To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 52
Capítulo 52 - Remus Lupin, o Salva Afilhados


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!!! Boa leitura!



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       Quando os dois chegaram na sala do diretor, Fred não precisou bater na porta pois Dumbledore já esperava por eles, vestia um pijama com listras e uma toca de dormir. Em outras circunstâncias Fred teria rido mas naquele momento ele estava segurando algo precioso e que estava muito triste.

 

       Sophie tirou o rosto do peito de Fred e olhou para o diretor. Dumbledore sorriu com carinho e abriu os braços e rapidamente Sophie o braço.

       O diretor acariciou os cabelos da ruiva e olhou para Fred que estava sem saber o que fazer.

 

       - Chame Remus. - Disse Dumbledore. - Acredito que Sophie precisa dele.

 

      Fred concordou e correu para longe do escritório, em direção ao quarto de Remus.

 

        - Venha Sophie, vamos nos sentar e você vai tirar essa tristeza de seu peito. - Disse Dumbledore fechando a porta e gentilmente puxando Sophie para um sofá - que Sophie nunca tinha visto ali antes - e a sentou ali. - Que tal uma xícara de chocolate quente?

 

       Sophie concordou com a cabeça, não confiando na própria voz.

 

       - Eu irei na cozinha para pedir aos elfos, Albus. - Disse um dos quadros da sala. - Apenas chocolate quente, senhorita?

 

       Sophie olhou para o quadro do bruxo que sorria gentilmente para ela.

 

      - Sim, por favor... - Disse Sophie devagar a baixo.

 

      - Obrigado, meu caro amigo. - Agradeceu Dumbledore sorrindo para o bruxo.

 

      Então o bruxo se foi.

 

       - Agora, diga-me, o que houve? - Perguntou Dumbledore se virando para Sophie.

A Potter mais velha respirou e expirou várias vezes para se acalmar antes de começar a falar. Dumbledore esperou pacientemente.

 

        - É o Sirius. - Disse ela. - Ele... eu não sei o que está acontecendo com ele, senhor. Ele simplesmente só consegue pensar em Pettigrew e na vingança. Eu já tentei conversar com ele, realmente eu tentei mas ele não escuta. Ele não percebe que isso está machucando Remus, não percebe que a morte de Peter não vai levar a nada. E agora ele... Deus o que deu na cabeça dele?! Aparecer no dormitório masculino com uma faca, senhor! Uma maldita faca! O que ele estava pensando? Ele realmente não pensou no que aconteceria se alguém o pegasse ou pior, um dementador aparecesse? Ele me decepcionou tanto.

 

       Sophie parou e respirou fundo. Um certo alívio saindo do peito e um peso saindo das costas. Olhou para Dumbledore e viu que ele estava sério, observando ela atentamente.

 

        - Eu vejo. - Começou o diretor. - A vingança é algo perigoso, Sophie. Ela é capaz de consumir a mente da pessoa a ponto de fazer ela esquecer o que realmente é importante. Família, amor, amizade. A pessoa simplesmente esquece e sua mente só foca no objetivo da vingança. Infelizmente, Sirius não é imune à isso. - Disse ele calmamente. - Mas você não pode perder a esperança, minha querida amiga. Você, Remus e Harry são as únicas esperanças para fazer Sirius perceber o que realmente é importante para ele.

 

       Sophie ficou em silêncio, pensando em cada palavra que Dumbledore havia lhe dito. Ele estava certo, como sempre. Ela precisava criar a própria ação como Erik havia lhe dito.

 

       - Continue com seu plano, Sophie. Talvez, se eu estiver certo, mais de uma vida inocente será salva. - Disse Dumbledore sorrindo.

 

      Sophie ia perguntar o que o diretor queria dizer com aquele comentário mas naquele momento a porta foi aberta e Remus entrou na sala indo até ela, e ela percebeu que ele estava irritado.

 

     - Eu vou matar ele! - Rosnou Remus se ajoelhando em frente a Sophie e tocando no rosto da ruiva. - Ninguém na história da tortura foi torturado com a tortura igual a tortura com que ele será torturado.

 

      Sophie riu com o comentário de Remus. E o riso dela foi capaz de acalmar Remus.

 

       - O que se passava na cabeça daquele maldito cachorro?! - Resmungou Remus acariciando a bochecha da afilhada. - Você está bem?

 

         - Vou ficar... - Murmurou Sophie apreciando o carinho que lhe era dado.

 

       - Remus, meu caro, se sente conosco nesse maravilhoso sofá que eu comprei alguns dias atrás. - Disse Dumbledore alegre. - Logo o chocolate quente irá chegar. 

 

        - Chocolate quente? - Perguntou Remus parecendo muito interessado e se sentando ao lado de Sophie. - Nunca negaria um chocolate quente. - Sophie riu.

 

         - Sábias palavras! - Comentou Dumbledore rindo. - Oh, nossa bebida acaba de chegar.

 

        Ao dizer isso Dumbledore fez um movimento com a varinha na direção da porta e ela foi aberta novamente. Uma elfa adentrou timidamente a sala; Sophie imediatamente abriu um sorriso ao reconhecer a elfa, mesmo tendo visto ela uma vez.

 

       - Laila! - Exclamou a ruiva.

 

       Laila por sua vez também parecia reconhecer Sophie pois havia aberto um largo sorriso e os grandes olhos castanhos da elfa brilharam. 

 

       - Senhorita Sophie! 

 

      - Vejam que vocês se conhecem. - Comentou Dumbledore alegremente indo até a elfa e pegando a bandeja que Laila segurava onde continha algumas xícaras e uma jarra de chocolate quente. - Permita-me lhe ajudar, senhorita Laila. 

 

       - Oh, oh, obrigada senhor Dumbledore! És muito gentil! - Exclamava Laila fazendo uma longa reverência para o diretor. 

 

      - Conheci Laila no meu primeiro ano, quando eu e o grupo fomos fazer uma rápida visita para a cozinha. - Disse Sophie sorrindo. - Naquela noite em que o senhor deixou o Mapa do Maroto em frente a fênix. 

 

       - Oh, sim, lembro-me dessa noite. Foi divertido. - Comentou Dumbledore sorrindo e dando uma piscada para Remus que também sorriu.

 

      - Infelizmente foi a única vez que eu fui para as cozinhas. Não consegui tempo para retornar. - Comentou Sophie olhando para Laila. - Peço perdão, Laila.

 

      - A senhorita não tem nada a se desculpar! Laila entente o motivo da senhorita não ter voltado e Laila ficou muito feliz quando soube que a senhorita e seus amigos não haviam sidos apanhados. - Dizia Laila alegremente.  

 

        - Prometo que assim que eu tiver tempo, irei te visitar Laila. - Disse Sophie com carinho para a elfa. - E acredite, uma Potter nunca quebra uma promessa.

 

      - Isso é verdade. - Comentou Remus dando um beijo no cabelo de Sophie e pegando a xícara de chocolate quente que Dumbledore oferecia. - Obrigado diretor. 

 

       Dumbledore entregou uma xícara para Sophie também que agradeceu.

 

      - Laila, gostaria de tomar conosco? - Perguntou Dumbledore gentilmente para a elfa que ficou vermelha. 

 

       - Muita gentileza sua, meu senhor mas Laila precisa dormir. Amanhã Laila tem muitas coisas para fazer. - Respondeu Laila fazendo outra reverência para Dumbledore.

 

         - Muito bem, então. Vá descansar e obrigado por ter trazido o chocolate quente. - Disse Dumbledore sorrindo para a elfa.

 

         - Boa noite, Laila. - Disse Sophie. 

 

         - Boa noite, senhorita Sophie e boa noite senhor professor! - Disse Laila fazendo outra reverência para Sophie e Remus.

 

         - Boa noite, Laila. - Disse Remus gentil.

 

        E assim, a elfa se foi. 

 

        - Bem, agora vamos tomar nosso chocolate e dormir. Amanhã será um dia agitado para todos. - Comentou Dumbledore se sentando no sofá com uma xícara em mãos. - E com certeza cheia de fofocas. 

 

        Remus e Sophie concordaram. Quando eles saíram da sala do diretor, Sophie havia decidido passar a noite com Remus. E ela dormiu abraçada ao corpo do padrinho, da mesma forma que fazia quando era criança e Remus dormiu abraçado com ela e não a soltou em nenhum momento. 

 

 

             Ninguém na Torre da Grifinória dormiu. Todos sabiam que o castelo estava sendo revistado novamente e os alunos da casa permaneceram acordados na sala comunal, esperando para saber se Black fora apanhado. A Profª. Minerva voltou ao amanhecer para informar que, mais uma vez, ele escapara.

 

          Harry se sentiu irritado por Black ter escapado mas o sentimento logo foi substituído pelo sentimento de preocupação para com a irmã. Quando Fred havia voltado sozinho para Torre, ele, Erik, Charles, Jorge e Harriet se juntaram e foram juntos para o dormitório masculino do quinto ano. Charles havia puxado a mão da Mione e a levou junto para não deixar a menina sozinha. 

 

            Assim que Harry estava arrumado para mais um dia, ele se separou de Rony e foi direto para onde Remus dorme. De alguma forma, ele sabia que a irmã estava lá. E realmente acertou, assim que entrou, encontrou ela sentada em uma mesinha junto de Remus, ambos comendo o café-da-manhã.

 

         - Harry! - Exclamou Remus surpreso.

 

         Harry por sua vez, foi direto para a irmã e abraçou apertado. Sophie logo retribuiu.

 

         - Eu estou bem, não precisa se preocupar. - Disse Sophie gentilmente. - Eu apenas me assustei. Só isso.

 

         - Acho que todos se assustaram. - Comentou Remus pegando outra cadeira e colocando perto da mesa para Harry se sentar. - Como está Rony?

 

         - Ainda nervoso. - Respondeu Harry se servindo de uma torrada. - Todos estão perguntando sobre Black para ele. Acho que ele está gostando da atenção. 

 

        - Claro que está. - Resmungou Sophie. - E o grupo? Erik, Charles, Fred, Jorge e Harriet? 

 

        - A última vez que eu os vi, eles estavam indo para o Grande Salão. - Respondeu Harry. - Eles estavam bem sérios. Devem estar preocupados com você. 

 

        - Não duvido.- Comentou Remus. - De qualquer forma, vamos terminar logo aqui. Temos muitas coisas para fazer.

 

 

 

         Durante todo o dia, onde quer que fossem, os garotos percebiam sinais de uma segurança mais rigorosa; o Profº. Flitwick podia ser visto, às portas de entrada do castelo, ensinando-os a reconhecer uma grande foto de Sirius Black; Filch, de repente, andava para cima e para baixo nos corredores, pregando tábuas em tudo, desde minúsculas fendas nas paredes até tocas de camundongos. Sir Cadogan fora demitido. Repuseram seu retrato no solitário patamar do sétimo andar e a Mulher Gorda voltou ao seu lugar. Fora competentemente restaurada, mas continuava nervosíssima e só concordara em voltar ao trabalho com a condição de receber mais proteção.

 

          Um bando de trasgos carrancudos tinha sido contratado para guardá-la. Eles percorriam o corredor em um grupo ameaçador, falando em rosnados e comparando o tamanho dos seus bastões.

 

          Harry não pôde deixar de reparar que a estátua da bruxa de um olho só, no terceiro andar, continuava sem guarda nem bloqueio. Parecia que Fred e Jorge tinham razão em pensar que eles, Sophie, Erik, Charles e Harriet e agora Harry, Rony, Hermione eram os únicos que conheciam a passagem secreta a que a bruxa dava acesso.

 

        - Você acha que devemos contar a alguém? - Perguntou Harry a Rony. 

 

       - A gente sabe que Black não está entrando pela Dedosdemel. - Disse Rony descartando a idéia. - Saberíamos se a loja tivesse sido arrombada.

 

         Harry ficou contente que Rony pensasse como ele. Se a bruxa de um olho só também fosse fechada com tábuas, ele não poderia voltar a Hogsmeade. 

 

       Rony se transformara numa celebridade instantânea. Pela primeira vez na vida, as pessoas prestavam mais atenção a ele do que a Harry e era evidente que ele estava gostando bastante da experiência. Embora ainda estivesse muito abalado com os acontecimentos da noite anterior, ficava feliz de contar a quantos perguntassem o que acontecera, com riqueza de detalhes.

 

        - ... Eu estava dormindo e ouvi barulho de pano cortado e achei que estava sonhando, sabe? Mas aí senti uma correnteza de ar... Acordei e vi que o cortinado de um lado da minha cama tinha sido arrancado... Me virei... E vi Black parado ali... Como um esqueleto, os cabelos imundos... Segurando um facão comprido, devia ter uns trinta centímetros... E ele olhou para mim e eu olhei para ele, então eu soltei um berro e ele se mandou.

 

         - Mas por quê? - Rony acrescentou para Harry quando o grupo de garotas do segundo ano, que estivera escutando sua história enregelante, se afastou. - Por que foi que ele correu? 

 

          Harry andara se perguntando a mesma coisa. Por que Black, ao verificar que escolhera a cama errada, não silenciara Rony e procurara Harry? Ele já provara doze anos antes que não se importava de matar gente inocente, e desta vez só precisava enfrentar cinco garotos desarmados, quatro dos quais adormecidos. 

 

        - Ele devia saber que ia ter problemas para sair do castelo depois que você gritasse e acordasse todo mundo. - Disse Harry, pensativo. - Teria que matar a casa toda para passar pelo buraco do retrato... E teria dado de cara com os professores...

 

 

        - Eu não sou burro, está bem?! Assim que percebi que o rato não estava na cama do garoto, eu me mandei! - Disse Sirius depois de ter escutado um longo sermão de Sophie e Erik. 

 

        - Não antes de Rony te ver e soltar um berro. - Retrucou Erik revirando os olhos. - Faz um favor Sirius, fique longe do Castelo por um bom tempo. Acha que pode fazer isso, ou é muito imprudente?

 

        - Eu sei me controlar. - Resmungou Sirius irritado. - Não era minha intenção deixar o garoto me ver.

 

         - Claro que não. A sua intenção era entrar no dormitório com uma maldita faca e matar Peter ali mesmo. - Rosnou Sophie quase pulando em cima do padrinho - Erik estava segurando a parte de trás da roupa dela para que ela não pulasse. - A segurança no castelo está mais alta do que antes, então fique longe de lá, Sirius! Erik e eu tivemos que fazer um grande esforço para conseguir sair de lá sem ninguém nos ver. 

 

        - E mesmo com toda essa segurança, vocês saíram. - Comentou Sirius cruzando os braços.

 

        - Sou uma Potter e ele é um Lehnsherr. O que esperava? - Perguntou Sophie também cruzando os braços.

 

        Sirius sorriu orgulhoso e Erik revirou os olhos.

 

 

        Neville caiu em total desgraça. A Profª. à McGonagall estava tão furiosa com ele que o banira de todas as futuras visitas a Hogsmeade, lhe dera uma detenção e proibira todos de lhe informarem a senha para a torre. O coitado era obrigado a esperar do lado de fora da sala comunal, todas as noites, até alguém deixá-lo entrar, enquanto os trasgos da segurança caçoavam dele. Nenhum desses castigos, porém, chegou nem próximo do que sua avó lhe reservara. Dois dias depois da invasão de Black, ela mandou a Neville a pior coisa que um aluno de Hogwarts podia receber na hora do café da manhã um berrador.

        As corujas da escola entraram voando pelo Salão Principal trazendo o correio, como de costume, e Neville se engasgou quando a enorme coruja pousou diante dele com um envelope vermelho preso no bico.

 

          Harry e Rony, que estavam sentados em frente, reconheceram imediatamente que a carta era um berrador. Rony recebera um da Sra. Weasley no ano anterior.

 

        - Apanha ela logo, Neville. - Aconselhou Rony.

 

          Neville não precisou que lhe dissessem duas vezes. Agarrou o envelope e, segurando-o à frente como se fosse uma bomba, saiu correndo do Salão em meio às explosões de riso da mesa da Sonserina. Passou por Sophie que andava com Aslan ao lado dela. 

 

         - O que deu no Nev? - Perguntou ela quando se sentou ao lado de Harry com Aslan ao lado. 

 

         - Berrador da vó. - Respondeu Harry. 

 

         Todos ouviram o berrador disparar no saguão de entrada. A voz da avó de Neville, com o volume normal magicamente ampliado cem vezes, bradava que ele envergonhara a família inteira. Sophie e Harry se olharam com pena do garoto.

 

           - Harry, Edwiges tem uma carta para você. - Comentou Rony.

 

           - Ah, obrigado Ed. - Agradeceu acariciando a coruja e pegando a carta. 

 

          - Quem mandou? - Perguntou Sophie dando um enorme pedaço de torta de carne para Aslan. 

 

         - Hagrid... - Respondeu ele abrindo a carta.

 

        - Oh, tenho que fazer uma visita para ele. Mas com certeza, não hoje. - Disse Sophie acariciando a juba de Aslan.

 

          Harry concordou com a cabeça e leu a carta em voz alta:

 

         "Caros Harry e Rony,

 

       Querem vir tomar chá comigo hoje à tarde por volta das seis? Irei buscar vocês no castelo. 

     ESPEREM POR MIM NO SAGUÃO DE ENTRADA; VOCÊS NÃO PODEM SAIR SOZINHOS. 

 

            Abraços, Hagrid."

 

         - Ele provavelmente quer saber as novidades sobre Black - Disse Rony. Sophie e Harry se olharam e reviraram os olhos. 

 

          Assim, às seis horas daquela tarde, Harry e Rony saíram da Torre da Grifinória, passaram pelos trasgos de segurança e rumaram para o saguão de entrada. Hagrid já estava à espera. 

 

       - Está bem, Hagrid! - Exclamou Rony. - Imagino que você queira saber o que aconteceu no sábado à noite, é isso? 

 

        - Já soube de tudo. - Disse Hagrid, abrindo a porta de entrada e levando-os para fora. 

 

       - Ah... - Exclamou Rony, parecendo ligeiramente desconcertado.

 

      A primeira coisa que viram ao entrar na cabana de Hagrid foi Bicuço estirado em cima da colcha de retalhos de Hagrid, as enormes asas fechadas junto ao corpo, apreciando um pratão de doninhas mortas. Ao desviar o olhar dessa visão repugnante, Harry viu um gigantesco traje peludo e uma medonha gravata amarela e laranja pendurados no alto da porta do armário.

 

        - Para que é isso, Hagrid? - Perguntou Harry. 

 

        - O caso de Bicuço contra a Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas. Nesta sexta-feira. Ele e eu vamos a Londres juntos. Reservei duas camas no Nôitibus...

 

         Harry concordou e se sentou ao lado de Rony.

 

        - O treinamento com Charles e Mione? Você se saiu bem? - Perguntou Harry.

 

        - Nós treinamos bastante, Charles e Mione disseram que eu melhorei muito e que estou pronto. - Respondeu Hagrid. - Na verdade, é sobre Mione que eu quero conversar com vocês. - Disse ele mais sério que Harry e Rony já viram.

 

            Hagrid serviu chá e ofereceu um prato de pãezinhos aos garotos, que tiveram o bom senso de não aceitar; tinham muita experiência com a culinária do guarda-caça.

          - Que é que tem a Mione? - Perguntou Rony.

 

          - Ela está num estado de cortar o coração, é isso que tem. Veio me visitar muitas vezes desde o Natal. Se sente solitária. Vocês simplesmente não tem dado atenção para ela desde que a Firebolt chegou. Charles esteve com a pobrezinha esse tempo todo,em todo lugar que ele vai, ele puxa Mione junto mas não é a mesma coisa, claro. Charles pertence ao grupo da sua irmã e ela, bem, ela devia pertencer ao seu grupo. Vocês são o importante para ela. E agora vocês pararam de falar com ela por causa do gato...

 

         - ... Que comeu Perebas! - Interpôs Rony, zangado. 

 

       - Porque o gato dela fez o que todos os gatos fazem. - Insistiu Hagrid. - Ela já chorou muito, sabem. Está passando por um mau momento. Abocanhou mais do que pode mastigar, se querem saber, todo o trabalho que está tentando fazer. Charles tem ajudado ela como pode, mesmo com os N.O.M's em cima dele, ele tem feito muito. Os dois tem. E ainda arrumaram tempo para me ajudar com isso tudo. Mas a diferença entre Charles e Mione é bem gritante.

 

      - Qual é? - Perguntou Harry já imaginando o que era.

 

      - Sua irmã nunca deixaria um amigo por uma coisa tão idiota quanto essa. - Disse Hagrid seriamente para Harry que agora sentia como se tivesse levado um soco no peito. 

 

       - Bem nervosa ela ficou, quando Black quase esfaqueou você, Rony. Ela tem o coração no lugar, a Mione. Ela pode não ter demonstrado para vocês mas eu bem Charles consolando a coitada aqui na minha cabana. - Continuou Hagrid. - Voltem a falar com ela. Mione pertence ao grupo de vocês dois. 

 

      Harry e Rony ficaram em silêncio. 

 

      Os três passaram o resto da visita discutindo a nova chance de Grifinória concorrer à Taça de Quadribol. Às nove horas, Hagrid acompanhou-os de volta ao castelo.

 

      Quando eles foram comer, Harry observou Hermione e percebeu que o que Hagrid havia contado era verdade. A amiga parecia triste, mesmo Charles fazendo ela sorrir e ficar conversando com ela, Mione realmente parecia estar no grupo errado. Ela também parecia estar muito cansada, como se também estivesse ansiosa para os N.O.M's. 

 

        Ele foi se deitar com esses pensamentos na cabeça. Ele realmente deveria pedir desculpas para Hermione por ter se afastado dela. Hagrid tinha razão. 

 

        Pegou a varinha e se sentou na cama.

 

       - Lumos. 

 

        Sua cortina estava aberta, e a de Rony também. A cama do amigo era de frente a dele, e nesse momento Rony dormia. Virou-se para criado mudo ao lado da sua cama e abriu a primeira gaveta. De lá, tirou um pergaminho, o abriu e apontou a varinha para o pergaminho:

 

      - Eu juro solenemente não fazer nada de bom. 

 

       Logo o pergaminho começou a criar várias linhas e o nome dos fundadores do Mapa do Maroto apareceram. Ficou encarando os nomes "Moony" e "Prongs" e não pode evitar acariciar o local em que o apelido de seu pai estava escrito. 

 

        Abriu o Mapa, e como estava sem nenhum sono, começou a observar o movimento no castelo. Remus estava na sala, de acordo com o Mapa ele estava corrigindo lições, Dumbledore estava na própria sala andando em círculos, McGonagall vigiando o corredor do primeiro andar e...

 

           - Ahn... aranhas! Aranhas! - Harry levantou a cabeça na direção da cama de Rony e viu que o amigo estava acordado e agoniado. - Aranhas.. - Olhou para Harry. - Elas querem me ver dançar! Eu não quero dançar! 

 

         Harry percebeu que Rony acabara de ter um pesadelo.

 

         - Então diga para as aranhas que você não quer dançar. - Respondeu calmo.

 

       - Ah é, eu vou dizer, vou dizer... - Então se deitou na cama novamente. - Vou dizer amanhã.

 

        Em menos de minutos, Rony estava roncando novamente. 

 

        Harry riu e voltou a olhar o Mapa. Viu Filch andando pelo corredor do saguão principal e de acordo com o Mapa, estava procurando varinhas perdidas. 

 

        Continuou olhando, e olhando até...

 

        - Peter Pettrigrew. - Harry disse em voz baixa ao ver o nome de Pettigrew e o mesmo andando no corredor do quarto andar.

 

           Peter Pettigrew.... "Aquele gordinho que sempre andava atrás dos três em Hogwarts?" As palavras de Madame Rosmerta surgiam em sua mente e do Ministro também "Black fez Pettigrew em pedacinhos"

 

           Se Pettigrew estava morto, então por que o Mapa estava dizendo que ele estava no quarto andar? Podia ser apenas um erro do Mapa, Harry podia deixar isso de lado mas, ele não estava com sono e realmente estava curioso então na hora se pôs de pé.

 

           Olhou para Rony ainda roncando e decidiu não acordar o amigo. Colocou um tênis rapidamente e com a varinha e o Mapa na mão, saiu do dormitório e devagar, sem ser percebido pelos Trolls, partiu em direção ao quarto andar, prestando atenção para não ser pego.

 

       Todos os quadros daquele corredor estavam dormindo e roncando. Olhou para o Mapa e viu que Pettigrew estava vindo na direção dele, estava chegando cada vez mais perto. 

 

       Ele franziu a testa e olhou para a frente novamente. A varinha iluminando o corredor, apontada na direção que o Mapa dizia que Pettigrew estava mas não havia ninguém. Mas mesmo não vendo ninguém, ele realmente sentia que tinha alguém ali, perto dele e por isso estava começando a se sentir nervoso e com uma pontada de medo batendo no peito. 

 

         Pettigrew estava cada vez mais se aproximando e se aproximando mas Harry não via ninguém na frente dele. Olhou para trás e para frente sem saber ao certo o que fazer e quando olhou para o Mapa novamente, viu que Pettigrew havia passado por ele e já estava virando a esquina do corredor. 

 

         Respirando e expirando devagar para se acalmar, Harry percebeu com o coração na boca que Snape estava se aproximando muito rápido na esquina daquele mesmo corredor que ele estava. E infelizmente, o Mapa estava correto pois ele podia ver Snape se aproximando quando olhou para frente e rapidamente disse:

 

           - Mal feito, feito! — Escondeu o mapa no bolso. - Nox!

 

          Quando pensou em correr, sentiu a mão de Snape segurar sua roupa e então a varinha do diretor da Sonserina, iluminou o ambiente.

 

         - Potter. - Disse Snape abrindo um sorriso vitorioso. - O que está fazendo andando nos corredores a está hora?

 

        - Eu sou sonâmbulo. - Respondeu Harry com a primeira coisa que veio na cabeça.

 

        - Extraordinário como se parece com seu pai, Potter. Ele também era profundamente arrogante. - Disse Snape agora fazendo um careta. - Andando em perdigado. 

 

        - Meu pai não era assim. E eu também não sou. - Retrucou Harry ficando irritado. - Agora se não se importa, eu agradeceria se tirasse a sua varinha da minha cara. 

 

        Snape por sua vez ergueu uma sobrancelha. 

 

         - Venha comigo, Potter. - Disse Snape. 

 

         Harry o acompanhou até o andar de baixo, tentando limpar as mãos que estavam molhadas de suor, no avesso das vestes, sem que Snape notasse. Dali desceram masmorras e à sala de Snape. 

       O garoto só estivera ali antes uma vez e fora também por um problema muito sério. Desde então Snape adquirira mais umas coisas horríveis e viscosas conservadas em frascos, todos arrumados nas prateleiras atrás de sua escrivaninha, refletindo as chamas da lareira e contribuindo ainda mais para tornar a atmosfera ameaçadora.

 

       - Agora, Potter, esvazie os bolsos. - Disse o diretor com um certo ar de triunfo na voz.

 

       - Perdão? 

 

       - Esvazie os bolso. 

 

      - O senhor me trouxe até aqui para esvaziar os meus bolsos? - Respondeu Harry sentindo o coração bater forte. - Muito bem, então.

 

        Ele tirou o Mapa que agora apenas parecia um pergaminho velho.

 

       - Que é isso? - Perguntou Snape.

 

       - Um pedaço de pergaminho. 

 

       - Oh, é mesmo? E por que você estava andando com esse pedaço inútil de pergaminho em seus bolsos nessa hora da noite? - Perguntou Snape e Harry não soube como responder. 

 

         Snape sorriu perante o silêncio do garoto. E Harry achou a cena horrível.

 

        - Bem, bem. Abra-o. - Ordenou.

 

        Harry abriu o pergaminho e Snape apontou a varinha na direção e disse:

 

        - Revele o seu segredo! — disse, tocando o pergaminho com a varinha. 

 

          Nada aconteceu.

 

        - Mostre-se! - Disse Snape, dando uma batida forte no mapa. 

 

     O mapa continuou em branco. Harry inspirou profundamente para se acalmar. 

 

        - Severus Snape, professor desta escola, ordena que você revele a informação que está ocultando! - Disse ele, batendo no mapa com a varinha. 

 

       Como se uma mão invisível estivesse escrevendo, começaram a surgir palavras na superfície lisa do mapa.

 

          - Leia! - Ordenou Snape para Harry.

 

       Harry olhou para o que estava escrito e quase gargalhou naquele momento. Prendendo o riso na garganta, ele olhou para Snape.

 

       - O senhor não quer que eu leia isso, professor. - Tentou avisar.

 

      - Eu ordenei você para ler então leia! - Disse Snape irritado.

 

        - Muito bem.

 

        “O Sr.Moony apresenta seus cumprimentos ao Profº. Snape e pede que ele não meta seu nariz anormalmente grande no que não é de sua conta”.

 

          Snape congelou.

 

        “O Sr.Prongs concorda com o Sr.Moony e gostaria de acrescentar que o Profº. Snape é um safado mal acabado”.

 

          Harry realmente queria dar um abraço em Remus e em seu pai. Mas realmente teria sido muito engraçado se a situação não fosse tão grave.

 

          “O Sr.Padfoot gostaria de deixar registrado o seu espanto de que um idiota desse calibre tenha chegado a professor”

 

      Ele não sabia quem era esse tal Padfoot mas Harry também queria abraçar ele. 

 

        “O Sr.Wormtail deseja ao Profº. Snape um bom dia e aconselha a esse seboso que lave os cabelos”.

         Então, quando terminou de ler a última mensagem, Harry olhou para o diretor da Sonserina e viu que o mesmo estava bem nervoso.

 

        - Eu tentei avisar. - Disse Harry sério mas por dentro, estava realmente rindo.

 

        Então sem dizer nada, o professor foi até a lareira, agarrou um punhado de pó brilhante e atirouo nas chamas com raiva. 

 

       - Lupin! - Gritou Snape para o fogo. - Quero dar uma palavrinha com você!

 

       Absolutamente perplexo, Harry olhou para o fogo. Surgiu uma sombra enorme que rodopiava muito depressa. Segundos depois, o Remus saía da lareira, sacudindo as cinzas do sobretudo preto que usava.

 

           - Você me chamou, Severus? - Perguntou Remus tranquilamente. - Harry?

 

         - Claro que chamei. - Retrucou Snape, o rosto contorcido de fúria ao voltar para sua escrivaninha. - Acabei de pedir a Potter para esvaziar os bolsos. Ele trazia isto com ele.

 

         Snape apontou para o pergaminho que estava na mão de Harry. As palavras ainda estavam bem vivas no pergamino. Remus olhou para o pergaminho, depois para Harry, obviamente ele reconheceu o pergaminho mas não deixou isso transparecer em sua expressão.

 

         - ... Certo, e daí? - Perguntou Remus voltando a olhar para Snape. - Francamente Severus, não me diga que você me chamou aqui por causa de um pergaminho.

 

           - Na verdade, chamei sim. - Retrucou Snape mais irritado.

 

         Remus suspirou e olhou novamente para o Mapa. Harry teve a impressão de que ele estava avaliando a situação muito rapidamente.

 

         - E então? - Insistiu Snape. - Este pergaminho obviamente está repleto de magia negra. Pelo visto isto é a sua especialidade, Lupin. Onde você acha que Potter arranjou uma coisa dessas?

 

         Remus ergueu a cabeça e, com um levíssimo relanceio na direção de Harry, alertou-o para não interrompê-lo. 

 

         - Repleto de magia negra? - Repetiu ele. - É isso mesmo que você acha, Severus? A mim parece apenas um mero pedaço de pergaminho que insulta quem o lê. Infantil, mas com certeza nada perigoso. Imagino que Sophie tenha lhe dado, certo Harry? 

 

        - Sim. 

 

        - Imaginei, deve ser produto das Zonko's. - Disse Remus pegando o pergaminho e lendo o que estava escrito. - Ah, certo, agora entendi. Você se sente ofendido por ter caído nisso, certo? - Perguntou para Snape e não lhe deu uma chance de responder. - Certo, vou lhe fazer um favor. 

 

         Dito isso ele pegou a varinha apontou para o Mapa. 

 

     - Eu, Remus Lupin, professor desta escola, peço para que você revele as suas informações. -Disse Remus e logo as ofensas contra Snape se apagaram e novas palavras apareceram. - Hum... acho que você não pediu educadamente, Severus.

 

           Entregou o Mapa para Harry e o mesmo leu o que estava escrito:

 

       ".................................... Estou um pouco em choque."

 

        Harry imaginou que era o Sr.Moony que escreveu aquilo. E sorriu.

 

      "Olá senhor Remus, gostaria de dizer que eu, sr.Prongs fico muito feliz em saber que uma pessoa tão educada e maravilhosa tenha se tornado professor! Com certeza muito melhor que aquele seboso safado!" 

 

        Pelo menos dessa vez, Harry não estava lendo em voz alta.

 

         "Para você senhor Remus, eu, sr.Padfoot revelo até os segredos para adentrar no meu coração. Sem dúvidas o melhor professor dessa escola! Ps: Case-se comigo?"

 

        Aparentemente o Sr.Padfoot gostava do Sr.Moony, Harry pensou irônico.

 

          "Oh, eu, sr.Wormtail fico feliz que Hogwarts tenha um professor tão ótimo como o sr.Remus. Muito melhor do que aquele seboso" 

 

         - Mas de qualquer forma, irei investigar o pergaminho, já que é.. como você disse mesmo? Ah sim, a minha especialidade. - Disse Remus colocando os braços no ombro de Harry. - Vamos Harry, irei te levar para o dormitório. Professor, boa noite. 

 

        Então ambos saíram. 

 

       Remus não o levou para o dormitório. Eles foram direto para a sala do padrinho e assim que chegaram lá, Remus olhou para ele sério.

 

        - O que raios você pensa que estava fazendo? - Perguntou Remus. - Sair nessa hora da noite, com o Mapa em mãos... 

 

         - Desculpa Moon. - Disse Harry baixando a cabeça.

 

         - Olha, eu realmente não ligo para você saindo pelos corredores durante a noite. Sophie faz isso o tempo todo então não faz sentindo para mim te dar um sermão. - Disse Remus. - Mas tome mais cuidado. Se Snape não tivesse me chamado, ele provavelmente iria te proibir de jogar no último jogo contra Sonserina.

 

        Com isso Harry tinha que concordar. 

 

        - Por que você saiu nesse horário de qualquer maneira? - Perguntou Remus se sentando em uma das mesas e cruzando os braços.

 

        - É que eu vi um nome no Mapa que me chamou atenção. - Disse Harry olhando para o Mapa que estava na mão. - Mas aparentemente esse seu Mapa comete erros. 

 

        - Impossível. - Retrucou Remus. - Eu, seu pai mais outros dois alunos, o sr.Padfoot e o sr.Wormtail fizemos ele sem nenhum erro. - Ele parecia orgulhoso disso. - Que nome você viu?

 

        - O nome de alguém que sei que está morto. - Respondeu Harry entregando o pergaminho para Remus. - Peter Pettigrew. 

 

         Assim que ele disse o nome, ele viu uma expressão estranha e reservada aparecer no rosto do padrinho. 

 

       - Tem certeza que viu esse nome?- Perguntou Remus.

 

       - Foi o que eu vi, certeza. - Respondeu.

 

      - Certo. Você se importa se eu ficar com o Mapa por um tempo? - Perguntou ele. - Depois eu te devolvo.

 

      - Claro. - Disse Harry. - É melhor eu ir deitar. Boa noite, Remus.

 

      - Boa noite. - Disse Remus largando o mapa em cima da mesa e bagunçando o cabelo de Harry. - E nada de mudar o caminho. Se fizer isso, eu vou saber. - Brincou.

 

        Harry sorriu e saiu da sala de Remus.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥ Bjs e até o próximo capítulo ♥



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