To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 49
Capítulo 49 - Um Bom Natal


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii coleguinhaaaas ♥ Mais um capítulo fofinho e divertido para vocês! Espero que gostem e que se divertam! Boa leitura!!



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      Era uma manhã fria, a neve caía pelos cantos de Hogwarts deixando todos os cantos com a cor branca. Grande parte dos alunos já haviam voltado para as casas para as férias de Natal, os professores já se encontravam acordados tomando café da manhã enquanto os alunos que haviam ficado ainda dormiam tranquilamente em seus dormitórios. Menos dois irmãos.

       Depois de terem se acalmado, Remus e Harry decidiram jantar na sala do mesmo. Apenas os dois, conversando sobre a escola, James e Lily, entre outros pequenos assuntos. Sirius não havia sido mencionado novamente por nenhum dos dois. Quando estava tarde, Harry não queria voltar para o dormitório, então seguiu o padrinho para o dormitório do mesmo que tinha uma enorme cama para os dois, e lá, Harry dormiu ao lado de Remus, como um filho que dorme ao lado do pai depois de uma noite de pesadelo.

 

        E a mesma coisa foi com Sophie e Sirius. Após de acalmarem, Sophie fez com a varinha para que algumas comidas de Hogwarts surgisse no quarto para o padrinho comer - como sempre fazia -, e como ela já havia jantado com Dumbledore, apenas Sirius comeu. Os dois haviam conversado sobre vários assuntos, Sophie dizia tudo que havia passado junto com Remus no tempo em que Sirius esteve em Azkaban e Sirius contava histórias dos tempos dos Marotos. E na hora de dormir, Sophie havia decidido que ficaria com Sirius, mesmo o mesmo se preocupado que os outros achariam a ausência dela estranha, ela queria passar aquela noite de Natal ao lado do padrinho. E assim como fazia com Remus, ela dormiu abraçada com Sirius, enquanto o mesmo a segurava apertado.

 

        O primeiro a acordar havia sido Remus, sentindo algo em seu peito e quando olhou, viu que era Harry que dormia tranquilamente, muito similar a forma de Sophie quando criança. Sorriu com carinho para a forma adormecida do afilhado que parecia bem mais tranquilo enquanto dormia. Olhou em volta, e viu pela janela que o sol começava a surgir, provavelmente eram 07h da manhã, era Natal o que significava que os alunos estavam já no trem de volta para Londres, para passar as férias com a família. Suspirando, ele se esgueirou com cuidado para fora da cama, esticando o corpo e logo em seguida colocando Harry em uma posição confortável para dormir. 

        Foi até o banheiro, tomou um banho e fez todas as higienes matinais, colocando uma roupa leve e um sobretudo por cima, cabelo arrumado e com um ar calmo e alegre, ele olhou para a forma ainda adormecida de Harry. 

 

       - Se deixar ele fica dormindo até amanhã. - Disse Remus sorrindo e resolvendo acordar o afilhado. - Harry, hora de acordar. 

 

       Se existe uma coisa nesse mundo que sempre foi um desafio para Remus, então isso era acordar Sophie. Teve vezes em que foi necessário jogar aguá na cara da Potter mais velha para acordar, e aparentemente a mesma coisa era com Harry. Remus teve que pegar um copo de aguá e jogar um pouco na cara do Potter mais novo para que o mesmo acordasse. 

 

          - Moony, é natal. Férias. Deixa eu dormir. - Disse o moreno virando o corpo para o outro lado. 

 

        - Só porque é férias, não significa que tens que passar o dia na cama. Vamos logo. - Disse Remus rindo e puxando as cobertas de cima do garoto que resmungou. - Vamos tomar o café da manhã e abrir os seus presentes. 

 

         As palavras mágicas foram ditas pois Harry se levantou na cama sorrindo, ansioso para ganhar presentes de Natal. 

 

       - Você e Sophie são iguaizinhos. - Resmungou Remus.

 

 

        Na Casa dos Gritos quem acordou primeiro foi Sophie. Primeiro acordou sem se lembrar de onde estava, mas quando percebeu, ficou muito feliz. Principalmente quando percebeu que aquele era o primeiro Natal em que Sirius estava com ela. Sorrindo de orelha a orelha, ela se virou para o padrinho que dormia de boca aberta e começou a sacudi-lo. 

 

       - Sirius, acorda!! É Natal!! - Exclamava ela alegre. - Acorda Sirius!!!  É o nosso primeiro natal juntos!! 

 

        Sirius abriu os olhos devagar, e não pode impedir o sorriso surgir no rosto ao ver a cara da afilhada olhando para ele com os olhos brilhando e um sorriso enorme no rosto. 

 

        - Feliz Natal, prongslet. - Disse Sirius com preguiça mas puxando a ruiva para um abraço apertado. - Espero viver muitos Natais ao seu lado ainda. 

 

       - Eu também Pads. - Respondeu Sophie feliz. - Eu comprei um presente para você, mas tá no meu quarto... 

 

       - Depois você me trás então. - Respondeu Sirius agora sorrindo maroto. - Eu comprei um presente para você também. Para você e para o Harry.

 

        - Sério? Como? Deuses, Sirius, você sabe que isso é perigoso! Se o Ministério te pega... - Sophie estava entre ansiosidade para ver o presente e nervosismo pelo padrinho ter se arriscado. 

 

        - Eu sou mil vezes mais esperto que o Ministério. - Gabou-se Sirius sorrindo. - Não se preocupe com como eu consegui comprar os presentes, apenas os aproveite. Eles provavelmente já estão na sala comunal da Grifinória. 

 

        - Eu vou ter que dizer que foi o Remus que deu... você sempre arruma um jeito de complicar a situação Sirius Black. - Resmungou Sophie revirando os olhos. - Eu tenho que ir agora então, entes que alguém comece a desconfiar demais. - Disse beijando a bochecha do padrinho e se levantando. 

 

          - E eu voltarei a dormir. - Disse Sirius ainda sorrindo e fechando os olhos. 

 

         - Claro que vai. - Disse Sophie rindo. - Eu volto mais tarde. 

 

         Dito isso a ruiva saiu as pressas para o castelo. Por sorte, chegou na torre da Grifinória sem nenhum imprevisto, três alunos que haviam ficado já estavam acordados, mas não havia sinal de seu namorado ou seu irmão, ou seus amigos.  E isso era uma coisa boa pois não iria precisar explicar onde esteve para eles, pelo menos era o que ela pensava, até Erik entrar na torre.

 

         - Ei, onde esteve ontem à noite?- Perguntou ele passando por ela e se sentando na poltrona. - O pessoal ficou preocupado com você. Eu não porque eu imaginei que estaria com Padfoot ou Moony.

 

          - Feliz Natal para você também, mal educado. - Resmungou Sophie vendo o alemão sorrir de lado para ela.

 

          - Feliz Natal, mein Mädchen. - Disse ele com carinho.

 

           - Agora sim. E sim, eu estava com Pads. Passei lá depois do jantar com Dumbledore e o Ministro, e acabou... que eu decidi passar a noite. - Disse ela se sentando ao lado do amigo. - Os outros não acordaram?

 

          - Não que eu saiba. Mas logo estarão aqui, Charles gosta de acordar cedo.

 

           - E Harry? Eu não o-vi desde que fomos para Hogsmeade. - Disse Sophie.

 

         - Nós o vimos ontem... mas ele disse que ia ver Remus. E aparentemente passou a noite com Remus também, porque ele não apareceu depois. - Disse Erik olhando para a árvore de Natal. - Opa, presentes.

 

           - Agora me complicou, o que direi aos outros? Não posso dizer que estava com Remus, sendo que Harry já estava com ele. - Disse a ruiva pensativa e não ligando para o alemão que ia para a árvore de Natal.

 

       - Diga que você e Dumbledore ficaram conversando até tarde. Eles nem irão desconfiar. - Respondeu Erik pegando um embrulho enorme no formato de vassoura. - Alguém ganhou uma vassoura. - Comentou ele sorrindo e olhando o cartão que vinha junto, onde tinha o nome de Sophie. - Sophie você ganhou uma vassoura?

 

              - Ganhei? - Perguntou a ruiva se levantando e vendo Erik segurando uma vassoura embrulhada. - De que... Pads!

 

       Erik entregou a carta que vinha para a amiga que abriu e começou a ler.

 

      "Acabe com os Sonserinos, meu pomo de ouro. - Padfoot"

 

         - Sophie... - Chamou Erik parecendo surpreso.

 

     Sophie olhou para Erik e viu que o amigo havia desembrulhado a vassoura, e ela com certeza deixou a boca cair ao ver qual era a vassoura. Da cor preta, de um formato lindo e bem feito, com o rabo escovado e arrumado. Era uma Firebolt.

 

       - Verdammt Sophie! É uma Firebolt! - Exclamou Erik sorrindo. 

 

        - Uau... uau... UAU! - Disse Sophie totalmente alegre. - Eu ganhei uma Firebolt! 

 

        Os três alunos que estavam ali, agora rodeavam Sophie e Erik admirados e com os olhos brilhando na direção da vassoura. Erik ainda sorrindo, percebeu um embrulho parecido ao de Sophie embaixo da árvore, e quando pegou, viu o nome de Harry. 

 

        - Deus... eu acho que esse ano a copa de Quadribol é totalmente de vocês. - Disse Erik olhando para Sophie que olhava para Erik surpresa. - É para o Harry. E pela aparência, é uma Firebolt também. 

 

        Sophie riu de descrença, Sirius havia comprado duas Firebolt's para ela e para Harry. Duas. Sem dúvida, seu padrinho era louco e por isso ela o adorava. 

 

        - Que 'fusue é esse? - Perguntou Fred passando pelos alunos junto do irmão. - Sophie? Erik? - Então os olhos foram para a Firebolt na mão de Sophie. - FIREBOLT????

 

         Sophie riu.

 

         - Quem te deu? - Perguntou Jorge chocado e pegando a vassoura da amiga. - Deus, ela é linda! Olha para essa curva! 

 

         - Aparentemente Remus foi fazer uma comprinha para Sophie e Harry. - Disse Erik mostrando o embrulho que segurava para os gêmeos. - Duas Firebolt's.

 

           - Tá brincando?! Essa copa já é nossa! - Comentou Fred encantado e indo ao lado da namorada. - Feliz Natal, amor. Onde esteve ontem à noite? Ficamos preocupados. 

 

           - Ele ficou. Erik ficou namorando o Charles e eu e a Harriet ficamos zuando junto com alguns alunos da Sonserina. - Disse Jorge ainda olhando para a vassoura, totalmente encantado. 

 

           - Eu fiquei com Dumbledore. Acabamos conversando demais e perdemos a noção do tempo. - Disse Sophie sorrindo com carinho para o namorado que estava vermelho pelo que Jorge havia dito. - Obrigada por se preocupar, e por ter demonstrado essa preocupação, será o primeiro a testar a vassoura.

 

         Isso fez Fred abrir um enorme sorriso e Jorge encarar Sophie incrédulo. 

 

          - O que?? Isso é uma injustiça! Só porque ele é seu namorado! E a nossa amizade? Eu que falei primeiro com você, sendo assim somos amigos por mais tempo. - Disse Jorge fazendo Fred encarar o irmão confuso.

 

           - Nós falamos com ela no mesmo instante, seu pateta! - Disse Fred fazendo Sophie e Erik rirem.

 

          - Nananinanão! Eu falei com ela primeiro! Eu que perguntei: "Oi, quer ajuda?" quando ela estava tendo dificuldades com o malão. - Retrucou Jorge para o irmão.

 

          Fred retrucou e Jorge retrucou, e assim começou uma pequena briga sobre quem era amigo de Sophie a mais tempo - sendo que eles se conheceram no mesmo dia, no mesmo horário, no mesmo momento. - até Charles e Harriet chegarem. 

 

          - Feliz Natal, meu amor!!! - Exclamou Charles pulando em Erik que sorriu e o abraçou apertado. - Nosso primeiro natal juntos, nem acredito!!!

 

         - Eu também não, feliz Natal Schatz. - Disse Erik sorrindo com carinho para o moreno e dando um beijo de esquimó no mesmo.

 

           - Pois tratem de acreditar, tudo graças à nós duas! - Disse Harriet abraçando Sophie de lado. - Feliz Natal, minha ruiva favorita!

 

          - Feliz Natal, minha loira favorita! - Respondeu Sophie beijando a amiga na bochecha. - Cadê meu presente? 

 

           - Cadê o meu presente? - Retrucou Harriet sorrindo. - Seu presente tá lá em baixo da árvore... nossa tem muito presente em baixo da árvore né? E aquilo na mão do Jorge é um Firebolt?

 

 

         Harry já havia acabado de comer o café da manhã junto com Remus e agora voltava calmamente para a Torre da Grifinória para se encontrar com os amigos e a irmã, quando no meio do caminho ouviu quatro alunos conversando:

 

        - Os dois ganharam! A Grifinória já ganhou a copa de Quadribol esse ano! - Disse um aluno da Grifinória para um outro da Lufa-Lufa.

 

         - Uau, Sophie e Harry com Firebolt's no céu? Ninguém segura! - Respondeu o lufano.

 

          Harry arregalou os olhos e até achou que tinha ouvido errado mas não pode deixar de apressar o passo para a sala comunal. Ao chegar lá, viu Sophie, Harriet, Jorge, Fred, Erik, Charles, Rony e Mione sentados no chão em uma pequena roda. Aparentemente trocando presentes.

 

          - Ah ele chegou! - Disse Rony alegre. - Feliz Natal, Harry!

 

         - Feliz Natal e feliz Natal pessoal. - Disse Harry sorrindo para todos e se sentando ao lado de Jorge e Hermione. - Por que estamos em roda?

 

          - Troca de presentes. - Respondeu Harriet sorrindo. - Estávamos esperando você chegar. 

 

          - Legal. - Disse Harry optando por não comentar o que havia escutado daqueles alunos, pois aparentemente havia escutado errado. - Quem começa?

 

         Foi uma troca de presentes longa, cada um ali, ganhou algo de cada um, e com certeza aquele foi o Natal que Harry mais ganhou presentes. Quando ele achou que havia terminado com Erik dando um lindo presente para Charles - um colar escrito "Serenity" que fazia par com o dele próprio que estava escrito "Rage" - Sophie o surpreendeu. 

 

          - Harry, falta um presente para você. - Disse ela sorrindo marota. - Não fui eu, ou qualquer um aqui que te deu. Foi Remus. - Dito isso, tirou um enorme embrulho que estava escondido atrás da árvore. - Pra fazer par com a minha. 

 

           Harry desembrulhou o presente e soltou um "uau" bem alto. Era uma Firebolt, linda e nova em folha para ele usar. Olhou para Sophie e viu que a mesma segurava um modelo igual ao dele.

 

          - Agora eu te pergunto, caro irmão, você acha que alguém será capaz de nos segurar? - Perguntou ela sorrindo. 

 

          - Com certeza, não. - Respondeu ele alegre. - Remus é incrível! Será que podemos testar ela agora? 

 

          - Calmá-la furacão - Disse Erik se levantando. -, vamos tomar um café da manhã primeiro. 

 

         - Eu concordo, to morrendo de fome. - Disse Rony se levantando também.

 

       - E quando você não está? - Perguntou Hermione fazendo todos rirem. 

 

        - Eu já tomei café mas admito que quero mais um bolinho de cereja, está delicioso! - Comentou Harry sorrindo e colocando a vassoura ao lado do par da irmã. 

 

        - Onde esteve à noite toda, Harry? - Perguntou Rony sério para o moreno. - Eu e a Mione ficamos preocupados com você.

 

          - Eu disse, estive com Remus. Acabou que eu decide passar a noite de Natal com ele. - Comentou Harry não querendo tocar no assunto de Sirius Black novamente, muito menos perto de Sophie. - Tenho que agradecer muito ele, pelo presente. É incrível. 

 

          - Verdade, ele disse para onde iria depois do café da manhã? - Perguntou Sophie olhando para Harry.

 

          - Disse que iria passear lá fora. - Respondeu Harry. - Ei, como foi o seu jantar com Dumbledore? 

 

           - Tranquilo.. um pouco chato por conta do Ministro mas acabou comigo e Dumbledore jogando xadrez e conversando. - Respondeu Sophie colocando a cabeça no ombro de Fred. - E vocês? O que fizeram enquanto eu e Harry estávamos afastados?

 

           - Bem... Fred ficou resmungando o quanto estava com saudades de você, Erik e Charles ficaram se pegando o tempo todo! Sério, o tempo todo! - Disse Jorge alto fazendo Erik revirar os olhos.

 

           - Como tu és nojento, Jorge! - Resmungou Charles. - É mentira, Soph, eu e o Erik ficamos conversando com o Rony e a Mione um pouco também. Erik até jogou xadrez com o Rony. - Disse Charles.

 

            - Verdade. - Concordou Rony. - A gente ficou relaxando na sala comunal até tarde, menos Harriet e Jorge que ficaram zoando com alguns alunos da Sonserina. Depois fomos dormir. - Disse Rony. - Foi tranquilo. 

 

            - E Aslan? Estou com saudades do meu leão. - Comentou Sophie.

 

           - Ele passou a noite comigo e Remus. - Respondeu Harry. - Ei, olha ele ali!

 

          Todos olharam para frente e viram Aslan indo até eles. 

 

          - É só você comentar dele, e ele aparece. - Comentou Harriet sorrindo. - Vocês dois são realmente feitos um para o outro.

 

         Sophie sorriu e abriu os braços para o leão que foi em direção à ela. A ruiva abraçou o enorme corpo do leão apertado e depois o soltou.

 

        - Feliz Natal, minha bola de pelos. - Disse ela acariciando a juba do leão. - Hoje quero passar muito tempo com você, grandão.

 

         Aslan parecia feliz com a ideia, e logo todos continuaram caminho para o enorme salão para tomarem o café da manhã.

 

         - Ei, depois vamos visitar Hagrid? - Perguntou Rony. - Já faz um tempo que não escuto nada sobre Bicuço. 

 

          - Verdade, eu não tive muito tempo para ir até lá... - Comentou Charles sentindo-se culpado. - As aulas e as lições me pegaram de jeito!

 

         - Eu também não tive tempo, Charls. - Disse Mione ao lado do moreno de olhos azuis. - Depois do café, iremos todos, o que acham?

 

          Todos concordaram. E assim que terminaram o café, todos desceram para a cabana do meio-gigante. Ao chegarem lá, viram que as luzes estavam apagadas, e não tinha nenhum barulho vindo da casa. 

 

         - Será que ele saiu? - Perguntou Jorge olhando para os amigos.

 

         - Eu não o-vi no café da manhã mais cedo. - Comentou Harry. - Só faltava ele na mesa dos professores.

 

          Sophie bateu na porta repetidas vezes, mas nada de Hagrid aparecer. Erik colocou o ouvido na porta e franziu a testa.

 

         - Eu escuto um barulho. - Comentou ele. - Parece... choro.

 

         Sophie bateu na porta com mais força. - Hagrid, somos nós! Abra a porta! - Disse ela alto e batendo na porta mais forte ainda. 

 

        Até finalmente, a porta de ter sido aberta. Hagrid estava ali parado, com os olhos vermelhos e inchados, as lágrimas caindo pelo seu colete de couro. 

 

          - Hagrid? - Perguntou Harry confuso. - O que houve?

 

         - Hagrid, é Natal... por que você está chorando? - Perguntou Harriet sentindo o coração doer com a visão do meio-gigante chorando.

 

          - Vocês souberam?- Perguntou ele em meio aos soluços e se atirando no pescoço de Erik que estava mais próximo a porta, se pondo a chorar no ombro do alemão.

 

          Tendo Hagrid no mínimo duas vezes o tamanho de um homem normal, isso não foi brincadeira. Fred e Jorge tiveram que segurar Erik para que o mesmo não caísse para atrás.

 

          - O que? - Perguntou Sophie de volta, confusa.

 

           Hagrid puxou Erik para dentro da cabana, e todos seguiram rapidamente. Fred e Jorge ajudaram Hagrid a se sentar na enorme poltrona, e Erik finalmente havia sido solto dos enormes braços do meio-gigante que ainda chorava.

 

         - Acho que não sinto minhas pernas. - Murmurou Erik para Charles.

 

        Hagrid chorando, pegou uma carta que estava em cima da mesa e entregou para Sophie que a pegou e leu em voz alta:

 

         "Prezado Sr. Hagrid.

       Dando prosseguimento ao nosso inquérito sobre o ataque do hipogrifo a um aluno seu, aceitamos as ponderações do Profº. Dumbledore de que o senhor não é responsável pelo lamentável incidente. [...]"

 

        - Isso é uma coisa boa! - Exclamou Rony sorrindo mas a carta não havia terminado.

 

        "[...]

            No entanto, devemos registrar a nossa preocupação quanto ao hipogrifo em pauta. Decidimos acolher a reclamação oficial do Sr. Lúcio Malfoy, e o caso será encaminhado à Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas. A audiência terá lugar em 20 de abril, e solicitamos que o senhor se apresente com o seu hipogrifo nos escritórios da Comissão, em Londres, nessa data. Entrementes, o animal deverá ser mantido preso e isolado. 

 

           Atenciosamente..."

 

           Seguia-se uma lista com os nomes dos conselheiros da escola.

 

          - Isso não é bom. - Comentou Rony agora preocupado.

 

         - Era o que a gente já esperava. - Comentou Sophie olhando a carta com raiva. - Dumbledore comentou comigo sobre isso. Eles... era óbvio que iriam fazer isso! Lúcio no meio de tudo, claro! 

 

           - A gente vai te ajudar, Hagrid. - Disse Charles cortando Sophie. - Eu e a Mione, a gente entende como isso funciona. 

 

          - Verdade!! A gente consegue um tempo, principalmente nessas férias para te ajudar! - Disse Hermione ao lado de Charles. - Tem livros sobre isso na biblioteca. 

 

          - Acreditam mesmo que existe esperança? - Perguntou Hagrid em meio aos soluços altos.

 

          - Claro que sim! Sempre há esperança! Mesmo ela sendo pequena. - Respondeu Charles sorrindo brilhante para o amigo.

 

          - E você pode contar comigo Hagrid. - Disse Sophie pegando na mão do grande amigo. - Eu não estava lá, mas como eu já disse para o diretor, eu mentiria por você assim como mentiria por ele. 

 

          - Pode contar comigo também! - Exclamou Harry ao lado da irmã que sorriu para ele. - Eu estou com você.

 

           - E eu. - Disse Erik sorrindo.

 

           - E nós! - Disseram Fred e Jorge alegres.

 

           - E a gente também! - Disse Harriet abraçando Rony pelos ombros que também sorria.

 

          - Não está sozinho nessa, grandão. - Disse Sophie. - Mesmo Aslan está com você, né leão? - Virou-se para o leão que estava deitado ao lado de Canino. 

 

           Hagrid chorou mais alto de emoção e em um único movimento, puxou os nove amigos para um enorme abraço. E cada um podia jurar que sentiram os ossos estralarem.

 

       Enfim, quando Hagrid finalmente os soltou e parou de chorar, todos se puseram em uma longa conversa sobre tribunais, defesas, entre outras coisas para ajudar no tribunal. Tudo acompanhado por canecas de chá quente, que Rony havia feito.

 

           - Preciso passar no Três Vassouras! Conversar com alguns amigos! - Exclamou Hagrid de repente. - Mas não gosto desse tempo... E esses dementadores fazendo eu me sentir péssimo e tudo o mais. - Disse ele com um súbito estremecimento. - Tenho que passar por eles todas as vezes que quero beber alguma coisa no Três Vassouras. É como se eu estivesse de volta a Azkaban...

 

           Todos se encararam. Sabiam que Azkaban era um assunto delicado para o amigo, e nunca haviam comentado sobre como havia sido o tempo dele lá na prisão, no ano passado. Depois de bons minutos de silêncio, Mione, timidamente perguntou:

 

          - É muito ruim lá?

 

          - O pior lugar do mundo... - Respondeu Hagrid parecendo assombrado pelas lembranças. - Frio... cinza. Não sei descrever. - Abaixou a cabeça para os joelhos.

 

           Prosseguiu um silêncio triste pela cabana, quando Hagrid disse em tom baixo, quase pensativo:

 

            - Pensei em deixar Bicuço ir embora... Tentar fazê-lo fugir.. Mas como é que a gente explica para um hipogrifo que ele tem que se esconder? E... E tenho medo de desrespeitar a lei... - Ele ergueu os olhos para os garotos, as lágrimas outra vez escorrendo pelo rosto. - Não quero nunca mais na vida voltar para Azkaban.

 

          Sophie suspirou e olhou para o lado de fora da janela. Seus pensamentos vagaram para Sirius, e se sentiu triste ao pensar no que o padrinho havia passado. 

 

         Por fim, a visita havia sido terminada. Eles se despediram de Hagrid, que resolvera ir para o Três Vassouras para se animar um pouco mais. Todos pensando em fazer uma visita na biblioteca no dia seguinte para ajudar Hagrid com o caso.

         Harry já não pensava em Sirius Black, com tantos acontecimentos naquela manhã, não tivera tempo para pensar no traidor. E os amigos nem deixaram ele para pensar em tal assunto, pois no meio do caminho para dentro do castelo, todos começaram a brincar de guerra de bola de neve, o que foi uma baita diversão para todos.

 

         No meio da brincadeira, Sophie deu uma fugida rápida até a sala de Remus, e ficou feliz ao ver que o padrinho estava lá, tomando chocolate quente. 

 

         - Feliz Natal, meu abençoado lobisomem! - Disse Sophie indo abraçar o padrinho que riu e largou a xícara na mesa, abraçando Sophie.

 

        - Feliz Natal, minha pequena ruiva. - Respondeu beijando os cabelos de Sophie. - Gostou do meu presente?

 

           - Eu amei! - Respondeu Sophie sorrindo. 

 

           Remus havia dado para ela um kit de uma coleção de livros, presente que fez os olhos de Sophie brilharem de animação.

 

           - Os dois presentes. - Disse Sophie sorrindo e vendo Remus parecer confuso.

 

         - Dois?

 

            Então, a ruiva começou a explicar sobre o presente que ela e Harry havia recebido de Sirius, de maneira que Remus não desconfiasse sobre os encontros dela com o outro padrinho. E explicou que havia dito para Harry que havia sido ele mesmo que havia dado as Firebolt's de presente.

 

         - Eu realmente não quero saber como ele conseguiu comprar essas vassouras. - Comentou Remus em um suspiro. - Mas está bem, eu entendi. Devo dizer que fui eu que comprei-as. Certo... E já que estamos no assunto Sirius, então você deve saber de algo.

 

          - Que seria?

 

           - Harry sabe. - Disse Remus vendo a ruiva piscar em confusão. - Aparentemente, Harry ouviu alguém falando sobre a "traição" de Sirius. Eu não sei onde ele ouviu, mas ele acredita fielmente no que ouviu. 

 

           - O que?! Como?- Perguntou Sophie chocada. - Deus, isso não ajuda em nada! Por isso que ele veio aqui? Ele ficou nervoso por não ter dito a "verdade"?

 

          - Nervoso comigo? Não. Ele está nervoso com Sirius. Eu diria que até odiando o mesmo. - Respondeu Remus em suspiro. - Nunca ouvi ele falar com tanto... ódio. 

 

         - Droga... - Resmungou Sophie pensativa. - Ele não comentou nada comigo... mas também nem tivemos tempo para isso. Acho que ele nem se lembra mais de Sirius, agora.

 

         - Por enquanto. - Retrucou Remus. - Espere e logo ele virá falar com você sobre isso. Eu fui pego de surpresa. Não sabia se falava a verdade ou dizia a mentira. Optei para a mentira porque... bem, eu não sei o plano de Sirius. E Harry é impulsivo. Tal como James, tal como você. Acho que até mais. Poderia acabar atrapalhando ao ajudar.

 

          Sophie concordou com a cabeça em silêncio. E depois de longos minutos disse:

 

        - Acho que irei voar. - Comentou Sophie fazendo Remus sorrir.

 

         Naquele momento Harry entrou.

 

        - Sabia que encontraria vocês aqui. - Disse ele alegre. - O pessoal na sala comunal, estão querendo voar na vassoura. - Disse ficando ao lado da irmã. - Obrigado pelo presente Remmy, os dois. É fantástico!

 

           - Não precisa agradecer, Harry. - Respondeu Remus bagunçando o cabelo do mais jovem.

 

           - Enfim, quando eu saí de lá, Bichento estava querendo comer Perebas novamente. E Rony e Mione começaram a brigar. - Disse Harry. - Provavelmente irão ficar emburrados um com o outro até a ceia. 

 

           - Sem surpresas. - Comentou Sophie sorrindo. - Bem, então vamos voar um pouco? 

 

          - Só se for agora! - Respondeu Harry sorrindo. - Remus, vem com a gente? 

 

          - Logo sigo vocês. - Respondeu o lupino dando uma leve piscada para os dois que partiram animados.

 

           Suspirando, ele foi até o guarda-roupa e pegou um casaco para se cobrir do frio que estava tendo quando uma coruja preta entrou pela janela, com uma carta no bico. Franziu a testa e pegou a carta do bico da coruja, deu um petisco para a mesma que saiu voando. Abriu a carta e dentro dela, um pequeno colar caiu no chão. Se agachou e o pegou, era da cor prata, e tinha um formato de uma enorme pata pendurado nela. Olhou para a carta na outra mão e nela leu:

 

        "Não me esqueci de você. Nunca me esqueci de você. Logo estaremos juntos. Do crepúsculo à alvorada. - Padfoot" 

 

 

 

            Assim que os dois irmãos pegaram as vassouras, correram para o lado de fora do castelo, com os amigos logo atrás deles. 

 

           - Cara, elas devem ser super hiper mega rápidas! - Disse Harriet animada. 

 

           Sophie e Harry sorriram um para o outro, subiram nas vassouras e ambos alçaram voo. E se tinha uma coisa que eles podiam confirmar com toda a certeza do mundo, era que Harriet estava certa. Eram super hiper mega rápidas. Ambos precisaram de alguns minutos para se acostumarem com tanta velocidade, as coisas passavam por eles em segundos, e eles se sentiam muito confortáveis naquelas vassouras, em curvas, manobras, loops, tudo, eles se sentiam como se as vassouras haviam sido feitas para eles. 

             Quando desceram, os amigos e agora Remus também, estavam com as bocas abertas e os olhos arregalados de surpresa ao ver a velocidade das vassouras.

 

            - Eu não vou deixar vocês voarem nesse troço. - Disse Remus fazendo Sophie rir. - É muito rápido! 

 

             - E por ser tão rápido, é mais seguro! Eu duvido um balaço nos acertar enquanto estivermos em cima dessas belezuras! - Disse Harry sorrindo. - Rony, quer tentar?

 

              Não precisou perguntar duas vezes, e o ruivo mais novo já estava segurando as vassouras na mão. Sophie se virou para Fred e esticou a vassoura para o namorado que animado a pegou enquanto Jorge dizia que era injusto. E assim eles passaram boa parte da tarde, alguns voando, outros no chão conversando e comentando as manobras que aqueles que voavam estavam fazendo.

 

         À hora do almoço todos foram para o Salão Principal e descobriram que as mesas das casas tinham sido encostadas nas paredes outra vez e que uma única mesa fora posta para 22 pessoas no meio do salão. Os professores Dumbledore, Minerva MeGonagall, Snape, Sprout e Flitwick estavam sentados à mesa, bem como Filch, o zelador, que tirara o avental marrom de uso diário e estava enfatiotado com uma casaca muito velha de aspecto mofado. Hagrid também estava ali, ao lado da professora Sprout. Havia apenas mais cinco alunos, os garotos que Harry havia visto mais cedo extremamente nervosos e um garoto mal humorado da Sonserina. 

 

       - Feliz Natal! - Desejou Dumbledore quando o grupo se aproximaram da mesa. - Como éramos tão poucos, me pareceu uma tolice usar as mesas das casas... Sentem-se, sentem-se! 

 

      O grupo se sentou tudo junto e Sophie, justamente em frente ao diretor que sorriu alegre para ela.

 

      - Balas de estalo! - Disse Dumbledore entusiasmado, oferecendo a ponta de um tubo prateado a Snape, que o pegou com relutância e puxou. Com um estampido, a bala se rompeu e surgiu um grande chapéu cônico de bruxo encimado por um urubu empalhado.

 

            Sophie que já estava com um suco de abóbora em sua boca, se engasgou em meio a risada que subiu pela garganta. Harry, Rony e Mione se encararam ao lembrar-sem do momento com o bicho-papão e sorriram, Erik e Remus esconderam o sorriso, Remus abaixando a cabeça, Erik colocando o rosto no pescoço do namorado que ficou vermelho pela atitude de Erik e por segurar o riso, Fred, Jorge e Harriet abriram enormes sorrisos e bateram palmas. 

        A boca de Snape comprimiu e ele empurrou o chapéu na direção de Dumbledore que fez questão de trocar o próprio para por o chapéu de urubu. 

 

         - Está deslumbrante, senhor! - Disse Sophie para o diretor que riu. 

 

       - Podem avançar! - Convidou ele aos presentes, sorrindo para todos. 

 

      Quando Harry estava se servindo de batatas assadas, as portas do salão se abriram. Era a Profª. Sibila Trelawney, deslizando em direção à mesa como se andasse sobre rodas. Tinha posto um vestido verde de paetês em homenagem à ocasião, o que a fazia parecer mais que nunca uma libélula enorme e cintilante. 

 

        - Sibila, mas que surpresa agradável! - Saudou-a Dumbledore, levantando-se. 

 

    - Estive consultando a minha bola de cristal, diretor - Disse a professora com a voz mais etérea e distante do mundo -, e para meu espanto, me vi abandonando o meu almoço solitário para vir me reunir a vocês. Quem sou eu para recusar uma inspiração do destino? Na mesma hora me apressei a deixar minha torre e peço que me perdoem o atraso... 

 

       - É claro. - Disse Dumbledore com os olhos cintilantes. - Deixe-me apanhar uma cadeira para você... 

 

       E, dizendo isso, usou a varinha para trazer, pelo ar, uma cadeira que girou alguns segundos e pousou com um baque entre os professores Snape e Minerva. E Sophie não pode deixar de sorrir ao ver Minerva fazer uma careta. 

 

          Ela se sentou e Minerva enfiou uma grande colher na terrina mais próxima. 

 

       - Tripas, Sibila?

 

        E para isso, Sophie realmente riu. Aquele almoço seria divertido. 

 

 

         E de fato havia sido, muita conversa, desavenças de Sibila e Minerva, Dumbledore brincando com todos, Snape com cara de quem comeu limão como sempre. Sem dúvida Sophie havia se divertido. E Harry também. 

         Mais tarde, quando todos estavam reunidos na sala comunal da Grifinória, Sophie foi até o dormitório e pegou uma caixa, onde estava o presente de Sirius. E dizendo para todos que iria fazer uma visita rápida para Dumbledore, ela saiu em direção a Casa dos Gritos onde encontrou Sirius deitado na cama lendo um livro que ela havia deixado para ele. 

 

           Quando o moreno a viu, abriu um enorme sorriso.

 

        - Vi que você e Harry gostaram muito dos presentes. - Disse Sirius.

 

       - Você não faz ideia! - Respondeu Sophie alegre e pulando ao lado do animago. - Agora, minha vez de lhe dar seu presente.

 

        Sem fazer nenhum suspense, entregou a pequena caixa para o padrinho que abriu sem demora. Um sorriso carinhoso e o brilho nos olhos não foi perdido por Sophie quando Sirius viu o que era o presente. Era um quadro, com a foto dela, Remus e Harry juntos sorrindo e fazendo caretas. 

 

        - Feliz Natal, Sirius. - Disse ela sorrindo com carinho para Sirius que tinha os olhos brilhando de lágrimas contidas. 


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Notas finais do capítulo

Tradução do alemão:

mein Mädchen - Minha garota
Verdammt Sophie! - Caramba Sophie!
Schatz - Tesouro
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É isso! Obrigada por lerem e até o próximo!!