To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 70
Capítulo 70 - O Expresso de Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥ Boa leitura!!



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     Assim que o grupo se aproximou dos outros que já se encontravam em frente a passagem, eles se prepararam em dupla para passarem. Sophie percebeu que Remus estava emburrada e Sirius estava risonho, e quando todos estavam do outro lado ela foi ver o que o padrinho tinha. 

 

          - Que cara é essa? - Sophie perguntou para Remus que revirou os olhos. - Tá bravo? 

 

          - Hum. - Remus resmungou.

 

           - Hum? Eu devo saber o motivo? - Sophie perguntou de novo e Remus resmungou. - Sirius falou algo? 

 

             - Dessa vez eu sou inocente. - Sirius disse rindo com os braços para cima. 

 

               - Tá com dor de cabeça? Barriga? Comeu bem o café da manhã? - Sophie perguntou confusa e preocupada. - Ouviu algo ruim?

 

                - Ele viu algo ruim. - Sirius disse rindo. 

 

               - O que ele viu? - Sophie perguntou.

 

            O trio estava rindo também enquanto o grupo só observava tudo confuso.

 

                 - Ele viu a afilhada dele indo de carro com alguém que parece ser uma pessoa muito legal. - Sirius disse olhando acusadoramente para Sophie com um sorriso traquina no rosto.

 

                 - Está com ciúmes do Stephen?? - Sophie perguntou chocada para o padrinho que olhou para o outro lado e cruzou os braços. - Eu não acredito, Moony! 

 

                  - Você pareceu se divertir muito com ele. - Remus disse com os dentes serrados. - Ele pareceu bem divertido. 

 

                  Agora o grupo ria também, mesmo Charles não estava conseguindo conter a risada por conta do ciúmes bobo do padrinho com a afilhada. Mesmo a Sra.Weasley, Gui e Carlinhos estavam achando a cena muito engraçada. 

 

                 - Ownt moon! Você é muito fofo com ciúmes! - Sophie disse dando um sorriso para o padrinho que resmungou. - Mesmo esse ciúmes sendo o mais ridículo da história. 

 

                  - Ele nunca teve ciúmes de nada, e quando tem, é sobre isso. - Sirius disse rindo. - É um idiota mesmo.

 

                 - Cala boca, Sirius. - Remus resmungou. - Não estou com ciúmes. 

 

                  - Tá, acreditamos. - Harry disse rindo.  

 

                 - Moony, não tem motivo para ciúmes. Você é o meu homem favorito no mundo. - Sophie disse sorrindo para o padrinho. - Pare de ser bobo, lobo velho. 

 

                - Sério? - Remus perguntou começando a soltar um pequeno sorriso.

 

               - Sim, seu idiota. - Sophie resmungou revirando os olhos. - Vamos logo se não iremos perder o trem.

 

                  O Expresso de Hogwarts, uma reluzente locomotiva vermelha, já estava aguardando, soltando nuvens repolhudas de fumaça, através das quais os muitos alunos de Hogwarts e seus pais parados na plataforma pareciam fantasmas escuros. Pichitinho fez mais barulho que nunca em resposta ao pio das outras corujas escondidas na névoa. O grupo, trio e Luna e Gina saíram em busca de lugares e logo estavam guardando a bagagem em uma cabine mais ou menos na metade do trem. Depois, eles tornaram a saltar para se despedir de Remus, Sirius,  Sra. Weasley, de Gui e Carlinhos.

 

            - Talvez eu volte a ver vocês mais cedo do que pensam. - Disse Carlinhos, rindo, ao dar um abraço de despedida em Gina. 

 

             - Por quê? - Perguntou Harriet interessada. 

 

            - Você verá. - Respondeu Carlinhos. - Só não diga a Percy que eu falei isso... “porque afinal é informação privilegiada, até o Ministério resolver divulgá-la”. 

 

       - É, eu até sinto vontade de estar estudando em Hogwarts este ano. - Disse Gui, as mãos enfiadas nos bolsos, contemplando com um ar quase saudoso o trem. 

 

       - Por quê? - Perguntou Jorge impaciente. 

 

       - Vocês vão ter um ano interessante. - Comentou Gui, com os olhos cintilando. - Talvez eu até peça licença para ir dar uma espiada... 

 

         - Uma espiada em quê? - Perguntou Rony.

 

       - Logo você saberá, Roniquinho. Vem aqui, ruiva! - Gui puxou Sophie para um abraço de urso. - Bom ano letivo.

 

           - Valeu, Dumbledore 2.0. - Sophie disse rindo. 

 

          - Ah minha menina, está tão crescida. - Gui disse imitando a voz do diretor, fazendo todos rirem.

 

            Nessa hora ouviram o apito e a Sra. Weasley conduziu-os impaciente às portas do trem. Sophie deu um enorme abraço em Remus e Harry em Sirius e depois trocaram. Charles também abraçou Remus apertado antes de subir.

 

              - Sempre que precisar, eu estarei aqui. - Remus sussurrou. - Eu te amo, pequeno Francis.

 

           - Também te amo, Moon. 

 

        - Obrigada por nos convidar, Sra. Weasley – Disse Hermione, depois que embarcaram, fecharam a porta e se debruçaram na janela do corredor para falar com ela, Remus e Sirius. 

 

        - É, obrigado por tudo, Sra. Weasley. - Disse Harry. Charles, Erik, Sophie e Harriet concordaram. 

 

       - Ah, o prazer foi meu, queridos. - Respondeu ela. - Eu os convidaria para o Natal, mas... bem, imagino que vocês vão querer ficar em Hogwarts, por causa... de uma coisa ou outra. 

 

        - Mamãe! - Exclamou Rony irritado. - Que é que vocês três sabem que nós não sabemos? 

 

        - Vocês vão descobrir hoje à noite. - Disse a Sra. Weasley sorrindo. - Vai ser muito excitante, reparem bem, estou muito contente que tenham mudado as regras... 

 

       - Que regras? - Perguntaram Harry, Rony, Fred, Jorge, Harriet, Charles e Sophie juntos. Erik apenas se divertia da curiosidade dos amigos.

 

      - Tenho certeza de que o Prof. Dumbledore vai contar a vocês... agora, comportem-se? Ouviu bem Fred? E você Jorge! 

 

      Os pistões assobiaram e o trem começou a andar. 

 

     - Conta para a gente o que vai acontecer em Hogwarts! - Berrou Fred pela janela, quando a Sra. Weasley, Gui e Carlinhos foram se distanciando rapidamente. - Que regras é que vão mudar?

 

           - Tchau!! - A Sra.Weasley gritou sorrindo.

 

           - TE AMAMOS MAMÃE! - Fred e Jorge gritaram.

 

            A Sra. Weasley apenas sorriu e acenou. Antes que o trem tivesse virado a primeira curva, Sirius, Remus, Sra.Wesley, Gui e Carlinhos tinham desaparatado. 

 

          Todos voltaram à cabine. Luna e Gina haviam ido atrás de Neville, o Grupo continuou com o Trio por um tempo.  A chuva grossa que batia nas janelas tornava difícil ver o lado de fora. Rony abriu o malão, tirou as vestes a rigor marrons e atirou-as por cima da gaiola de Pichitinho para abafar os seus pios. 

 

      - Bagman queria nos dizer o que ia acontecer em Hogwarts. - Disse ele mal-humorado, sentando-se ao lado de Harry. - Na Copa Mundial, lembram? Mas nem a minha própria mãe quer contar. Que será... 

 

       - Psiu! - Sussurrou Hermione de repente, levando o indicador aos lábios e apontando para a cabine ao lado. Todos prestaram atenção e ouviram uma voz arrastada já sua conhecida que entrava pela porta aberta. 

 

        - ... papai, na realidade, pensou em me mandar para Durmstrang em lugar de Hogwarts, sabem. Ele conhece o diretor lá, entendem. Bom, vocês sabem qual é a opinião dele sobre Dumbledore... o cara gosta muito de sangues ruins e Durmstrang não admite esse tipo de ralé. Mas mamãe não gostou da ideia de eu ir para uma escola tão longe. Durmstrang tem uma política muito mais certa que Hogwarts com relação às Artes das Trevas. Os alunos de lá até aprendem essa matéria, não é só essas bobagens de defesa que a gente aprende... 

 

         Hermione se levantou, foi pé ante pé até a porta da cabine e fechou-a para abafar a voz de Malfoy. 

 

       - Então ele acha que Durmstrang teria sido melhor para ele, é? - Disse ela zangada. - Eu gostaria que ele tivesse ido para lá, aí não teríamos que aturá-lo. 

 

            - Durmstrang é outra escola de bruxaria? - Perguntou Harry.

 

              - Sim. Malfoy seria morto no primeiro dia se ele tentasse se engraçar com o pessoal lá. Verdade, eles estudam artes das trevas, mas muitos alunos, tal como Krum, tem respeito por todos. Mas existem uma parte, não muito grande... 

 

                - Que Caím com certeza faz parte. - Charles disse.

 

                 - Que são como como os Malfoy. - Erik terminou.

 

                 - Mas Durmstrang tem uma péssima reputação. - Hermione disse e Erik concordou.

 

                   - Igor Karkaroff. - Erik disse. - É o diretor da escola, ele fez com que Durmstrang ficasse com uma reputação tão ruim. Viktor diz que ele precisa fingir ser um babaca para Karkaroff não colocar ele em detenção, que não são nada boas. Não só o Viktor, os amigos dele que não aprovam precisam fazer o mesmo também. 

 

                - Desprezível esse cara. - Harriet disse e Sophie concordou.

 

            - Onde fica? Em que país? - Rony perguntou.

 

             - Ora, ninguém sabe, não é mesmo? - Respondeu Hermione, erguendo as sobrancelhas. 

 

           - Hum... por que não? - Quis saber Harry. 

 

         - Tradicionalmente há uma forte rivalidade entre as escolas de magia. Durmstrang e Beauxbatons gostam de esconder onde ficam para ninguém poder roubar os segredos delas. - Disse Hermione simplesmente. 

 

         - Corta essa! - Exclamou Rony, começando a rir. - Durmstrang tem que ser mais ou menos do tamanho de Hogwarts, como é que alguém vai esconder um castelão encardido?

 

         - Mas Hogwarts é escondida - Retrucou Hermione, surpresa -, todo mundo sabe disso... bom pelo menos todo mundo que leu Hogwarts: uma história. 

 

           - Então é só você.. - Rony disse ainda rindo mas foi cortado por Erik.

 

            - Na verdade, a gente sabe. Realmente, Rony, metade de Hogwarts sabe disso! Até sua irmã! - Erik disse fazendo Fred e Jorge rirem da vergonha que o irmão havia acabado de passar.

 

              - Eu vou explicar. - Disse Hermione revirando os olhos. - Hogwarts é encantado para ser escondida. Se um trouxa olhar, só o que vai ver é uma velha ruína embolorada com um letreiro na entrada PERIGO, NÃO ENTRE, ARRISCADO. 

 

          - Então Durmstrang também vai parecer uma ruína a um estranho? 

 

         - Talvez - Disse Hermione, encolhendo os ombros -, ou talvez tenha feitiços antitrouxas, como o estádio da Copa Mundial. E para impedir bruxos estrangeiros de encontrá-lo, devem ter tornado ele impossível de mapear... 

 

           - Como é? 

 

        - Bom, a gente pode enfeitiçar um prédio para tornar impossível a pessoa o localizar em um mapa, não pode? 

 

            - Hum... se você diz que pode. - Falou Harry e Sophie riu do irmão. 

 

        - Mas eu acho que Durmstrang deve ficar em algum lugar bem ao norte. - Disse Hermione pensativa. - Algum lugar muito frio, porque as capas de peles fazem parte dos uniformes de lá. 

 

        - Ah, pensem só nas possibilidades. - Disse Rony sonhando. - Teria sido muito mais fácil empurrar Malfoy de uma geleira e fazer parecer acidente... pena que a mãe goste dele...

 

           Todos riram.

 

         - Tô cansada de ficar aqui, vamos dar uma volta? - Harriet perguntou sorrindo.

 

           - Agora mesmo. - Disse Jorge alegre e se levantando. 

 

           Erik olhou para Charles e pegou a mão do mesmo. 

 

           - Você quer ir com eles ou quer ficar em um lugar mais tranquilo? - Erik perguntou com carinho.

 

             - Um lugar mais tranquilo. - Charles respondeu sorrindo curto. - Tudo bem para vocês?

 

              - Claro, Charls. - Sophie respondeu beijando a testa do amigo. - Quando quiser estaremos... em algum lugar desse trem. - Disse ela fazendo Charles dar um risinho. - Melhore, babie. 

 

               Jorge, Harriet e Fred deram um sorriso cheio de carinho para o moreno, Sophie pegou a mão do namorado e saíram. Erik se levantou e puxou Charles consigo.

 

             - Vamos para a cabine da Sonserina, lá é mais quieto. - Ele disse dando um selinho no moreno e saindo da cabine com o mesmo ao lado. - Nos vemos mais tarde. - Disse para o trio que concordou.

 

              Assim que os dois saíram, Harry e Rony olharam para Mione.

 

             - Ainda falta muito para ele melhorar. - Sussurrou Mione triste.

 

            - Sim. - Harry respondeu. - Gente, tem uma coisa que está.. me deixando muito incomodado desde da Copa. 

 

             - E o que é? - Rony perguntou.

 

            - Tem uma coisa que não contei a vocês. - Disse Harry. - Na primeira noite em To The Moon, acordei com a minha cicatriz doendo outra vez.

 

            As reações de Rony e Hermione foram quase exatamente as que Harry imaginara em seu quarto naquela noite. Hermione prendeu a respiração e começou a dar sugestões na mesma hora, mencionando vários livros de referência e diversas pessoas desde Alvo Dumbledore a Madame Pomfrey, a enfermeira de Hogwarts. 

 

        Rony simplesmente fez cara de espanto.

 

          - Mas ele não estava lá, estava? Você-Sabe-Quem? Quero dizer, da última vez que sua cicatriz ficou doendo, ele esteve em Hogwarts, não foi?

 

         - Tenho certeza de que ele não estava em To The Moon. - Falou Harry. - Mas sonhei com ele... com ele e Peter. Não me lembro do sonho todo agora, mas eles estavam planejando... matar alguém. 

        Hesitara por um momento quase dizendo “me matar”, mas não teve coragem de fazer Hermione ficar mais horrorizada do que já estava. 

 

       - Foi só um sonho. - Disse Rony tranquilizando o amigo. - Só um pesadelo. 

 

       - É, mas será que foi mesmo? - Disse Harry, virando-se para espiar, pela janela, o céu que clareava. 

 

        - É esquisito, não é... minha cicatriz dói e uma semana depois os Comensais da Morte se manifestam e o sinal de Voldemort volta a aparecer no céu. 

 

          - Não... diz... o nome... dele! - Sibilou Rony entre dentes.

 

            - E lembra o que foi que a Prof a Trelawney disse? - Continuou Harry, sem dar atenção a Rony. - No fim do ano passado? 

 

         A Prof a Trelawney era a professora de Adivinhação dos garotos em Hogwarts. A expressão aterrorizada de Hermione desapareceu substituída por uma risadinha de desdém. 

 

         - Ah, Harry, você não vai prestar atenção ao que aquela velha charlatã diz, vai? 

 

        - Você não estava lá. - Respondeu Harry. - Dessa vez foi diferente. Eu contei a você, ela entrou em transe, de verdade. E disse que o Lorde das Trevas se reergueria... maior e mais terrível que nunca... e que teria sucesso porque seu servo ia voltar para ele... e naquela noite Peter fugiu.

 

            Todos ficaram em silêncio. 

 

            - Contou para alguém? Sobre o sonho? - Hermione perguntou.

 

            - Sim. Na mesma noite que tive o sonho, eu contei para Sirius. - Harry respondeu.

 

              - E o que ele disse? - Rony perguntou ansioso.

 

             - Ele não sabe. Ele disse que pode ser um pesadelo e se caso eu tivesse outro, iríamos ver mais a fundo. - Harry respondeu. - Só que não pode ser coincidência eu sonhar com isso e depois aquilo na copa acontecer.

 

              Todos ficaram em silêncio para aquilo. Eles não sabiam o que pensar, eles queriam acreditar que era só um pesadelo mas no fundo algo gritava dizendo que era mais que aquilo. 

 

           Harry olhou para a janela, vendo a chuva cair.

 

               - Você não teve outros? - Perguntou Rony.

 

              - Não...

 

               - Bem.. se você tiver outros, estaremos aqui. - Hermione disse. - Sabe disso, não sabe?

 

             Harry olhou para os amigos e sorriu. Ele sabia. 

 

 

             Erik e Charles estavam sentados em um canto silencioso da cabine dos Sonserinos, muitos ali respeitaram o espaço dos dois, até mesmo deram os pêsames para Charles com bastante respeito. 

 

             O moreno estava com a cabeça no peito do namorado enquanto Erik acariciava os cabelos de Charles.

 

             - Quer falar? - Erik perguntou gentil. 

 

             - Sabe aquela música, "Demons"? Do Imagine Dragons? - Charles perguntou de volta e Erik concordou. - Eu me sinto vivendo aquelas letras, Erik. Eu estou tão triste, tão... com medo. 

 

               - Charles... - Erik tentou dizer, seus olhos se enchendo d'água.

 

               - Só me abraça, Erik. Eu preciso de você... por favor... - Charles disse começando a chorar baixo.

 

               Erik sentiu o coração falhar. Com uma única lágrima caindo na bochecha, ele apertou Charles contra o seu corpo. 

 

              Ver seu amor daquela maneira fazia algo nele se despedaçar. Charles não merecia aquilo, seu Charles era bom, era gentil com todos, esperançoso o tempo todo. Ele era a serenidade da raiva de Erik, juntos, eram os dois pontos entre raiva e serenidade.

              Se Erik pudesse, ele teria matado Kurt Marko a muito tempo. Se Erik pudesse, ele guardaria Charles em um pote e o protegeria, salvaria aquele sorriso brilhante para sempre dentro de seu coração.

 

           Mas agora, Erik só podia esperar até a hora em que seu Charles soltasse tudo. E ele estaria com ele quando isso acontecesse. 

 

                    - "Do you feel the same when I'm away from you? Do you know the line that I'd walk for you?We could turn around, or we could give it up, but we'll take what comes, take what comes." - Erik cantarolou baixinho para Charles. -  "I'll take your hand when thunder roars. And I hold you close, I'll stay the course. I promise you from up above, that we'll take what comes, take what comes, love."

 

 

               - Ei, o que vocês acham que vai ter em Hogwarts esse ano? - Jorge perguntou para os amigos.

 

                - Seja o que for, Harry ou Sophie estarão no meio disso. - Harriet disse deixando a amiga chocada.

 

                - Ei! - Sophie exclamou. - Que quer dizer?

 

                - Que você e seu irmão procuram confusão. - Jorge respondeu rindo.

 

                - Não é bem assim. A gente não procura confusão, são elas que insistem em nos achar. - Sophie resmungou fazendo eles rirem. - Enfim, seja o que for, Dumbledore está se segurando muito para não me contar por cartas. 

 

                  - Como você sabe? - Fred perguntou sorrindo.

 

                  - Ele não para de mencionar esse evento misterioso nas cartas dele, sério. - Sophie disse sorrindo. - Aquele velho adora uma aventura no castelo.

 

                  - Isso é verdade. - Harriet concordou. -Está com saudades do Aslan, Sophie?

 

                  - Você não faz ideia. - Sophie disse triste. - Parece que faz anos que não vejo ele. Quero tanto abraçá-lo, apertá-lo e não soltá-lo mais! 

 

                - Ele provavelmente vai fazer o mesmo. - Disse Fred rindo. - Aquele leão te ama mais do que a própria vida. 

 

               - Eu também amo ele dessa forma. - Disse Sophie. - Eu levaria um feitiço por aquele leão. 

 

              - Eu deixei de duvidar de você no nosso primeiro ano, Sophie. - Jorge disse. - Ah, ali está o Lino! Ei Lino!!! 

 

 

          A chuva foi ficando mais pesada, à medida que o trem seguia mais para o norte. O céu estava tão escuro e as janelas tão embaçadas que as lanternas foram acesas antes do meio-dia. O carrinho dos lanches surgiu sacudindo pelo corredor, e Harry comprou uma montanha de bolos de caldeirão para os três dividirem. 

 

      Muitos amigos apareceram durante a tarde, inclusive Simas Finnigan, Dino Thomas e Neville Longbottom, um menino de rosto redondo e extremamente esquecido que fora criado pela bruxa formidável que era sua avó. Simas ainda usava a roseta da Irlanda. Parte da mágica parecia estar se esgotando agora; ela ainda gritava esganiçada “Troy! Mullet! Moran!”, mas de um jeito muito fraco e cansado. Passada meia hora mais ou menos, Hermione, cansando-se da interminável discussão sobre quadribol, enterrou-se mais uma vez em O livro padrão de feitiços, 4 a série e começou a tentar aprender a fazer um Feitiço Convocatório.

 

         Neville escutava, invejoso, a conversa dos colegas que reviviam a partida de quadribol.

 

       - Vovó não quis ir. - Disse ele, infeliz. - Não quis comprar as entradas. Mas parecia fantástico. 

 

      - Foi. - Disse Rony. - Olhe só para isso, Neville... 

 

        Ele meteu a mão no malão guardado no bagageiro e puxou a miniatura de Vítor Krum. 

 

       - Uau! - Exclamou Neville, invejoso, quando Rony equilibrou Krum na mão gorducha. 

 

      - E vimos ele de perto, também. - Continuou Rony. - Ficamos no camarote de honra... 

 

      - Pela primeira e última vez na vida, Weasley.

 

          Draco Malfoy aparecera à porta. Atrás dele vinham Crabbe e Goyle, seus enormes sequazes agressivos, que pareciam ter crescido no mínimo trinta centímetros durante o verão. Evidentemente tinham ouvido a conversa pela porta da cabine, que Dino e Simas deixaram entreaberta.

 

         Harry percebeu com grande orgulho o rosto de Malfoy. Ainda dava para ver o estrago que ele havia feito no rosto do loiro, e a prova maior era os lábios que tinha um pequeno corte e o olho ainda esverdeado. 

 

             - Não me lembro de ter convidado você para a nossa cabine, Malfoy. - Disse Harry friamente.

 

      - Weasley... que é isso? - Perguntou Malfoy, apontando para a gaiola de Pichitinho. Uma das mangas das vestes de Rony estava pendurada, e balançava com o movimento do trem, deixando o punho de renda mofada muito visível. 

 

      Rony fez menção de esconder as vestes, mas Malfoy foi rápido demais para ele; agarrou a manga e puxou. 

 

        - Olhem só para isso! - Disse o garoto em êxtase, segurando as vestes de Rony e mostrando-as a Crabbe e Goyle. - Weasley, você não andou pensando em usar isso, andou? Quero dizer, isso esteve em moda aí por 1890...

 

            - Vai lamber sabão, Malfoy! - Xingou Rony, da mesma cor que as vestes ao puxá-las das mãos de Malfoy. O garoto uivava, rindo de desdém; Crabbe e Goyle gargalhavam estupidamente. 

 

      - Então... vai entrar, Weasley? Vai tentar trazer alguma glória para o nome da sua família? E tem dinheiro também, sabe... você vai poder comprar umas vestes decentes se ganhar... 

 

          - Do que é que você está falando? – retorquiu Rony. 

 

      - Você vai entrar? - Repetiu Malfoy. - Suponho que você vá, Potter? Você nunca perde uma chance de se exibir, não é? 

 

      - Ou você explica a que está se referindo ou vai embora, Malfoy – disse Hermione, impaciente, por cima da borda de O livro padrão de feitiços, 4 a série. 

 

      Um sorriso satisfeito se espalhou pelo rosto pálido de Malfoy. 

 

         – Não me diga que você não sabe? Você tem um pai e um irmão no Ministério e nem ao menos sabe? Nossa, meu pai me contou há séculos... soube pelo Cornélio Fudge. Mas papai sempre convive com o primeiro escalão do Ministério... talvez seu pai seja insignificante demais para ter sabido, Weasley... é... provavelmente não falam coisas importantes na frente dele...

 

          - Malfoy por que você não vai cuidar desse seu rosto, en? - Harry perguntou já cansado da ladainha que Malfoy falava. 

 

              Na mesma hora o loiro parou de rir e encarou Harry sério.

 

             - O que? Seus trolls não sabem como foi que você se machucou? - Harry perguntou abrindo um sorriso. - Eu posso contar se você quiser...

 

            - Vamos embora. - Malfoy disse se afastando da cabine.

 

        Quando os três desapareceram, Rony se levantou e bateu a porta do corredor da cabine com tanta força atrás deles que o vidro se espatifou. 

 

        - Rony! - Exclamou Hermione em tom de censura, e puxando a varinha, murmurou a palavra "Reparo!' e os estilhaços do vidro tornaram a formar uma vidraça inteira e a se reencaixar na porta. 

 

        - Ora... tirando onda que ele é bem informado e nós não... - Rosnou Rony. - Papai sempre convive com o primeiro escalão do Ministério... Papai poderia ter recebido uma promoção a qualquer tempo... mas ele gosta do cargo que ocupa... 

 

      - Claro que gosta. - Disse Hermione baixinho. - Não deixa o Malfoy chatear você, Rony... 

 

        - Ele! Me chatear! Como se pudesse! - Retrucou Rony, apanhando um dos bolos de caldeirão que sobravam e amassando-o todo.

 

          Harry e Mione se olharam e suspiraram. Rony já estava chateado. E o mau humor dele duraria a viagem toda.

 


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Notas finais do capítulo

Bjs até o próximo ♥