To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 50
Capítulo 50 - Uma lembrança feliz, Harry


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo ♥ Prisioneiro de Azkaban está quase no fim galera!! Isso significa que o encontro, Sirius e Remus e Sirius e Harry está cada vez mais próximo!
Esse capítulo é mais o Harry e o Remus, a Sophie e Sirius vão aparecer mais no próximo! Boa leitura!

PS: Nesse capítulo tem cenas do livro misturadas com o filme!



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     Antes mesmo das férias de fim de ano acabarem, Sophie, Harriet, Charles, Erik, e Fred e Jorge estavam com os rostos enfiados nos livros e nos cadernos. Harry percebeu que quanto mais os N.O.M'S se aproximavam mais os seis se tornavam nervosos e menos brincalhões. Mas mesmo tão ocupados, todos se juntavam na biblioteca para ajudar Hagrid pro julgamento de Bicuço. Hermione e Charles eram os que mais entendiam do assunto, por isso apenas eles dois resolveram por treinar Hagrid para agir de maneira correta no tribunal.

 

          Quando as férias haviam acabado, e os alunos estavam de volta para um novo semestre, Harry havia ficado animado pois significava que o jogo da Grifinória com a Corvinal estava próximo e também significava que as aulas para ele aprender o feitiço do Patrono também estavam chegando. Foi alguns dias depois de todos os alunos voltarem, que Olívio havia o procurado na sala comunal da Grifinória.

 

            - Teve um bom Natal? - Perguntou ele e, em seguida, sem esperar resposta, se sentou, baixou a voz e disse: - Andei pensando durante o Natal, Harry. Depois da última partida, entende. Se os dementadores forem ao próximo... Quero dizer... Não podemos nos dar ao luxo de você... Bem... 

 

          Olívio parou, parecendo constrangido. 

 

         - Já estou cuidando disso. - Falou Harry depressa. - O Profº. Lupin prometeu que me ensinaria a afastar os dementadores. Devemos começar esta semana. Ele falou que teria tempo depois do Natal. 

 

        - Ah. - Respondeu Olívio, o rosto se desanuviando. - Bem, nesse caso... Eu não queria realmente perder você como apanhador, Harry já encomendou uma vassoura nova? 

 

       - Não. 

 

       - Quê! É melhor você se mexer, sabe, não vai poder montar aquela Shooting Star contra o time da Corvinal!

 

        - Olívio...

 

         - Tem que ser uma vassoura boa! Muito boa! Uma Nimbus 2001 com certeza serve! - Continuou Olívio animado.

 

          - Eu tenho uma Firebolt. - Cortou Harry depressa.

 

          Olívio parou de falar e encarou Harry. O Potter mais novo estava realmente vendo o goleiro e capitão do time raciocinar o que ele havia dito. 

 

          - Você tem... uma Firebolt.... - Disse Wood devagar.

 

          - E a Sophie também tem uma Firebolt. - Disse Jorge passando pelo goleiro.

 

         - Sophie também tem uma Firebolt... - Um sorriso começava a surgir nos lábios de Olívio. - Você e a sua irmã tem... o nosso time tem duas Firebolt's. 

 

          Harry nunca havia visto o capitão tão feliz quanto naquele momento. Era como se ele tivesse realizado um sonho de Olívio.

 

          - Nós ganhamos! A TAÇA É NOSSA! - Gritou Olívio fazendo todos os alunos da Grifinória olharem para ele. - Harry esteja pronto, pois logo nossos treinos irão começar! Preciso contar aos outros e preparar mais estratégias! Esse ano é nosso! Nossinho! - E saiu praticamento saltitando como uma gazela.

 

            - Uau... - Comentou Rony se sentando ao lado de Harry que ainda estava assustado pela reação do capitão da Grifinória. - Ele finalmente enlouqueceu. 

 

        As aulas recomeçaram no dia seguinte. A última coisa que alguém ia querer fazer era passar duas horas lá fora em uma fria manhã de janeiro, mas Hagrid providenciara uma fogueira cheia de salamandras para alegria dos alunos, que passaram uma aula incomumente boa juntando madeira e folhas secas para manter o fogo alto enquanto os bichinhos, que adoram chamas, subiam e desciam pelas toras embranquecidas de calor. A primeira aula de Adivinhação do novo trimestre foi bem menos divertida; a Profª. Sibila estava agora começando a ensinar quiromancia à turma e não perdeu tempo para informar Harry de que ele possuía a menor linha da vida que ela já vira. 

       Mas era à aula de Defesa contra as Artes das Trevas que ele estava ansioso para chegar; depois da conversa com Olívio, queria começar as aulas antidementadores o mais cedo possível. 

 

         - Ah, é verdade. - Disse Remus quando Harry o lembrou da promessa no final da aula. - Vejamos... Que tal às oito horas da noite na quinta? A sala de aula de História da Magia deve ser suficientemente grande... Tenho que pensar muito como vamos fazer. Não podemos trazer um dementador real ao castelo para praticar... 

 

          - Ele parece bem, não é? - Perguntou Mione quando eles iam para a próxima aula. - A lua está próxima e ele parece bem tranquilo.

 

          - Talvez seja a poção. Talvez realmente esteja ajudando ele. - Comentou Rony. - Como está indo com Hagrid?

 

          - Bem.. ele ainda não sabe como agir e as vezes acaba errando em algumas partes mas Charles é bem paciente com ele e eu também. - Respondeu a garota. - Charles está acabado. As lições e os N.O.M'S chegando está deixando ele muito distraído. 

 

          - Todos do quinto ano estão assim. Menos Erik, ele parece muito calmo. - Respondeu Harry divertido. - Nem Sophie está calma, na verdade, ela tem estado muito nervosa e alguns dias atrás, eu tenho certeza que vi ela correndo atrás dos gêmeos com uma vassoura na mão. Erik corria atrás dela tentando impedi-lá e Charles e Harriet estavam seguindo mas apenas riam. 

 

           - Eles ficam loucos nessa época do ano. - Comentou Rony.

 

          Oito horas da noite de quinta-feira, Harry saiu da Torre da Grifinória para a sala de História da Magia. Quando chegou, a sala estava escura e vazia, mas ele acendeu as luzes com a varinha e já estava esperando havia uns cinco minutos quando o Remus apareceu, trazendo uma grande caixa, que depositou no chão.

 

       - Que é isso? - Perguntou Harry. 

 

       - Outro bicho-papão. - Respondeu Remus calmamente tirando a capa. - Andei passando um pente fino no castelo desde terça-feira e por sorte encontrei este aqui escondido no arquivo do Sr. Filch. É o mais próximo que chegaremos de um dementador de verdade, o bicho-papão se transformará em um dementador quando o vir, então poderemos praticar. Posso guardá-lo na minha sala quando não estiver em uso; tem um armário embaixo da minha escrivaninha de que ele vai gostar. 

 

       - Tudo bem... - Disse Harry procurando falar como se não estivesse nada apreensivo, mas apenas feliz pelo padrinho ter encontrado um substituto tão bom para um dementador real.

 

      - Agora, antes de praticarmos, você tem alguma pergunta sobre o feitiço? - Perguntou Remus se sentando em cima da caixa e encarando Harry.

 

       - O que ele faz com o Dementador? 

 

       - Bem, quando funciona corretamente, ele conjura um Patrono, que é uma espécie de antidementador, um guardião que age como um escudo entre você e o dementador. 

 

    Harry teve uma súbita visão de si mesmo agachado atrás de um vulto do tamanho de Hagrid segurando um enorme bastão. Remus continuou: 

 

       - O Patrono é um tipo de energia positiva, uma projeção da própria coisa de que o dementador se alimenta: esperança, felicidade, desejo de sobrevivência, mas ele não consegue sentir desesperança, como um ser humano real, por isso o dementador não pode afetá-lo. Mas preciso preveni-lo, Harry, de que o feitiço talvez seja demasiado avançado para você. Muitos bruxos habilitados têm dificuldade de executá-lo... apesar que Sophie fez um grande trabalho naquele dia. Mas mesmo assim...

 

      - Que aspecto tem um Patrono? - Perguntou Harry, curioso. 

 

      - Cada um é único para o bruxo que o conjura. 

 

       - E como se conjura?

 

       - Uma lembrança feliz, Harry. Você só precisa de uma lembrança feliz e se concentrar totalmente nela. Apenas isso. - Respondeu Remus sorrindo. -Acha que consegue?

 

        - Sim. 

 

        - Feche os olhos. - Disse o professor gentilmente. - Concentre-se em uma lembrança, uma lembrança feliz.

 

          Várias lembranças dele com Sophie, com os amigos, com Remus inundaram sua mente e dentre todas ele escolheu a vez em que ele e Sophie voaram juntos na casa dos Weasley's. 

 

         - Já tem uma? - Remus perguntou e Harry concordou com a cabeça. - Pegue a varinha e deixe que essa lembrança tome conta de você. Fique bem relaxado e depois diga o feitiço: Expecto Patronum. - Disse Remus devagar e calmo.

 

         - Expecto Patronum. - Disse Harry ainda de olhos fechados.

 

         - Muito bom. - Dito isso, ele se levantou do grande bau e Harry abriu os olhos. - Vamos começar? Prepare a varinha.

 

         Harry levantou a varinha em direção ao caixa. As mãos estavam suando e o coração batia dolorosamente no peito. Concentrou-se totalmente na lembrança e de como a risada de Sophie fazia ele mesmo rir e sentir feliz, era bom mas havia algo querendo atrapalhar essa lembrança. Era o sentimento de que, a qualquer momento, ele retornaria a ouvir a voz de sua mãe. 

 

         Remus levantou a tampa da caixa.

 

         Um dementador se ergueu lentamente da caixa, o rosto encapuzado virado para Harry, uma mão luzidia, coberta de cascas de feridas, segurando a capa. As luzes em volta da sala de aula piscaram e se apagaram. O dementador saiu da caixa e começou a se deslocar silenciosamente em direção a Harry, respirando profundamente, uma respiração vibrante. Uma onda de frio intensa o engolfou... 

 

     - Expecto patronum! — Berrou Harry. - Expecto Patronum! 

 

     Mas a sala e o dementador foram se dissolvendo... Harry se viu caindo outra vez por um denso nevoeiro branco, e a voz de sua mãe mais alta que nunca, ecoava em sua cabeça... 

   “Harry não! Harry não! Por favor... farei qualquer coisa...” "Afaste-se. Afaste-se, menina...”

 

      - Harry! Harry! Vamos acorde, por favor - Era voz de Remus. - Eu sabia que era uma má ideia, por favor Harry, acorde!

 

        Harry de repente recuperou os sentidos. Estava deitado de costas no chão. As luzes da sala tinham reacendido. Ele não precisou perguntar o que acontecera. Olhou para Remus e viu que o mesmo estava com os olhos cheios de preocupação e não pode deixar de se sentir culpado.

 

    - Desculpe... - Murmurou, se sentando e sentindo o suor frio escorrer por dentro dos óculos.

 

      - Em nome de Deus, pelo que você está se desculpando? Sem sentido! Você está bem? - Perguntou Remus se sentando ao lado do garoto.

 

       - Estou bem.. eu acho... - Disse Harry baixo. 

 

        - Aqui, coma isso. Vai ajudar. - Disse Remus entregando um sapo de chocolate. - Eu não esperava que conseguisse de primeira, ficaria assombrado. Coma e tentaremos de novo, está bem?

 

          - Sim.

 

         - Só por curiosidade, o que pensou? Qual foi a lembrança que escolheu? - Perguntou Remus.

 

         - Uma em que Sophie e eu estamos voando juntos na casa dos Weasley's. Antes de eu entrar no meu segundo ano. - Respondeu Harry tristemente ao perceber que a lembrança não havia sido forte.

 

         - Isso não foi forte o bastante, nem chegou perto. - Disse Remus sério. - Pense em uma.. melhor. Está bem?

 

         - Está piorando. - Murmurou Harry de repente. - Eu a ouvi mais alto dessa vez... E ele... Voldemort.

 

         - Harry, se você não quiser continuar, vou compreender muito bem... 

 

      - Eu quero! - Exclamou Harry com vigor, enfiando o resto do sapo de chocolate na boca. - Tenho que continuar! O que vai acontecer se os dementadores aparecerem na partida contra Corvinal? Não posso me dar ao luxo de cair novamente da vassoura. Só não perdemos o jogo da última vez por causa da Sophie. Se perdermos essa partida, perderemos a Taça de Quadribol! 

 

        - Muito bem, então... - Disse Lupin. - Talvez queira escolher outra lembrança, uma lembrança mais feliz que essa primeira.

 

          Harry fez um esforço mental e concluiu que sua emoção quando Grifinória ganhara o Campeonato das Casas, no ano anterior, fora decididamente uma lembrança muito feliz. Segurou a varinha com força, outra vez, e tomou posição no meio da sala. 

 

       - Pronto? - Perguntou Lupin segurando a tampa da caixa. 

 

       - Pronto. - Disse Harry, tentando por tudo encher a cabeça de pensamentos felizes sobre a vitória de Grifinória, em lugar dos pensamentos sombrios sobre o que ia acontecer quando a caixa se abrisse. 

 

         - Já! - Disse Lupin destampando a caixa. A sala ficou gelada e escura mais uma vez. O dementador avançou deslizando, inspirando com força; a mão podre estendida para Harry... 

 

         - Expecto Patronum! — Berrou Harry. - Expecto Patronum! Expecto Pat... 

 

      Um nevoeiro branco obscureceu seus sentidos... Vultos grandes e difusos moveram-se à sua volta... Então ele ouviu uma nova voz, uma voz de homem, gritando em pânico... 

 

     "Lily, leve Harry e vá! É ele! Vá! Corra! Eu o atraso...”

 

        Os ruídos de alguém saindo aos tropeços de uma sala... Uma porta se escancarando... Uma gargalhada aguda... 

 

      - Harry! Harry. Acorde...acorde amigo...

 

         Lupin dava tapinhas em seu rosto.

 

      Desta vez levou um minuto até Harry entender por que estava deitado no chão empoeirado de uma sala de aula. 

 

     - Ouvi meu pai. - Murmurou Harry - É a primeira vez que o ouço, ele tentou enfrentar Voldemort sozinho, para dar à minha mãe tempo de fugir... 

 

     O garoto de repente percebeu que havia em seu rosto lágrimas misturadas ao suor. Olhou para Remus e sem saber o que fazer o abraçou apertado, em segundos os braços de Remus estavam em volta dele. 

 

         - Está tudo bem, eu estou aqui. - Disse Remus baixo para o garoto. 

 

          - Ele tentou salvar mamãe e eu... ele morreu acreditando que a mamãe havia escapado... - Sussurrou Harry com o rosto na roupa de Remus. 

 

          - Não estou surpreso. Ele sempre foi o herói do grupo. - Comentou Remus com um sorriso triste no rosto. - Tá tudo bem... 

 

        Ele se sentia tão triste, era a primeira vez que ouvira a voz do pai e não era dessa forma que queria ter ouvido. Depois de tudo que havia escutado sobre ele, sobre o sorriso e alegria que o mesmo sempre tinha, ouvi-lo daquela forma, implorando para sua mãe fugir e deixá-lo... 

 

       - Se você quiser parar... - Disse Remus devagar. - É muito avançado... não devia ter aceitado essa ideia, Harry. 

 

         - Não. - Disse Harry se afastando e secando os olhos, depois olhando para o padrinho que o olhava tristemente. - Eu não estou pensando em lembranças alegres o bastante, espera, eu sei que eu tenho...

 

 

   Harry ficou em silêncio, havia uma memória. Ele sempre teve ela, mesmo antes de conhecer Sophie e Remus. Já havia sonhado várias vezes com a mesma cena quando era pequeno. Ele estava em uma sala, ele estava no colo de sua mãe, com seu pai lhe fazendo caretas para ele rir. Remus estava sentado em um poltrona com um livro e Sophie correndo com um cachorro atrás dela.

 

        - Tem uma outra... ela é bem distante... eu tive sonhos com ela quando criança. É a que mais me faz feliz e que me fazia bem quando eu era pequeno... mesmo achando que ela não era real. - Disse Harry devagar. - Mas é complicado.

 

          - É muito forte? 

 

          Harry olhou para Remus e concordou.

 

          - Então vamos tentar. - Disse Remus. - Uma última vez. 

 

          Os dois se levantaram e Remus se posicionou ao lado da caixa.

 

          - Está pronto? 

 

         - Pode abrir. - Disse Harry apontando a varinha na direção da caixa.

 

         Estava totalmente concentrado na lembrança, mesmo ela sendo um pouco borrada, ele conseguia sentir a alegria que ela trazia, era forte ele sentia que era a lembrança certa. 

 

         Ele tirou a tampa da caixa pela terceira vez, e o dementador se levantou; a sala esfriou e escureceu. 

 

       - EXPECTO PATRONUM! - Berrou Harry. - EXPECTO PATRONUM! EXPECTO PATRONUM! 

 

       A gritaria dentro da cabeça de Harry recomeçara — exceto que desta vez, parecia vir de um rádio mal sintonizado — fraca e forte e fraca outra vez... ele continuava a ver o dementador — que parara — então, a lembrança ganhou mais vida, mais nítida e mais forte e com isso um enorme vulto prateado irrompeu da ponta de sua varinha e ficou pairando entre ele e o dementador, e, embora suas pernas tivessem perdido as forças, Harry continuava de pé, por quanto tempo ele não tinha muita certeza... 

 

        - Riddikulus. - Bradou Lupin saltando à frente.

 

        Ouviu-se um estalo muito alto e o diáfano Patrono desapareceu juntamente com o dementador; o garoto afundou em uma cadeira, sentindo a exaustão de quem correra mais de um quilômetro, e as pernas trêmulas. Pelo canto do olho, viu o Profº. Lupin enfiar, à força, o bicho-papão na caixa, com a varinha; ele se transformou mais uma vez em uma bola prateada. 

 

        - Excelente! - Exclamou Lupin, aproximando-se do garoto. - Excelente Harry! Decididamente foi um começo!

 

        Harry sorriu e se sentou no chão, sentindo uma enorme exaustão lhe preencher. Remus se sentou ao lado dele e entregou-lhe um pedaço de chocolate. 

 

        - Não iremos tentar mais hoje. Mas, claramente podemos continuar o treinamento. - Disse Remus e Harry pode sentir uma enorme onda de orgulho vir da voz do padrinho. - Quer saber? Você mostrou a James que é tão bom quanto ele! E isso, isso é uma realização e tanto!

 

          - Ele ficaria orgulhosos? - Perguntou Harry abrindo um pequenos sorriso. 

          - Sem dúvida. - Respondeu Remus passando o braço no ombro do Potter. - Ele com certeza está orgulhoso de você. 

 

          - Eu pensei nele.. e na mamãe. Eu ainda era um bebê, e papai ficava fazendo caretas para mim. Você e Sophie estavam lá também. Você estava sorrindo e Sophie brincava com um cachorro. - Disse Harry olhando para o chocolate em suas mãos. - Eu nem sei é real mas... é a melhor que eu tenho. - Olhou para Remus que sorria para ele com carinho.

 

        - Ela é real. - Disse Remus. - Havia sido um bom dia... 

 

 

        15 de Janeiro de 1981 - Casa de Praia dos Potter. 

 

        - Sirius se você sujar o tapete de pelo de cachorro, eu vou te matar! - Disse Lily entrando na sala e vendo Sirius em forma de cachorro com sua filha mais velha em suas costas. 

 

         - Tio Sirius é meu cavalo, mammie! - Disse Sophie alegre e pulando nas costas do cachorro.

 

         Remus e James entraram na sala atrás de Sophie, e ambos riram da ação da Potter mais nova. Harry estava no colo do pai, e tinha uma das mãozinhas na boca e a outra segurava um pelúcia de uma coruja. 

 

         - Finalmente achamos a verdadeira função de Padfoot, Remus. - Disse James sorrindo zombeteiro e se sentando no sofá, enquanto o outro amigo se sentava em uma poltrona. - Ser o cavalo da minha filha. 

 

          - É uma função honrosa. - Disse Remus sorrindo. - Ele deve se orgulhar. 

 

         - Vocês dois não prestam. - Disse Lily rindo e se sentando ao lado de James, pegando Harry no colo. - Harry, não escuta nenhuma palavra desses dois tapados. 

 

           Harry tirou a mão babada da boca e sorriu para a mãe. Sophie pulou das costas de Sirius  e começou a correr com o cachorro atrás dela, Remus revirou os olhos sorrindo para o amigo e pegou um livro que tinha na mesa ao lado da poltrona. James começou a fazer caretas para Harry que soltava risadinhas, mostrando um sorriso ainda sem nenhum dentinho. 

 

          - A gente vai passar quantos dias aqui? - Perguntou Remus observando o livro nas mãos. 

 

         - Que tal para sempre? - Perguntou Lily sorrindo. - Até o meu aniversário. James que fazer a festa aqui. 

 

          - Voltaremos no meio de Fevereiro. É bom para a gente relaxar um pouco. - Disse James ainda fazendo careta para o filho.

 

          - Eu concordo. - Disse Remus olhando para o casal. - Pena que o Peter não pode vir...

 

         - Ele tem estado diferente. - Disse Lily pensativa. - E bem quieto também. Ele não era assim.

 

          - Depois da morte da MacDonald que ele ficou assim. - Respondeu James tristemente. - Ele não aceitou muito bem. Mas não vamos pensar nisso. Estamos aqui, estamos juntos e vamos nos divertir! 

 

          - Certo, Soph, chega. Tio Padzy precisa descansar. - Disse Sirius voltando ao normal. - Depois brincamos mais. 

 

            - Tá! - Disse Sophie alto e alegre. - Ei! Quando eu for pra 'Hogwats eu vou poder me tanformar em animal também? - Perguntou Sophie para o padrinho moreno. 

 

            - Claro que sim! - Disse Sirius alegre. 

 

          - Claro que não! - Disseram Lily e Remus. - Sirius não inventa. - Terminou Remus sério. 

 

           Sirius fez bico e cruzou os braços, então se virou para Sophie e disse no ouvido da mesma:

 

           - Prometo te ensinar. Mas é segredo. - Disse o moreno se afastando e colocando um dedo na boca. - Os mais velhos não podem saber.

 

           - Sirius pelo amor de Deus, pare de agir como uma criança. - Resmungou Remus. 

 

            - De qualquer forma, o que acham de irmos passear? A praia está uma delícia. - Disse James se levantando e pegando Harry no colo novamente. - O que acha Sophie? Quer entrar na água? 

 

            Não foi preciso dizer duas vezes, a ruiva já corria para o lado de fora em direção ao mar. James seguiu segurando Harry e Lily foi atrás.

 

           - Sabe Remus, não existe outro lugar que eu prefira estar. - Disse Sirius sorrindo e se levantando. - Eu me sinto em casa.

 

         - É o que dizem, meu querido amigo. - Disse Remus se levantando e ficando ao lado de Sirius. - Lar, é onde o coração está. 

 

         Sirius conseguiu sorrir mais do que antes, colocou o braço no ombro de Remus e juntos foram atrás dos amigos e afilhados. 

 

       Fevereiro de 1994, 5°Ano de Sophie, 3°ano de Harry.

 

          Janeiro transitou para fevereiro imperceptivelmente, sem alteração no frio extremo que fazia. A partida contra Corvínal estava cada dia mais próxima, e a ansiosidade de Harry maior. Os alunos do quinto ano estavam ficando cada vez mais loucos e focados nos estudos, Harry só conseguia ver a irmã nos treinos de Quadribol e na hora de comer, pois nos horários restantes, ou sua irmã estaria estudando com os amigos ou nas aulas. 

 

          Mas Harry estava mais preocupado com as aulas para aprender o Patrono. as aulas antidementadores não estavam correndo tão bem quanto Harry esperara. Em várias sessões ele fora capaz de produzir um vulto indistinto e prateado, todas as vezes que o dementador se aproximara dele, mas era um Patrono demasiado fraco para afugentar o dementador. A única coisa que fazia era pairar no ar, como uma nuvem semitransparente, e esgotar a energia de Harry enquanto o garoto lutava para mantê-lo presente. Harry sentiu raiva de si mesmo, e culpa pelo desejo secreto de ouvir mais uma vez as vozes dos pais. 

 

        - Você está esperando demais de si mesmo. - Disse Remus com severidade, na quarta semana de treino. - Para um bruxo de treze anos, até mesmo um Patrono pouco nítido é um grande feito. Você não está desmaiando mais, não é?

 

        - Eu pensei que um Patrono... Transformasse os dementadores em alguma coisa. - Disse Harry desanimado. - Fizesse-os desaparecer... 

 

       - O verdadeiro Patrono de fato faz isso. Mas você já conseguiu muito em pouquíssimo tempo. Se os dementadores aparecerem na sua próxima partida de Quadribol, você poderá mantê-los à distância em tempo suficiente para voltar ao chão. 

 

        - O senhor disse que é mais difícil quando há um monte deles. 

 

       - Tenho total confiança em você. - Respondeu Remus sorrindo orgulhoso. - Tome... Você mereceu uma bebida, uma coisa do Três Vassouras. Você não deve ter provado antes...

 

          O professor tirou duas garrafinhas da maleta.

 

       - Cerveja amanteigada! - Exclamou Harry sem pensar. - Ah, eu gosto disso!

 

       Remus ergueu uma sobrancelha. 

 

      - Ah... Rony e Hermione trouxeram para mim de Hogsmeade. - Mentiu Harry depressa. 

 

       - Entendo... - Disse Remus, embora continuasse a parecer ligeiramente desconfiado. - Bem... Vamos brindar à vitória de Grifinória sobre Corvinal! Não que, como professor, eu deva tomar partido... - Acrescentou ele depressa com as bochechas vermelhas. 

 

        Os dois beberam a cerveja amanteigada em silêncio, até que Harry disse uma coisa que o estava deixando intrigado havia algum tempo.

 

       - Remmy, que é que tem por baixo do capuz do dementador?

 

        O professor baixou a garrafinha pensativo. 

 

         - Hummm... Bem, as únicas pessoas que realmente sabem não estão em condições de nos responder. Veja, o dementador tira o capuz somente para usar sua última arma, a pior. 

 

       - Que é qual? 

 

      - O Beijo do Dementador. - Disse Lupin com um sorriso enviesado. - É o que dão naqueles que eles querem destruir completamente. Suponho que devam ter algum tipo de boca sob o capuz, porque ferram as mandíbulas na boca da vítima... E sugam sua alma. 

 

          Harry, sem querer, cuspiu um pouco de cerveja amanteigada.

 

       - Quê... Eles matam...? 

 

     - Ah, não. - Disse Lupin. - Fazem muito pior. A pessoa pode viver sem alma, sabe, desde que o cérebro e o coração continuem trabalhando. Mas perde a consciência do eu, a memória... Tudo. Não tem chance alguma de se recuperar. Apenas... Existe. Como uma concha vazia. E a alma fica para sempre... Perdida. 

 

        Lupin bebeu mais um pouco da cerveja, depois continuou: 

 

      - É o destino que espera Sirius Black. Li no Profeta Diário hoje de manhã, o ministro deu aos dementadores permissão para fazerem isso se o encontrarem. 

 

         Harry ficou confuso por um instante com a idéia de alguém ter a alma sugada pela boca. Mas depois pensou em Black. 

 

        - Ele merece. - Disse de repente. 

 

        - Você acha? - Perguntou Lupin sem pensar muito. - Você acha mesmo que alguém merece isso?

 

         - Graças à ele, mamãe e papai estão mortos. - Disse Harry olhando para o padrinho. - Você não quer vingança?

 

         - A vingança nunca trouxe bem para ninguém, Harry. - Disse Remus. - E acredito que ninguém merece viver sem sua própria alma. Mas eu não culpo você por esse sentimento. Boa parte da minha vida foi ao lado de James e Lily e você nem sequer se lembra de suas vozes. Mas eu peço, Harry, não perca o tempo da sua vida pensando em vingança. 

 

          Harry ficou em silêncio depois disso. 

 

         Na volta para a sala comunal, ele desejou não ter perguntado a Remus sobre o dementador. Saber sobre aquilo apenas deixou ele nervoso e pensativo. No meio do caminho, encontrou com Rony e juntos foram para a torre.

 

           - Eu espero que não tenha dementadores no jogo dessa vez. - Disse Rony. - Não que eu esteja duvidando de você, cara, mas sentir eles... não é legal. 

 

           - Eu sei. - Disse Harry. - Eu também espero que eles não estejam lá. 

 

          Quando entraram no corredor para a Torre da Grifinória, viram Neville Longbottom insistindo com Sir Cadogan, que aparentemente se recusava a deixá- lo entrar.

 

         - Eu anotei! - Dizia Neville com voz de choro. - Mas devo ter deixado cair em algum lugar! 

 

       - Vou mesmo acreditar! - Bradou Sir Cadogan. Depois, avistando Harry e Rony. - Boa noite, meus valentes soldados! Venham meter este louco a ferros. Ele está tentando entrar à força nas câmaras interiores!

 

         - Ah, cala a boca! - Exclamou Rony quando ele e Harry emparelharam com Neville.

 

         - Perdi a senha! - Contou o garoto, infeliz. - Fiz Sir Cadogan me dizer quais eram as senhas que ia usar esta semana, porque ele não pára de mudar e agora não sei o que fiz com elas! 

 

          - Odsbôdiquins. - Disse Harry a Sir Cadogan, que ficou desapontadíssimo e, com relutância, girou o quadro para a frente para deixá- los entrar na sala comunal.

 

         - Obrigado. - Disse Neville. - Eu realmente preciso achar aquele papel, até mais. 

 

       Harry e Rony se entreolharam e foram até Mione que estava em um canto da sala com vários livros em volta.

 

        - São lições de casa. - Disse ela quando perguntada sobre o que era todos os livros. - E alguns são sobre o lance do Bicuço.

 

        - Como raios você está fazendo isso?! - Exclamou Rony abismado. - Digo, você parece uma aluna do quinto ano se preparando para os N.O.M'S. 

 

         - Eu sei... - Resmungou Mione parecendo muito cansada. - Mas eu tenho que terminar pelo menos a metade hoje, amanhã eu vou com Charles lá para o Hagrid. 

 

          - Ele está melhorando? - Perguntou Harry.

 

          - Sim. Charles acredita com todas as esperanças que ele irá conseguir vencer. - Disse Mione. 

 

            - Podemos dar uma passada lá amanhã, o que acha? - Perguntou Rony. - Para ajudar...

 

            - Seria muito bom! Hagrid iria gostar. - Disse ela sorrindo.

 

           Rony também sorriu e saiu para o dormitório.

 

            - Você sabe, trancar algumas matérias não seria tão ruim, Mione. - Disse Harry devagar para a amiga. - Quero dizer, você está com uma cara horrível e claramente muito cansada.

 

            - Eu não posso, Harry. - Disse ela tristemente. - Eu preciso fazer isso. 

 

           - Por que? O que quer provar? - Perguntou ele confuso. 

 

          A resposta ele nunca soube, pois naquele momento um grito estrangulado ecoou pela escada do dormitório dos meninos. Todos na sala se calaram e olharam petrificados para a subida. Então ouviram os passos apressados de Rony, cada vez mais fortes... E em seguida ele apareceu, arrastando um lençol. 

 

        - OLHA! - Berrou ele, se dirigindo à mesa de Hermione. - OLHA! - Berrou de novo, sacudindo o lençol na cara da garota. 

 

          - Rony, que...?

 

          - Rony, se acalma... - Harry tentou dizer mas o ruivo o cortou.

 

        - PEREBAS! OLHE! PEREBAS!

 

         Hermione procurava afastar o corpo, com uma expressão de total perplexidade. Harry olhou para o lençol que Rony segurava. Havia alguma coisa vermelha nele. Alguma coisa que se parecia horrivelmente com... 

 

      - SANGUE! - Bradou Rony no silêncio de atordoamento que invadiu a sala. - ELE DESAPARECEU! E SABE O QUE TINHA NO CHÃO? 

 

        - N... Não. - Respondeu Hermione com a voz trêmula. 

 

        Rony atirou uma coisa em cima da tradução de runas de Hermione. Ela e Harry se curvaram para ver. Em cima das estranhas formas pontiagudas havia vários pêlos de felino, compridos e amarelo-avermelhados.


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Notas finais do capítulo

É isso! Espero que tenham gostado, obrigada pelos comentários e favoritos! TDWTS está crescendo cada vez mais!! ♥ Até o próximo!



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