To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 31
Capítulo 31 - Aranhas e Mais Aranhas


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, desculpem pela demora viu. Mas os problemas em casa só crescem e tomam todo o meu tempo. Mas bem, aqui está um novo capítulo para vocês. Espero que gostem. Boa leitura!



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    Rony tirou a capa da invisibilidade e Sophie encarou os dois seriamente. Harry pode perceber que a irmã estava preocupada com a situação que se encontravam.

     - O que fazem aqui? - Perguntou Sophie se sentando na poltrona perto da lareira.

     - Nós.. - Começou Rony ficando vermelho. - Nós estávamos seguindo algumas pistas..

     - Que tipos de pistas? - Perguntou Sophie cruzando os braços e olhando para os dois.

     - Nós, bem nós descobrimos que Hagrid abriu a Câmara Secreta. - Falou Harry baixo e olhando para os próprios sapatos.

    - Depois vocês irão me dizer como chegaram a está calúnia. - Resmungou Sophie. - Hagrid não abriu a Câmara Secreta. Por mais que ele ache as criaturas enormes fofas, ele jamais faria essas coisas. Principalmente com Hermione.

      - Tem razão... percebemos isso enquanto ouvíamos a conversa. - Disse Rony pensativo. - Mas e agora? Sem Dumbledore aqui.. Você tem razão. Haverá um ataque por dia.

     - O que faremos? - Perguntou Harry olhando para Sophie. - Precisamos fazer alguma coisa.

     -  Sigam as aranhas.— Sussurrou Sophie olhando para a janela. - Foi o que Hagrid disse, não é? Sigam as aranhas. - Então se levantou e ficou próxima a janela olhando para o parapeito dela. - Vocês já viram aranhas agirem desta maneira? - Disse apontando para um bando de aranhas pequenas andando em fileira. 


     - Já! - Exclamou Harry ao lado de Sophie, olhando para as aranhas. - Quando fomos no banheiro da Murta-Que-Geme pela primeira vez.

     - Sigam as aranhas. - Sussurrou Sophie pensativa e então se virando para Harry. - Vamos segui-las!

 

     - Vamos.. . Espera, o que?!— Exclamou Rony olhando para Sophie assustado. - Agora?


    - Claro. - Disse Sophie olhando para o ruivo. - Acredito, que agora com Dumbledore longe, não temos muito tempo para ficarmos pensando no que fazer e Hagrid nos deu algo para fazer.

      - Mas.. mas... está tarde.

     - Realmente, e quando isso me impediu de fazer alguma burrada? Ou vocês dois fazerem alguma burrada?

     - Temos que fazer isso pelo Hagrid e pela Mione, Rony. - Disse Harry para o amigo que mesmo apavorado havia concordado.

      Harry deixou a capa da invisibilidade em cima da mesa de Hagrid. Não precisariam dela na floresta escura como breu.

      - Vamos, Canino, vamos dar um passeio. - Disse Sophie dando palmadinhas na perna, e Canino saiu de casa dando saltos de felicidade atrás deles, correu para a orla da floresta e levantou a perna contra um enorme sicomoro.

      Harry e a irmã puxaram a varinha, murmurando "Lumos!" e brilhou uma luzinha na ponta, suficiente para deixá-los ver o caminho à procura das aranhas.

       - Bem pensado. - Disse Rony. - Eu acenderia a minha também, mas você sabe, provavelmente iria explodir ou fazer outra maluquice qualquer..

 

     Harry bateu no ombro de Rony, apontando para o capim. Duas aranhas solitárias corriam para longe da luz da varinha procurando a sombra das árvores.


     - Muito bem. - Suspirou Rony resignado com o pior. - Estou pronto. Vamos.

     - Meninos, eu lhes digo: será uma noite longa. Muito longa. - Disse Sophie olhando em volta e suspirando alto.

     Então, com Canino correndo à volta, cheirando raízes e folhas de árvores, eles se embrenharam na floresta. Orientados pela luz das varinhas de Harry e Sophie, seguiram o fluxo constante de aranhas que iam pelo caminho. Seguiram-no por uns vinte minutos, sem falar, procurando ouvir outros ruídos que não fossem os dos gravetos estalando ou das folhas rumorejando. Então, quando o arvoredo se tornou mais denso que nunca, de modo que já não avistavam as estrelas no alto, e a varinha de Harry e Sophie brilhavam solitárias num mar de trevas, eles viram as aranhas que os guiavam abandonarem o caminho.

       Harry parou, tentando ver onde as aranhas estavam indo, mas tudo fora do seu pequeno círculo de luz estava escuríssimo. Ele nunca se embrenhara tão fundo na floresta. Lembrava-se vivamente de Hagrid aconselhando-o a não se afastar do caminho da floresta da última vez que estivera ali. Mas o guarda-caça se achava a quilômetros de distância, provavelmente sentado em uma cela de Azkaban, e também lhe dissera para seguir as aranhas. Alguma coisa úmida encostou na mão de Harry, e ele deu um pulo para trás, esmagando o pé de Rony, mas era apenas o nariz de Canino.

       - Devemos continuar? - Perguntou Harry olhando para Sophie.

      - Sim. - Respondeu Sophie olhando em volta. - Eu não gosto de ficar aqui, não por medo mas... Você sabe.

     - Sei.

     Harry ainda se lembrava dos acontecimentos do ano passado quando Aslan havia sido atacado por Voldemort e Sophie havia apontado a varinha para ele. Ele nunca havia culpado Sophie por tal ação mas ele acreditava que ela ainda se culpava por ter feito aquilo.

      Então os três acompanharam as sombras velozes das aranhas entrando pelo meio das árvores. Não podiam mais andar muito depressa; havia raízes e tocos de árvores no caminho, pouco visíveis na escuridão quase total. Harry sentia o hálito quente de Canino em sua mão. Mais de uma vez tiveram que parar para que Harry e Sophie pudessem se agachar procurando as aranhas.

 

      Caminharam pelo que pareceu pelo menos meia hora, as vestes agarrando nos galhos baixos e espinheiros. Passado algum tempo, repararam que o chão parecia estar descendo, embora o arvoredo estivesse mais denso que nunca.

 

      Então Canino soltou de repente um latido que ecoou por todos os lados, fazendo Harry e Rony darem um pulo de fazer a alma se soltar do corpo, Sophie apenas olhou em volta.

 

       - Que foi? - Perguntou Rony alto, olhando a escuridão à volta e segurando o cotovelo de Harry com força.


     - Tem alguma coisa se mexendo ali adiante. - Sussurrou Harry. - Escute... Parece uma coisa grande...

       Eles escutaram. A uma certa distância para a direita, a coisa grande estava partindo galhos à medida que abria caminho por entre as árvores.

      - Ah, não. - Exclamou Rony. - Ah, não, ah, não, ah...

     - Cale a boca. - Mandou Harry muito nervoso. - A coisa vai ouvir você.

      - Me ouvir? - Exclamou Rony numa voz estranhamente aguda. - Ela já ouviu o Canino!

      - Rony, é bom meu palpite estar errado sobre o que iremos encontrar. - Sussurrou Sophie.

      A escuridão parecia estar empurrando para dentro das órbitas dos olhos deles enquanto aguardavam aterrorizados. Ouviram um ronco esquisito e em seguida o silêncio.

      - Que acha que ela está fazendo? - Perguntou Harry.

     - Provavelmente está se preparando para atacar.

Os dois esperaram, tremendo, mal atrevendo a se mexer. E Sophie havia segurado Canino.

      - Você acha que foi embora? - Cochichou Harry.

      - Não faça perguntas complicadas. - Resmungou Sophie.

      Então, para a direita, eles viram um clarão repentino tão intenso, na escuridão, que os dois ergueram as mãos para proteger os olhos. Canino latiu e tentou correr, mas ficou preso num emaranhado de espinhos e latiu ainda mais alto.


     - Harry! - Gritou Rony, a voz esganiçando de alivio. - Harry é o nosso carro! Ande!

     Harry acompanhou o amigo como pôde em direção à luz, esbarrando e tropeçando nas coisas e um instante depois saíram numa clareira.


     O carro do Sr. Weasley estava parado, vazio, no meio de um círculo de árvores grossas sob uma ramagem densa, os faróis acesos. Quando Rony avançou boquiaberto, ele foi ao encontro do garoto, exatamente como um canzarrão turquesa cumprimentando o dono.

     - Estava aqui o tempo todo! - Disse Rony encantado, andando à volta do carro. - Olhe só para ele. A floresta fez ele virar selvagem...

       As laterais do carro estavam arranhadas e sujas de lama. Pelo jeito ele passara a rodar na floresta sozinho. Canino pareceu não gostar nada do carro; ficou colado em Harry e Sophie que sentia o cão tremer. A respiração mais calma outra vez, Harry guardou a varinha nas vestes. Enquanto Sophie olhava surpresa para o carro.

      - E nós achamos que ele ia nos atacar! - Disse Rony, apoiando-se no carro e lhe dando palmadinhas. - Fiquei muito tempo imaginando onde teria sumido!

      Harry apurou a vista à procura de sinais de aranhas no chão iluminado, mas todas fugiram da claridade dos faróis.

      - Perdemos a pista. Vem, vamos tentar encontrá-las.

      Rony ficou calado. Nem se mexeu. Tinha os olhos fixos em um ponto a uns três metros acima do chão da floresta, logo atrás de Harry. Seu rosto estava lívido de terror. Harry olhou para Sophie e viu que a mesma também parecia assustada.

 

      Harry nem teve tempo de se virar. Ouviu um som estalado e alto e de repente sentiu uma coisa comprida e peluda agarrá-lo pela cintura e erguê-lo do chão, deixando-o de cara para baixo. Debatendo-se cheio de terror, ele ouviu o mesmo som e viu as pernas de Rony e Sophie abandonarem o chão, também, e Canino choramingar e uivar - no instante seguinte, ele estava sendo arrebatado para o meio das árvores escuras.


      A cabeça pendurada, Harry viu que a coisa que o segurava andava sobre seis pernas imensamente compridas e peludas, as duas dianteiras agarravam-no com firmeza sob um par de pinças pretas e reluzentes. Atrás, ele ouvia outro bicho igual, sem dúvida carregando Rony e um outro carregando Sophie. Estavam entrando no coração da floresta. Harry ouvia Canino lutando para se libertar de um quarto monstro, ganindo alto, mas Harry não poderia ter berrado nem se tivesse querido; parecia ter deixado a voz no carro lá na clareira.

     Ele nunca soube quanto tempo ficou nas garras do bicho; só soube que de repente a escuridão diminuiu o suficiente para deixá-lo ver que o chão coberto de folhas agora estava pululando de aranhas. Esticou o pescoço para o lado e percebeu que tinham chegado à borda de uma vasta depressão, uma depressão que fora desmatada, de modo que as estrelas iluminaram claramente a pior cena que ele jamais vira.

       Aranhas, aranhinhas como aquelas que cobriam as folhas embaixo. Aranhas do tamanho de cavalos, com oito olhos, oito pernas, pretas, peludas, gigantescas.

      O maciço espécime que carregava Harry desceu uma encosta íngreme em direção a uma teia enevoada em forma de cúpula, bem no meio da depressão, enquanto suas companheiras acorriam de todos os lados, batendo as pinças excitadas à vista do carregamento.


       Harry caiu no chão de quatro quando a aranha o soltou. Rony, Sophie e Canino caíram com um baque surdo ao lado dele. Canino não uivava mais, encolhia-se em silêncio onde caíra. Rony era a imagem exata do que Harry sentia e Sophie estava com os olhos arregalados, mais de surpresa do que de medo.

     O garoto de repente percebeu que a aranha que o soltara estava falando alguma coisa. Fora difícil entender, porque ela batia as pinças a cada palavra.

     - Aragogue! - A aranha chamou. - Aragogue!

     E do meio da teia enevoada em forma de cúpula, emergiu lentamente uma aranha do tamanho de um filhote de elefante. Havia fios cinzentos na pelagem do seu corpo e nas pernas negras, e cada olho, em sua feia cabeça provida de pinças, era leitoso. A aranha era cega.

     - Quem é? - Disse, batendo rapidamente as pinças.

     - Homens. - Bateu a aranha que apanhara Harry.

     - É Hagrid? - Perguntou a aranha aproximando-se, os oito olhos leitosos movendo-se vagamente.


     - Estranhos. - Bateu a aranha que trouxera Rony.

     - Mate-os - Bateu Aragogue preocupada. - Eu estava dormindo...

      - Somos amigos de Hagrid! - Gritou Harry. Seu coração parecia ter do peito e ido bater na garganta.

      Clique, clique, clique fizeram as pinças das aranhas por toda a depressão. Aragogue parou.

      - Hagrid nunca mandou homens à depressão antes. - Disse lentamente.

     - Hagrid está enrascado. - Disse Sophie respirando muito rápido. - Foi por isso que viemos.

      - Enrascado? - Exclamou a aranha idosa, e Harry pensou ter sentido preocupação no clique das pinças. - Mas por que o mandou?

 

      Harry pensou em se levantar, mas decidiu o contrário; achou que as pernas não o agüentariam. Então falou do chão, o mais calmo que pôde.

 

      - Na escola acham que Hagrid andou fazendo uma... Uma coisa com os alunos. Levaram ele para Azkaban.


      - Mas sabemos que não foi ele... - Disse Sophie lentamente se levantando com a cabeça abaixada.

       Aragogue bateu as pinças furiosamente, e a toda volta da depressão o som foi repetido pela multidão de aranhas; era como um aplauso, exceto que, em geral, aplausos não faziam Harry sentir náuseas de medo.

      - Mas isso foi há anos. - Disse Aragogue preocupada. - Anos e anos atrás. Lembro-me muito bem. Foi por isso que o fizeram sair da escola. Acreditaram que eu era o monstro que morava na chamada Câmara Secreta. Acharam que Hagrid tinha aberto a Câmara e me libertado.

 

      - E você... Você não veio da Câmara Secreta? - Perguntou Harry, que sentia um suor frio na testa.


      - Eu! - Exclamou Aragogue, batendo as pinças zangada. - Eu não nasci no castelo. Vim de uma terra distante. Um viajante me deu de presente a Hagrid quando eu ainda estava no ovo. Hagrid era só um garoto, mas cuidou de mim, me escondeu num armário do castelo, me alimentou com restos da mesa. Hagrid é um bom amigo e um bom homem. Quando fui descoberta e responsabilizada pela morte da garota, ele me protegeu. Tenho vivido aqui na floresta desde então, onde Hagrid ainda me visita. Ele até me arranjou uma esposa, Mosague, e você está vendo como a nossa família cresceu, tudo graças a bondade de Hagrid...

      Harry reuniu o que restava de sua coragem.

     - Então você nunca... Nunca atacou ninguém?

      - Nunca. - Falou rouca a aranha. - Teria sido o meu instinto, mas por respeito a Hagrid, eu nunca fiz mal a um ser humano. Não conheço parte alguma do castelo a não ser o armário em que cresci. A nossa espécie gosta do escuro e do silêncio...

 

      - Mas então... Você sabe o que matou aquela garota? - Perguntou Harry. - Porque a coisa que matou está de volta atacando pessoas outra vez...

 

     Suas palavras foram abafadas por uma eclosão de cliques e o ruído de muitas pernas longas a se agitar com raiva; grandes sombras escuras moveram-se a toda volta.


     - Acho que não devia ter perguntado isso, Harry. - Sussurrou Sophie.

      - A coisa que mora no castelo - disse Aragogue - é um bicho que nós aranhas tememos mais do que qualquer outro. Lembro-me muito bem como supliquei a Hagrid que me deixasse ir embora, quando senti a fera rondando pela escola.

      - O que é? - perguntou Harry pressuroso.

      Mais cliques altos, mais movimentos; as aranhas pareciam estar fechando o cerco.

      - Cala a boca, Harry! - Resmungou Sophie baixo.

      - Nós não falamos nisso! - disse Aragogue com rispidez. - Não mencionamos seu nome! Eu nunca disse nem a Hagrid o nome daquele temível bicho, embora ele tenha me perguntado muitas vezes.


      Harry não quis insistir no assunto, não com as aranhas se aproximando
por todos os lados.

      Aragogue parecia ter-se cansado de falar. Estava recuando lentamente para sua teia em forma de cúpula, mas as outras aranhas continuaram a se aproximar devagarinho de Harry, Sophie e Rony.

       - Bem, então vamos embora. - Falou Harry, desesperado, a Aragogue, ouvindo as folhas farfalharem às suas costas.

      - Embora? - Repetiu Aragogue lentamente. - Acho que não...

     - Mas... Mas...

     - Meus filhos e minhas filhas não fazem mal a Hagrid, porque eu assim ordeno.

      - Quando eu fala pra você correr, você pega o Rony e o Canino e corre. - Disse Sophie baixo. Harry olhou surpreso para ela enquanto a mesma continuava olhando para onde Aragogue falava.

      - Mas não posso negar a eles carne fresca, quando ela entra com tanta boa vontade em nosso ninho. Adeus, amigo de Hagrid. - Nesse momento várias aranhas começaram a andar até eles.

      - Harry, corre! - Gritou Sophie pegando a varinha e apontando para as aranhas e lançando um raio azul nelas fazendo várias recuarem para trás.

     Harry virou-se depressa. A poucos passos, erguendo-se acima dele, havia uma parede maciça de aranhas, dando cliques, os muitos olhos brilhando nas cabeças feias.
    Havia aranhas demais, mas ao tentar se levantar, pronto para morrer lutando, ouviu uma nota alta e longa, e um clarão de luz atravessou a depressão. O carro do Sr. Weasley roncou encosta abaixo, os faróis acesos, a buzina tocando, derrubando aranhas para os lados; várias foram atiradas de costas, as múltiplas pernas sacudindo no ar. O carro parou cantando os pneus diante dos garotos e as portas se abriram.

     - Entrem! - Gritou Sophie empurrando Rony e Harry para dentro do carro. - Canino, vem!

     O cachorro entrou rapidamente no carro. E quando Harry e Rony haviam entrado no carro, Sophie fechou ambas as portas.

     - Leve-os para longe da depressão. - Disse Sophie olhando para o carro que deu ré.

     - Sophie!! - Gritou Harry enquanto o carro se afastava. - Volta! RONY VOLTA PARA LÁ!

     - É o carro, não sou eu! - Disse Rony apavorado.

      - VOLTA! NÃO! ELA NÃO PODE FICAR! VOLTA SEU CARRO IDIOTA! - Gritou Harry dando socos no carro.

     Harry olhou para frente e viu um raio vermelho na direção do céu e depois disso, ele não viu mais nada pois o carro já estava muito longe e já estava voando para longe da floresta.

     O carro desceu na orla da floresta e parou tão de súbito que eles quase saíram pelo pára-brisa. Canino atirou-se contra a janela tal era a sua ansiedade para sair e quando Harry abriu a porta, ele disparou por entre as árvores para a casa de Hagrid, o rabo entre as pernas. Harry saiu do carro desesperado com as mãos na cabeça e os olhos marejados. Não fazia a mínima ideia do que fazer, ele havia deixado sua própria irmã dentro da depressão.

      - Temos que buscar alguém! - Disse Rony ao lado dele. - Eu vou até o Castelo, talvez Dumbledore ainda esteja aqui!

     Harry ia responder quando alguma coisa pulou sobre os dois e correu pela floresta em alta velocidade que Harry não soube o que poderia ter sido mas a dívida saiu de sua cabeça quando um rugido foi ouvido pela floresta.

      - Aslan! - Exclamou Harry abrindo um pequeno sorriso. - Ele foi até ela, Rony! Ele foi até ela!

      O Potter mais novo não soube quanto tempo se passou quando Aslan saiu das árvores com Sophie deitada sob suas costas e com o rosto deitado na juba fofa do Leão.

      - Soph! - Disse Harry indo até as Aslan e pegando a mão da irmã. - Sophie, você esta bem? Se machucou?

     - Eu quero ficar sem ver aranhas durante cinco anos no mínimo! - Resmungou Sophie. - Vocês estão bem?

     - Estamos...

     - Estamos? Não estamos não! Sigam as aranhas! Se um dia Hagrid sair de Azkaban, eu mato ele! Do que adiantou ir até lá? O que a gente descobriu?! - Exclamou Rony completamente vermelho e irritado.

     - Que Hagrid nunca abriu a Câmara Secreta. - Respondeu Harry olhando para Sophie.

     - Ele era inocente. - Completou Sophie.

      - Certo. - Resmungou Rony se sentando na grama.

       - Você esta bem mesmo? - Perguntou Harry olhando para Sophie que ainda estava deitada em Aslan e olhava para o céu.

       - Um pouco tonta. - Disse Sophie respirando devagar. - Irei na sala de Dumbledore, falarei com os outros diretores sobre a ausência dele e depois vou a Ala Hospitalar. Vejo vocês amanhã na visita para Mione.

      Sophie entrou com Aslan no Castelo sem usar a capa e foi direto para a sala do diretor para avisar aos outros diretores sobre a ausência de Dumbledore enquanto Rony e Harry voltaram para o dormitório.

     Rony caiu na cama sem se dar o trabalho de tirar a roupa.

     Harry, porém, não sentia sono. Sentou-se na borda de sua cama de colunas, pensando em tudo que Aragogue dissera.


     A coisa que se escondia em algum lugar do castelo, pensou, parecia uma espécie de monstro Voldemort - nem mesmo outros monstros gostavam de nomeá-lo. Mas ele e Rony não estavam nem perto de descobrir o que era, nem como petrificava suas vítimas. Até mesmo Hagrid jamais soubera o que havia na Câmara Secreta.

 

     Harry puxou as pernas para cima da cama e se recostou Não conseguia ver o que mais poderiam fazer. Tinha encontrado becos sem saída por todos os lados. Riddle apanhara a pessoa errada, o herdeiro de Slytherin escapara, e ninguém saberia dizer se era a mesma pessoa ou outra diferente, que abrira a Câmara desta vez. Não havia mais ninguém a quem perguntar. Harry ficou deitado, ainda pensando no que Aragogue dissera. O sono vinha chegando quando o que lhe pareceu a ultimissima esperança lhe veio à cabeça e ele de repente se sentou na cama.


      - Rony. - Sibilou no escuro - Rony...

     O amigo acordou com um ganido como o de Canino, correu os olhos arregalados à volta e viu Harry.

 

      - Rony, aquela garota que morreu. Aragogue disse que ela foi encontrada no banheiro. - Falou Harry sem dar atenção aos roncos fungados de Nevillle que vinham de um canto. - E se ela nunca saiu do banheiro? E se ela continua lá?

 

     Rony esfregou os olhos, franzindo a cara para a lua. E então ele também entendeu.

 

    - Você não acha que... Não a Murta Que Geme?


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