To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 39
Capítulo 39 - Saudade




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 Harry podia dizer que desde o começo de suas férias, aqueles dias com Remus, Sophie, Harriet, Erik e Charles foram os melhores que ele já tivera. No dia seguinte ao acidente com a Guida e a chegada ao Caldeirão Furado, Remus levou todos para Gringotes para que cada um pegasse dinheiro para se divertirem enquanto estavam no Beco Diagonal e também para mais um ano em Hogwarts - que já estava guardado para os meninos não gastarem -, os cinco se divertiram bastante, desde de comprar vários doces até brinquedos ou livros sobre grandes histórias. Podia até ir aonde desejasse, desde que não saísse do Beco Diagonal, e como essa longa rua de pedras era repleta das lojas de magia mais fascinantes do mundo, Harry não sentia desejo algum de romper a palavra dada a Fudge e voltar ao mundo dos trouxas. Principalmente com sua irmã e seus amigos junto à ele. 
       Ele e os outros passavam os dias longos e ensolarados explorando as lojas e comendo à sombra dos guarda-sóis de cores vivas à porta dos cafés, as vezes eles ficavam conversando ou mostrando as próprias compras, ou apenas assistindo os outros bruxos que passavam por eles.

       Harry agradecia por ter Remus e Erik com ele e Sophie, pois se não fosse pelos dois, tanto ele quanto a irmã teriam gastado tudo que tinham. Muitas vezes ele ficou tentado a comprar algumas coisas que eram bem caras, mas Erik sempre o impedia de fazer, e Harry era bastante grato.
     Mas a coisa que mais testou a força de vontade de Harry apareceu em sua loja preferida, a Artigos de Qualidade para Quadribol, uma semana depois do menino ter chegado ao Caldeirão Furado.
      A loja estava com várias pessoas amontoadas em frente, e Harry e Sophie, amantes de Quadribol foram entrando com jeitinho e se espremendo entre bruxas e bruxos até conseguirem ver um tablado recentemente erguido, em que haviam montado a vassoura mais deslumbrante que os irmãos já viram na vida.

      - Acabou de ser lançada... um protótipo. - Comentava um bruxo de queixo quadrado para o companheiro.

      - É a vassoura mais rápida do mundo, não é, papai? - Perguntou a vozinha aguda de um menino mais novo do que Harry, que se pendurava no braço do pai.

        - O time internacional da Irlanda acabou de mandar um pedido para sete desses vassourões! - Informou o proprietário da loja aos presentes. - É o time favorito para a Copa Mundial!

               Uma bruxa corpulenta, na frente de Harry, se mexeu e o menino pôde ler o cartaz ao lado da vassoura:

                "FIREBOLT

             Fabricada com tecnologia de ponta, a Firebolt possui um cabo de freixo, superfino e aerodinâmico, acabamento com resistência de diamante e número de registro entalhado na madeira. As cerdas da cauda, em lascas de bétula selecionadas à mão, foram afiladas até atingirem a perfeição aerodinâmica, dotando a Firebolt de equilíbrio insuperável e precisão absoluta. A Firebolt atinge 240km/Hora em dez segundos e possui um freio encantado de irrefreável ação. Cotação a pedido."

             Ele olhou para Sophie e viu que a mesma tinha os olhos brilhando, e provavelmente, ele também devia estar na mesma situação.  Cotação a pedido... Harry nem queria pensar quanto ouro a Firebolt custaria. Jamais desejara tanto alguma coisa em toda a sua vida - mas jamais perdera uma partida de Quadribol com a sua Nimbus 2000, e qual era a vantagem de esvaziar seu cofre no Gringotes para comprar uma Firebolt, quando já possuía uma excelente vassoura? 

          - É uma bela vassoura.. mas deve ser muito cara. - Comentou Sophie para ele depois de terem saído da loja. - Prefiro ficar com a minha que nunca me deixou na mão. E você?

            - O mesmo. - Concordou Harry sorrindo.

           Harry não comprou a vassoura mas não pode deixar de não ir, todos os dias, na loja para dar uma olhada. Algumas semanas depois, Remus os levou para comprar os materiais, e sem duvída aquele dia havia sido um dos mais engraçados de sua vida. Ele, Remus, Sophie, Erik, Harriet e Charles haviam ido comprar os livros para o novo ano letivo e assim que pararam em frente a vitrine da loja, Charles e Sophie soltaram um grito que assustou uma senhora que passava atrás deles.

             - O que foi? - Perguntou Remus olhando para os dois com os olhos arregalados.

             - O livro do capeta! - Exclamou Charles apontando para o livro que estava estampado na vitrine. - Eu não vou entrar ai..

           Remus olhava para os dois com os braços cruzados e a sobrancelha esquerda levantada. - Vocês estão sendo drámaticos...

             - Remus John Lupin, você sabe muito bem o inferno que foi para mim adestrar essa coisa!  - Disse Sophie apontando para o livro.

            - Ah pare com isso, é só fazer carinho nele... - Respondeu Remus abrindo um sorriso zombeteiro.

            - Eu só descobri disso no final do ano letivo! - Resmungou Sophie irritada. - Espera... você sabia que era só fazer carinho nele?

             O sorriso de Remus sumiu no mesmo instante, e as bochechas começaram a ficar vermelhas.

             - V-você disse... lembra-se? - Perguntou Remus e Harry pode jurar que o padrinho estava com medo.

              - Não disse. - Falou Sophie também ficando vermelha. - Eu não acredito que você sabia que era só fazer carinho nele e não me contou! 

     - Bem... eu... nós viemos comprar os livros escolares não é? - Perguntou Remus agora olhando para Erik que observava a cena em silêncio. 

      - Sim, e acabei de ver a nossa lista e o livro "Mosntruoso dos Monstros... 

      - Mais conhecido como o livro do capeta. - Disse Charles fazendo Erik rir.

      - Apenas o Harry tem na lista dele e o Hagrid já deu o livro como presente de aniversário. Então.. . 

      Harry havia parado de ouvir o que Erik dizia pois seus olhos estavam fixos em Sophie e Remus. Sophie encarava Remus com os braços cruzados e o padrinho fingia estar prestando atenção no que Erik dizia. Ele poderia guardar essa cena para sempre. 

     Por fim, naquele mesmo dia, além deles terem comprado todos os materiais, Sophie havia esquecido a raiva contra Remus quando o mesmo havia ido até a livraria dos trouxas e lhe comprado quatro livros de um autor chamado J.R.R. Tolkien.

       - Ela estava me pedindo esses livros de O Hobbit e Senhor dos Anéis á muito tempo! - Disse Remus para Harry vendo Sophie já deitada na cama com Charles ao seu lado lendo um dos livros super animada.

       - É uma boa maneira de fazer ela esquecer o acontecimento sobre "o livro do capeta" - Disse Erik do outro lado com um sorriso no rosto.

         - Eu sou um gênio. - Disse Remus cruzando os braços. 

              

   Remus, depois de ter levado os garotos para a compra dos materiais, resolveu passar os dias apenas lendo e revisando suas aulas. Mas seus pensamentos estavam longe ultimamente, a cada dia que passava, Remus se pegava pensando cada vez mais em Sirius.

   Agora ele se encontrava sentado na mesa do bar do Caldeirão Furado com os pensamentos longe, uma xícara de chá e um livro esquecidos sobre a mesa.

        A verdade era que Remus estava preocupado com Sirius, e com o que poderia acontecer. Ele não sabia qual era o plano que o Black tinha, mas sabia que podia ser arriscado. Oras, ele conhecia Sirius, ele foi o garoto mais esperto que havia conhecido e que sabia fazer um plano engenhoso mas ao mesmo tempo, os planos de Sirius podiam ser arriscados e dessa vez, se ele fosse pego, não seria uma suspensão que levaria.

          Mesmo estando perdido em seus pensamentos ele percebeu duas pessoas se aproximavam dele. Imaginado que poderia ser Sophie com Charles querendo assustar ele, o lupino disse em voz alta:

      - Nem pensem nisso.

      Ele se virou e para sua surpresa não era Sophie e Charles, mas sim, Fred e Jorge Weasley que tinham grandes sorrisos nos rostos.

       - Moony! - Exclamaram os dois.

       - Meninos, como é bom ver vocês! - Disse Remus se levantando e recebendo os abraços dos gêmeos. - Quando chegaram? E onde estão os outros?

         - A gente acabou de chegar, mamãe e papai estão arrumando as coisas lá no quarto, logo eles descem junto com os irmãos. Aproveitamos e pegamos Hermione para vir conosco. Ela está com Rony. - Disse Jorge sorrindo. - Como sabia que a gente ia te assustar?

         - Tenho os meus truques. - Respondeu Remus piscando para o ruivo que sorriu.

       - Ei, onde está Sophie? E os outros? - Perguntou Fred sorrindo e olhando em volta. - Estou morrendo de saudade deles...

       - Deles ou dela? - Perguntou Remus erguendo uma sobrancelha.

       - Boa moony!  - Disse Jorge rindo.

       - Nossa vocês são tão engraçados. - Resmungou Fred revirando os olhos.

        - Ora, vamos querido irmão! Lembro-me muito bem de você falando de Sophie como se ela fosse uma deusa... como foi mesmo que você havia a descrito para Carlinhos? Ah sim, "tão brilhante como o sol, cabelos cor de fogo e olhos com um brilho tão incomum.. . Tão bonita, tão formosa... tão bem feita!..."— Dizia Jorge fazendo uma imitação do irmão.

       - Cala a boca! - Resmungou Fred batendo no irmão que começara a rir.

       - Eu fico pensando se Sophie iria rir ou chorar por você ter dito isso para Carlinhos.. . E acredite, não estou me referindo à ela chorar de emoção e sim chorar de vergonha mesmo. - Disse Remus fazendo Jorge soltar uma alta gargalhada e deixando Fred vermelho. - Só estou brincando Fred, eu acredito que Sophie e os outros estão tomando um sorvete no Beco Diagonal, vão lá. Vou falar com Molly  e Arthur.

       - Obrigado moony. - Falou Fred abrindo um largo sorriso e saindo correndo.

        Jorge e Remus trocaram olhares.

       - Ele parece um cachorro no cio. - Disse Jorge rindo e seguindo o caminho que Fred fez com mais calma.

         - Ou um veado atrás de sua amada corça. - Mumurou Remus lembrando-se de James com Lily.

    Sorveteria Florean Fortescue.

       - Sophie você não vai parar de ler esse livro? - Perguntou Harriet para a amiga que estava com a cara enfiada no livro de O Hobbit.

       - É muito bom! Estou apaixonada! - Disse Sophie sorrindo para os amigos. - É tão lindo, tão... Não sei dizer!

       - Eu disse que você iria amar. - Comentou Charles sorrindo. - Ei, quando vocês acham que os Weasley's vão chegar?

       - Mais cedo do que vocês imaginam. - Disse Erik olhando para frente. - Weasley's avista!

       Sophie, Harry, Charles e Harriet olharam para onde Erik apontava e viram Fred e Jorge sorrindo e indo até eles. Sophie abriu um enorme sorriso ao ver o namorado, entregou o livro para Charles segurar e correu até Fred que já estava de braços abertos.

       - Olha a minha garota! - Disse Fred sorrindo e abraçando a ruiva. - Está mais linda a cada dia senhorita Potter.

        - Obrigada senhor Weasley. - Disse Sophie sorrindo. - Senti tanta saudade!

        - Assim como eu. - Concordou Fred beijando Sophie nos lábios.

        - Ah o amor é lindo. - Comentou Jorge ao lado dos dois. - Não liga pra mim aqui não, viu? Eu gosto de ser vela, é a minha função favorita.

     - Cala a boca, Jorgina! - Resmungou Sophie ainda beijando Fred que estava rindo em meio ao beijo.

     - É isso que eu ganho? Nem um abraço? Nem um "oi Jorge, como você está? Também senti sua falta!" Nada? - Perguntou Jorge fingindo-se de ofendido. - Tá bom, beleza. Nem me importo também... talvez a Harriet ainda se lembre desse pobre menino que foi esquecido...

      - Ah pelo amor de Deus! - Resmungou Sophie soltando Fred e se virando para Jorge que sorria e já estava com os braços abertos. - Você é insuportável! - E o abraçou.

     Fred por sua vez foi até os outros amigos que estavam sentados na calçada rindo da cena.

      - E vocês? Onde estão os meus abraços? - Perguntou Fred para os quatro.

      Charles e Harriet foram os primeiros e se levantarem e abraçarem o ruivo. Depois foi Harry e por último Erik que estendeu a mão para Fred.

      - Até parece. Vem aqui alemão! - Disse Fred puxando Erik para um enorme abraço. - Cuidou deles?

       - Da melhor forma que pude. - Disse Erik abrindo um pequeno sorriso.

       - Parece ótimo para mim. - Disse Fred ao se separar e sorrir para Erik.

      - Sai pra lá Fred! Deixa eles verem o irmão mais lindo da família! - Disse Jorge empurrando Fred com um enorme sorriso.

        - Vocês são gêmeos. - Disse Harriet para Jorge.

       - Detalhes querida, detalhes. - Disse Jorge puxando Harriet para um abraço.

      Fred riu e puxou Sophie para seus braços. Então se lembrou de algo e olhou para Harry.

      - Rony e Hermione estão lá no Caldeirão. Vai lá. - Disse Fred sorrindo.

       Harry sorriu e saiu correndo para o Caldeirão Furado. Ele gostava de Fred, Jorge, Harriet, Sophie, Erik e Charles mas aquela era a turma da irmã, agora ele tinha que encontrar a própria turma.
     Assim que entrou no estabelecimento, viu Rony de um lado da mesa, Hermione no outro e Remus sentado no meio da mesa olhando para os dois com um sorriso nos lábios. Harry se aproximou mais e viu que Mione segurava um gato de pelagem de cor laranja, espessa e fofa, mas ele decididamente tinha pernas arqueadas e uma cara de poucos amigos, estranhamente amassada, como se tivesse batido de frente numa parede de tijolos. Rony por sua vez segurava o rato Perebas e o garoto estava com o rosto bem vermelho e Harry já soube que os amigos estavam brigando.

    - Estou avisando Hermione, mantenha esse seu bicho sanguinário longe do Perebas ou vou transformá-lo em abafador de bule. - Dizia Rony irritado para Hermione.

     - Ele é um gato Ronald, o que esperava? É da natureza dele. - Respondeu Hermione tão irritada quando Rony.

   - Um gato, foi isso que te disseram? Parece mais um porco peludo se quer saber. - Retrucou Rony e Harry pode vir que Remus estava se segurando para não rir.

   - Ah, essa é boa, vindo do dono dessa escova de sapato velha e fedorenta. - Retrucou Hermione fazendo Remus se engasgar com o chá que bebia.

       Harry se aproximou mais e o primeiro a perceber sua presença foi o próprio padrinho.

       - Harry. - Disse Remus sorrindo.

      Ao dizer o seu nome, tanto Rony quanto Hermione olharam na direção dele. E só nesse momento ele percebeu que ele estava sorrindo.

      - Harry! - Exclamaram os dois juntos.

       Depois de trocarem abraços, os três se sentaram na mesa perto de Remus que havia se voltado para um livro que estava em cima da mesa.

       - Quando comprou o gato? - Perguntou Harry para Mione.

       - Aqui mesmo, no Beco Diagonal. - Disse Hermione sorrindo para o gato. - Assim que chegamos, Rony e eu fomos procurar um lugar para Rony poder levar Perebas.

      - O que ele tem? - Perguntou Harry olhando para Rony agora.

       - Não sabemos, nem o dono da loja sabe. Ele disse que pode ser velhice, mas o Perebas está na minha família a anos. Não acho que pode ser velhice...

       - Enfim, acabou que na loja tinha esse gato fofo e eu, como ainda não tenho nenhum animal, resolvi pegá-lo para mim. - Disse Hermione alegremente.

        - Fofo? - Perguntou Rony ficando vermelho novamente. - Esse assassino tentou matar o meu rato!

        - Eu já disse Rony, ele é um gato. É da natureza dele. - Disse Hermione revirando os olhos.

       Harry percebendo que os dois começariam a brigar novamente, rapidamente tentou mudar de assunto.

       - E o Egito, como é lá? - Perguntou Harry para o ruivo.

        - É um máximo, tinha muitas coisas lá, múmias, tumbas, até o Perebas se divertiu. - Disse Rony ficando animado e pegando algo no bolso, era uma foto dele com a família. - Olha aqui, esse é o Gui e tá vendo aqui atrás? São as Pirâmides...

        - Sabia que os egípcios veneravam os gatos? - Perguntou Hermione distraidamente.

         - Sim, assim como os escaravelhos. - Retrucou Rony.

       - Aaah não! Não está mostrando essa foto pra todo mundo, está? - Perguntou Jorge entrando no local e sendo seguido pelos outros.

       - Eu não mostrei pra ninguém. - Disse Rony para o irmão que já havia pegado a foto.

        - Não, pra ninguém.. a não ser pro Tom...

        - Pra empregada da manhã... - Continuou Fred sorrindo.

        - Pro Remus... - Continuou Jorge.

       - Pro Harry e...

        - Para aquele bruxo da Bélgica. - Terminou Fred se sentando ao lado de Hermione.

        - Hey pessoal. - Disse Sophie sorrindo e se sentando ao lado de Fred.

        - Oi Rony, Mione. - Disse Charles sorrindo e indo se sentar ao lado de Sophie.

       - Oi oi. - Disse Harriet animada e se sentando ao lado de Jorge.

       - Oi gente. - Disse Erik se sentando ao lado de Charles.

       - Definitivamente, meu sossego acabou. - Disse Remus sorrindo para todos.

       - Também te amamos Moony. - Disse Fred rindo. - E lá vem o restante da família.

        Descendo as escadas, a Sra.Weasley junto com o Sr.Weasley e sua filha Gina, estavam indo em direção ao grupo na mesa.

      Harry, Sophie, Erik, Charles e Harriet se levantaram e rapidamente foram cumprimentar os três.

       - Oi queridos! - Disse Molly para os cinco e abraçando cada um. - É tão bom ver vocês de novo!

        - É bom ver a senhora de novo também, Sra.Weasley. - Disse Sophie sorrindo com carinho para Molly. - E Sr.Weasley, espero que a viagem tenha sido boa.

         - E foi de fato, mas ainda prefiro nossa Londres. - Comentou Arthur sorrindo. - É bom ver vocês de novo.

      - Oi Soph! - Disse Gina alegre.

      - Minha Weasley favorita! - Disse Sophie sorrindo e abraçando a Weasley mais nova.

      - Harry! - Exclamou Arthur, erguendo a cabeça e sorrindo e se sentando ao lado de Remus.. - Como vai?

    - Bem, obrigado. - Respondeu o garoto.

   O Sr. Weasley pôs um jornal que segurava de lado e Harry viu a foto de Sirius Black, agora muito sua conhecida, encarando-o.

    - Então eles ainda não pegaram o homem? - Perguntou.

    - Não. - Respondeu o Sr. Weasley, parecendo muito sério. - O Ministério nos tirou do nosso trabalho normal para tentar encontrá-lo, mas até agora não tivemos sorte.

     - Black é esperto Arthur. Sabe disso. - Disse Remus para Arthur. - E você sabe muito bem que ele só será encontrado quando quiser ser. O próprio Dumbledore disse isso.

      - É eu sei. - Concordou o Sr.Weasley com um suspiro. - Mas tente dizer isso para Fudge...

     - Nós receberíamos uma recompensa se o apanhássemos? -Perguntou Rony. - Seria bom ganhar mais um dinheirinho...

    - Não seja ridículo, Rony. - Disse o Sr. Weasley, que a um olhar mais atento parecia muito tenso. - Black não vai ser apanhado por um bruxo de treze anos. Os guardas de Azkaban é que vão levá-lo de volta, escreva o que digo.


       Remus e Sophie deram um olhar discreto e suspiraram. Nesse momento Percy se aproximou do grupo com seu ar pomposo.

      - Olá. - Disse o rapaz como se estivesse falando com o próprio Ministro.

      - Percy! - Exclamou Fred, levantando e fazendo uma grande reverência. - É simplesmente esplêndido encontrá-lo, meu caro...


    - Maravilhoso! - Disse Jorge imitando o ato do irmão para Percy. - Absolutamente maravilhoso.

    - Agora chega. - Interrompeu-os a Sra.Weasley.

    - Mãe! - Exclamou Fred como se tivesse acabado de avistá-la, e lhe fazendo uma reverência exagerada: - É realmente formidável encontrá-la...

    - Eu já disse que chega. - Disse a Sra. Weasley. - Pessoal, suponho que tenha sabido das nossas eletrizantes novidades? - Ela apontou para o distintivo de prata novinho em folha no peito de Percy. - É o segundo monitor-chefe na família! - Exclamou, inchada de orgulho.


   - E o último. - Resmungou Fred para Sophie que sorriu.

   - Não duvido nada. - Disse a Sra. Weasley, franzindo a testa de repente. - Estou reparando que até hoje vocês dois não foram promovidos a monitores.

    - E para que é que nós queremos ser monitores? - Perguntou Jorge, parecendo se indignar até com a própria idéia. - Isso tiraria toda a graça da vida.


   Gina abafou o riso e Remus abaixou a cabeça dando um risada baixas.

    - Vocês deviam dar um exemplo melhor para sua irmã! - Ralhou a Sra. Weasley. - O que Remus vai pensar de vocês dois?!

   - Gina tem outros irmãos para lhe dar exemplo, mãe. - Disse Percy com altivez. - Vou para o quarto...

     Ele desapareceu e Jorge deixou escapar um suspiro.

   - Bem que a gente tentou trancar ele numa pirâmide. - Disse para os amigos. - Mas a mamãe flagrou a gente no ato.
     
     Todos riram.

      - Bem, é melhor a gente já ir comprar os materiais. Daqui à três dias vocês estarão indo para Hogwarts. - Disse Sra.Weasley para os filhos e para Hermione.

       - Nós iremos com vocês. - Disse Sophie sorrindo e se levantando. - Vamos gente.

     - Ah, lembrando, que já que todos estamos juntos novamente, eu tenho uma novidade para vocês. Mas só será contada no jantar. - Disse Remus sorrindo.

      

   

      O jantar àquela noite foi muito agradável. Tom, o dono do bar-hospedaria, juntou quatro mesas na sala, e os sete Weasley, os dois Potter, Lupin, Francis, Lehnsherr, Lovegood e Granger fizeram uma boa festa.


      - Bem, acho que depois desse maravilhoso jantar, está na hora de Remus nos dizer sua novidade! - Disse o Sr.Weasley sorrindo.

      - Muito bem, muito bem... nessas férias eu tive a visita de Dumbledore em minha casa e... bem, sou o mais novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas! - Disse o Lupin sorrindo timidamente.

        Assim que Remus havia dado a notícia, Fred e Jorge pularam em cima dele. Logo seguido por Gina, Sophie, Charles, Rony, Hermione, Erik, Harry e Harriet.

        - Vai ser o melhor professor que Hogwarts jamais teve! - Disse Hermione sorrindo para Remus.

       - Você merece mais do que todos, Moony! - Disse Jorge olhando para Remus.

       - Dumbledore não poderia ter escolhido melhor! - Disse Fred animado.

       Todos se soltaram e Remus se sentia bem emocionado. Molly se aproximou dele e lhe deu um forte abraço seguido de um beijo na bochecha.

       - Parabéns querido. Você merece. - Disse ela sorrindo com um enorme carinho em seus olhos.

        O Sr.Weasley e apertou sua mão.

      - Confiaria meus filhos á você. Por isso sei que não existe professor melhor que você. Parabéns Remus. - Disse Arthur sorrindo.

        Eles festejaram por mais um tempo e logo depois subiram para dormir.

      Passando o aniversário de Sophie - qual teve uma boa festa e bastante presentes para a ruiva - todos estavam prontos para o 1 de Setembro.

       Todos se juntaram para jantar um dia antes para a partida para Hogwarts. Todos estavam ansiosos para o novo ano, principalmente em ter o Remus como professor, até mesmo Sophie, Fred, Charles, Erik, Jorge e Harriet que teriam que fazer os N.O.M'S, estavam animados.

       - Como vamos para a estação de King"s Cross amanhã, papai? - Perguntou Fred quando enfiavam a colher em um suntuoso pudim de chocolate.

 

   - O Ministério vai mandar dois carros. - Disse o Sr. Weasley. Todos ergueram os olhos para ele.


   - Por quê? - Perguntou Percy, curioso.

    - Por sua causa, Percy. - Disse Jorge, sério. - E vão botar bandeirinhas em cima dos capôs, com as letras TC...

   - ... Significando Tremendo Chefão - Completou Fred.

    Todos, à exceção de Percy e da Sra. Weasley, deram risadinhas baixando o rosto para os pudins.


    - Por que é que o Ministério vai mandar carros, pai? - Percy repetiu a pergunta, num tom muito digno.

    - Bem, como não temos mais nenhum - Disse o Sr. Weasley -, e como trabalho lá, eles vão me fazer esse favor...

    Sua voz era displicente, mas Harry não pôde deixar de notar que as orelhas do Sr. Weasley tinham ficado vermelhas, iguais às de Rony quando o pressionavam.


    - E ainda bem. - Disse a Sra. Weasley, animada. - Vocês fazem idéia de quanta bagagem têm juntos? Que bela figura vocês fariam no metrô dos trouxas... Todo mundo já está de mala pronta ou não?

    - Rony ainda não guardou todas as coisas novas no malão. - Disse Percy, com voz de sofredor. - Largou tudo em cima da minha cama.


    - É melhor você subir e guardar tudo direito, Rony porque não vamos ter tempo amanhã cede. - Disse a Sra. Weasley alto, para o filho sentado mais longe.

    Rony amarrou a cara para Percy.

     Depois do jantar todos se sentiram satisfeitos e cheios de sono.

     Um a um foram subindo para os quartos para verificar as coisas para o dia seguinte. Rony e Percy estavam hospedados no quarto ao lado de Harry, Remus e Sophie. Remus havia ficado conversando com a Sra.Weasley e o Sr.Weasley e Sophie havia se juntando em um quarto com os amigos. Ele acabara de fechar e trancar seu malão quando ouviu vozes zangadas através da parede, e foi ver o que estava acontecendo.

    A porta do quarto doze estava entreaberta e Percy gritava:

   - Estava aqui, em cima da mesa-de-cabeceira, eu o tirei para polir...

    - Eu não peguei, está bem? - Berrava Rony em resposta.

    - Que está acontecendo? - Perguntou Harry.

    - Meu distintivo de monitor-chefe sumiu. - Respondeu Percy virando-se irritado para Harry.

     - E o tônico para ratos de Perebas também. - Falou Rony, jogando as coisas para fora do malão para procurá-lo. - Acho que deixei o frasco no bar...

 

   - Você não vai a lugar nenhum até achar o meu distintivo! - Berrou Percy.


    - Eu vou buscar o remédio do Perebas. Já fiz a mala. - Disse Harry a Rony, e desceu.

    Harry estava no corredor a meio caminho do bar, agora mal iluminado, quando ouviu outras duas vozes zangadas e uma mais calma que vinham da sala. Um segundo depois, ele as reconheceu como sendo as do Sr. e da Sra. Weasley e de Remus. Hesitou, sem querer que eles soubessem que os ouvira discutindo, mas a menção do seu nome o fez parar, e, num segundo momento, se aproximar da porta da sala.

   - ... Não faz sentido não contar a ele. - O Sr. Weasley dizia, veemente. - O garoto tem o direito de saber. Tentei dizer isso a Fudge, mas ele insiste em tratar Harry como criança. O menino já tem treze anos e...

    - Arthur, a verdade iria aterrorizar Harry! - Disse a Sra. Weasley com a voz esganiçada. - Você quer mesmo mandar Harry de volta à escola com essa ameaça pairando sobre a cabeça dele? Pelo amor de Deus, ele está feliz sem saber de nada! Remus você concorda?


      - Eu concordo.. . Com o Arthur. Desculpe Molly, mas eu acredito que se Harry souber sobre isso, ele fique atento. Não vai demorar muito até ele perceber a alta segurança que Fudge vai fazer para ele. - Disse Remus com os braços cruzados.

   - E eu não quero fazê-lo infeliz, quero deixá-lo de sobreaviso! -  Retrucou o Sr. Weasley. - Você sabe como são o Harry e o Rony andando por aí sozinhos, já foram parar na Floresta Proibida duas vezes! Mas Harry não pode fazer isto este ano! Quando penso o que poderia ter acontecido a ele na noite em que fugiu de casa! Ele e Sophie, convenhamos. Para Black, ter dois Potter a sua disposição... Se o Nôitibus não os tivessem apanhado, aposto que eles estariam mortos antes do Ministério encontrá-lo.

   - Mas eles não estão mortos, estão são e salvos, então qual é o sentido... Remus?

     - Desculpe é que.. o que Arthur falou agora me deixou um pouco mal. - Disse Remus devagar.

      - Oh querido... viu o que você fez, Arthur?! - Disse Molly quase batendo no marido. - Está tudo bem querido. Arthur não há motivo de falar para o Harry! Ele tem o Erik e o próprio Remus vai estar em Hogwarts! Sem contar que o próprio Dumbledore!

    - Molly, dizem que Sirius Black é doido, e talvez seja, mas ele foi suficientemente esperto para fugir de Azkaban, e isto é uma coisa que todos supõem que seja impossível. Já faz três semanas e nem sinal dele, e não dou a mínima para o que Fudge vive declarando ao Profeta Diário, estamos tão próximos de apanhar Black quanto estamos de inventar uma varinha que funcione sozinha. A única coisa de que temos certeza é que Black está atrás de...


      - Mas Harry está perfeitamente seguro em Hogwarts.

   - Achávamos que Azkaban era perfeitamente segura. Se Black foi capaz de sair de Azkaban, então é capaz de entrar em Hogwarts.

    - Mas ninguém tem realmente certeza de que Black esteja atrás de Harry...

 

    Ouviu-se um baque seco na mesa e Harry não teve dúvida de que o Sr.Weasley tinha dado um soco na mesa.

 

   - Molly, quantas vezes preciso lhe dizer a mesma coisa? A imprensa não noticiou porque Fudge não queria que houvesse escândalo, mas Fudge foi até Azkaban na noite em que Black fugiu. Os guardas lhe disseram que Black andava falando durante o sono havia algum tempo. Sempre as mesmas palavras: "Ele está em Hogwarts... Ele está em Hogwarts." Black é desequilibrado, Molly, e quer ver Harry morto. Se você quer saber, ele acha que se matar Harry vai trazer Você-Sabe-Quem de volta ao poder. Black perdeu tudo naquela noite em que Harry deteve Você-Sabe-Quem, e passou doze anos sozinho em Azkaban pensando nisso..


    Fez-se silêncio. Harry chegou mais perto da porta, desesperado para ouvir mais.

      - Bem, Arthur, você deve fazer o que acha que é certo. Mas está se esquecendo de Albus Dumbledore. Acho que nada poderá fazer mal a Harry em Hogwarts enquanto Dumbledore for o diretor. Suponho que ele esteja sabendo de tudo isso.

 

      - Claro que sabe. Tivemos que lhe perguntar se se importava que os guardas de Azkaban tomassem posição junto às entradas da escola. Ele não ficou muito satisfeito, mas concordou.

 

   - Não ficou satisfeito? Por que não ficaria satisfeito, se os guardas estão lá para agarrar o Black?


    - Dumbledore não gosta dos guardas de Azkaban. - Disse Remus calmo.

   - Nem eu, se você quer saber... Mas estar lidando com um bruxo como Black, por vezes a gente tem que se aliar com gente que se prefere evitar. Se eles salvarem Harry... Então nunca mais direi uma palavra contra eles. - Disse o Sr. Weasley cansado. - Já está tarde, é melhor irmos dormir. Amanhã o dia será cheio.

    Harry ouviu as cadeiras serem mexidas. O mais silenciosamente que pôde, correu pelo corredor até o bar e desapareceu de vista. A porta da sala se abriu, e alguns segundos depois o ruído de passos lhe informou que o Sr. e a Sra. Weasley e Remus estavam subindo as escadas.

 

    O frasco de tônico para ratos estava debaixo da mesa à qual o grupo se sentara mais cedo. Harry esperou até a porta do quarto do Sr. e da Sra. Weasley se fechar, depois tornou a subir levando o vidro.


   Encontrou Fred e Jorge agachados nas sombras do patamar, rindo a mais não poder de ouvir Percy desmontar o quarto que ocupava com Rony, à procura do distintivo.

   - Está conosco. - Sussurrou Fred a Harry - Andamos dando uma melhorada nele.

   No distintivo agora se lia Tremendo Chefão.

    Harry forçou uma risada, foi entregar a Rony o frasco de tônico para ratos, depois foi para o quarto, quando entrou viu que Remus ainda não estava no quarto assim como Sophie.

           Então Sirius Black estava atrás dele. Isto explicava tudo. Fudge ter sido indulgente porque ficara aliviadíssimo de encontrá-lo vivo. Fizera Harry prometer não sair do Beco Diagonal onde havia um grande número de bruxos para vigiá-lo. E ia mandar dois carros do Ministério para levá-los à estação no dia seguinte, de modo que os Weasley pudessem cuidar de Harry até ele embarcar no trem.

 

    Harry ficou deitado ouvindo a gritaria abafada no quarto vizinho e imaginando por que não se sentia mais apavorado. Sirius Black matara treze pessoas com uma maldição; O Sr. e a Sra. Weasley obviamente pensavam que Harry entraria em pânico se soubesse da verdade. Menos Remus. Ele parecia certo de que Harry entenderia.


    Mas, por acaso, Harry concordava inteiramente com o Sr, Weasley que o lugar mais seguro da terra era aquele em que Albus Dumbledore acontecesse de estar. As pessoas não diziam sempre que Dumbledore era a única pessoa de quem Lord Voldemort já tivera medo? Com certeza Black, sendo o braço direito de Voldemort, não teria também igual medo do diretor?

    E agora havia os guardas de Azkaban de quem todos não paravam de falar. Eles pareciam deixar as pessoas paralisadas de pavor e, se estavam de prontidão a toda volta da escola, as chances de Black entrar lá pareciam muito remotas.

 

   Não, considerando tudo, a coisa que mais incomodava Harry era o fato de que suas chances de visitar Hogsmeade agora eram zero. Ninguém iria querer que Harry deixasse a segurança do castelo até Black ser apanhado; aliás, Harry suspeitava que todos os seus movimentos seriam atentamente vigiados até que o perigo passasse.

 

   Olhou zangado para o teto escuro. Será que achavam que ele não sabia se cuidar? Já escapara de Lord Voldermort três vezes; não era um completo inútil...


   Sem que ele quisesse, a imagem do animal nas sombras da Rua Magnólia perpassou sua mente. Que é que se faz quando se sabe que o pior está por vir...

     - Eu não vou ser morto. - Disse Harry em voz alta.

   - É assim que se fala, querido. - Disse seu espelho, cheio de sono.


      Assim que a conversa terminou, Remus subiu as escadas e foi em direção ao quarto de Erik onde ele sabia que Sophie estaria. Bateu na porta e colocou a cabeça para dentro, procurou por Sophie e a viu deitada nas pernas de Harriet com o livro de O Hobbit na mão.

     - Posso falar com você? - Perguntou Remus para a sobrinha.

      - Sempre. - Disse Sophie dando um leve sorriso.

      A ruiva se levantou e entregou o livro para Charles logo em seguida seguindo o padrinho. Remus desceu as escadas e com Sophie o seguindo, ao invés de ir para o Beco Diagonal ele foi pela saída que leva para o mundo dos trouxas.

      Assim que saiu um vento leve soprou em seu rosto e ele fechou os olhos. Respirou fundo, e andou até um carro velho parado na rua e se sentou no capô. Sophie o seguiu, ele olhou para o céu e viu as estrelas brilhando com o céu azul escuro e uma linda lua para iluminar o mundo. Sentiu o coração se apertar e olhou para Sophie.

      - Sinto falta dele.— Sussurrou para a sobrinha que o abraçou apertado e enfim, Remus se permitiu chorar.

         


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