To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 40
Capítulo 40 - Enfrentar o Que Vier


Notas iniciais do capítulo

Gente eu sei que eu demorei mas além do fato desse capítulo ser enorme, deu bastante trabalho de como começá-lo mas agora, ele está pronto e tenho que dizer que eu gostei muito do resultado ❤ é espero que vocês gostem também ❤

BOA LEITURA



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   Hogwarts, 1976, Sexto ano dos Marotos.

 

         — Estou encrencado. - Disse James entrando no dormitório dos meninos, onde se encontravam, Remus e Sirius sentados na cama do lupino brincando de "Que Bruxo Eu Sou", Peter lendo um livro de poções e Frank Longbottom que parecia estar escrevendo uma carta.

 

           - Afeta algum de nós de alguma maneira? - Perguntou Sirius concentrado em adivinhar que bruxo ele era.

 

           - Não.. - Respondeu James se jogando em sua própria cama. 

 

           - Então sofra sozinho. - Disse Sirius fazendo os outros garotos rirem.

 

           - Seu pulguento, eu posso morrer sabia?! - Dramatizou Potter jogando um travesseiro na cabeça de Sirius.

 

             - Se algum dia você tiver uma filha então ela será tão dramática quanto você. - Comentou Frank.

 

             - Não existe "se", meu caro Frank. Eu terei uma filha, e ela será tão linda quanto um anjo. - Comentou James com olhos brilhando. 

 

              - E deixe-me adivinhar: Evans será a mãe? - Perguntou Peter agora olhando para James sorrindo.

 

              - Exatamente meu caro Pete! - Concordou James animado. - Imaginem só, uma linda menina com cabelos cor de fogo, com pequenas sardas pelo o rosto, tão bela quanto a mãe e claro com a minha personalidade! Eu posso até ver seu rostinho angelical.

 

           - Até parece que você está vendo o futuro falando assim. - Comentou Sirius olhando para Remus e ainda tentando adivinhar que bruxo era. 

 

            - Mas é o futuro. - Disse James ainda com um enorme sorriso nos lábios. 

 

            - Sirius, vamos logo. - Disse Remus cruzando os braços com um sorriso vitorioso nos lábios. - Você desiste?

 

            - Já sei! Eu sou o Merlim! - Comentou Sirius com um enorme sorriso.

 

           - Sirius, pelo amor de Deus, você já disse o nome do Merlim umas cem vezes e nessa cem vezes eu já lhe respondi com um sonoro "não". - Disse Remus revirando os olhos. - Deixe-me logo acabar com esse seu sofrimento meu amigo. 

 

            - Tá... fale logo que bruxo eu sou. - Disse Sirius ficando emburrado.

 

            - Grindwald. - Disse Remus sorrindo e tirando o papel da testa do amigo.

 

            - Eu não falei o nome dele em nenhum momento? - Perguntou Sirius indignado para Remus. 

 

           - Não. Você disse esses nomes, nessa ordem: Dumbledore, Salazar Slytherin, Godric, Rowena, Helga, Perpétua Fancourt, Cornélio Agripa, Grogan Stump, Hesper Starkey, Merlim e então você começou simplesmente a ficar repetindo o nome do Merlim até desistir. - Disse Remus fazendo Sirius corar. 

 

            - Oh... - Disse Sirius envergonhado - ele provavelmente nunca iria admitir que o fato de ter ficado repetindo o nome do Merlim o tempo todo foi pelo fato de que ficou admirando o bruxo que estava sentado em sua frente. Remus. - Bom, vou querer minha revanche.

 

            Remus sorriu.

 

              - Será que ninguém se importa com o meu sofrimento?! - Disse James alto fazendo Sirius revirar os olhos.

 

               - Por acaso, o seu sofrimento tem haver com Lily Evans? - Perguntou Remus sorrindo indo até James e se deitando ao lado do amigo.

 

               - Sim... não sei o que fazer Moony. Por incrível que pareça eu não quero ir para o baile inverno com outra pessoa. Eu quero ela mas ela não me quer. - Disse James choroso. - O que eu faço?

 

               - Vamos lá, Jay! Você está tentando sair com a Evans desde do segundo ano. - Disse Sirius se sentando no chão ao lado da cama do amigo. - Não pode desistir agora, você é um Potter, meu amigo. Os Potter não desistem. 

 

                - Se você quer realmente ter uma família com a Lily, ter uma filha com um rosto angelical como você mesmo disse, então não pode desistir. Se quer ter um final feliz então não pode desistir. Essa é a regra. - Disse Remus sorrindo.

 

                 - Vocês tem razão! Eu irei chamar ela para ir ao baile comigo novamente! E se ela dizer não novamente eu.. irei respeitar mas continuarei tentando e principalmente, mostrarei para ela o quanto eu mudei.  - Disse James se levantando e passando a mão pelos cabelos os deixando ainda mais bagunçados.

 

                   - É assim que se fala leão! - Disse Sirius batendo palmas enquanto Remus ria.

 

                - Amo vocês! - Disse James beijando Sirius e Remus nas bochechas e saindo apressado pela porta.

 

                - Alô Brian! Como eu estou meu caro amigo querido? - Perguntou James ao ver Brian Francis, da Corvinal aparecer na porta do dormitório.

 

                - Ér... - Brian olhou para Sirius e Remus e viu que ambos sorriam e faziam um sinal de afirmativo com o dedão. - Ótimo, é.

 

                - Sério? Obrigado meu caro! - Disse James beijando Brian na bochecha também e saindo correndo. 

 

                - Tenho medo de perguntar. - Comentou Brian entrando no dormitório e ficando ao lado de Remus que agora estava sentado na cama. 

 

                - É o amor, meu caro. - Disse Sirius sorrindo. - Mas enfim, o que te trás aqui Brian?

 

               - Bem, apenas avisar que este jovem e belo rapaz está oficialmente comprometido! - Disse Brian sorrindo e com enormes e belos olhos azuis brilhando. 

 

             Brian era um rapaz de estatura mediana, magro com alguns músculos, cabelos escuros até os ombros e bochechas levemente rosadas. Olhos azuis claros e um sotaque britânico forte.

 

                - Eu não acredito! A Sharon aceitou?! - Exclamou Remus surpreso.

 

               - Sim! - Disse Brian alegre.

 

               - Parabéns amigo! - Comentou Sirius batendo de leve no braço do corvino. - Só falta aquele ali atrás chamar a Alíce para o baile.

 

                - Isso já está em andamento meu amigo! - Disse Frank ficando em frente aos três. - Acabei de mandar uma maravilhosa carta para ela pedindo de maneira romântica para ir comigo ao baile. - Disse Frank sorrindo. - A propósito, parabéns pela Sharon, Brian.

 

               - Obrigado Frank. 

 

             - Bem, então, se a Alíce aceitar, só vai faltar o Pete... - Peter cortou Sirius antes do Black terminar.

 

             - Eu já tenho um par. - Disse Peter sorrindo alegre.

 

             - Com quem?! - Exclamou Sirius chocado.

 

            - Caroline Paker, Lufa-lufa. - Disse Peter. - Então, na verdade, quem realmente está faltando aqui são, você Sirius e o Remmy.

 

             Sirius olhou para Remus e Remus olhou surpreso para Sirius.

 

             - Você ainda não tem um par? - Perguntou Remus. - Pensei que iria chamar a Marlene. 

 

              - Nah.. eu e a Marlene não somos uma boa combinação. - Comentou Sirius indiferente.

 

            - Entendi.. e não convidou mais ninguém? - Perguntou Remus ainda confuso.

 

           Não fazia sentindo para Remus. Sirius Black, sem um par? Com certeza alguma coisa estava errada.

 

           - Não achei ninguém mais interessante. - Disse Sirius sorrindo para o lupino. - E você, não tem ninguém na sua lista?

 

          - Você sabe que eu não ligo para isso, Sirius. - Comentou Remus sorrindo de lado. 

 

         - Mas tem uma garota da Corvinal querendo ficar com você. - Disse Brian sorrindo para o lupino.

 

         - Teresa? Eu já falei para ela que não estava interessado, felizmente ela entendeu e concordamos em ser amigos. - Disse Remus calmamente. - Acho que nem irei para o baile para ser sincero. 

 

          - Não ta falando sério. Vai ficar fazendo o que enquanto estivermos lá? - Perguntou Brian para Remus.

 

           - Lendo um livro... ou sei lá, estudando... - Comentou Remus dando de ombros. - Eu me viro.

 

          - Você vai deixar que ele cometa esse absurdo? - Perguntou Brian para Sirius.

 

          O moreno ia abrir a boca para falar quando James apareceu com um enorme sorriso no rosto e os olhos brilhando.

 

          - Ela aceitou? - Perguntaram Sirius e Remus.

 

          - Não. - Disse James sorrindo.

 

          - E por que está sorrindo? - Perguntou Sirius confuso.

 

          - Eu chamei ela para ir ao baile comigo, disse todas aquelas coisas que você disse Remus, expliquei para ela que se ela não aceitasse então eu entenderia mas ainda continuaria atrás do meu final feliz com ela. - James fez uma pausa dramática e colocou a mão sob o coração. - Ela respondeu que ela só não iria comigo pois ela prometeu para uma amiga dela que ficaria com ela a festa toda mas que se eu quisesse sair para um passeio em Hogsmeade depois, então ela adoraria.

 

           - É, parece que você conseguiu. - Disse Sirius sorrindo feliz pelo amigo.

 

          - Parabéns Jay. - Disse Brian sorrindo.

 

            - Eu disse que não devia desistir. - Disse Remus também sorrindo.

 

           - Já era hora. Não estava mais aguentando seus choros pela Hogwarts. - Disse Frank rindo.

 

           - Mandou bem leão. - Disse Peter levantando o punho.

 

          James ficou em silêncio e o sorriso se alargou em seu rosto.

 

           - EU VOU TER O MEU FELIZ PARA SEMPRE! - Gritou ele pulando em cima de Sirius e Remus que riram.

 

          Mais tarde naquele mesmo dia.

 

           — Pads, onde está me levando? - Perguntou Remus fazendo bico. 

 

            - Dá para parar de ser impaciente? - Perguntou Sirius sorrindo e olhando para Remus que estava com sua gravata tampando seus olhos. - Já estamos quase chegando; fique parado agora enquanto eu abro a porta. Muito bem, me dê sua mão, estamos chegando, quase lá...

 

              - Sirius, estamos do lado de fora? - Perguntou Remus sentindo frio e pingos de neve caindo em sua mão.

 

              - Shh.. chegamos. Pode tirar a venda. - Disse Sirius sorrindo.

 

           Remus tirou a venda e viu que de fato estavam do lado de fora do castelo, não só fora do castelo como na torre mais alta do castelo.

 

           - Sirius, por que estamos aqui fora e.. tão alto? - Perguntou Remus meio desconfortável olhando para baixo.

 

           - Por que, meu caro Remus, eu quero lhe fazer um pedido e eu não queria ser interrompido por ninguém. - Disse Sirius sorrindo e colocando as duas mãos para trás. - Remus John Lupin, você daria a honra para este cavalheiro em sua frente, Sirius Orion Black, de ir comigo ao beile de inverno como... amigos? - Nisso tirou uma caixa de chocolates de suas costas.

 

             "Lhe falta coragem, amigo." Pensava Sirius de si mesmo enquanto olhava para Remus com o coração batendo forte.

 

             - Você me trouxe até aqui, vendado, apenas para me convidar para o baile? - Perguntou Remus rindo. 

 

             - Como eu disse, não queria ser interrompido. 

 

            - Depois o James é o dramático.. você não fica muito atrás, meu caro. - Disse Remus sorrindo mas ficando sério em seguida. - Por que eu? 

 

             - Bem.. eu não tenho um par e você também não tem... fez sentindo na minha cabeça. - Disse Sirius ainda estendendo os chocolates para Remus.

 

              - Claro que fez. - Disse Remus abrindo um leve sorriso e pegando a caixa. - Sim, Sirius Orion Black. Eu aceito o seu convite.

 

             Sirius sorriu e deu um enorme abraço no lupino.

 

            - Você é o melhor Moony. O melhor. - Disse Sirius ainda abraçado com Remus.

 

            Estação de King's Cross, 1993, Quinto ano de Sophie e Terceiro ano de Harry.

 

           — Remus? Remus? - Chamava Sophie balançando um pouco Remus que se virou para ela surpreso. - Eu disse que estamos quase chegando na estação, você está bem?

 

        Remus olhou em volta e viu que estava em um dos carros que o Ministério havia mandado. Sophie, Erik, Charles, Fred, Jorge e Harriet estavam junto com ele e os seis olhavam para ele preocupados.

 

             - Estou.. eu só, deixei minhas lembranças me levarem. - Disse Remus sorrindo para os seis que ficaram mais aliviados.

 

             - Que tipo de lembranças? - Perguntou Sophie sorrindo, ela adorava quando Remus contava para ela sobre as lembranças dos Marotos em Hogwarts.

 

              - Uma muito bom... seu pai estava nela Charls. - Disse Remus sorrindo para o garoto.

 

              - Estava? - Perguntou Charles com os olhos brilhando. 

 

             - Sim, foi do dia em que ele chamou sua mãe para o baile de inverno que teve em Hogwarts e ela aceitou. Ele ficou tão animado. - Comentava Remus rindo.

 

             Dito isso o lupino contou sobre a lembrança para os seis, ocultando o nome de Sirius e o chamando apenas pelo apelido que os seis já conheciam. 

 

             - No final de tudo, James acertou em sua previsão sobre sua filha. - Disse Erik fazendo todos rirem. 

 

             - Eles teriam orgulho. - Disse Remus olhando para Sophie e Charles. - Brian e James, teriam orgulho do que vocês estão se tornando. 

 

             - Remus... você poderia me contar mais sobre o meu pai? Não agora, é claro mas.. quando tiver tempo... - Perguntou Charles sério para Remus.

 

              - Será um prazer. - Disse Remus olhando com carinho para o garoto.

 

            - Chegamos! - Comentou Jorge alegre.

 

          Todos saíram do carro, e Remus viu quando Fred pegou na mão se Sophie e a puxou para um abraço. 

 

           - Quantas vezes você já olhou para eles dois e viu James e Lily? - Perguntou Erik ficando ao lado de Remus com seu carrinho já em mãos. 

 

            - Muitas vezes. - Respondeu Remus sorrindo. - E é por isso que eu sei que enquanto Fred estiver com ela, ela estará segura. Assim como eu sei que enquanto Charles ficar ao seu lado, ele vai estar seguro.

 

             Erik sorriu e foi para o lado de Charles o ajudar com o carrinho. E enquanto Remus via em Sophie e Fred, James e Lily. Quando ele via Erik e Charles, ele via ele mesmo e Sirius. 

 

           - Remus? 

 

          Remus olhou para o lado e viu Harry olhando para ele.

 

          - Ei amigo, já estão todos aqui? - Perguntou Remus sorrindo e passando os braços em volta dos ombros do garoto.

 

          - Já sim. - Concordou Harry. - Por favor, fique ao meu lado, eu não aguento mais o Sr.Weasley grudado em meus ombros como se eu fosse fugir a qualquer momento. 

 

           Remus olhou para trás e viu que o Sr.Weasley olhava para Harry como se o menino fosse sumir a qualquer momento. Remus apertou os ombros de Harry com carinho e disse:

 

          - Ele só está preocupado. - Disse Remus dando um leve sorriso. - Vamos para casa.- Disse Remus se referindo a Hogwarts, afinal, Hogwarts sempre seria o primeiro lar para todos que precisarem.

 

            Harry sorriu e todos se dirigiram a barreira nove e dez, parando em frente a parede.

 

           - Certo, vamos fazer isso em pares porque somos muitos. Eu vou primeiro com o Harry. - Disse o Sr.Weasley já indo para perto do garoto.

 

             Remus sentiu Harry puxar seu casaco de leve e rapidamente o lobisomem interferiu.

 

           - Arthur, deixe que eu passo com o Harry. Não se preocupe. - Dito isso, Remus pegou o carrinh de Harry e puxou o garoto para mais perto.

 

            - Obrigado. - Sussurrou Harry fazendo Remus sorrir. 

 

          Remus começou a andar devagar até a barreira sem chamar a atenção e Harry o imitou, e discretamente os dois passaram pela barreira e saíram na plataforma 9 e ½, quando ergueram a cabeça, viram o Expresso de Hogwarts, um trem vermelho a vapor, que soltava baforadas de fumaça na plataforma apinhada de bruxas e bruxos que foram levar os filhos ao embarque.

 

           - Esse trem é um colírio para os meus olhos. - Disse a voz de Fred atrás deles e Remus e Harry deram espaço para os outros que passariam a barreira.

 

           - Você parece muito tranquilo para uma pessoa que irá fazer os N.O.M'S. - Disse Sophie também aparecendo e olhando para o namorado.

 

          - Estou confiante. - Disse Fred olhando para o trem. - Tenho você comigo, e isso já basta para meu coração se manter tranquilo. 

 

         - Ah que lindo... - Disse Erik ficando ao lado de Sophie e com Charles o seguindo. - Ninguém merece.

 

         - Vamos logo procurar nossos lugares. - Disse Harriet surgindo junto com Jorge. - Tem que ser em uma cabine para todos nós. 

 

           - Vamos esperar os outros. - Disse Remus sorrindo. 

 

          - Esse ano vai ser o melhor de todos! - Disse Charles.

 

          - Tenho que concordar! - Respondeu Sophie alegre.

 

         Logo, os Weasley's e Hermione surgiram, Percy e Gina foram os últimos, ofegavam e pelo jeito tinham corrido para atravessar a barreira. 

 

          - Ah, olha lá a Penelope! - Falou Percy, alisando os cabelos e corando de novo. O olhar de Gina surpreendeu o de Harry que olhou para Rony e Hermione e os quatro tentaram esconder o riso enquanto Sophie, Fred, Jorge, Harriet, Erik e Charles riam alto mas Percy já nem se importava e ia ao encontro da menina de cabelos longos e cacheados, com o peito estufado para que ela não deixasse de reparar no seu distintivo reluzente.

 

           - Que horror. - Comentou Jorge rindo.

 

         - Vamos logo procurar um lugar! - Disse Harriet ainda rindo.

 

           Todos foram andando até os últimos carros do trem, passando por cabines cheias, até uma que lhes pareceu bem vazia. No meio do caminho, eles encontraram com o pai de Harriet, Xenofílio e sua irmã mais nova Luna Lovegood que era grande amiga de Gina. Com todos juntos, eles entraram, guardaram os malões e os bichinhos, e depois saíram para se despedirem de Molly e Arthur.

 

              A Sra. Weasley beijou os Rony, Gina, Percy, depois Hermione e, por fim, Harry. O menino ficou encabulado, mas gostou bastante quando ela lhe deu mais um abraço. 

 

             - Você vai se cuidar, não vai, Harry? - Recomendou a senhora, se endireitando, com um brilho estranho nos olhos.

 

            Depois ela abraçou, Fred e Jorge, seguido por Harriet, Charles e Erik e por fim, Sophie lhe dando um enorme abraço.

 

          - Se cuidem viu, nada de aprontarem e continuem estudando para os N.O.M'S. - Disse ela sorrindo para os seis. - E.. cuidem do Remus para que tudo saía bem. 

 

           - Pode deixar. - Disse Sophie sorrindo.

 

           - Fiz sanduíches para todos... Tome aqui, Rony... Não, não são de carne enlatada... Fred? Tome aqui, querido..., Remus eu também fiz para você, vem cá!

 

         Remus riu e pegou o sanduíche de Molly, já ia guardando em sua maleta quando viu Arthur arrastar Harry para um canto. Por alguns minutos sentiu vontade de puxar o garoto para perto e não deixar que Arthur falasse baboseiras sobre Sirius mas teve que se segurar e respirar fundo.

 

            - Tá legal? - Ouviu a voz de Erik ao seu lado.

 

            - Sim, sim estou. - Disse Remus sorrindo para o alemão mas Erik o olhava sério e continuou ao seu lado. - Onde está Sophie?

 

            Antes que alguém respondesse, a ruiva apareceu na porta do trem com uma jaqueta vermelha e amarela, um grande "G" sob seu coração e na parte de trás, um enorme leão da casa Grifinória. 

 

         - Me digam, teria como alguém não me notar? - Perguntou Sophie com um sorriso convencido, semelhante ao que James tinha. 

 

         - Com certeza, não. - Respondeu Fred sorrindo e com olhos brilhando para a namorada.

 

        - Obrigada Sra.Weasley por ter feito esse presente maravilhoso! - Agradeceu Sophie sorrindo com carinho para Molly.

 

        - Está linda, querida. - Disse Molly passando as mãos no cabelo de Sophie.

 

        - VAI GRIFINÓRIA! - Gritou um aluno da Grifinória para Sophie que sorriu.

 

        - Eles me amam! - Exclamou Sophie alegre.

 

        - Igualzinha ao seu pai... - Sussurrou Remus rindo. 

 

        - Arthur! - Chamou a Sra. Weasley, que agora tocava os garotos para embarcar no trem. - Arthur, que é que você está fazendo? O trem já vai sair!

 

         Nisso, Remus olhou novamente para Arthur e viu que ele estava com as duas mãos no ombro de seu garoto. Novamente o sentimento de puxar Harry e lhe dizer que Sirius não era nada daquilo que Arthur dizia subiu em sua mente e novamente ele se segurou. 

 

       - Vamos entrar. - Disse Remus para Rony, Mione, Sophie, Fred, Erik, Charles, Harriet, Gina, Luna e Jorge.

 

       Cada um entrou e quando estava prestes a entrar também, ele viu um enorme cão preto parado, um pouco longe dele mas olhando diretamente para ele. Remus sentiu um aperto no peito e um cheiro familiar subir em seus sentidos, o cachorro o encarava com o rabo balançando. Era bem grande, e com olhos tão cinzas como um dia de tempestade. Ele voltou a pisar no chão e deu um passo em direção ao cachorro, seu coração batendo dolorosamente no peito quando ele disse:

 

       - Padfoot? - Disse com a voz tremendo.

 

       O cachorro latiu e andou lentamente até ele. Quando estava perto o suficiente o cachorro passou por suas pernas, alisando seu corpo por elas e Remus esqueceu como se respirar. O cachorro passou por ele e quando Remus olhou para atrás procurando o cachorro, o mesmo já havia sumido.

 

        - Remus? Você vem? - Perguntou Charles aparecendo na porta. 

 

      Remus concordou com a cabeça pois não confiava mais em sua voz. Todos ajustaram em suas cabines, Sophie, Erik, Fred, Jorge, Charles e Harriet ficaram em uma cabine e Harry, Rony, Mione, Remus ficaram em outra enquanto Gina e Luna foram atrás das outras amigas. Remus se sentou ao lado da janela e encostou a cabeça no vidro, tentava entender os acontecimentos a alguns minutos atrás e tentava acalmar seu coração que batia forte e muito rápido em seu peito e sentia-se cansado pela noite mal dormida.

 

         - Ei, a gente vai da uma volta pelo trem. - Disse Sophie se sentando ao lado de Remus e acariciando os cabelos do padrinho. - Durma um pouco, sei que você não dormiu bem noite passada.

 

        - Está bem... - Murmurou Remus soltando um longo suspiro. - Não faça nada que eu não faria. 

 

       - E como irei me divertir assim? - Perguntou Sophie indignada.

 

       - Se vira... - Dito isso o lupino havia deixado o sono o levar para longe. 

 

       - Meu lobinho tolo. - Comentou Sophie com carinho. 

 

      Se virou para sair e viu Rony e Hermione encostados na porta.

 

        - O que estão fazendo? - Perguntou Sophie confusa.

 

      - O meu pai está segurando o Harry para conversar e o trem já está andando. - Disse Rony irritado.

 

       Sophie abriu a porta e olhou para fora vendo o irmão correndo até a porta.

 

       - Vamos lá garoto, ou você corre ou você corre! - Gritou Sophie rindo e esticando o braço para Harry segurar sua mão.

 

       Harry riu e pegou a mão da irmã, deixou ser puxado por ela e logo estava dentro do trem.

 

         - O que meu pai tanto queria conversar com você que quase fez você perder o trem? - Perguntou Rony ao lado de Mione.

 

         - Do tal Sirius Black, falou para eu não ficar saindo do castelo a noite, essas coisas... - Comentou Harry olhando para os amigos e depois para Sophie que concordava com a cabeça.

 

         - Entendi... - Comentou Sophie suspirando. - Eu vou dar uma volta pelo trem, o Remus está dormindo pois ele não dormiu bem na noite passada então... tentem não fazer muito barulho.

 

       - Está bem. - Disse Harry vendo Sophie se afastar.

 

      Sophie sorriu e saiu ao encontro dos amigos. Harry esperou um pouco e se virou para Hermione e Rony.

 

         - Preciso falar com vocês em particular. - Murmurou Harry para Rony e Hermione quando o trem ganhou velocidade.

 

        Os três entraram na cabine e fecharam a porta. Harry olhou para Remus e viu se ele estava dormindo mesmo. 

 

       - Está ferrado no sono. - Disse Harry sorrindo com carinho para o padrinho adormecido.

 

       - Que é que você ia nos dizer? - Perguntou Rony se sentando de frente para Harry que estava sentado ao lado de Remus.

 

    Harry contou toda a conversa entre o Sr. e a Sra. Weasley e Remus, e o alerta que aquele senhor acabara de lhe dar. Quando terminou, Rony olhava abobado e Hermione cobrira a boca com as mãos. Finalmente a menina baixou as mãos e disse:

 

         - Sirius Black fugiu para vir atrás de você? Ah, Harry... Você vai ter que tomar muito, mas muito cuidado. Não vai sair por aí procurando encrenca, Harry...

 

    - Eu não saio por aí procurando encrenca. - Respondeu Harry, irritado. - Em geral as encrencas é que vêm ao meu encontro.

 

    - Harry teria que ser um bocado obtuso para sair procurando um biruta que quer matá-lo, não acha? - Falou Rony com a voz tremula.

 

        Eles estavam reagindo às noticias pior do que Harry esperara. Tanto Rony quanto Hermione pareciam ter muito mais medo de Black do que ele próprio.

 

      - Ninguém sabe como foi que o homem fugiu de Azkaban. - Disse Rony embaraçado. -Ninguém jamais tinha feito isso antes. E ainda por cima, ele era um prisioneiro de segurança máxima.

 

      - Mas vão pegá-lo, não vão? - Perguntou Hermione muito séria. - Quero dizer, todos os trouxas estão procurando Black também.

 

       Então Harry se lembrou de algo que Sophie disse na casa dos Dursley's. "Só irão encontrá-lo quando o próprio Black quiser ser encontrado." e também outra coisa que Remus havia dito no Caldeirão Furado para o Sr.Weasley: "Black é esperto Arthur. Sabe disso. E você sabe muito bem que ele só será encontrado quando quiser ser. O próprio Dumbledore disse isso." 

 

           — Harry? - Chamou Mione pelo amigo que olhou para ela. - Vai contar para Sophie?

 

         - Não. Ela já está muito ocupada com os N.O.M'S. - Disse Harry decidido.

 

         Ele não colocaria mais uma preocupação na cabeça de Sophie. Sua irmã estava bem, e muito ocupada com os N.O.M'S e colocar mais esse pesoa em suas costas só iria piorar a situação.

 

          - Que barulho foi esse? - Perguntou Rony de repente. Uma espécie de apitinho fraco vinha de algum lugar. Os garotos procuraram por toda a cabine. - Está vindo do seu malão, Harry. - Disse Rony se levantando e esticando os braços para o bagageiro.

 

      Pouco depois retirava o bisbilhoscópio de bolso, que fora guardado entre as vestes de Harry. O objeto girava muito rápido na palma da mão de Rony e emitia um brilho intenso.

 

        - Isso é um bisbilhoscópio? - Perguntou Hermione, interessada, levantando-se para ver melhor.

 

     - É... E veja bem, é dos baratinhos. - Disse Rony. - Endoidou quando o amarrei na perna de Errol para mandar para Harry.

 

     - Você estava fazendo alguma coisa suspeita na hora? - Perguntou Hermione astutamente.

 

      - Não! Bem... Eu não devia estar usando o Errol. Você sabe, ele não pode realmente fazer viagens longas... Mas como é que eu ia mandar o presente do Harry?

 

           - Ponha-o de volta no malão - Aconselhou Harry enquanto o bisbilhoscópio continuava a apitar baixinho -, senão vamos acordar o Moony.

 

            Rony enfiou o bisbilhoscópio dentro de um par de meias velhas do tio Válter particularmente horrendas, o que abafou o som, depois fechou a tampa do malão.

 

      - Poderíamos mandar verificar esse bisbilhoscopio em Hogsmeade. - Disse Rony, sentando-se outra vez. - Vendem essas coisas na Dervixes e Bangues, instrumentos mágicos e artigos sortidos. Foi o que Fred e Jorge me contaram.

 

        - Você conhece muita coisa de Hogsmeade? - Perguntou Hermione interessada. - Li que é o único povoado inteiramente bruxo da Grã-Bretanha...

 

         - É, acho que é - Disse Rony meio sem pensar. -, mas não é por isso que quero ir lá. Só quero conhecer a Dedosdemel!

 

     - E o que é a Dedosdemel? - Perguntou Hermione.

 

         - É uma loja de doces - Disse Rony, com uma expressão sonhadora assomando em seu rosto -, que tem de tudo.. Diabinhos de Pimenta... Que fazem a boca fumegar... E enormes Chocobolas recheadas de musse de morango e creme cozido, e Canetas de açúcar realmente ótimas, que a gente pode chupar em classe e fazer de conta que está pensando no que se vai escrever...

 

            -Mas Hogsmeade é um lugar muito interessante, não é? - Insistiu Hermione, pressurosa. O livro Sítios Históricos da Bruxaria diz que a estalagem foi o quartel-general da Revolta dos Duendes de 1612, e diz que a Casa dos Gritos é o prédio mais mal-assombrado da Grã-Bretanha...

 

          - E bolas maciças de sorvete de frutas que fazem a gente levitar uns centímetros acima do chão enquanto está comendo. - Continuou Rony, que decididamente não estava ouvindo uma palavra do que Hermione dizia.

 

        A garota virou-se para Harry.

 

       - Não vai ser ótimo sair um pouco da escola e explorar Hogsmeade?

 

        - Imagino que sim. - Respondeu Harry deprimido. - Você vai ter que me contar quando descobrir.

 

        - Como assim? - Perguntou Rony.

 

        - Não posso ir. Os Dursley não assinaram o meu formulário de autorização e o Fudge também não quis assinar.

 

        Rony fez uma cara de horror.

 

         - Você não tem autorização para ir? Mas... mas.. o  Remus? O Remus não pode assinar para você? - Perguntou Rony.

 

        - Não. Mesmo ele sendo como um padrinho, pai, para mim, ele não é nenhum dos dois. Ele é padrinho da Sophie, portanto, responsável pela Sophie. - Disse Harry olhando para Remus que dormia.

 

           - Bem... podemos apelar para o Fred e o Jorge, eles conhecem todas as passagens secretas para sair do castelo...

 

        - Rony! - Ralhou Hermione com severidade. - Acho que o Harry não devia sair escondido da escola com o Black solto por aí...

 

        - É, imagino que é o que McGonagall vai dizer quando eu pedir autorização. - Disse Harry amargurado.

 

      - Mas se nós estivermos com ele. - Disse Rony, animado, a Hermione - Black não ousaria...

 

        - Ah, Rony, não diz besteira - Retrucou Hermione. - Black já matou um monte de gente bem no meio de uma rua movimentada. Você acha mesmo que ele vai se preocupar se vai ou não atacar Harry só porque nós estamos presentes? - Hermione mexia com as alças da cesta de Bichento enquanto falava.

 

          - Não solta essa coisa! - Exclamou Rony, mas tarde demais; Bichento saltou com leveza da cesta, espreguiçou-se, bocejou e pulou nos joelhos de Rony; O calombo no peito do menino estremeceu e ele empurrou Bichento com raiva.

 

      - Dê o fora daqui!

 

     - Rony, não! - Disse Hermione, zangada.

 

       Harry revirou os olhos e assistiu enquanto os dois brigavam baixinho para não acordar Remus. Bichento pulou em seu colo e ele sorriu para o animal começando a acariciá-lo.

 

 

 

         - Ei Soph!! - Gritou um garoto do quarto ano da Grifinória. - Está preparada para as partidas de Quadribol este ano?

 

        - Se estou? Meu caro, Greg, eu nasci preparada para isso! - Disse Sophie sorrindo. - As outras casa que se preocupem, pois no céu nada é capaz de me segurar! 

 

        - Vai Grifinória! - Gritou Greg sorrindo e indo para junto dos amigos.

 

        - Eles te amam. - Concordou Erik rindo. 

 

       - Não mais do que eu. - Disse Fred sorrindo. - Se vocês me dão licença, tenho que ter uma conversinha com a Srta.Potter. - Disse Fred puxando a mão da namorada.

 

      - No banheiro masculino? - Perguntou Charles levantando uma sobrancelha e cruzando os braços.

 

       - Mais conhecido como o meu escritório. - Dito isso, Fred entrou no banheiro junto com Sophie e fechou a porta.

 

       - Bem... já que eles vão fazer algo impróprio... então eu farei também. - Disse Erik sorrindo e deixando Charles chocado.

 

         - Com... quem? Não sabia que tinha uma namorada... - Disse Charles sentindo seu coração doer.

 

        - Namorado, para ser mais exato. Vamos? - Perguntou Erik estendendo a mão para Charles que ficou confuso.

 

        - Para onde? - Perguntou Charles.

 

        Erik sorriu maliciosamente, se aproximou mais do moreno a ponto de seus lábios tocarem a orelha de Charles que suspirou alto e sentiu as bochechas esquentarem.

 

        - Fazer algo impróprio. - Dito isso, Erik mordeu o lóbulo da orelha do menor que soltou um leve gemido. 

 

         Erik sorriu, pegou a mão de Charles e o levou para o banheiro dos Sonserinos. Nenhum dos dois notou Jorge e Harriet assistindo a cena bastantes surpresos. Harriet se encontrava com a boca aberta e olhos arregalados enquanto Jorge sentia-se orgulhoso de seu liebe.

 

          - Eu não acredito que Sophie perdeu isso! Ela vai enlouquecer quando eu falar para ela! - Disse Harriet sorrindo para Jorge. 

 

           - Ela vai culpar o Fred por ter feito ela perder isso. - Disse Jorge rindo. - Vem, vamos ser loucos juntos enquanto os quatro estão se comendo. 

 

          Harriet sorriu e seguiu Jorge.

 

       

         Enquanto os seis se dirvertiam em sua maneira, Rony, Mione e Harry se encontravam em uma situação menos divertida. Draco Malfoy, ladeado pelos seus asseclas, Vicente Crabbe e Gregório Goyle resolveram que era hora de atormentar o trio.

 

           Draco Malfoy e Harry eram inimigos desde que se encontraram na primeira viagem de trem para Hogwarts. Malfoy, que tinha uma cara desdenhosa, pálida e pontuda, era aluno da Sonserina; jogava como apanhador no time de sua casa, a mesma posição de Harry no time da Grifinória. Crabbe e Goyle pareciam existir para fazer o que Draco mandava. Eram grandes e musculosos; Crabbe, mais alto, tinha um pescoço muito grosso e um corte de cabelos de cuia; os cabelos de Goyle eram curtos e espetados, e seus braços compridos como os de um gorila.

 

        - Ora! vejam só quem está aqui. - Disse Draco naquela sua voz arrastada, abrindo a porta da cabine. - Potinha e Fuinha. - Crabbe e Goyle riram feito trasgos. - Ouvi dizer que seu pai finalmente pôs as mãos no ouro neste verão. - Disse Malfoy. - Sua mãe não morreu do choque?

 

        Rony se levantou tão depressa que derrubou a cesta de Bichento no chão. Remus soltou um pequeno ronco.

 

      - Quem é esse ai? - Perguntou Draco, dando automaticamente um passo atrás, ao ver Lupin.

 

        - Professor novo. - Disse Harry que se levantou também, caso precisasse segurar Rony. - Que é que você ia dizendo mesmo, Draco?

 

       Os olhos muito claros do menino se estreitaram; ele não era bobo de puxar uma briga bem debaixo do nariz de um professor.

 

        - Vamos. - Murmurou Draco, contrariado, para Crabbe e Coyle, e os três sumiram.

 

        Harry e Rony tornaram a se sentar, Rony massageando os nós dos dedos.

 

       - Não vou aturar nenhum desaforo de Draco este ano ,.isse cheio de raiva. — Estou falando sério. Se ele disser mais uma piadinha sobre a minha família, vou agarrar a cabeça dele e...

 

       Rony fez um gesto violento no ar.

 

          A chuva engrossava à medida que o trem avançava mais para o norte; as janelas agora iam se tornando um cinza sólido e tremeluzente, que gradualmente escureceu até as lanternas se acenderem nos corredores e por cima dos bagageiros. O trem sacolejava, a chuva fustigava, o vento rugia, mas, ainda assim, Remus continuava adormecido.

 

      - Ele não deve ter dormido nada durante a noite. - Disse Hermione olhando para Remus.

 

       - Devemos estar quase chegando. - Disse Rony, curvando-se para frente para olhar, além do professor, a janela agora completamente escura.

 

       Nem bem essas palavras tinham saído de sua boca e o trem começou a reduzir a velocidade.

 

      - Legal - Exclamou Rony, levantando-se e passando com todo o cuidado pelo Profº. Lupin para tentar ver lá fora. - Estou morrendo de fome. Quero chegar logo para o banquete...

 

       - Nós ainda não chegamos. - Disse Hermione, consultando o relógio. - Então por que estamos parando?

 

      O trem foi rodando cada vez mais lentamente. Quando o ronco dos pistôes parou, o barulho do vento e da chuva de encontro às janelas pareceu mais forte que nunca.

 

      - Tem alguma coisa errada. - Sussurrou Hermione.

 

       Harry, que estava mais próximo da porta, levantou-se para espiar o corredor. Por todo o carro, cabeças, curiosas, surgiram à porta das cabines. O trem parou completamente com um tranco, e baques e pancadas distantes sinalizaram que as malas tinham despencado dos bagageiros. Em seguida, sem aviso, todas as luzes se apagaram e eles mergulharam em total escuridão.

 

      - Que é que está acontecendo? - Ouviu-se a voz de Rony às costas de Harry.

 

        - Ai! - Exclamou Hermione. - Rony, isto é o meu pé!

 

       Harry voltou ao seu lugar, às apalpadelas.

 

      - Vocês acham que o trem enguiçou?

 

         - Não sei... - Respondeu Harry sentindo-se com frio.

 

         Ouviu-se um barulho de pano esfregando vidro e Harry viu os contornos difusos de Rony desembaçando um pedaço da vidraça da janela para espiar.

 

        - Tem uma coisa se mexendo lá fora. - Disse ele. - Acho que está embarcando gente no trem...

 

       A porta da cabine se abriu repentinamente e alguém caiu por cima das pernas de Harry, machucando-o.

 

     - Desculpe... Você sabe o que está acontecendo?... Ai... Desculpe...

 

       - Ai, Neville. - Disse Harry tateando no escuro e levantando o colega pela capa.

 

      - Harry? É você? Que é que está acontecendo?

 

       - Não tenho idéia... Senta...

 

       Ouviu-se um sibilo forte e um ganido de dor; Neville tentara se sentar em cima do Bichento. Não demorou muito e logo a porta foi aberta novamente.

 

      - Erik essa não é a cabine... - Harry reconheceu a voz do Charles.

 

      - Charles? - Mione chamou pelo nome do garoto. - Erik?

 

      - Eu disse que tinha acertado. - Erik murmurou. - Remus está aqui?

 

      - Está. - Respondeu Harry. - Onde está Sophie?

 

      - Ela não está aqui? Bem, ela está com o Fred... Harriet deve estar com Jorge, logo eles estão aqui. - Respondeu Charles se sentando ao lado de Neville. - Harry? Você deu uma engordada enquanto estivemos fora?

 

         - Eu sou o Neville.... - Neville respondeu e Harry teve a impressão de que ele estava corando.

 

         - Oh Deus, desculpe Neville. - Disse Charles enquanto Erik ria.

 

         - Vocês sabem o que está acontecendo? - Perguntou Hermione para Charles e Erik.

 

        - Não. Estávamos vindo para cá quando as luzes se apagaram. - Respondeu Erik.

 

         - Eu acho que alguém embarcou no trem... - Disse Harry.

 

        - Isso não é bom... - Sussurrou Charles se aproximando de Erik que passou os braços em volta do novo namorado.

 

          - Vou perguntar ao maquinista o que está acontecendo. - Ouviu-se a voz de Hermione.

 

          Harry sentiu a amiga passar por ele, ouviu a porta deslizar, e em seguida um baque e dois berros de dor.

 

       - Quem é?

 

        - Quem é?

 

       - Gina?

 

     - Mione?

 

       - Que é que você está fazendo?

 

      - Estava procurando o Rony! Luna está comigo...

 

      - Entra aqui e senta...

 

      - Aqui não! - Disse Harry depressa. - Eu estou aqui!

 

      - Ai! - Disse Neville.

 

       - Acho que é aqui, olha o barulhão que eles estão fazendo.... - Era a voz de Jorge. - Aqui é a cabine do barulho comandada pelo chefão Remus Lupin?

 

      - É essa mesmo, meu caro! - Disse Erik sorrindo. - Harriet, Sophie e Fred estão com você?

 

      - Harriet está mas Fred e Sophie não. Para falar a verdade, pensavámos que eles estariam aqui. - Disse Jorge entrando e apalpando os lugares quando pegou em algo diferente. - Opa, Erik meu amigo está feliz em me ver ou isso é para o Charles.

 

      - Para a sua informção ele está normal e tire a mão daí! - Disse Erik batendo na palma da mão de Jorge.

 

      - Pobre Charles, cadeira de rodas te esperam. - Comentou Jorge rindo. - Tem algum lugar para eu me sentar junto com a dama Harriet.

 

      - Não. - Disse Rony rindo.

 

      - Luna está aqui? - Perguntou Harriet com a voz preocupada.

 

      - Estou aqui, Harriet. - Disse Luna esticando a mão e tocando no braço da irmã.

 

     - Fico feliz. - Disse Harriet sorrindo mais aliviada.

 

     - Estou preocupado com Sophie e Fred... - Comentou Charles.

 

     - Eles vão ficar bem, ambos sabem muito bem se defenderem. - Disse Jorge ainda apoupando até colocar a mão no rosto de Remus que se encontrava acordado. - Ah, olá Rem.

 

      - Fiquem quietos! - Ordenou Remus se levantando. 

 

      Seguiu-se um estalinho e uma luz trêmula inundou a cabine, mostrando o rosto amassado pelo sono de Remus. Mas mesmo com o rosto amassado, Remus se mostrava atento e já estava com a varinha em mãos.

 

        - Quem falta de nosso grupo? - Perguntou Remus baixo.

 

        - Sophie e Fred. - Erik respondeu no mesmo tom que o Lupino. 

 

       Harry pode ver o rosto de Remus se tornar mais branco que o normal e ele soube que o padrinho estava preocupado.

 

      - Eu vou ver o que está... - Ele já ia em direção a porta mas a mesma foi aberta antes dele se aproximar mais.

 

          Parado à porta, iluminado pelas chamas trêmulas na mão do professor, havia um vulto de capa que alcançava o teto. Seu rosto estava completamente oculto por um capuz. Harry baixou os olhos depressa, e o que ele viu provocou uma contração em seu estômago. Havia uma mão saindo da capa e ela brilhava, um brilho cinzento, de aparência viscosa e coberta de feridas, como uma coisa morta que se decompusera na água...

      Mas foi visível apenas por uma fração de segundo. Como se a criatura sob a capa percebesse o olhar de Harry, a mão foi repentinamente ocultada nas dobras da capa preta.

      E então a coisa encapuzada, fosse o que fosse, inspirou longa e lentamente, uma inspiração ruidosa, como se estivesse tentando inspirar mais do que o ar à sua volta.

      Um frio intenso atingiu todos os presentes. Harry sentiu a própria respiração entalar no peito. O frio penetrou mais fundo em sua pele. Chegou ao fundo do peito, ao seu próprio coração...

     Os olhos de Harry giraram nas órbitas. Ele não conseguiu ver mais nada. Estava se afogando no frio. Sentia um farfalhar nos ouvidos que lembrava água correndo. Estava sendo puxado para o fundo, o farfalhar aumentou para um ronco que aumentava...

         Então, vindos de muito longe, ouviu gritos, terríveis, apavorados, suplicantes. Ele queria ajudar quem gritava, tentou mexer os braços, mas não conseguiu... Um nevoeiro claro e denso rodopiava à volta dele, dentro dele...

 

   

      - Sophie se acalma, eles devem estar bem... - Dizia Fred enquanto andava pelo corredor escuro com Sophie em sua frente andando em passos rápidos.

 

       - Eu sinto Fred, eu não sei como dizer mas eu sinto que o Harry precisa de mim. - Disse Sophie andando mais rápido.

 

        No final do corredor ela viu uma luz vindo de uma das cabines, luz essa que iluminava a coisa que estava em frente a cabine. 

 

       - Harry! - Ao dizer isso, Sophie correu em direção da cabine e quando ela já estava bem próxima ela ouviu um grito seguido pela voz de Remus:

 

        - EXPECTO PATRONUM! 

 

       - Dementador... - Murmurou Sophie parando e observando como a criatura agora deslizava em sua direção. 

 

       O dementador passou por cima dela e ela sentiu uma grande onda de medo e dor invadir seu corpo, então ela ouviu a voz de Tom Riddle gritando "Crucius" e a dor que ela sentiu naquele dia voltou com um soco em seu rosto, a dor foi forte, forte a ponto de fazer ela cair de joelhos e deixar a escuridão dominá-la. Ao fundo, a risada de Tom Riddle era alta em sua mente.

 

        

 

        

 


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