To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 45
Capítulo 45 - Uma lembrança feliz, Sophie


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que eu demorei e eu sinto muito mesmo! Ficar sem escrever TDWTS foi muito ruim para mim, mas eu não posso escrever sem inspiração se não o capítulo fica horrível e isso é tudo que eu não quero. Então, apesar da demora, aqui está o capítulo para vocês! Eu espero que o próximo não demore tanto, okay ♥



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O Profº. Dumbledore mandou todos os alunos da Grifinória voltarem ao Salão Principal, onde foram se reunir a eles, dez minutos depois, os alunos da Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina, todos parecendo extremamente atordoados.

— Os professores e eu precisamos fazer uma busca meticulosa no castelo. - Disse o diretor aos alunos quando os professores McGonagall e Flitwick fecharam as portas do salão que davam para o saguão. - Receio que, para sua própria segurança, vocês terão que passar a noite aqui. Quero que os monitores montem guarda nas saídas para o saguão e vou encarregar o monitor e a monitora chefes de cuidarem disso. Eles devem me informar imediatamente qualquer perturbação que haja. - acrescentou Dumbledore dirigindo-se a Percy, que assumiu um ar de enorme orgulho e importância. - Mande um dos fantasmas me avisar.

O Profº. Dumbledore parou, quando ia deixando o salão, e disse:

— Ah, sim, vocês vão precisar... - Com um gesto displicente da varinha, as longas mesas se deslocarampara junto das paredes e, com um outro toque, o chão ficou coberto por centenas de fofos sacos de dormir de cor roxa. - Durmam bem. - Disse o Profº. Dumbledore, fechando a porta aopassar.

Assim que a porta foi fechada, Remus pode ouvir os murmúrios dos alunos do outro lado. Dumbledore se virou para ele e os outros professores com um pequeno sorriso no rosto.

— Isso vai se tornar a fofoca de Hogwarts durante uma, duas semanas no máximo. - Disse ele. - De qualquer forma, enquanto os monitores cuidam para que nenhum aluno saía, nós iremos fazer a busca atrás de Sirius Black, quero todos olhando tudo. Não deixem nenhum lugar sem pelo menos terem visto duas vezes.

Os professores concordaram e saíram, apenas Remus e Snape ficaram olhando para o diretor.

— Os seus afilhados não deviam ser avisados? - Perguntou Snape se virando para o Lupin que estava pensativo olhando para o chão.

— Saber o que?- Perguntou Remus olhando para o diretor da casa Sonserina. - Eles estavam lá, viram o que Black fez...

— Estou falando sobre o motivo de Black ser perigoso para eles. - Disse Snape irritado para o lupino. - Eles devem...

— Enquanto eles estiverem em Hogwarts, eles estão seguros Severus. - Disse Remus cruzando os braços. - E desde de quando você se importa com a segurança deles? Pelo que me dizem, você sempre está arrumando um jeito para estragar a vida deles aqui na escola. - Agora ele estava irritado. - Eu não sei o que Sirius fez, ou o porque dele ter feito mas eu sei que enquanto Dumbledore estiver aqui, Sirius Black não fará nenhum mal para Harry ou Sophie.

Snape olhou irritado para Dumbledore mas o mesmo não havia dito nada, então, sem dizer mais nada, virou as costas e saiu. Remus virou para Dumbledore que sorria para ele.

— Acabei de dar à ele um bom motivo para desconfiar de mim. Ele provavelmente acha que estou ajudando Sirius. - Disse Remus franzindo a testa. - O que faria sentido se Sirius me dissesse o que ele tem em mente.

— Você está irritado pelo o que ele fez. - Disse o diretor. - Vem, vamos dar uma volta.

Remus seguiu o diretor, andando ao lado dele. Ele, de fato, sentia-se traído pelo o que aconteceu. Foi ridículo o que Sirius havia feito, ele queria que aquele maldito cachorro tivesse lhe dado um sinal, nem que fosse de fumaça, que estava em Hogwarts. Remus queria ajudá-lo, queria muitas coisas mas Sirius simplesmente não estava facilitando para ele.

— Acalme essa tensão de seus ombros, meu amigo. - Disse Dumbledore sorrindo para o lupino que deu um longo suspiro. - Está se sentindo traído...

— O que está acontecendo? Parece que só porque eu me tornei professor, não sou mais confiável. Quer dizer, Sophie está me escondendo algo, Harry não me conta as coisas porque acha que vai me atrapalhar, até mesmo Erik está escondendo algo e Sirius...

— Já parou para pensar que eles estão fazendo isso por você? - Perguntou o diretor.

— O que? Me enganar?

— Te proteger. Eles querem garantir que nada de errado dê para você. Pense nisso. Você é uma boa pessoa, Remus. Eles querem o seu bem mais do que de qualquer outro. - Disse Dumbledore com carinho para o Lupin que estava, de fato, pensando no que o diretor havia acabado de dizer. - Agora, vá descansar. Amanhã será um dia cheio, para todos.

Remus suspirou e concordou com o diretor. Dumbledore se afastou e Remus ficou parado encarando uma pintura de uma árvore que se mechia. Fazendo um pequeno bico, Remus foi-se para sua sala com a cabeça cheia de pensamentos.

Claro que Remus sabia que Sirius Black seria o assunto principal para tudo em Hogwarts nos dias que se passaram. Era uma teoria atrás da outra sobre como Black havia conseguido entrar em Hogwarts e Remus estava ficando impressionado com a imaginação dos alunos cada vez que ouvia uma teoria diferente.
Mas tirando esse fato de que tudo que se falava em Hogwarts era sobre Sirius, tudo estava indo bem, Harry ia bem nas aulas e as vezes até mesmo pedia ajuda para ele com algumas lições - quais Remus ajudaria com imenso prazer -. Sophie e Erik voltaram ao "normal" deles, Sophie havia voltado a falar mais com ele e principalmente a olhar em seus olhos e Erik, bem, quando não estava estudando, ou estava com o grupo ou apenas beijando Charles como se o mundo fosse acabar no dia seguinte. As vezes Remus achava seriamente que o garoto estava querendo mostrar para todos na escola que Charles Francis pertencia à ele.

Agora ele estava fazendo algumas anotações sobre o desempenho dos terceiros anos da Corvinal quando Sophie entrou em sua sala, pegou uma cadeira e colocou ao lado da dele e depois o abraçou, deitando a cabeça no peito de Remus.

— Oh. Estamos carante hoje? - Perguntou Remus sorrindo com carinho para afilhada. Largou a pena e abraçou o corpo da ruiva, acariciando os cabelos.

— Desculpe te encomodar, Moony mas é tanta coisa na minha cabeça que eu senti que eu precisava de você. - Disse Sophie suspirando e enfiando mais o rosto no peito de Remus.

— A primeira pertida de Quadribol está chegando, não é? Harry me falou que vocês estão treinando o tempo todo, Wood não está dando nenhum descanso esses dias. - Disse Remus.

— Ele está obcecado. É o último ano dele e ele está fazendo de tudo para ganhar este ano. - Disse Sophie levantando um pouco a cabeça e olhando para o padrinho. - Quero férias.

— O natal já está chegando. - Disse Remus pensativo e olhando para a janela. -Você terá tempo para descansar um pouco mas depois...

— Eu sei, eu sei. Estudos. - Resmungou Sophie. - Iremos passar o natal aqui?

— Sim. - Respondeu Remus. - Vai ser bom para nós.

Eles ficaram em silêncio durante um bom tempo, apenas aproveitando a presença um do outro.

— Sirius está em Hogwarts. - Disse Sophie de repente.

— Eu percebi... na verdade, toda a escola percebeu. - Disse Remus franzindo a testa.

— O que você faria se ele aparecesse para você? - Perguntou Sophie.

— Primeiro brigaria com ele, depois bateria nele, e depois provavelmente o abraçaria. - Disse Remus fazendo Sophie sorrir. - Por qu....

Remus foi cortado de sua pergunta por Harry que entrou na sala parecendo irritado com Aslan o seguindo. O garoto trancou a porta e depois colocou uma cadeira para que a porta não fosse aberta e por fim, se sentou ao lado de Remus.

— Harry...? - Perguntou Sophie olhando confusa para o irmão.

— Eles não param de me seguir! - Disse o garoto irritado. - Para todos os lados que eu vou, tem um professor atrás de mim ou pior! Percy! Eu sei me cuidar, pelo amor de Deus! Sem contar que na maioria das vezes eu tenho Aslan ao meu lado!

— Harry acalme-se. - Disse Remus começando a se preocupar com o temperamento do garoto. - Por que eles estão...

— Black. - Disse Sophie cutucando Remus nas costas.

— Ah.. claro. Isso está te encomodando? - Perguntou Remus para o afilhado.

— É chato. E faz com que eu me sinta fraco. Eu entendo que estão preocupados mas eu estou bem! - Disse a última parte alto e olhando para a porta como se tivesse alguém esperando pelo garoto atrás dela.

— Eu irei conversar com Dumbledore sobre isso. -Disse Remus para Harry. - Você disse que Aslan está com você o tempo todo, certo? Sem contar que você dificilmente anda sozinho pela escola. Acho que você está mais seguro do que muitos alunos.

— Eu também acho. - Disse Sophie passando a mão no cabelo bagunçado do irmão. - Sem contar que... dúvido muito que Sirius Black tente entrar na escola tão cedo.

— Sério? - Perguntou Harry para irmão. - Como tem tanta certeza?

Apenas tenho.— Disse ela sorrindo.

Remus revirou os olhos e sorriu para as duas crianças que ele tanto ama.

O tempo foi piorando com o passar dos dias. Era chuva atrás de chuva e quase nunca o sol aparecia. Era noite de sexta-feira, Remus estava lendo um livro quando a Professora McGonagall entrou na sala parecendo cansada.

— Olá professora. - Disse Remus amigávelmente. - Posso ajudá-la em algo?

— Na verdade, eu espero que você possa. - Disse a professora se aproximando da mesa dele. - Agora às nove horas, vai ter o último treino da Grifinória para o jogo de sábado, e a Madame Hooch não vai poder assistir...

— A senhora quer que eu assista? Mas eu não entendo quase nada de Quadribol...

— Para tomar conta dos Potter, Remus. - Disse McGonagall como se fosse óbvio.

— Ah.. bem, eu não estou fazendo nada importante agora. Na verdade estava até ficando com tédio. - Disse Remus se levantando. - Será um prazer ajudar.

— Obrigada querido. - Disse McGonagall com alívio. - O treino vai começar logo. Você já pode ir para lá. E ponha um casaco, vai chover novamente de acordo com Albus. Aquele velho deu para ficar querendo adivinhar o tempo agora... - e a professora saiu resmungando consigo mesmo sobre Dumbledore e suas tentativas de adivinhações.

Remus sorriu.


— REMUS! - Gritou Sophie ao ver o padrinho se aproximando do grupo de jogadores. - O que faz aqui?

— Madame Hooch não vai poder ver esse treino, então a professora Minerva pediu para que eu fizesse. - Disse Remus dando de ombros. - Boa noite à todos.

— Nada de boa, professor. - Resmungou Olivio parecendo chateado. - O senhor acredita que a Sonserina não irá jogar conosco no sábado por causa daquele pirralho do Malfoy que ainda está dizendo sobre o "braço quebrado". - Disse Olivio agora ficando irritado.

— Todos nós já sabemos que esse braço quebrado dele é uma mentira! - Disse Angelina irritada.

— Mas por que? Quero dizer, a Sonserina sempre pareceu gostar mais de jogar contra vocês do que com qualquer casa. - Disse Remus confuso. - Por que eles não querem jogar com vocês agora?

— Por causa do tempo, aparentemente Flint não confia no Malfoy para voar durante a chuva. - Disse Jorge ao lado de Sophie, que concordou com o que ele havia dito. - Com quem iremos jogar?

— Lufa-Lufa. - Disse Wood pensativo. - Teremos que reformar todas as nossas técnicas, o novo capitão deles é muito esperto. Digo isso, porque conheço Diggory, e ele é forte e bem estratégico.

Angelina e Kátia deram risinhos enquanto Sophie ria da reação das amigas, já Wood fez cara feia para as duas.

— Que foi? - Resmungou o capitão.

— Diggory, aquele alto e bonito, né? - Perguntou Angelina sorrindo.

— Forte e caladão. - Continuou Kátia ao lado da Angelina.

— Ele é fofinho. - Concluiu Sophie e Fred fez uma careta.

— Ele não tem nada de fofo. Na verdade, parece ser muito burro, isso sim. - Resmungou Fred irritado, fazendo Sophie, Angelina, Kátia e Jorge rirem.

— Você fica uma graça com ciúmes, Fred. - Disse Jorge rindo. - De qualquer, por que você está tão preocupado com o Diggory, Wood? Da última vez que jogamos com os lufanos, Harry pegou o pomo em cinco minutos, lembram? E as meninas fizeram mais gols que o normal.

— Mas antes não era o Diggory o capitão e o apanhador da Lufa-Lufa. - Retrucou Wood irritado. - Não podemos relaxar! Diggory é um bom jogador, eu vi um pouco dele lá em cima, e ele é realmente bom!

— Bem, então é bom vocês começarem logo. Vocês treinam até que horas, mais ou menos? - Perguntou Remus para Wood.

— Até meia-noite, mas hoje iremos até uma hora da manhã. - Disse Wood fazendo todos do time fazerem caretas.

— Bom, vocês tem 5 horas de treino então. - Disse Remus passando a mão nos cabelos de Harry que sorriu para ele. - Onde posso ficar? Para assistir.

— Aqui. - Disse Angelina apontando para um banco atrás deles. - É seguro para o senhor, professor. - Disse ela sorrindo para Remus. - Tem água ali, se o senhor ficar com sede.

— Obrigado, Angelina. - Agradeceu ele gentilmente.

— Vamos lá, pessoal! Ouviram o professor, temos cinco horas de treino! - Disse Wood subindo na vassoura.


Remus sorriu e passou cinco horas assistindo o treino tranquilamente e para sua sorte, Dumbledore havia se enganado em sua previsão do tempo, pois não havia chovido.

Então quinta chegou, seria noite de lua-cheia e assim que a noite começou a cair, Remus já se esgueirava para o Salgueiro Lutador, e ficou surpreso ao ver que Sophie esperava por ele lá.

— O que faz aqui? - Perguntou ele preocupado olhando para o céu.

— Eu arrumei as coisas para você, tirei algumas coisas que poderiam te machucar. - Murmurou Sophie olhando tristemente para Remus. - Eu coloquei comida para você também e água, para você comer depois da transformação. Você disse que a poção te faz ser um pouco racional enquanto é lobo, certo?

— Sim. - Concordou olhando com carinho para afilhada. - Ei, vai ficar bem. Lembre-se que passo por isso desde dos meus quatro anos.

— É que eu não gosto dessas noites, Moony. - Disse Sophie com frustração. - Se eu fosse um animago, eu poderia passar com você.

— Pare de pensar nisso, está bem? Eu vou ficar bem, eu prometo. - Disse Remus beijando a testa da ruiva. - Agora, quero que corra para dentro. E nada de passeios noturnos com Aslan ou Charles e Harriet hoje. Está bem?

— Entendido pai. - Sorriu Sophie.

Remus sorriu e esperou até que Sophie sumisse de sua visão, para por fim, adentrar o salgueiro e ir direto para o quarto. De fato, Sophie havia feito uma ótima limpeza, e viu que tinha um prato e um cálice com água tampados por uma toalha para ele.

— O que seria de mim, sem você minha mini-Evans? - Murmurou ele rindo.

Então a lua chegou, a mudança veio rápida e dolorida. Mesmo depois de anos, Remus nunca se acostumaria com a mudança, de seus ossos e pele. Nunca se acostumaria com a terrível dor que sentia. Em meio a mudança, ele caiu no chão, seus sentidos se tornando mais aguçados que o normal, com o pelo da cor marrom-avelã, os olhos mais claros e vividos. Levantou-se devagar, sob as quatro patas, maior do que um humano e muito mais forte, Remus sentia a dor sumindo e lentamente, foi abrindo os olhos.
Sua visão estava borrada mas logo, em menos de um minuto, ele conseguia ver tudo claramente. Sentia-se diferente, controlado, como se algo estivesse o segurando, mais do que isso, sua mente estava dividida entre racionalidade e irracionalidade, uma parte de si queria sair e morder enquanto a outra pensava em algo com cor vermelha e olhos castanhos-esverdeados, ele só não conseguia saber o que era, mas fazia com que sentia-se bem e em paz.

Enquanto tentava se ajustar com tudo em volta e com a própria mente, ele escutou um barulho vindo da direita, e com um rosnado, virou-se na direção do som e viu, parado na porta, um enorme cachorro preto, com a cabeça baixa e ganindo em um pedido para se aproximar.
Remus se aproximou, dando a volta no cão e o cheirando, quão surpreso para seu lado lupino foi, ao perceber que conhecia aquele cheiro. Era algo forte, que fazia com que ele se sentisse feliz e por algum estranho motivo, com o coração batendo tão rápido e forte. Ele se viu querendo mais daquele cheiro por perto, querendo que aquele cachorro o olhasse e por isso, rosnou para que o estranho o olhasse nos olhos.

Casa. Foi o que sentiu ao ver aqueles olhos cinzas, sentiu-se em casa, aquele cachorro preto, quase de seu tamanho, porém ainda menor, era o parceiro que ele havia escolhido a muito tempo. Devagar, como um pedido para se aproximar, o cão se aproximou e enfiou o rosto embaixo do focinho de Remus, enfiando-se no pêlo de dele.
Fazia tanto tempo, desde da última que se viram, ele não conseguia lembrar o nome daquele ser que o fazia se sentir tão bem, até que ao deitar o rosto em cima dele, seu lado racional gritou: Padfoot.



Remus abriu os olhos devagar, sentia-se tonto e perdido. Deu uma olhada em volta, e viu que estava deitado na cama do quarto, com um cobertor sobre seu corpo nu, ao lado dele, três sanduíches estavam em um prato. Tentou se lembrar do que havia acontecido na noite anterior e devagar, foi se lembrando da transformação, e de um cachorro enorme, preto, Sirius.

— Bom dia, lobisomem amado. - Disse Sophie entrando no quarto. - Por favor, me diga que você está de roupa por baixo desse cobertor.

— Como se ele tivesse tempo de se transformar em lobisomem e depois voltar a forma normal para dormir e ainda colocar uma roupa. - Disse Erik atrás de Sophie, sendo seguido por Charles, Harriet, Fred e Jorge.

— Como se sente Remus? - Perguntou Charles.

Remus virou o rosto para os jovens e deu um sorriso leve para eles.

— Sirius. - Murmurou ainda cansado e querendo voltar a dormir.

— Sirius? - Perguntou Fred confuso. - Estamos com cara de Sirius para você, Rems?

Remus revirou os olhos e olhou para Sophie que parecia confusa. Devagar e olhando diretamente para a afilhada, ele disse novamente.

— Padfoot. - Sentiu-se feliz ao ver que Sophie estava compreendendo.

— Você o viu? Ele apareceu para você?- Perguntou ela se sentando ao lado do padrinho. - Humano ou...

— Cachorro... ele apareceu em minha forma lupina. - Disse Remus ainda sonolento. - Eu só consigo me lembrar que ele apareceu e o resto... não sei.. é tudo borrão. Vocês chegaram agora?

— Eu vim aqui mais cedo para te trazer esses sanduíches, mas quando cheguei você já estava deitado e coberto. - Disse Erik ao lado de Sophie. - Ele deve ter cuidado de você.

— Não duvido... - Disse Harriet. - Depois de tudo que você já falou sobre Sirius, sabemos que ele cuidaria de você.

— Que horas são? - Perguntou Remus fechando os olhos.

— Horário de comer. - Disse Charles. - Não faça essa cara, Snape já pegou sua aula que você teria hoje, então não se preocupe. Come o lanche e depois volte a dormir mais.

— Snape deve ter adorado isso. - Disse Remus se sentando e pegando um dos lanches.

— Você não faz ideia, ele acabou com a diversão de todos os alunos do terceiro ano passando lição de casa sobre lobisomens. - Disse Erik irritado. - O que ele é? Uma criança? É ridículo ele fazer isso.

— Por sorte apenas a Mione entendeu o que Snape quis passar com essa lição. - Disse Sophie. - De qualquer forma, eu já conversei com Dumbledore e ele disse que irá conversar com esse... esse...

— Seboso. - Disse Remus rindo. - Não se preocupem, quando eu voltar eu vou tirar essa lição de casa. Enfim, estou pensando em Sirius... ele realmente estava aqui e.. eu não pude falar com ele.

Nenhum dos seis souberam dizer nada para o Lupin, afinal os seis sabiam o quanto Sirius era importante para ele, e o quanto ele sentia falta do Black. Sophie se sentia culpada por não poder dizer para o padrinho que ela já havia se encontrado e falado com Black e isso fazia ela se sentir confusa, afinal, Sirius não queria que Remus soubesse sobre o motivo real de sua volta.

— Gente, vocês podem me dar um minuto com o Remus?- Perguntou Sophie para os amigos que concordaram e saíram. - Desculpe por você não poder falar com ele.

— Você não deve se desculpar. - Disse Remus sorrindo e pegando a mão da ruiva. - Só espero que ele fale o motivo por não ter falado comigo ainda...

Sophie suspirou e olhou para as mãos juntas.

— Ei, esquecendo um pouco do Sirius.. você sabe, amanhã é o jogo e eu tava pensando em praticar um pouco o feitiço Expecto Patronum..

— Soph, eu acho que estou sem total condição para...

— Eu sei, só me diga o segredo por trás dele. Eu acho que não vai ter nenhum dementador lá por conta do Dumbledore mas.. é só para garantir. Não quero que algo aconteça com Harry ou comigo durante...

Remus olhou para Sophie pensativo. Ele realmente não estava conseguindo nem sequer pensar em levantar, quem dirá ensinar o Patronum que é um feitiço tão complicado e difícil de ser conjurado. Mas ele sabia que Sophie estava certa, se os dementadores entrassem no meio do jogo, Harry e ela seriam os mais afetados e disso não haveria dúvidas.

— Certo... mas tente com Erik ao seu lado. Tem um baú no fundo da minha sala, nele tem um bicho-papão. - Disse Remus devagar, sentindo o sono chegando. - Com o Erik junto, pense no dementador quando for abrir, e você poderá fazer um bom teste.

— Entendi... acho que eu consigo. Mas qual o segredo? Para que eu consiga fazer corretamente. - Perguntou Sophie confusa.

Remus sorriu com carinho e acariciou os cabelos da Potter mais velha.

— Uma lembrança feliz, Sophie. - Disse ele com carinho para ela. - Uma lembrança feliz.

O dia seguinte havia chegado, Remus já estava melhor, principalmente depois do abraço que Harry havia lhe dado quando o viu. O jogo da Grifinória contra a Lufa-Lufa já estava para acontecer, os jogadores já estavam se preparando e os alunos já estavam indo para o estádio, e foi no caminho, ele se encontrou com Erik.

      - Como ela foi? - Perguntou Remus ao lado do garoto. - Ela soube conjurar bem?

— Perfeitamente bem! - Disse Erik com um braço em volta de Charles que conversava com Harriet. - Mas não era um dementador real, então ela acha que por isso foi fácil. Eu, particularmente, acho que não. Ela parecia saber o que estava fazendo.

— Espero que ela não precise usar. - Disse Remus. - Enfrentar um dementador em uma vassoura e em um tempo como este, não é nada bom. De qualquer forma, obrigado Erik.

— Meu prazer.


O céu estava cinza, nuvens pesadas pelo céu que indicava claramente que iria chover. E se tinha uma coisa que Remus não gostava, era da ideia de Harry e Sophie voando em meio a chuva com dementadores livres por Hogwarts. Foi para a arquibancada dos professores e se sentou ao lado de Dumbledore e McGonagall que conversava com Jordan.

— Se sente bem, Remus? - Perguntou Dumbledore sorrindo para o professor.

— Sim, sim... só preocupado com o jogo. - Disse Remus olhando para o campo. - Espero que a chuva não seja forte.

— Hum, lamento te desapontar caro amigo, mas, algo me diz que irá chover forte. - Disse Dumbledore olhando para o céu.

— Ah por favor, não comece com suas previsões. - Resmungou McGonagall fazendo Remus rir.

Os jogadores entraram em campo, Remus viu Harry, Sophie e os gêmeos Weasleys alçarem voo, e como sempre faziam, deram a volta na arquibancada dos professores gritando por seu nome o que fez ele sentir o coração se aquecer com tamanho carinho.
Enfim o jogo havia começado e infelizmente, a chuva havia começado. Forte e com vento, mas ele não ligava, ele só prestava atenção em Harry e Sophie, atento a qualquer coisa fora do comum.

Já havia se passado quase uma hora, Grifinória estava ganhando mas Harry ainda não havia encontrado o pomo o que significaria que o jogo iria continuar. Então um dos times, Remus não soube dizer qual, pediu por tempo. E durante cinco minutos o jogo ficou parado, com a chuva engrossando cada vez mais, e sua vista ficava cada vez mais ruim.
Quando o jogo voltou a ativa, Remus observou que Harry parecia melhor do que antes e Sophie voava tão rápido quanto um raio, o que fez se sentir orgulhoso, pois a forma que ela voava era muito semelhante a James. A Grifinória continuava na frente, mas os Lufanos não estavam muito longe de alcança-los.

Então ele viu Harry começar a voar mais alto, em direção ao céu. E Remus logo soube que ele havia avistado o pomo.

— Vai Harry. - Murmurou ele olhando para o garoto que subia mais e mais.

Então ele viu algo que fez seu coração bater mais rápido, uma enorme sombra preta passou rápido pelo céu, seguida por outra e mais outra. Eram dementadores, e pareciam voar ao redor de Harry, e o pior era que Harry não parecia perceber.
Olhou para baixo e viu Sophie acertando uma goles em um dos aros, sem pensar e esquecendo dos outros professores ao seu lado, ele se levantou, colocou a varinha na garganta e disse em alto e bom som para a afilhada.

— Dementador! Sophie! Dementador!

Para sua felicidade, ela ouviu e olhou para ele sem entender, ele apontou com a varinha para cima, e não apenas a ruiva, mas todos no estádio olharam para o céu assustados.

— Harry! - Disse Remus alto com a varinha de volta na garganta e apontando para o céu.

Dumbledore se levantou e ficou ao lado dele, mas ele não prestou atenção, seus olhos estavam focados apenas em Sophie que agora subia em direção ao irmão. Ela era a única que poderia ajudar Harry a sair daquele meio de criaturas horríveis.

— Lembrança feliz, Sophie... só uma lembrança feliz. Eu sei que você tem. - Sussurrava Remus não tirando os olhos do céu.

Tanto Harry quanto Sophie já não podiam mais ser vistos por conta das nuvens, e ele já estava se sentindo angustiado quando uma grande luz azul prateado clareou o céu. Todos os alunos, assim como os professores ficaram surpresos. Apenas Remus e Dumbledore continuavam olhando atentos para o céu, esperando por qualquer sinal dos dois Potter, quando algo que fez o coração de Remus parar, surgiu, caindo em alta velocidade, era uma vassoura.

— Não...

O estádio inteiro estava em silêncio quando de repente, outro vulto foi visto pelas nuvens, surgindo e descendo em alta velocidade até o campo, Remus sentiu os olhos lacrimejarem de alívio quando viu que era Sophie com as duas mãos na vassoura e Harry sentado atrás dela, um enorme sorriso no rosto, com o punho esquerdo levantado e algo brilhante em sua mão.

— Ele pegou o pomo. - Sussurrou Remus rindo de felicidade. - Harry pegou o pomo! - Gritou para Jordan.

— Harry Potter e Sophie Potter pegaram o pomo! - Gritou Jordan fazendo com que todos, até mesmo os alunos da Lufa-Lufa gritassem alegres. - Grifinória ganhou!!!

 

 

 


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Notas finais do capítulo

É isso gente! Desculpe os erros e espero que tenham gostado ♥ Beijos