquanto Ernesto saía apressado. 

 

             - Diggory. - Disse Harry. - Ele deve estar inscrito no torneio. 

 

             - Aquele idiota, campeão de Hogwarts? - Disse Rony, quando abriam caminho pelo ajuntamento de alunos para chegar à escadaria. 

 

            - Ele não é idiota, você simplesmente não gosta dele porque ele é maior de idade e já pode se inscrever no torneio. - Disse Hermione. -  Ouvi falar que é realmente um bom aluno, e é monitor!

 

           Ela falou isso como se encerrasse a questão. 

 

         - Você só gosta dele porque ele é bonito. - Respondeu Rony com desdém. 

 

           - Perdão, eu não gosto de pessoas só porque são bonitas! - Retrucou Hermione indignada. Rony fingiu que pigarreava alto, um som que estranhamente lembrava “Lockhart!”.

 

              A afixação do aviso no saguão de entrada teve um efeito sensível nos moradores do castelo. Durante a semana seguinte, parecia haver um assunto nas conversas, onde quer que Harry fosse: o Torneio Tribruxo. Os boatos voavam de um aluno para outro como um germe excepcionalmente contagioso: quem ia tentar ser o campeão de Hogwarts, que é que o torneio exigia, e em que os alunos de Beauxbatons e Durmstrang se diferenciavam deles. 

           Harry notou, também, que o castelo estava sofrendo uma faxina mais do que rigorosa. Vários retratos encardidos tinham sido escovados para des contentamento dos retratados, que se sentavam encolhidos nas molduras, resmungando sombriamente e fazendo caretas ao apalpar os rostos vermelhos. As armaduras de repente brilhavam e mexiam sem ranger e Argo Filch, o zelador, estava agindo com tanta agressividade com os alunos que se esquecessem de limpar os sapatos que aterrorizou duas garotas do primeiro ano levando-as à histeria. 

         Outros funcionários também pareciam estranhamente tensos.

 

           - Longbottom, tenha a bondade de não revelar que você não consegue sequer lançar um simples Feitiço de Troca diante de alguém de Durmstrang! - Vociferou a Prof a Minerva ao fim de uma aula particularmente difícil, em que Neville acidentalmente transplantara as próprias orelhas para um cacto.

 

               Quando eles desceram para o café na manhã do dia 30 de outubro, descobriram que o Salão Principal fora ornamentado durante a noite. Grandes bandeiras de seda pendiam das paredes, cada uma representando uma casa de Hogwarts – a vermelha com um leão dourado da Grifinória, a azul com uma águia de bronze da Corvinal, a amarela com um texugo negro da Lufa-Lufa e a verde com uma serpente de prata da Sonserina. Por trás da mesa dos professores, a maior bandeira de todas tinha o brasão de Hogwarts: leão, águia, texugo e serpente unidos em torno de uma grande letra “H”.

 

               Harry, Rony e Hermione viram Fred e Jorge à mesa da Grifinória. Mais uma vez, e muito anormalmente, os dois estavam sentados à parte dos demais e conversavam em voz baixa. Sophie, Harriet, Charles e Erik estavam na mesa da Corvinal. 

               - Oi Jorge, e ai já teve alguma ideia para o Torneio Tribruxo? - Perguntou Harry e todos ali perceberam como ele ignorou Fred. 

 

                - Perguntei a McGonagall como é que os campeões são escolhidos mas ela não quis dizer. - Respondeu Jorge com amargura. - Só me disse para calar a boca e continuar transformando o meu racum.

 

                 - Fico imaginando quais vão ser as tarefas. - Disse Rony pensativo. - Sabe, aposto que poderíamos dar conta, Harry e eu já fizemos coisas perigosas antes... 

 

           - Não na frente de uma banca de juízes, isso vocês não fizeram. - Disse Fred. - McGonagall disse que os campeões recebem pontos pela perfeição com que executam as tarefas.

 

                - Quem são os juízes, Jorge? - Perguntou Harry.

 

              Fred suspirou e se voltou para o café da manhã.

 

                - Bem, os diretores das escolas participantes sempre fazem parte da banca - Disse Hermione e todos a olharam surpresos. -, porque os três ficaram feridos durante o torneio de 1792, quando um basilisco que os campeões deviam capturar saiu destruindo tudo. 

 

        Ela notou que todos a olhavam e disse, com o seu costumeiro ar de impaciência quando via que ninguém mais lera os mesmos livros que ela:

 

             - Está tudo em Hogwarts: uma história. Embora, é claro, esse livro não seja cem por cento confiável. Uma história revista de Hogwarts seria um título mais preciso. Ou, então, Uma história seletiva e muito parcial de Hogwarts, que aborda brevemente os aspectos mais desfavoráveis da escola. 

 

                - Do que é que você está falando? - Perguntou Rony, embora Harry soubesse o que vinha pela frente. 

 

                 - Elfos domésticos! - Disse Hermione em voz alta, comprovando que Harry acertara.

 

 

 

                  - Como Dumbledore está com a chegada das escolas hoje? - Erik perguntou bebendo café e olhando para Sophie. 

 

                  - Animado mas calmo. - Sophie disse e todos encararam ela confusos mas ela deu de ombros. - Não tem descrição melhor. 

 

                 - Bem, eu estou muito animada! - Harriet disse. - Não vejo a hora do torneio acontecer!

 

                 - Imaginem os desafios que vão ter! - Charles comentou animado. - Ei, Sophie, você já sabe quais serão os desafios?

 

                  - Talvez sim, talvez não. - Sophie brincou. - Na verdade não. Dumbledore quer que minha experiência assistindo o torneio seja normal.

 

                    - Boa decisão. - Erik comentou sorrindo. 

 

                    - Será que os alunos de Durmstrang são bonitos? - Harriet perguntou sonhadora. 

 

                     De repente uma luz se acendeu na cabeça de Sophie e ela olhou para Charles. E quis se bater quando percebeu algo importante sobre Durmstrang. 

 

                       - Charls, eu... posso falar com você? - Sophie perguntou ignorando o olhar confuso de Erik.

 

                       - Claro, quando? - Charles perguntou.

 

                       - Agora. - Ela disse e se levantou.

 

                       - Ah.. agora? Tá bom. - Charles se atrapalhou um pouco na hora de se levantar e antes de seguir a amiga deu um selinho em Erik. 

 

                  Os dois foram para a entrada do grande salão onde tinha um banco, e ali eles se sentaram. 

 

                        - O que foi? - Charles perguntou.

 

                       - Como se sente sobre hoje a noite? - Sophie perguntou gentil.

 

                      - Animado, eu quero muito ver o torn...

 

                       - Caím, Charls. Eu estou me referindo ao Caím. Ele é um aluno de Durmstrang. - Sophie disse séria.

 

                          Charles ficou sério também. 

 

                         - Sim, sim ele é. - Respondeu e logo em seguida deu um suspiro. - Eu pensei que eu estava fazendo um bom disfarce, fingindo que não ligo...

 

                          - Ah, acredite em mim, você está. - Sophie disse tocando no ombro do moreno. - Eu só me lembrei que ele estuda em Durmstrang. Por isso te chamei. Você está preocupado?

 

                           - Não é preocupação é mais... medo. - Charles disse olhando nos olhos da amiga. - Não por mim mas pelo Erik.

 

                           - Não entendo... 

 

                          - Se Caím, tentar fazer alguma coisa comigo, Erik vai saber, porque o Erik sempre sabe. E quando ele souber, ele não vai deixar barato. E eu não quero que ele fique com problemas por minha causa.

 

                          - Então... não está preocupado com o que Caím possa tentar fazer caso eu ou Erik, ou qualquer um do grupo não esteja com você? - Sophie perguntou com medo da resposta.

 

                            - Oh minha amiga. O pesadelo que Caím e Marko já me fizeram passar... eu já não tenho mais medo do que ele pode fazer comigo. - Charles respondeu sorrindo triste e olhando para as mãos. 

 

                        A única coisa que se passava na cabeça de Sophie era que ninguém devia fazer aquelas coisas que fizeram com Charles com ninguém. Ninguém devia passar por aquilo.

 

                        - ... Bem, de qualquer forma, farei o meu melhor para nunca te deixar sozinho. - Sophie disse, mais como uma promessa a si mesma.

 

                         Charles sorriu gentil olhando para ela e Sophie só soube retribuir. 

 

 

                Havia uma sensação de agradável expectativa no ar aquele dia. Ninguém prestou muita atenção às aulas, pois estavam bem mais interessados na chegada das comitivas de Beauxbatons e Durmstrang à noite; até Poções foi mais tolerável do que de costume, porque durou meia hora a menos. Quando a sineta tocou mais cedo, Harry, Rony e Hermione subiram depressa para a Torre da Grifinória, largaram as mochilas e os livros, conforme as instruções que tinham recebido, vestiram as capas e desceram correndo para o saguão de entrada. Os diretores das Casas estavam organizando os alunos em filas.

               - Weasley, endireite o chapéu. - Disse a Profª Minerva secamente a Rony. - Srta. Patil, tire essa coisa ridícula dos cabelos. 

 

          Parvati fez cara feia e retirou o enorme enfeite de borboleta da ponta da trança.

 

                 - Sigam-me, por favor - Mandou a professora -, alunos da primeira série à frente... sem empurrar...

 

               Eles desceram os degraus da entrada e se enfileiraram diante do castelo. Fazia um fim de tarde frio e límpido; o crepúsculo vinha chegando devagarinho e uma lua pálida e transparente já brilhava sobre a Floresta Proibida. Harry, postado entre Rony e Hermione na quarta fileira da frente para trás, viu Dênis Creevey decididamente trêmulo de expectativa entre os colegas da primeira série. 

 

               - Quase seis horas. - Comentou Rony, verificando o relógio e depois espiando o caminho que levava aos portões da escola. - Como é que vocês acham que eles vêm? De trem? 

 

             - Duvido. - Respondeu Hermione.

 

            - Como então? Vassouras? - Arriscou Harry, erguendo os olhos para o céu estrelado. 

 

            - Acho que não... não vindo de tão longe... 

 

           - De Chave de Portal? - Aventurou Rony. - Ou quem sabe aparatando, talvez tenham permissão de fazer isso antes dos dezessete anos no lugar de onde vêm? 

 

           - Não se pode aparatar nos terrenos de Hogwarts. Quantas vezes tenho que repetir isso a vocês?! - Falou Hermione com impaciência.

 

               - Durmstrang vem de Navio. - Sophie disse atrás dos três que se viraram assustados pela aparição dela. - Desculpem.

 

                   Charles, Harriet e Erik estavam ao lado dela também.

 

                    - Navio? Uau. - Rony disse impressionado.

 

                    - E Beauxbatons? - Harry perguntou.

 

                   - Carruagem. - Sophie respondeu fazendo um leve bico em seguida e olhando para o céu. - Acho que chegarão primeiro.

 

                      Os garotos examinavam excitados e atentos os jardins cada vez mais escuros, mas nada se movia; tudo estava quieto, silencioso, como sempre. Harry começava a sentir frio. Desejou que os visitantes chegassem logo... talvez os estudantes estrangeiros estivessem preparando uma entrada teatral... lembrou-se do que o Sr. Weasley dissera no acampamento antes da Copa Mundial de Quadribol: “Sempre os mesmos, não resistimos à tentação de fazer farol quando nos reunimos...”

 

            E então Dumbledore falou em voz alta da última fileira, onde aguardava com os outros professores:

 

            - Aha! A não ser que eu muito me engane, a delegação de Beauxbatons está chegando!

 

               - Onde? - Perguntaram muitos alunos ansiosos, olhando em diferentes direções. 

 

               - Ali! - Gritou um aluno da sexta série, apontando para o céu sobre a Floresta

 

                  Sophie sorriu e disse para os amigos: 

 

                 - Essa é a minha deixa. Nos vemos mais tarde. - E se encaminhou para o lado do diretor.

 

                - Boa sorte sucessora!! - Charles e Harriet disseram alegres enquanto Harry e Erik sorriam e reviravam os olhos.

 

                   Voltando-se para o céu, Harry viu que alguma coisa grande, muito maior do que uma vassoura – ou, na verdade, cem vassouras –, voava em alta velocidade pelo céu azul-escuro em direção ao castelo, e se tornava cada vez maior.

 

             - É um dragão! - Gritou esganiçada uma aluna da primeira série, perdendo completamente a cabeça. 

 

              - Deixa de ser burra... é uma casa voadora! - Disse Dênis Creevey.

 

              Quando a sombra gigantesca e escura sobrevoou as copas das árvores da Floresta Proibida, e as luzes que brilhavam nas janelas do castelo a iluminaram, eles viram uma enorme carruagem azul-clara do tamanho de um casarão, que voava para eles, puxada por doze cavalos alados, todos baios, cada um parecendo um elefante de tão grande. 

 

           As três primeiras fileiras de alunos recuaram quando a carruagem foi baixando para pousar a uma velocidade fantástica – então, com um baque estrondoso que fez Neville saltar para trás e pisar no pé de um aluno da quinta série da Sonserina –, os cascos dos cavalos, maiores que pratos, bateram no chão. Um segundo mais tarde, a carruagem também pousou, balançando sobre as imensas rodas, enquanto os cavalos dourados agitavam as cabeçorras e reviravam os grandes olhos cor de fogo.

 

              Harry só teve tempo de ver que a porta da carruagem tinha um brasão (duas varinhas cruzadas, e de cada uma saíam três estrelas) antes que ela se abrisse.

 

                Um garoto de vestes azul-claras saltou da carruagem, curvado para a frente, mexeu por um momento em alguma coisa que havia no chão da carruagem e abriu uma escadinha de ouro. Em seguida, recuou respeitosamen te. Então Harry viu um sapato preto e lustroso sair de dentro da carruagem – um sapato do tamanho de um trenó de criança – acompanhado, quase imediatamente, pela maior mulher que ele já vira na vida. O tamanho da carruagem e dos cavalos ficou imediatamente explicado. Algumas pessoas exclamaram. 

            Harry só vira, até então, uma pessoa tão grande quanto essa mulher: Hagrid; ele duvidou que houvesse dois centímetros de diferença na altura dos dois. Mas, por alguma razão – talvez simplesmente porque estava habituado a Hagrid –, esta mulher (agora ao pé da escada, que olhava para as pessoas que a esperavam de olhos arregalados) parecia ainda mais anormalmente grande. Ao entrar no círculo de luz projetado pelo saguão de entrada, ela revelou um rosto bonito de pele morena, grandes olhos negros que pareciam líquidos e um nariz um tanto bicudo. Seus cabelos estavam puxados para trás e presos em um coque na nuca. Vestia-se da cabeça aos pés de cetim negro, e brilhavam numerosas opalas em seu pescoço e nos dedos grossos.

 

                Dumbledore e Sophie começaram a aplaudir; os estudantes, acompanhando a deixa, prorromperam em palmas, muitos deles nas pontas dos pés, para poder ver melhor a mulher.

 

               O rosto dela se descontraiu em um gracioso sorriso e ela se dirigiu a Dumbledore, estendendo a mão faiscante de anéis. O diretor, embora alto, mal precisou se curvar para beijar-lhe a mão. E quando a mulher se voltou para Sophie ela se curvou educadamente.

 

                     - Minha cara Madame Maxime. - Disse Dumbledore sorrindo. - Bem-vinda a Hogwarts!

 

                    - Dumbly-dorr. - Disse Madame Maxime, com uma voz grave. - Esperro encontrrá-lo de boa saúde. 

 

                - Excelente, obrigado. - Respondeu Dumbledore. - Esta é Sophie Potter, minha sucessora.

 

                 - Sofiiie Poterrr, um prrazer em finalmente conhecerr. Dumbly-dorr fala muitas coisas marravilhossas de você. - Madame Maxime disse sorrindo para Sophie que lhe retribuiu o sorriso.

 

                    - É um prazer em lhe conhecer também, Madame Maxime. Espero que tenham tido uma viajem calma. - Sophie disse educada e gentil.

 

                     - Marravilhosa! - Respondeu ela e então se virou para a carruagem. - Ah, meus alunos.

 

                    Harry, cuja atenção estivera focalizada inteiramente em Madame Maxime, reparou, então, que uns doze garotos e garotas – todos, pelo físico, no fim da adolescência – haviam descido da carruagem e agora estavam parados atrás de Madame Maxime. Eles tremiam de frio, o que não surpreendia, pois suas vestes eram feitas de finíssima seda e nenhum deles usava capa. Alguns tinham enrolado echarpes e xales na cabeça. Pelo que Harry pôde ver de seus rostos (estavam à enorme sombra de sua diretora), eles olhavam para o castelo, com uma expressão apreensiva.

 

 

            - Karrkarroff já chegou? - Perguntou Madame Maxime. 

 

            - Deve estar aqui a qualquer momento. - Disse Dumbledore.

 

             - Gostaria de esperar aqui para recebê-lo ou prefere entrar para se aquecer um pouco? - Dessa vez foi Sophie que perguntou.

 

                Harry sentiu muito orgulho da irmã e ao olhar para Charles, Erik e Harriet, soube que não era o único.

 

             - Me aquecerr, acho. Mas os cavalos... 

 

             - O nosso professor de Trato das Criaturas Mágicas ficará encantado de cuidar deles - Disse Dumbledore - assim que terminar de resolver um probleminha que ocorreu com alguns de seus outros... protegidos.

 

                - Explosivins. - Murmurou Rony para Harry, rindo-se.

 

                - Meus corrcéis ecsigem... hum... um trratadorr forrte. - Disse Madame Maxime, com uma expressão de dúvida quanto à capacidade de um professor de Trato das Criaturas Mágicas em Hogwarts para dar conta da tarefa. - Eles son muito forrtes..

 

               - Posso lhe assegurar que Hagrid poderá cuidar da tarefa, Madame. - Sophie garantiu, sorrindo.

 

                - Hum... gostoo de você Sofiiie. Escorreu bom, Dumbly-dorr. - Madame Maxime disse sorrindo para o diretor. - Por favorrr inforrrme a esse Agrid que os cavalos só bebem uísque de um malte. - Disse fazendo uma ligeira reverência.

 

                - Farei isso. - Respondeu Dumbledore, retribuindo a reverência assim como Sophie.

 

                - Venham. - Disse Madame Maxime imperiosamente aos seus alunos e o pessoal de Hogwarts se afastou para deixá-los subir os degraus de pedra.

 

                 Assim que se afastaram Sophie se virou para o diretor e disse baixo para o mesmo.

 

               - Como eu fui diretor Dumbly-dorr? - Brincou fazendo o diretor rir baixo.

 

                - Muito bem Sofiiie. - Retrucou Dumbledore fazendo Sophie sorrir.

 

               Foram longos minutos esperando a próxima escola, a maioria dos alunos esperavam que a escola de Durmstrang chegassem voando também. Apenas Sophie, Dumbledore, Erik, Charles, Harriet, Mione, Rony e Harry olhavam para o lago.

 

            Então, a água que antes estava calma agora estava tendo uma pertubação. Ocorria alguma perturbação no fundo do lago; grandes bolhas se formavam no centro, e suas ondas agora quebravam nas margens de terra e então, bem no meio do lago, apareceu um rodamoinho, como se alguém tivesse retirado uma tampa gigantesca do seu leito...

 

               - O lago! - Berrou Lino Jordan apontando. - Olhem para o lago!

 

                Algo que parecia um pau comprido e preto começou a emergir lentamente do rodamoinho... e então Harry avistou o velame... 

 

            - É um mastro! - Disse ele a Rony e Hermione.

 

             Lenta e imponentemente o navio saiu das águas, refulgindo ao luar. Tinha uma estranha aparência esquelética, como se tivesse ressuscitado de um naufrágio, e as luzes fracas e enevoadas que brilhavam nas escotilhas lembravam olhos fantasmagóricos. Finalmente, com uma grande espalhação de água, o navio emergiu inteiramente, balançando nas águas turbulentas, e começou a deslizar para a margem. Alguns momentos depois, ouviram a âncora ser atirada na água rasa e o baque surdo de um pranchão ao ser baixado sobre a margem. 

           Havia gente desembarcando, os garotos viram silhuetas passarem pelas luzes das escotilhas. Os recém-chegados pareciam ter físicos semelhantes aos de Crabbe e Goyle... mas então, quando subiram as encostas dos jardins e chegaram mais próximos à luz que saía do saguão de entrada, Harry viu que aquela aparência maciça se devia às capas de peles de fios longos e despenteados que estavam usando. Mas o homem que os conduzia ao castelo usava peles de um outro tipo; sedosas e prateadas como os seus cabelos.

 

            - Dumbledore! - Cumprimentou ele cordialmente, ainda subindo a encosta. - Como vai, meu caro, como vai? 

 

           - Otimamente, obrigado, Prof. Karkaroff.

 

            - E Sophie Potter, mão de confiança de Dumbledore! Como está minha cara? Já está aprendendo os passos para ser diretora? - Karkaroff perguntou também cordialmente para a ruiva que acenou com a cabeça.

 

           - Estou bem, obrigada Prof. Karkaroff. E sim, já estou aprendendo bastante. - Respondeu Sophie mais cordial.

 

              - Ótimo, ótimo. 

 

             O homem tinha uma voz ao mesmo tempo engraçada e untuosa; quando ele entrou no círculo de luz das portas do castelo, os garotos viram que era alto e magro como Dumbledore, mas seus cabelos brancos eram curtos, e a barbicha (que terminava em um cachinho) não escondia inteiramente o seu queixo fraco. Quando alcançou Dumbledore, apertou-lhe a mão com as suas duas. E fez o mesmo com Sophie.

 

               - Minha velha e querida Hogwarts! - Exclamou, erguendo os olhos para o castelo e sorrindo; seus dentes eram um tanto amarelados, e Harry reparou que seu sorriso não abrangia os olhos, que permaneciam frios e astutos. - Como é bom estar aqui, como é bom... Viktor, venha, venha para o calor... você não se importa, Dumbledore? Viktor está com um ligeiro resfriado...

 

           Karkaroff fez sinal para um de seus estudantes avançar. Quando o rapaz passou, Harry viu de relance um nariz grande e curvo e sobrancelhas escuras e espessas. Não precisava do soco que Rony lhe deu no braço, nem do cochicho na orelha para reconhecer aquele perfil. 

 

    – Harry, é o Krum!


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado ♥
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Obrigada por todos os favoritos!! Vocês são demais!! ♥
Até o próximo!!



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