To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 44
Capítulo 44 - Sempre na Memória




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          Se tinha uma coisa que Sophie estava adorando neste ano em Hogwarts era o tempo em que estava tendo com Sirius - claro que as aulas de Remus também estavam na lista -, o mês de Setembro havia se passado e todo sábado à noite, Sophie ia para a casa dos gritos, sempre inventando uma desculpa para os amigos.

 

      Nos primeiros dias, Sophie só havia comentando sobre o fato que Perebas sumia várias vezes mas sempre voltava para Rony durante a noite. Mas depois de um tempo, quando Sophie não tinha nada novo para falar de Pettigrew, ela comentava sobre os anos em Hogwarts, sobre a infância dela com o Remus, e sobre as duas últimas aventuras que teve quando Harry entrou na escola.

      Sirius ouvia tudo encantado, feliz por saber de tudo que a sobrinha havia passado mas também triste pelo fato de não estar presente durante todos esses anos.

 

       - Não acredito, você lutou contra Voldemort e Harry matou o Rei das Cobras? - Perguntou Sirius rindo. - James deve ter feito a maior festa, onde quer que esteja.

 

        - Pensamos a mesma coisa. - Disse Sophie rindo.

 

      - Agora estou pensando em Remus. Deve ter sido um ano difícil para ele, quer dizer; vocês dois caindo da vassouras por conta de um balaço que atingiu a sua cabeça e o braço do Harry e logo depois, vocês dois lutando contra Voldemort...

 

         - Foi bem difícil para ele. Ele se preocupa demais comigo e com Harry,  as vezes ele fica perdido, sabe? As vezes ele fica tão preocupado que... ele começa a se desesperar. Quando eu acordei, depois do meu desmaio por conta da maldição "cruciatus", ele estava chorando tanto Sirius. Ele não parava de chorar e de se culpar pelo o que aconteceu.

 

       - Ele sempre se culpa. Sempre. É o maior defeito dele, Soph. - Disse Sirius suspirando. - Se eu pudesse... eu o guardaria..

 

       - Num potinho? E o protegeria do mundo? - Perguntou Sophie sorrindo. - É... você não é o único.

 

       Sirius abraçou a ruiva e beijou os cabelos dela.

 

        - Mas enfim.. lembro- me que você disse sobre ter uma relação mais íntima com um dos gêmeos Weasley.. quer me explicar? - Perguntou Sirius erguendo a sobrancelha.

 

         - Bem.. eu só estou namorando o Fred desde do ano passado. - Disse Sophie sorrindo. - Peidei e sai. - Dito isso correu para fora do quarto rindo.

 

       - O que? Você simplesmente não pode... - Disse Sirius se levantando e correndo atrás da ruiva já em forma de cachorro.

 

        Naquela noite os dois correram e brincaram juntos pelos gramados de Hogwarts sem ninguém, nem mesmo os dementadores os notarem. E Sirius esqueceu sobre Fred mas Sophie sabia muito bem, que da próxima vez ele conseguiria falar sobre o assunto.

 

   

      Outubro havia enfim, chegado. E com isso, a temporada de Quadribol se aproximava e Olívio Wood, capitão do time da Grifinória, convocou uma reunião para uma noite de quinta-feira com a finalidade de discutirem as táticas que adotariam na nova temporada. E para a surpresa de todos, Olívio se encontrava bem emocional. Ele era um rapaz forte de dezessete anos, agora no sétimo e último ano de Hogwarts. Tinha uma espécie de desespero silencioso na voz quando se dirigiu aos seis companheiros de equipe nos gelados vestiários, localizados nas pontas do campo de Quadribol, agora quase escuro.

 

    - Esta é a nossa última chance, minha última chance, de ganhar a Taça de Quadribol. - Disse andando para lá e para cá diante dos colegas. - Vou-me embora no fim deste ano. Nunca mais terei outra oportunidade. Grifinória não ganha a taça há sete anos. Tudo bem, tivemos o maior azar do mundo, acidentes, depois o cancelamento do torneio no ano passado... - Olívio engoliu em seco como se aquela lembrança ainda lhe desse um nó na garganta. - Mas também sabemos que temos o time - melhor - mais irado - da escola! - disse ele, dando um soco na palma da mão, o velho brilho obsessivo nos olhos. - Temos três artilheiros da melhor qualidade. - Olívio apontou para Sophie, Angelina Johnson e Kátia Bell. - Temos dois batedores imbatíveis.

 

    - Pode parar, Olívio, você está encabulando a gente. - Disseram Fred e Jorge juntos, fingindo corar e fazendo os outros rirem.

 

        - E temos um apanhador que até hoje nunca deixou de nos levar à vitória nas partidas que jogamos! - Falou Olívio em tom retumbante, encarando Harry com uma espécie de orgulho ardoroso. - E temos a mim. - acrescentou, pensando melhor.

 

    - Nós também achamos você muito bom Olívio. - Disse Jorge.

 

    - Um goleiro do caramba! - Disse Fred.

 

    - A questão é - Continuou Olívio retomando a caminhada. - que a Taça de Quadribol devia ter tido o nome do nosso time gravado, nesses dois

últimos anos. Desde que Harry se juntou a nós, achei que a taça já estava no papo. Mas não ganhamos, e este ano é a última chance que teremos de finalmente ver o nosso nome na taça...

 

   Olívio falou tão desolado que até Fred e Jorge o olharam com simpatia.

 

     - Olívio, este ano é o nosso ano.- Animou-o Fred.

 

    - Vamos conseguir, Olívio! - Disse Angelina.

 

      - Eu, você e o time, somos os melhores. Este ano é nosso. - Disse Sophie sorrindo com carinho para o capitão.

 

    - Sem a menor dúvida. - Confirmou Harry.

 

    E cheios de determinação e vontade, eles começaram os treinos, três vezes por semana. Sophie e Harry estavam cheios de força para jogarem assim como os outros, este ano a taça pertencia à eles. O tempo se tornava cada vez mais frio e mais úmido, as noites mais escuros e muitas vezes com chuva. 

 

         - Se continuar assim, é capaz que chover no dia do jogo. - Disse Harry para Sophie enquanto andavam juntos voltando para o dormitório com os outros jogadores na frente deles.

 

           - Com chuva ou não, vamos mandar ver nesse jogo. - Disse Sophie sorrindo para o Potter mais novo que concordou com a cabeça. 

 

           - Sim. Nós iremos. - Disse batendo na mão de Sophie. 

 

           Todos estavam molhados e com as botas cheias de lama quando finalmente chegaram no salão comunal da Grifinória e encontram vários alunos reunidos em volta de um pergaminho grudado na parede, Mione e Rony chegaram perto deles quando os viram entrar.

 

            - O que está havendo? - Perguntou Sophie ao lado de Fred, Jorge e Harry, enquanto os outros jogadores se separaram.

 

           - Primeiro fim de semana em Hogsmeade. - Disse Rony.

 

           - Fim de outubro. Dia das bruxas. - Completou Hermione. 

 

           - Ótimo. - Disse Fred abrindo um leve sorriso e olhando para o irmão gêmeo. - Preciso mesmo ir na Zonko's. Meus chumbinhos fedorentos estão quase no fim. 

 

        Sophie sorriu para o namorado e lhe deu um selinho. 

 

          Fred e Jorge se afastaram para pegar roupas e toalhas para irem tomar banho e Harry se jogou na cadeira que ficava ao lado da janela, em frente ao pequeno sofá que tinha ali, onde Hermione e Rony sentaram. Sophie se sentou no chão ao lado do irmão.

 

          - Harry tenho certeza que poderá ir na próxima visita. - Disse Hermione esperançosa para o amigo. - Com certeza terão pego Black até lá... quer dizer, ele já foi avistado uma vez....

 

         Sophie olhou para o chão e Harry olhou para a janela.

 

          - Bem que Harry poderia ir escondido. - Disse Rony olhando para Sophie como se esperando que a ruiva concordasse. - Quer dizer, Black não seria louco de fazer alguma coisa em Hogsmeade. 

 

           - Rony! - Exclamou Hermione. - Ele não pode sair...

 

          - Ele não pode ser o único do terceiro ano que vai ficar aqui! - Disse Rony para Hermione. - Qual é, pergunte para professora McGonagall para deixar...

 

           - Ela não vai. - Comentou Sophie levantando a cabeça e olhando para Rony e Mione. - É a McGonagall gente. Com Black ou sem Black, ela obedece a lei. E a lei diz que o adulto responsável pelo aluno menor de idade deve autorizar sua ida, caso o contrário, ele não deve ir. 

 

          - Isso é injusto! Todos sabemos que Remus é mais parente do Harry do que aqueles tios dele. - Disse Rony irritado. - Dumbledore deveria considerar isso!

 

         Sophie franziu o cenho. Rony tinha razão, Dumbledore deveria considerar isso mas ele não considerou. Por que?

 

          - Não seja burro Rony! Dumbledore só não considerou porque o Ministério da Magia está em cima de Hogwarts. Você acha mesmo que o Ministro da Magia não está observando o Harry e tomando precauções para que Harry não vá para Hogsmeade? 

 

            Ah, isso faz sentido. "Odeio o Ministério." 

 

           - Hermione tem razão Rony. Infelizmente. - Disse Sophie olhando para Rony e depois voltando a atenção para o irmão. - Desculpa Harry.

 

            - O que? A culpa não é sua Soph. Eu to legal, sério gente, não estou me importando muito com isso. - Mentiu Harry, abrindo um leve sorriso.

 

              Ele queria muito ir para Hogsmeade, mas ele não queria ver os amigos olhando para ele com pena e muito menos queria que a irmã se culpasse. Afinal, não era culpa dela, e sim dos piores tios que ele poderia ter.

 

        Hermione ia dizer alguma coisa mas Bichento resolveu pular em seu colo naquele momento. Trazia uma enorme aranha morta na boca.

 

          - Ele tem que comer isso na nossa frente, mesmo? - Perguntou Rony enojado e Harry e Sophie se olharam com um leve sorriso, já sabendo que os dois iriam brigar.

 

             - Bichento inteligente, você apanhou a aranha sozinho? - Perguntou Hermione sorrindo para o gato e acariciando seus pelos.

 

        Bichento mastigou a aranha vagarosamente, olhos amarelos fixados insolentemente em Rony.

 

         - Vê se pelo menos segura ele aí, Perebas está dormindo no meu bolso. - Disse Rony irritado e cruzando os braços.

 

        Sophie olhou para o Rony ao ouvir o nome "Perebas". E foi como se uma serena havia sido acesa para a ruiva, era a primeira vez naquele ano que ela estava tão perto de Perebas. Tão perto... mas aparentemente, uma sirene se acendeu em Bichento também pois o gato deu um pulo na direção do bolso de Rony que Sophie se surpreendeu.

 

            - AI! TIRA ESSE BICHO DE MIM! - Gritou Rony se levantando e empurrando Bichento para longe.

 

         Nesse momento Perebas pulou do bolso de Rony e saiu em disparada, e o gato saiu atrás.

 

          - ALGUÉM SEGURE ESSA COISA! - Gritou Rony pulando no chão tentando pegar Bichento mas não conseguindo. 

 

            - RONY NÃO O MACHUQUE! - Gritou Hermione.

 

           Harry continuou sentado assim como Sophie e os dois assistiram a bagunça que ocorria. Perebas foi para baixo do sofá e Bichento foi atrás mas sua cara gorda não passava, e começou a tentar pegar o rato com a pata. Rony e Hermione correram  até eles, Mione pegando Bichento e Rony deitando de barriga para o chão, colocando a mão embaixo do sofá e pegando o rato pelo rabo.

 

           - Olhe só para ele! - Gritou o garoto furioso e balançando Perebas na frente do rosto de Hermione. - Está pele e osso! Segura esse gato longe dele! 

 

           - Bichento não entende que isso é errado, Rony! - Exclamou Hermione irritada mas com a voz tremendo. - É o instinto dele. Gatos comem ratos.

 

       - Tem uma coisa esquisita nesse animal! Ele sabia exatamente onde Perebas estava! Ele me ouviu dizendo que estava no meu bolso! - Rony continuava gritando, não se importando com a plateia que assistia. 

 

           - Agora isso é bobagem! Bichento farejou o Perebas! - Disse Hermione.

 

         - Essa coisa está caçando o Perebas! - Gritou Rony.

 

           Agora todos na sala estavam rindo do comportamento do ruivo, até mesmo Gina estava se segurando muito para não rir. Harry olhou para a irmã mas viu que a mesma olhava para o gato de Mione com bastante atenção.

           Antes que Mione respondesse alguma coisa, Rony havia saído para o dormitório. 

 

        Sophie continuou olhando para o gato quando Fred e Jorge se sentaram no sofá onde Rony e Hermione estavam.

 

          - Ei o que houve? Eu e o Jorge ouvimos a maior gritaria e vimos Rony bem irritado indo para o dormitório. - Disse Fred olhando para Sophie e Harry.

 

             - Sophie? - Chamou Jorge percebendo que a amiga parecia estar longe nos pensamentos. 

 

               A Potter mais velha olhou para os dois, e depois para Harry, parecia que havia acabado de ter uma grande ideia. E de fato, havia tido. 

 

               - Eu... tenho que ir.. em um lugar. - Disse Sophie se levantando. 

 

               - Onde? - Perguntaram Fred e Harry. 

 

             - ... Er... na sala do diretor. Lembrei que tem algo que eu preciso conversar com ele. - Disse Sophie. - Volto logo. - E saiu. 

 

               - Estranho... - Comentou Harry olhando para Jorge e Fred.

 

               - Ela tem estado bem estranha esses dias... - Disse Fred ainda olhando por onde a namorada havia ido. 

 

 

 

        Sophie andava tomando cuidado para que ninguém a visse, sua intenção era ir para a casa dos gritos para falar com Sirius, mas para isso ela precisava tomar cuidado para não ser vista por nenhum professor ou pior, Percy.

 

        - Está um pouco tarde para você resolver passear, não acha kleiner teufel? - O sotaque alemão fez ela sorrir. - E sem o seu fiel amigo? 

 

       - Aslan ficou com Remmy hoje, baby. - Respondeu Sophie se virando para o amigo que estava encostado em uma parede com a roupa social branca e uma jaqueta de couro por cima. 

 

          - Eu estava falando de mim. - Revirou os olhos e se aproximou da Potter. - Para onde vai? 

 

       - Ah.. eu... 

 

        - Não se preocupe, eu espero você pensar em uma mentira para me dizer. - Disse Erik sorrindo ironicamente. 

 

        Sophie olhou para o amigo sem saber o que dizer, a vontade de contar a verdade era grande mas, ela havia prometido para Sirius.

 

        Mas Erik era seu parceiro, sua alma-gêmea como ela disse uma vez. 

 

        - Erik... 

 

         - O que vocês dois estão fazendo aqui? Fora dos dormitórios, durante à tarde. - Era a voz de Percy, e só a voz do Weasley fez ela querer vomitar.

 

             - Não te interessa, Weasley. - Rebateu Erik olhando para o ruivo do sétimo ano.

 

            Sophie se virou para Percy e Erik entrou na frente dela.

 

           - Olha como fala com o Monitor-Chefe, Lehnsherr. - Respondeu Percy apontando para o distintivo em seu peito.  

 

            - Isso deveria me assustar? - Perguntou Erik irritado. - Nunca te disseram que é feio atrapalhar a conversa dos outros, Weasley? 

 

            - 5 pontos tirados da Sonserina. 

 

            - Erik, deixa ele. - Disse Sophie puxando o braço do alemão. - Não vale apena, você sabe disso. Vamos logo.

 

            - E onde vocês pensam que vão? - Perguntou Percy cruzando os braços.

 

 

           - Para a sala do diretor! - Disparou Sophie sem pensar. - Erik e eu precisamos conversar com ele.

 

            - E não podiam esperar até amanhã? - Perguntou Percy erguendo uma sobrancelha com um sorriso zombeteiro. - Tenho certeza que o diretor tem coisas mais importantes para fazer do que aguentar dois adolescentes.

 

             Sophie ia responder quando outra voz foi ouvida atrás dela e de Erik. "Pronto, só falta o ministro da magia aparecer aqui também." pensou Sophie.

 

             - Algum problema aqui? 

 

             Ah não... não ele.

 

            - Professor Lupin! - Disse Percy. - Não é nada demais, apenas esses dois alunos fora da cama. 

 

             - Sim.. e percebo que um é o melhor amigo da minha filha e a outra é.. oh, a minha filha. - Disse Remus se aproximando dos dois. - Pode deixar, Percy. Eu cuido desses dois. 

 

             - Mas... 

 

           - Eu disse que pode deixar. - Disse Remus nem sequer olhando para Percy.

 

           - Sim senhor. Boa noite senhor.

 

         Percy saiu e Remus olhou para Sophie e Erik.

 

           - Moon...

 

           - Vamos para minha sala. - Disse Remus revirando os olhos e dando as costas para os dois que se olharam sem saber o que dizer.

 

 

           

           - Agora, vocês podem me explicar o que raios estavam fazendo? Sabem que não devem sair neste horário! - Disse o lupino assim que entraram na sala dele. - Se eu não tivesse chegado naquela hora, Percy provavelmente teria dado detenção para vocês dois. 

 

            Aslan levantou a cabeça do lugar em que estava deitado e quando viu Sophie, correu para ela. A ruiva acariciou o leão com um pequeno sorriso nos lábios.

            

              - Nós sabemos. - Disse Erik abaixando a cabeça. - Mas nós só estávamos conversando, nada de mais. 

 

           - E o que era tão importante que não podia esperar até amanhã? - Perguntou Remus cruzando os braços.

 

             - É que eu e o Charles discutimos e Sophie estava me ajudando a ver o que foi que eu fiz de errado. - Disse Erik rápido.

 

             - Sério? Engraçado porque eu lembro de ter visto você e o Charls aos beijos antes de irem para suas respectivas salas comunais. - Disse Remus soltando um leve sorriso.- Ei, qual é, sou eu, Remus. Sabem que podem me dizer a verdade. Sophie, você sabe disso mais do que qualquer um. 

 

              - Eu sei.. eu sei. - Murmurou Sophie não olhando nos olhos do padrinho.

 

            - Erik, você pode esperar lá fora por um tempinho? Eu quero conversar com a Soph. - Erik concordou e saiu. - O que está acontecendo? Uh? 

 

            - Nada. - Respondeu ainda não olhando para Remus. - Só preocupada com os N.O.M'S.

 

            - Pode dizer isso olhando nos meus olhos? - Perguntou Remus triste. 

 

          Sophie não podia. Ela nunca poderia mentir olhando nos olhos de Remus, ela nunca faria isso. Não importa se fosse apenas uma mentira boba ou para ajudar Sirius com sua vingança, ela nunca, nunca iria mentir para Remus.

 

            - Soph, eu.. não sei o que está acontecendo. Não sei mesmo, mas eu sei que não tem nada haver com os N.O.M'S. É algo maior, e muito importante... - Disse Remus passando a mão no cabelo. - E por isso, eu vou te dar o tempo que precisar. Seja o que for, quando você estiver pronta para me dizer, então eu estarei aqui. Como sempre estive, e como sempre estarei. Esse é o meu dever. 

 

            Sophie enfim, olhou para o padrinho e viu ele sorrindo com um enorme carinho em seus olhos.

 

           - Olha você ai, minha garota. - Disse Remus. 

 

           Sophie sorriu. 

 

           - Eu esperarei Sophie. - Falou Remus. - Pode ir agora. Para o dormitório. Chega de passeios por hoje. Para você e para o Erik. E vá tomar um banho criatura! Parece o James depois dos treinos.

 

         Sophie finalmente riu.

 

            - Está bem... - Disse olhando nos olhos do padrinho. - Vamos Aslan.

 

           Estava prestes a sair quando lembrou de algo, se virou e olhou para Remus.

 

          - Você... disse "minha filha". 

 

          - O que? - Perguntou Remus confuso.

 

        - Lá atrás, com o Percy. Você disse: "E eu percebo que um é o melhor amigo da minha filha." Filha. Você me chamou de filha. - Ele nunca havia chamado ela de filha.

 

           Remus sorriu - Eu chamei. - concordou. 

 

          Sophie sorriu e sentiu um calor preencher seu peito. 

 

         - Hum... ok. Boa noite... pai. - E saiu.

 

      Remus sorriu. 

 

        

 

           No dia seguinte, Rony continuou irritado com Mione.  Quase não falou

com a garota durante a aula de Herbologia, embora ele, Harry e Hermione estivessem trabalhando juntos na mesma tarefa.

 

        - Como é que vai o Perebas? - Perguntou Hermione timidamente enquanto colhiam gordas vagens rosadas das plantas e esvaziavam seus feijões luzidios em um balde de madeira.

 

        - Está escondido no fundo da minha cama tremendo. - Respondeu Rony com raiva, errando o balde e espalhando feijões pelo chão da estufa.

 

        - Cuidado, Weasley, cuidado! - Exclamou a Profª. Sprout quando os feijões desabrocharam diante dos olhos de todos.

 

          

 

         Já Sophie estava em sua aula de Aritmancia junto com Erik, o alemão estava em silêncio desde do momento em que foram para sala e Sophie sabia que era pelos acontecimentos de ontem. Colocou um pé na barriga de Aslan e começou a acariciar aquela área como sabia que o leão gostava e se virou para Erik que escrevia algo no caderno.

 

          - Desculpa. - Disse. - Por ontem e por não ter te contado a verdade...

 

           - Você não precisa se desculpar. Eu percebi ontem que, para você não ter contado nem para Remus, então é algo muito sério. E importante. - Disse Erik olhando para a amiga. - Assim como ele, eu vou esperar. Não sou a pessoa mais paciente do mundo mas.. eu posso esperar. 

 

             Sophie sorriu.

 

            - No sábado. Dia 30, eu vou te contar. Melhor ainda, vou te mostrar. - Disse Sophie sorrindo. - Prometo.

 

            - Você não precisa...

 

             - Eu preciso. Eu preciso mostrar minha alegria com alguém. - Disse Sophie. - E vai ser com você.

 

            - Então está bem. 

 

      

          Enquanto as coisas com Sophie estavam indo bem, com Harry, estava tudo bem diferente. Ele já estava na aula de Transfiguração e todos os alunos estavam em volta de Lilá Brown que chorava bastante.

 

           - O que houve? - Perguntou Hermione para Parvati que estava consolando Lilá.

 

            - É o coelhinho dela, Bínqui. Ele morreu. - Disse Parvati.

 

             - Ah.. sinto muito Lilá.

 

             - Eu devia ter imaginado! - Exclamou Lilá, tragicamente. - Você sabe que dia é hoje?

 

              - Hum...

 

             - Dezesseis de outubro! "Essa coisa que você receia, vai acontecer na sexta-feira, 16 de outubro!" Lembram? Ela estava certa, ela estava certa!

 

               Simas sacudia a cabeça, sério. Mione hesitou; em seguida perguntou:

 

         - Você receava que Bínqui fosse morto por uma raposa?

 

      - Bem, não necessariamente por uma raposa - Respondeu Lilá, erguendo os olhos, dos quais as lágrimas escorriam sem parar -, mas obviamente eu receava que ele morresse, não é?

 

        - Ah - exclamou Hermione. Ela fez outra pausa. E depois: - Bínqui era um coelho velho?

 

         - N... Não! - Soluçou Lilá. - A... Ainda era um bebezinho! - Parvati apertou o abraço que dava em Lilá.

 

           - Mas, então, por que você tinha receio que ele morresse? - Perguntou Hermione.

 

       Parvati fez uma cara feia para a colega.

 

       - Bem, vamos encarar isso logicamente. - Falou Hermione, virando-se para o restante do grupo. - Quero dizer, Bínqui nem ao menos morreu hoje, não é? Lilá foi que recebeu a notícia hoje... - Lilá abriu um berreiro - e ela não podia estar receando isso, porque a notícia foi um choque para ela...

 

      - Não ligue para Hermione, Lilá - Disse Rony em voz alta -, ela não acha que os bichos de estimação dos outros têm muita importância.         

 

 

 

               A Profª. Minerva abriu a porta da sala de aula naquele momento, o que

talvez tenha sido uma sorte; Hermione e Rony estavam se fuzilando com os olhos

e quando entraram na sala se sentaram um de cada lado de Harry, e passaram a

aula inteira sem se falar.

        Harry estava pensando seriamente sobre dizer à professora sobre o passeio de Hogsmeade quando a sineta tocou anunciando o fim da aula, mas foi ela quem levantou o assunto de Hogsmeade primeiro.

 

           - Um momento, por favor! - Pediu quando a turma se preparava para

sair. - Como vocês todos fazem parte da minha Casa, deverão entregar os formulários de autorização para ir à Hogsmeade a mim, antes do Dia das Bruxas. Sem formulário não há visita, por isso não se esqueçam.

 

          Neville levantou a mão.

 

        - Por favor, professora, eu... Eu acho que perdi...

 

       - Sua avó mandou o seu diretamente a mim, Longbottom. - Disse Minerva.- Parece que ela achou mais seguro. Bem, é só isso, podem ir. 

 

          - Pergunta para ela, Harry! - Disse Rony dando um leve empurrão no Potter.

 

         - Mas você ouviu o que Sophie disse ontem...

 

         - Mas talvez podemos ter sorte... - Disse Rony se esquecendo da briga com Mione. - Quer dizer, Sophie vai estar lá. 

 

         Hermione ficou em silêncio e então: - Quem sabe.. talvez você devesse tentar...

 

        Harry suspirou e foi até a Professora.

 

        - Que foi, Potter?

 

      Harry inspirou profundamente.

 

       - Professora, minha tia e meu tio... Hum... Se esqueceram de assinar a minha autorização.

 

      A Profª. Minerva olhou-o por cima dos óculos quadrados e não disse nada.

 

      - Então... Hum... A senhora acha que haveria algum problema... Quero dizer, que estaria Ok se eu... Se eu fosse a Hogsmeade?

 

       Minerva baixou os olhos e começou a mexer nos papéis em cima da escrivaninha.

 

     - Receio que não, Potter. Você ouviu o que eu disse. Não tem formulário, não tem visita ao povoado. Essa é a regra.

 

    - Mas, professora, minha tia e meu tio... A senhora sabe, eles são trouxas, não entendem realmente para que servem... Os formulários de Hogwarts e outras coisas daqui. - Explicou Harry, enquanto Rony o animava a prosseguir com vigorosos acenos de cabeça. - Se a senhora disser que eu posso ir...

 

    - Mas eu não vou dizer. - Falou a professora se levantando e arrumando os papéis na gaveta. - O formulário diz claramente que o pai ou guardião precisa dar permissão. - Minerva se virou para olhá-lo, com uma estranha expressão no rosto. Seria pena? - Sinto muito, Potter, mas esta é a minha palavra final. É melhor você se apressar ou vai se atrasar para a próxima aula.

 

         

           - Bem.. pelo menos tem a festa do dia das bruxas... você sabe que é sempre boa.. - Rony tentou consolar o amigo.

 

        - E tem bastante doces... - Hermione também tentou.

 

         Harry percebeu que os dois haviam esquecido a briga e por isso ele era grato.

 

 

        O dia 30 havia chegado, muitos alunos estavam sentados nos gramados, em frente ao lago, alguns estudando, outros conversando, e Sophie, Fred, Erik, Charles, Harriet e Jorge estavam apenas relaxando, e Aslan como sempre, brincava com a lula-gigante. 

        O dia estava frio mas tinha sol, por isso muitos alunos estavam aproveitando.

 

            - O que faremos amanhã? Em Hogsmeade? - Perguntou Harriet que estava com um óculos escuros deitada na grama.

 

            - Muitas coisas, incluindo beber muita cerveja amanteigada. - Disse Jorge sorrindo maroto. 

 

           - Ficar doido de cerveja amanteigada? To dentro. - Disse Sophie que estava com óculos escuros que Remus havia ganhado de Sirius, deitada no colo de Fred com o livro do "Senhor dos Anéis." 

 

         - Imagina o Erik bêbado, falando tudo em alemão. - Disse Fred rindo e fazendo todos rirem, incluindo Erik.

 

           - Não queremos que isso aconteça. - Disse Erik abraçado com Charles e várias beijando o pescoço do moreno.

 

          - Eu quero. - Disse Charles rindo.

 

          Erik riu e puxou Charles para a grama o beijando nos lábios. Sophie e Fred se olharam e resolveram seguir o exemplo do casal "Cherik" como eles chamavam, e Jorge e Harriet se levantaram e foram brincar com Aslan e a Lula-Gigante.

 

           

 

        Mais tarde, logo depois do jantar, Sophie e Erik inventaram uma desculpa para os outros amigos, pegaram a capa de invisibilidade escondidos de Harry, e saíram do castelo, Erik, por mais curioso que estivesse, e cheio de perguntas, ficou em silêncio e esperou pelo o que estava por vir. 

            Eles passaram pela cabana do Hagrid, e foram para o Salgueiro Lutador, Sophie imobilizou a árvore e tirou a capa, ela entrou primeiro e Erik logo atrás. 

 

            - Ok, se você me trouxe aqui para me matar, eu volto como fantasma e te mato. - Disse Erik fazendo Sophie rir.

 

           - Não se preocupe Liebe, eu nunca mataria você. - Disse Sophie sorrindo. 

 

          Eles entraram no quarto em que Remus se transformava e Erik viu um cachorro sentado em cima de uma cadeira velha. Um cachorro enorme que ele já havia visto antes.

 

             - Esse não é o mesmo cachorro que vimos naquela noite quando saímos da casa dos Dursley's? - Perguntou Erik para Sophie que sorria.

 

            - Sim. - Concordou Sophie. - Sirius, pode aparecer, Erik é a pessoa mais confiável que eu conheço. Depois do Moony. 

 

            - Moony sempre fica em primeiro. - Comentou Erik revirando os olhos. 

 

           - É verdade. 

 

          Erik olhou para o cachorro que agora havia se transformado em Sirius Black. 

 

         - Erik Lehnsherr este é Sirius Black. Sirius Black este é Erik Lehnsherr. - Disse Sophie sorrindo para os dois. 

 

           

 

         

            Na manhã do Dia das Bruxas, Harry acordou com os colegas e desceu

para tomar café, sentindo-se totalmente arrasado, embora se esforçasse

ao máximo para agir normalmente.

 

           - Vamos lhe trazer um monte de doces da Dedosdemel. - Prometeu Hermione, sentindo uma pena desesperada do amigo.

 

         - É, montes. - Concordou Rony. Ele e Hermione tinham de fato

esquecido a briga por causa do Bichento diante do descontentamento de Harry.

 

          - Obrigado, mas não precisam se preocupar comigo. Eu vou ficar bem. - Disse Harry forçando um sorriso. 

 

             

          O encontro de Erik e Sirius havia sido muito bom. Os dois se entenderam muito bem, apesar de Erik ser sonserino, Sirius viu que o Lehnsherr era uma boa pessoa e agradeceu à Erik por tudo que ele fez por Sophie e Remus. Os dois conversaram muito e Sirius explicou o plano para Erik que entendeu e concordou em ajudá-los, os três conversaram durante muito tempo naquela noite, até eles voltaram para escola. 

 

               Agora, Sophie estava no dormitório masculino com Fred, se vestindo em frente ao namorado, claro que com ele sendo o único garoto ali.

 

             - O que você e o liebe estiveram fazendo ontem? - Perguntou Fred deitado na cama e olhando a namorada colocar várias roupas.

 

              - Estou ajudando ele à fazer uma surpresa para Charles. - Disse Sophie sorrindo. - O que acha dessa roupa? - Perguntou Sophie em frente ao espelho.

 

         - Sexy. - Disse o ruivo.

 

        - Sexy? E o que quer dizer com "sexy"? - Perguntou Sophie erguendo a sobrancelha ritadissa.

 

        - Quer dizer... ah que dizer sexy! É sexy... - dizia movendo as mãos, com a cara confusa. - Qual o problema com sexy?

 

       - Ah Fred, é Hogsmeade! Você sabe que eu quero algo diferente pra vestir quando vou pra lá! - Resmungou Sophie tirando a roupa e pegando outra, uma branca de seda decotada. - E essa?

 

       Fred, que estava adorando a namorada tirando a camisa, fez cara de pensativo e sem perder tempo e não sendo nada burro aproveitou a situação.

 

       - Não...

 

       Sophie já estava tirando a blusa quando viu a cara que Fred fazia para seu corpo e então percebeu.

 

        - Você só quer que eu tire a blusa de novo, não é? - Perguntou Sophie olhando para Fred que fingiu-se de ofendido. - Para, Fred! Eu não quero chegar atrasada.

 

 

       - Qual é, eu ainda tenho que me vestir e tenho certeza que Charls e Liebe estão nos amassos nesse momento. - Disse Fred sorrindo e indo até Sophie, lhe beijando no pescoço.

 

       - Uhum, você sabe muito bem o quanto Erik Hans Lehnsherr não gosta de atrasos. - Disse Sophie colocando uma jaqueta jeans. - Sem contar que temos Jorge e Harriet que não tem ninguém para se pegar... Não... na verdade é até bom que eles estejam sozinhos. Quem sabe assim eles percebem.

 

         - Duvido. Esses dois nesse assunto em particular são lentos que uma maravilha. - Disse Fred dando selinhos em Sophie que sorria.

 

          - Tenho que concordar mas agora, eu vou arrumar uma roupa pra  você. - Disse a ruiva dando um último beijo nele antes de se afastar o que fez com que Fred fizesse careta.

 

          - Estou pensando em Harry... - Comentou Fred se sentando na cama e vendo a namorada procurando roupas para ele. - Fico triste por ele não poder ir..

 

            - Eu também, a gente aguentou bastante lá nos Dursley's e no final... nem conseguimos a assinatura. - Disse Sophie. - Pelo menos Remus está aqui...

 

           Fred concordou. Não demorou muito e Sophie arrumou uma roupa para o ruivo.

 

          - Anda, se veste, eu vou estar esperando com os outros. - Dito isso, saiu do dormitório.

 

            - Ah essa ruiva ainda me mata. - Comentou Fred sorrindo e pegando a roupa.

 

 

           - Eii Sophie. - Cumprimentaram Rony e Mione ao ver a ruiva se sentando ao lado de Harry.

 

             - Finalmente! - Resmungou Erik para a ruiva que mostrou a língua para o alemão. - Onde está a sua outra metade?

 

             - Bem na minha frente. - Disse Sophie para Erik que revirou os olhos. - Você me ama liebe.

 

            - Não sei quem te disse isso mas garanto que é mentira. - Disse Erik.

 

            - Tá querendo enganar quem? - Perguntou Charles para o namorado. 

 

            Sophie riu e se virou para Harry que olhava para a comida.

 

             - Prometo te trazer tudo e mais um pouco de lá. - Disse Sophie baixo para o Potter. - Você não vai estar completamente sozinho aqui, Aslan vai ficar e Remus também. 

 

             Isso pareceu alegrar o garoto que abriu um leve sorriso para a irmã. 

 

             - Vai se divertir por mim? - Perguntou Harry.

 

             - Sim..

 

             - E vocês? - Perguntou Harry para os amigos sentados em frente à ele. - Vão se divertir por mim?

 

          Todos concordaram e isso pareceu agradar o garoto. 

 

  

            Quando deu hora de ir, Harry acompanhou os amigos até o saguão da escola, onde Filch, o zelador, estava postado à porta de entrada, verificando se os nomes constavam de uma longa lista, examinando cada rosto cheio de desconfiança, e certificando-se de que ninguém que não devia ir estivesse saindo escondido da escola.

 

        - Vai ficar na escola, Potter? - Gritou Malfoy, que estava na fila com

Crabbe e Goyle. - Medinho de passar pelos dementadores?

 

       Harry nem se quer deu atenção para o garoto e saiu andando com Aslan ao lado, pensou para onde deveria ir e resolveu ir dar uma visita para Remus. Andou devagar e quando chegou na porta da sala do padrinho, bateu.

 

               - Harry? - Perguntou Remus abrindo um sorriso. - O que faz... ah.. passeio para Hogsmeade. Certo. 

 

             Harry concordou.

 

             - Bem, vamos, entre. Estive esperando a entrega de um grindylow para nossa próxima aula e uma companhia seria legal. - Disse Remus sorrindo e dando espaço para o garoto entrar.

 

              - Um o que? 

 

                Ele entrou na sala. A um canto havia uma enorme caixa de água. Um bicho de cor verde-bile e chifrinhos pontiagudos comprimia a cara contra o vidro, fazendo caretas e agitando os dedos longos e afilados.

 

        - Demônio aquático. - Explicou Remus, examinando o grindylow pensativamente. - Não deve nos dar muito trabalho, não depois dos kappas. O truque é deixar as mãos deles sem ação. Reparou nos dedos anormalmente compridos? Fortes mas muito quebradiços.

 

          O grindylow arreganhou os dentes verdes e em seguida se enterrou num

emaranhado de ervas a um canto.

 

       - Aceita uma xícara de chá? - Ofereceu Remus procurando a chaleira. - Eu estava mesmo pensando em preparar uma.

 

       - Tudo bem. - aceitou Harry sorrindo e acariciando a juba de Aslan.

 

        Remus deu alguns golpes de varinha na chaleira e na mesma hora saiu do bico uma baforada de vapor quente.

 

     - Receio que só tenha chá em saquinhos... Mas eu diria que você já bebeu

chá em folhas que chegue. - Dito isso, sorriu para o garoto com os olhos brilhando.

 

        - Como foi que o senhor soube disso? - Perguntou Harry.

 

       - A Profª. McGonagall me contou. - Respondeu Remus passando a Harry uma caneca lascada cheia de chá. - Você não está preocupado, está?

 

         - Não. Na verdade eu ia contar para você mas... você está cheio de aulas para dar e preparar provas... sem contar que Sophie já me assegurou que não preciso me preocupar com isso.

 

           - E ela está certa. - Disse Remus sorrindo. - E Harry, não precisa deixar de me dizer algo só porque acha que vai me atrapalhar, posso não ser seu padrinho oficial mas... eu estou aqui. Para você e para Soph.

 

            Por um instante Harry pensou em dizer para Remus sobre o cão na rua Magnólia mas sua linha de pensamentos foi esquecida quando houve batidas na porta. 

 

          - Entre. 

 

          A porta se abriu e Snape entrou. Trazia um cálice ligeiramente fumegante

e parou, apertando os olhos negros, ao ver Harry.

 

        - Ah, Severus. - Exclamou Lupin sorridente. - Muito obrigado. Podia deixar aí na mesa para mim?

 

     Snape pousou o cálice fumegante, os olhos indo de Harry para Lupin.

 

      - Eu estava mostrando a Harry o meu grindylow. - Disse Lupin em tom agradável, indicando o tanque de água.

 

      - Fascinante. - Comentou Snape sem sequer olhar para o tanque. - Você devia beber isso logo, Lupin.

 

      - É, é, vou beber.

 

  - Fiz um caldeirão cheio. - Continuou Snape. - Se precisar de mais...

 

   - Provavelmente eu deveria tomar mais um pouco amanhã. Muito obrigado, Severus.

 

  - De nada. - Disse o colega, mas havia uma expressão em seus olhos que não agradou a Harry. O professor se retirou de costas para a porta, sem sorrir, vigilante.

 

          Harry olhou para o cálice desconfiado.

 

         - É a poção que você comentou? Sobre ajudar com seu lado lobisomem? - Perguntou Harry para Remus que já pegava o cálice para beber.

 

          - Sim. Severus foi bem gentil fazendo um estoque cheio para mim. - Disse Remus bebendo e fazendo careta. - Tem um gosto horrível mas vale a pena.

 

           - Tem certeza que Snape é confiável para isso? Quer dizer... você sabe que ele quer esse cargo a muito tempo. - Disse Harry preocupado para Remus.

 

            - Eu te garanto Harry, Snape não está tentando me envenenar. - Disse Remus rindo. - Por que não vamos dar uma volta? Parece um dia agradável para isso.

 

           

 

         - Vai Charles! - Gritava Sophie que estava nas costas do amigo que ria. 

 

         Fred, Erik , Jorge e Harriet observavam tudo rindo. Aparentemente, Charles e Sophie acharam que seria legal correrem pela aldeia de Hogsmeade nas costas um do outro e gritando "Remus Lupin é o melhor homem do mundo" para que todos escutassem. Obviamente os dois acharam que seria legal fazer isso logo depois de beberem duas garrafas de FireWhisky que eles haviam conseguido de dois alunos da Grifinória de dezessete anos de idade.

 

          - Foi loucura ter dado para eles. - Disse Erik fazendo o máximo para não rir do namorado e da amiga passando vergonha daquele jeito.

 

            - Ah eles estão indo bem. Eles merecem até, os dois não pararam de estudar desde do dia que chegaram. Hoje é dia de causar, bebê. - Disse Harriet sorrindo. 

 

           - Sem contar, que com essa bebedeira, Sophie não vai ficar lembrando sobre o que aconteceu nessa data anos atrás. - Disse Fred olhando com carinho para a namorada que ria e se divertia com Charles. 

 

 

         

           Harry e Remus andavam pela ponte que levava para a cabana do Hagrid, ambos estavam em silêncio, observando a paisagem e a beleza que o lugar tinha. Harry parou e olhou para um pássaro que voava, dando rodopios. 

 

           - No que você está pensando? - Perguntou Remus parando ao lado do garoto. 

 

         - Naquela aula.. do bicho-papão. - Disse Harry. - Sabe.. primeiro eu pensei em Voldemort naquele dia mas, depois, eu lembrei do dementador. 

 

        - Isso mostra que o que você mais teme é o próprio medo. É muito sensato. - Disse Remus.

 

       - Eu lembrei do grito... da minha mãe. - Disse Harry olhando para o céu. - E agora eu não posso deixar de pensar que esse grito ocorreu nesse mesmo dia, anos atrás. 

 

        Remus ficou em silêncio por uns segundos sem saber o que dizer. Ele já havia passado por isso antes com Sophie, a ruiva sempre ficava triste nesse dia. Mesmo hoje, ele sabe que ela pensa nos acontecimentos daquela noite. Olhou para Harry e disse:

 

        - Sabe Harry, no momento em que eu te vi... Na primeira vez em que eu olhei para você, eu te reconheci. Não por se parecer com James, claro esse fato também mas foram os olhos. São os olhos de Lily. - Disse Remus. - Eu vi o mesmo brilho que eu via nela, o mesmo olhar. Até hoje eu vejo. Agora, nesse momento. 

         "Lily era uma mulher encantadora Harry. Bondosa e cheia de coragem. Eu a considerava minha irmã, sabe. Ela era como uma irmãzinha para mim. Ela me ajudou em uma hora em que eu achei que não havia esperanças. Ela tinha o dom de ver a beleza nos outros, mesmo e talvez principalmente quando a pessoa não conseguia enxergar isso em si mesmas.

          Já o seu pai.. hum.. você e ele são iguais em algumas coisas. Não como Sophie, mas tem. Assim como ele, você muitas vezes entra em problemas. Acredito que seja o talento dos Potter." 

 

            Harry sorriu para o padrinho. Ele gostava quando Remus contava sobre seus pais. Fazia ele se sentir mais próximo dos dois. 

 

            - Você está mais perto deles do que pensa, Harry. Com o tempo você vai perceber isso. 

 

  

 

           Quando eles estavam de volta à Hogwarts, tanto Sophie quanto Charles estavam com dores de cabeça e vontade de vomitar mas mesmo assim, o grupo estava com as roupas cheias de doces e Erik carregava uma sacola com algumas coisas bem divertidas para Harry. Eles foram para o Salão Principal e viram que Rony e Mione já estavam lá com Harry, com alguns doces, eles se sentaram ao lado do trio e jogaram as coisas que compraram em cima da mesa para o trio que ficou impressionado.

 

              - Uau! Parece que vocês compraram tudo que tinha lá. - Comentou Hermione animada.

 

             - É... - Resmungou Sophie fazendo careta e colocando a mão na barriga. 

 

             - O que aconteceu com você? - Perguntou Harry preocupado com a irmã e depois olhando para Charles que estava ao lado da ruiva e que se encontrava do mesmo estado. - Com vocês dois.

 

               - Bem meu caro Harry, você disse para gente se divertir por você e Sophie e Charles levaram isso muito a sério. - Disse Fred sorrindo.

 

             - Até demais. - Disse Erik revirando os olhos. - Estou surpreso como ainda estão vivos depois de terem caído naquela ladeira da Casa dos Gritos. - Então fez dois baldes aparecerem para Sophie e Charles com a varinha.

 

                - Como isso aconteceu? - Perguntou Rony comendo algum doce. 

 

                - Nunca bebam Firewhisky, crianças. - Disse Sophie e com isso enfiou a cabeça no balde. Charles estava na mesma situação.

 

                 - Vocês beberam FireWhisky?! - Exclamou Hermione alto. - Mas alunos de dezessete anos podem...

 

                  - Mione não grita, estamos do seu lado, meu anjo. - Disse Charles olhando para a garota mas logo voltando a cabeça para dentro do balde. 

 

                   - A gente não bebeu. Eles dois sim. - Disse Jorge rindo. - Foi bem divertido. 

 

                    - Verdade. - Concordou Harriet rindo. - Principalmente a parte em que Sophie e Charles começaram a correr atrás de um cachorro enorme e preto gritando que iriam adotar o animal.

 

                  - A vontade de chorar é grande mas a de rir é maior. - Disse Erik pois sabia que o cachorro que Sophie e Charles havia corrido atrás era o Sirius. 

 

                 - Querido se não for para causar em Hogsmeade, eu nem vou. - Disse Sophie rindo. - Ai. - A cabeça doeu por rir.

 

                - Concordo. - Disse Charles colocando o balde de lado e se sentindo um pouco melhor.

 

              Harry riu, feliz por saber que a irmã não estava com os pensamentos longe e sim ali, com eles e se divertindo.

 

                 Um tempo depois, a festa havia começado e todos já estavam se divertindo. A comida já estava na mesa, Aslan brincava com todos os alunos - menos os da Sonserina. Remus estava sorridente na mesa dos professores até Fred e Jorge ir até ele e o puxar para a mesa da Grifinória onde vários alunos iam em cima dele cheios de carinho para ele. Sem dúvida, Remus Lupin era o melhor professor e sem dúvida era o mais amado. 

 

               A festa terminou com um espetáculo apresentado pelos fantasmas de Hogwarts. Eles saltavam de repente das paredes e dos tampos das mesas e voavam em formação; Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma da Grifinória, fez grande sucesso com uma encenação de sua própria decapitação incompleta.

 

          Harry, Rony, Mione, Sophie, Erik, Fred, Jorge, Harriet e Charles se despediram de Remus e foram para o Salão Comunal da Grifinória, iam aproveitar o restante da festa em seus dormitórios e claro, Erik, Charles e Harriet iam acabar dormindo com eles, como sempre faziam nas festas em Hogwarts mas quando chegaram ao corredor que terminava no retrato da Mulher Gorda, encontraram-no engarrafado pelos alunos.

 

         - Por que ninguém está entrando? - Perguntou Rony, curioso.

 

    Harry espiou por cima das cabeças à sua frente. Aparentemente o retrato estava fechado.

 

         - Me deixem passar. - Ouviu-se a voz de Percy, que passou cheio deimportância e eficiência pelo ajuntamento. - Qual é o motivo da retenção aqui? Não é possível que todos tenham esquecido a senha, com licença, sou o monitor-chefe...

 

       E então foi baixando um silêncio sobre os alunos a começar pelos que estavam na frente, dando a impressão de que uma friagem se espalhava pelocorredor. Eles ouviram Percy dizer, numa voz repentinamente alta e esganiçada:

 

         - Alguém vai chamar o Profº. Dumbledore. Depressa.

 

           Sophie ficou curiosa assim comos os amigos, Erik que era o mais alto ficou surpreso com o que viu. 

 

          - O que é? Amor? O que houve? - Perguntava Charles tocando no braço de Erik.

 

       Sophie que não queria esperar, pediu para Aslan dar um rugido e assim o leão fez, fazendo todos os alunos se afastarem, ela junto com o grupo se aproximaram e ficaram surpresos com o que viam.

 

          - Sophie o que pensa que está fazendo?  Eu sou o monitor-chefe...

 

        - Agora não Percy. - Disse Sophie - Aslan rosnou para o Weasley que se afastou - tocando no quadro, onde deveria estar a Mulher-Gorda. - Erik... o que você acha que aconteceu? 

 

         - Tenho medo de saber a resposta. - Murmurou Erik para Sophie. 

 

        - Sophie o que aconteceu? - Perguntou um aluno da Grifinória do primeiro ano. 

 

         - Cadê a Mulher-Gorda? - Perguntou Gina olhando para Sophie. 

 

        - Ela sofreu um ataque? - Outra pessoa perguntou.

 

        - Gente eu não sei mas tenho certeza que vai ficar tudo bem, alguém já foi chamar o Dumbledore? - Perguntou Sophie para os alunos.

 

            - Estou aqui, Sophie. - Disse Dumbledore se aproximando junto com outros professores.  

 

           O diretor passou imponente pelos alunos e se aproximou de Sophie, Dumbledore deu uma olhada rápida no retrato destruído, virou-se, o olhar sombrio e viu os professores McGonagoall, Lupin e Snape que vinham apressados ao seu encontro.

 

          - Precisamos encontrá-la. - Disse Dumbledore. - Profª. McGonagall, por favor localize o Sr. Filch imediatamente e diga-lhe que procure a Mulher Gorda em todos os quadros do castelo. 

 

          - Vai precisar de sorte! - Disse uma voz gargalhante. 

 

     Era Pirraça, o poltergeist, sobrevoando professores e alunos, encantado, como sempre, à vista de desastres e preocupações. 

 

        - Que é que você quer dizer com isso, Pirraça?- Perguntou Dumbledore calmamente e o sorriso do poltergeist empalideceu um pouco. Ele não se atrevia a atormentar o diretor. Em vez disso, adotou uma voz untuosa que não era nada melhor do que a sua gargalhada escandalosa. 

 

         - Vergonha, Sr. Diretor. Não quer ser vista. Está horrorosa. Eu a vi correndo por uma paisagem no quarto andar, Sr. Diretor, se escondendo entre as árvores. Chorando de cortar o coração. - Informou ele, satisfeito. - Coitada - Acrescentou em tom pouco convincente. 

 

          - Ela disse quem foi que fez isso? - Perguntou Dumbledore em voz baixa.

 

         - Ah, disse, Sr. Diretor. - Respondeu Pirraça com ar de quem carrega uma grande bomba nos braços. - Ele ficou furioso porque ela não quis deixá-lo entrar, entende. -Pirraça deu uma cambalhota no ar e sorriu para Dumbledore entre as próprias pernas. - Tem um gênio danado, esse tal de Sirius Black.

 

           Remus arregalou os olhos e sua boca se abriu. 

 

           - Sirius? - Sussurrou ele.

 

        

      


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