O Mago das Espadas Aqueles que Buscam seus Sonhos escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 45
O Quarto povo de Yamato


Notas iniciais do capítulo

Boa noite magos e magas! Estamos de volta com mais um capitulo da saga O mago das Espadas! Depois de muita espera e deduções, hoje finalmente iremos descobrir o projeto secreto de Tadashi!

Alguns já devem saber, no entanto a revelação ira surpreender a todos... tenho certeza!

E sem mais delongas, vamos ao capitulo da semana!!!



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Desde do fim da guerra Yamato mudou para melhor. Prédios foram construídos nos lugares das construções destruídas, estradas de terra gastas foram pavimentadas, alimentos que não mais cresciam nos solos encharcados de sangue agora eram produzidos em estufas protegidas da poluição e da ação de venenos, eletrodomésticos e aparelhos de última geração substituíram os utensílios de barro e madeira.

Tudo sem exceção evoluiu para melhor, mais nada do que cientistas e projetistas inventassem se comparou com a criação dos robôs. Os seres de aço ajudaram na reconstrução da cidade pós-guerra, graças a sua força e tamanhos Yamato renasceu das cinzas!

O povo ficou tão feliz que em agradecimento concedeu aos robôs o título de cidadãos de San Fransyko tornando-se assim

O Segundo povo de Yamato.

Os primeiros, claro eram os humanos.

Séculos depois da criação dos gigante outro fato chamou ainda mais a atenção da cidade do amanhã. Graças aos avanços tecnológicos foi possível evoluir os gigantes de aço para versões menores, do tamanho de seres humanos e até sua aparência. Surgiam ali os Persocons, androides de aparência dócil e gentil que ajudavam os humanos em tarefas que os robôs não conseguiam como cuidar de pessoas enfermas, atendentes de lojas, babas, e uma infinidade de benefícios que os adorados androides pudessem fazer.

E assim como os robôs que ajudaram na evolução da cidade os persocons também ganharam o título cidadãos de San Fransyko tornando-se assim...

O Terceiro povo de Yamato.

Três povos diferentes em uma mesma terra, um feito de carne e osso, outro de aço e engrenagens e outro de plástico, diferenças e preconceito haviam. O segundo e o terceiro povo eram explorados como já vimos capítulos atrás e apesar da engenhosidade de cientistas e projetistas ninguém mais acreditava que surgiria uma nova classe de máquinas que andassem e se comunicassem.

Como eles estavam enganados...

No centro do jardim artificial da do grande prédio de concreto e vidro.

O palco estava montado, os holofotes ligados o iluminavam, sentia a emoção transbordar por seu corpo. Finalmente após anos exaustivos tentando ser reconhecido por seu talento e não pela acunha de filho de alguém, iriam se recompensados. Sua flor estava ao seu lado, ela não sorria e nem parecia feliz, mas isso não importava, só sua presença já era satisfatória, mesmo sua ameaça recente não o incomodava, afinal tudo se resumia aquele momento, se seu pai o visse agora...

“Espero que esteja me vendo daí do abismo pai! Pois hoje me livro de seu legado... pra sempre!”

Sorri e começa:

— Meus caros irmãos e irmãs, hoje completamos quatorze anos de nossa amada confraternização no solo dos não-magos, isso mostra apenas que as leis deles não se aplicam e nunca se apriscaram a nós!

Alguns aplausos e brados de apoio são ouvidos, Mérida que estava entre o público rola os olhos enquanto o quarteto de comerciantes que conversavam tinham agora toda sua atenção para o Hamada.

— Espero que ele apresente algo que realmente valha a pena. – Comenta Mohamed.

— Idem! – Retruca Barba-negra. – As últimas confraternizações foram um fiasco, espero que esse almofadinha tenha algo descente para mostrar.

— Paciência irmão, vamos dar uma chance para o menino. – Diz Johann calmamente, enquanto o quarto membro do grupo, Lorde Laistor mantinha seus olhos azuis fora do palco, mais precisamente sobre a princesa de cabelos ruivos. – O senhor não tira os olhos da menina desde que a viu Lorde.

— O quê? – O lorde se volta para Johann.

— Ela realmente é uma linda moça, mais acho que ela é muito jovem para o senhor. – Comenta o comerciante com um olhar maldoso.

O lorde por sua vez retruca:

— Não pense besteiras Johann, não sou igual a esses lixos que usam de suas autoridades e poder para abusarem de meninas mais novas! – Os olhos azuis do lorde brilham em ódio puro, podia ser um homem do mercado negro, mais ainda tinha sua honra.

— P-Perdão milorde, é que o senhor está fitando a menina a tanto tempo que pensei...

— Pensou errado! – Corta o lorde. – Agora cale a boca, quero ouvir o que esse moleque tem a dizer.

O comerciante nem ousou responder de volta, se virou para o palco se tremendo todo, o lorde por sua vez também se virou, mas se permitiu olhar uma última vez para a menina de cabelos ruivos encaracolados e de olhos azuis safiras que lhe despertou lembranças antes esquecidas.

“Seria possível?”

Pensou o lorde que sacudiu a cabeça voltando sua atenção para o palco onde está Tadashi, já a aprincesa ruiva olhava fixamente para sua amiga ao lado do Hamada. Zie não demostrava nenhuma expressão, mas Mérida sabia que por dentro estava se remoendo de nojo e ódio.

“Aguenta amiga... logo a gente descobre o que esse traidor tá escondendo!”

Pensa a ruiva serrando os punhos, nesse meio tempo o persocon que atendeu as meninas no banheiro arrumava algumas mesas que os magos deixaram vazias para se aproximarem do palco e assistirem a exibição. O androide discretamente tira de sua roupa de garçom uma memory box, a coloca sobre a mesa e aperta a opção de gravação. Sorri e se afasta deixando a mesa.

Nisso Tadashi continuava seu discurso:

— Como vocês já devem perceber... eu sou natural desta terra. – O tom de voz do rapaz era de repulsa. – Mais acreditem... sou um de vocês! Sou um mago que visa a melhoria e o fortalecimento do mundo da magia em seu toldo!

Rapunzel serra os olhos.

— Por isso, achei injusto uma país derrotado como Yamato ditar suas regras sobre vencedores como nós.

Alguns magos murmuram em afirmação.

— O certo... é o vencedor ditar as regras, não o contrário! – Brada o Hamada. – Não podemos temer Yamato apenas por sua tecnologia ou sua aliança com Gaurasia!

Agora alguns magos gritavam em concordância.

— Os Dinotores, já não são mais aquela raça guerreira de outrora! Eles se acomodaram a vida mansa e ficam gastando seu tempo vendo tv e comendo... ridículos!

A maioria dos magos riram após esse comentário, Zie ao contrário fechou a cara, odiava ver os magos denegrindo outras raças apenas por serem diferentes. Mais no fundo ela sabia que era uma forma de espantar o medo, já que os antigos Dinoteres eram detores de uma força colossal que rivalizava com os monges de Yamato.

“Bando de hipócritas!”

Os magos e Tadashi riam, quando uma mão é erguida na plateia.

— Eu não estaria tão certo disso menino.

Os risos cessam na mesma hora, toda atenção é voltada para a pessoa que falou agora a pouco.

— Perdão... o que o senhor disse? – Questiona Tadashi para o corsário que ainda mantinha a mão erguida.

— É o que eu disse bacalhau! – Brada o corsário Barba-negra ao lado de seus amigos que o encaravam sem entender. – É verdade que a maioria dos Dinotores não possuem mais aquele espirito de luta avassalador... mais a exceções!

— Como? – Inquere o rapaz.

— Todos aqui sabem que transporto mercadorias por rotas... “seguras”. – Comenta o corsário. – Uma dessas rotas passa ao lado de Gaurasia, até temos um porto secreto por lar, para abastecer e repousar um pouco e tirar água do joelho.

Algumas risadas se seguem após as palavras do corsário.

— Tudo era normal e rotineiro, chegávamos rápido e vazávamos rápido, só que num dia... algo fora do comum aconteceu!

— Como assim meu amigo? – Pergunta Johann.

O corsário suspira, parecia um pouco assustado.

— Um dia como qualquer outro, meus homens e eu aportamos no porto como de costume, foi quando ouvimos um estrondo!

Todos no recinto ouviam o corsário.

— Achava que podia ser um criatura que havia fugido do cativeiro, sem pensar duas vezes mandei meus homens subirem abordo para zarparmos, foi quando da mata surgiu um pequeno felino alado que voo a toda velocidade para meu barco. Se agarrou em mim e por incrível que pareça falava!

— Felino voador?! – Questiona Tadashi incrédulo. – Senhor creio que sua história seja “deveras” interessante, mais temos uma agenda para cumprir então...

— CALA A BOCA SEU MERDA, EU QUERO OUVIR O RESTO DA HISTÓRIA! – Brada uma ruivinha revolta no meio da plateia e Zie teve que se segurar para não rir. – Pode continuar seu Barba!

— Obrigado! – Agradece o corsário. – Então segurei o felino pelo rabo e ele implorava para que a levassem daquela ilha, pois se não saísse... o demônio a acharia!

— Demônio? – Questiona Mohamed.

— Pois é eu também não acreditei, foi então que aconteceu... – A voz do corsário era sombrinha e apavorante. – Um berro no meio da floresta foi ouvido, a gatinha voou para dentro do barco, o céu ficou negro, as árvores chacoalhavam, a terra tremia e sua voz era ensurdecedora!!! – Berra o homem lembrando da tenebrosa experiência. – Então como um fantasma ele rompeu pelas arvores, correu pela areia da praia a levantando encobrindo sua figura, a cada passado o barco tremia e quando ele se aproximou de nos... aconteceu o impossível!

Todos prendiam a respiração, Mérida comia um saquinho de pipoca, Tadashi estava incrédulo ao ver sua apresentação ser transformada em uma história de pescador.

Mais nada, nada os prepararia para a revelação a seguir.

— Então... sem imaginar o que poderia acontecer, meu navio, meu poderoso e imenso navio... FOI ERGUIDO NO AR!!!

— O QUÊ?!!! – Berram todos no salão.

— Caracules!!! – Berra Mérida jogando o saquinho longe. – E depois?!

— O ser misterioso sacudiu meu navio pelo que parecia uma eternidade, todos os meus homens e mercadorias caíram no mar ou na paria. Eu mesmo cai a poucos metros do navio e junto ao pequeno felino alado que estava mais assustado do que qualquer um ali. Foi quando o monstro encoberto pela areia percebeu que seu alvo já não estava mais abordo, colocou meu navio de volta no mar como se colocasse um barco de papel em um lago e eu puder vê-lo! Era redondo, rosa, provavelmente o ser mais fofo que já vi na minha vida, seus olhos eram roxos e vestia o que aprecia ser um macacãozinho de bebê!

Todos piscaram sem entender.

— É o quê?! – Berra Johann!

— O monstro na verdade era... UM BEBÊ DINOTOR!!!

— O QUÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!! – Todos no jardim gritam incrédulos com tal revelação.

— Espera aí seu Barba? – Inquere Mérida. – Tá dizendo que um bebezinho dinotor levantou seu navio inteiro... só com as mãozinhas?!

— Eu sei que pode parecer ridículo, mais é a pura verdade! – Exclama o corsário. – Depois disse ele pediu desculpas pela confusão, pois estava atrás da “merendeira” dele, vulgo felino alado! Pegou o bichano pelo pescoço e saiu correndo pela paria voltando para a floresta... nunca esquecerei aquele dia... o dia que encontrei com... O Demônio Rosa!

O título da pequena criatura ecoou pelos jardins e logo um grito foi ouvido:

— UAAAHHHH!!! ENTÃO NÃO ERA UM SONHO!!!

— Ah? – A princesa de Dunbroch se vira vendo um homem surtar. – O que tá havendo?

— Então não fui só eu que o vi... ELE EXISTE MESMO!!! – Berra um homem no meio do público, que desmaia logo em seguida.

— Eu também o vi! – Brada outro homem. – Ele entrou em meu barco, revirou tudo para achar o tal felino. O felino é o sinal que o Demônio Rosa está por perto!!!

E outros magos começavam a revelar momentos perturbadores de encontro com o estranho e engraçado ser, Mérida por sinal estava adorando isso.

— Sabe, de uma hora pra outra essa reunião ficou bem mais interessante!

Só que havia alguém que não estava gostando nem um pouco daquele alvoroço, afinal todo o foco que era para ele havia ido para o tal “demônio rosa” e isso o deixou extremante revoltado.

— JÁ BASTA!!! – Brada em fúria o Hamada pelo microfone fazendo todos se calarem. – Escutem! Não estamos aqui para falar de lendas, histórias de pescadores ou de demônios rosas!

— UAAAAHHHHH!!!! O DEMÔNIO ROSA!!! – Grita alguém na multidão.

— CALADOS!!! – Grita o rapaz. – Estamos saindo do foco, estou justamente aqui para acabar com esse medo enfadonho sobre essas raças selvagens!!!

Novamente Zie teve que se segurar, os dinotores podiam ser sim um povo diferente, mais foi graças à ajuda deles que os monstros mais selvagens e perigosos do mundo estavam presos. Eles lutaram por sua liberdade e ainda ajudaram o mundo da magia, chamá-los de selvagens era o cúmulo da ignorância.

“Tadashi o que você está tramando?”

— Então devemos supor que sua invenção ou projeto, seja lá o que for, daria segurança a todo o mundo da magia? – Questiona o lorde de Dunbroch e o Hamada sorriu.

— Exatamente!

Todos no salão ficam intrigados, então o jovem mago continua:

— Desde que a magia existe tentamos entender seu uso das mais diversas formas possíveis, mas mesmo que um mago empregasse toda sua vida, não conseguia encontra todas a respostas que busca. O tempo estava contra ele, ou melhor, contra todos nós!

Os magos murmuram em confirmação, podiam ter ótimas ideias, magias excepcionais para criar, mas o tempo sempre agia contra eles, como se fosse uma divindade que os impedia de prosseguir nos mais avançados, secretos e obscuros caminhos da magia.

— Por isso muitos irmãos tentaram vencer o tempo, na busca por poderem estudar a magia sem limitações, tendo a eternidade ao seu lado para usufruir do que mais amam. – Nesse momento olhou para Zie dando uma piscadela para a princesa que vira o rosto.

Sorri se voltando para sua plateia.

— Infelizmente... eles falharam, não por falta de tentativas, mais sim pela falta de conhecimentos digamos... não ortodoxos.

Mérida que está na plateia cruza os braços pensando no que o Hamada queria dizer com aquilo. Tal pensamento era o mesmo dos outros magos que não entendiam onde o jovem queira chegar. 

— Confusos? Eu não os culpo, mais saibam que aqueles que podem transcender o tempo já se encontram aqui, neste jardim!

— Ah?!

Todos os magos no salão olham ao redor, mas não vinham nada de diferente, apenas os persocons e nada mais.

— Do que você está falando menino? Só tem esses androides aqui junto conosco! – Comenta um mago.

Um imenso sorriso se forma na face do jovem mago.

— Exatamente meus caros.

— Hum?

— Vocês por acaso já se perguntaram, quanto tempo “vivem” as maquinas desta cidade?

Ninguém respondeu, afinal nunca se preocuparam com maquinas de um povo sem magia.

— Pois pasmem meus amigos, um simples robô feito de aço, engrenagens e fios, pode “viver” entre cem ou até cento e cinquenta anos!

Vozes de espanto ecoaram pelo jardim, alguns começaram elevar suas vozes incrédulos, outros continuaram em silencio pensando no que acabaram de ouvir, a princesa de Dumbroch era um desses.

“Peraí, se isso for verdade, se os robôs podem viver por mais de um século com certeza os magos vão querer saber como e isso pode gerar...”

A princesa olha envolta e começa a perceber que os magos mudaram de expressões, não eram mais de espanto ou surpresa, mais sim de indignação e ódio. Obvio, eles não iriam aceitar que máquinas sem vontade própria pudessem viver mais do que um mago, para eles isso era...

— Uma blasfêmia!!! – Grita um mago da plateia. – Como esses não-magos ousaram criar seres sem Aura ou sem a graça de nossa Deusa Althena! E ainda por cima dá-los o dom de longevidade... isso não pode ser aceitado!!!

Gritos de protesto e ódio explodiram, alguns magos sacaram suas varinhas e praguejavam contra as máquinas e o povo de San Franskyo por sua audácia e afronta contra desafiar o tempo e as leis sagradas da magia. Mais para Zie e Méri, estudantes de magia sabiam muito bem que esse repudio não tinha nada a ver com afrontar Althena e as leis da magia ou o tempo, mais sim porque o segredo da longevidade não foi descoberto por eles, os “magos”, e sim por um povo que renegava a magia até o último instante, ou seja, não-magos. Um povo oprimido e sem qualquer educação magica, conseguiu com esforço e dedicação superar centenas de magos que se trancafiavam em laboratórios pesquisando o segredo da “vida eterna”, por anos e anos sem sucesso.

A sensação de ódio e preconceito contra os não-magos subiu a níveis perigosos em apenas dois minutos e o causador de toda essa torrente de ira e indignação olhava seu feito de cima do palco... sorrindo.

“Perfeito.”

— Tadashi! – Uma voz conhecida chama o Hamada que vira parte do rosto encarando sua amada flor, que estava com o semblante bastante preocupado.

— Sim minha bela flor?

— Que bela flor que nada! Olha o que você fez! – Ralha a princesa apontando para a multidão. – Se você queria caos, parabéns conseguiu! Essas pessoas que já viam quem não sabe usar magia com ódio e desprezo, ficou ainda pior!

O rapaz a olha com olhar de sonso.

— Eu não tenho culpa disso minha flor, eles tiraram as conclusões por conta própria, só joguei uma informação básica, todos de San Franskyo sabem da vida longa das maquinas.

— Mas essas pessoas não são daqui, é obvio que eles desconheciam essa informação completamente! – Diz a princesa. – Tadashi você sabe tão bem quanto eu que muitos magos não toleram serem passados para trás, principalmente por...

— Não-magos? – Questiona o Hamada cruzando os braços.

— Sim! – Brada Rapunzel. – De um jeito nisso, se não daqui a pouco eles vão querer sair desta torre e atacar as pessoas lá fora!

— Olha até que isso não seria uma má ideia.

— TADASHI!!!

A princesa explode ao ouvir aquelas palavras tão sem noção do jovem mago.

— Tá bem, tá bem, só estou brincando com você minha flor. – Responde o jovem mago balançando as mãos. – Você e esse pessoal se estressa com facilidade e isso que eu ainda nem falei dos persocons. – Da uma picadela para a princesa que sente seu corpo gelar.

— C-Como assim? – A princesa de Corona olha para os persocons do salão que não se moviam e nem expressavam nenhuma reação. Olhou de volta para o rapaz e entendeu de imediato. – Os persocons também podem viver por um século?

O Hamada gargalha.

— Um século? – Se aproxima da princesa, segura seu queixo rapidamente, aproxima seus lábios do ouvindo da jovem e sussurra:

— Eles podem viver por até três séculos!

Ao ouvir isso a princesa se afasta em choque, nem em seus maiores sonhos conseguiria imaginar tal coisa. Aqueles simpáticos androides podiam viver por inúmeras gerações.

Como?!

— Mais isso é...

— Impossível?

A princesa meneia a cabeça em afirmação.

— Mais eu lhe asseguro... é verdade! – O rapaz se vira para a plateia. – Quando ainda vivia aqui eu não me importava com esse fato de longevidade, foi só quando abracei a magia que entendi que os magos precisavam do tempo ao seu lado para completar seus experimentos e aumentar seus poderes. Foi então que eu percebi a injustiça deste lugar, como não-magos conseguiram algo que nós magos nem chegamos perto de descobrir, minha primeira atitude era me vingar desse povo que nos desafia e não sabe aceitar a derrota!

A voz de Tadashi era carregada de ira e repulsa, Rapunzel que ô ouvia não conseguia acreditar em tamanho ódio. Se fosse contra um povo de outra nação ela entenderia, mas não! Ele estava maldizendo seu próprio POVO! Era como se ele nunca tivesse nascido, nem vivido em Yamato, era como um príncipe nascido em berço de ouro que queria destruí e oprimir qualquer um que o desagradasse. Ideais de uma pessoa perigosa que não tem limites e que sempre quer mais e mais.

“Como não vimos isso antes?!”

Se pergunta a princesa.

“Como não percebemos que havia um monstro perto de nós!”

Morde os lábios com força.

“Alguém disposto a causar guerra e sofrimento os disfarçando por trás de um belo sorriso!”

Olha mais uma vez para o ex-amigo e pode ver seus olhos castanhos brilharem em vermelho sangue.

“Um verdadeiro mago das trevas, de corpo e alma!”

— Por isso... – As voz do mago a desperta de seus pensamentos. – Eu vou usar o medo e o ódio como arma, para que finalmente eu possa ocupar meu lugar de direito.

— O quê?!

Sem responder o jovem mago chega na beirada do palco, ergue o microfone próximo a boca e diz:

— Meus irmãos!

As discussões e brigas que se alastravam pelo jardim sessam ao ouviram a voz do Hamada. Inúmeros olhos o fitavam, ouvidos estavam aguçados para ouvir o que o jovem mago tinha a dizer.

— Eu compreendo a raiva de vocês e a compartilho... ver pessoas que nem sabem entoar um simples feitiço ousarem alçar voos mais altos que nós é o cúmulo, no entanto, será que devemos revidar tudo fogo-com-fogo?

Os magos no salão arregalaram os olhos sem entender.

— Será que devemos sair atacando os não-magos por terem conseguido algo que nós não?

Todos o ouviam em silencio.

— Poderíamos pegar nossas varinhas e marchar contra eles e acabar com sua prepotência!

Os magos gritam em coro, deixando as princesa preocupadas.

— Causar uma nova guerra que com certeza ganharíamos! – Brada o jovem que é apoiado por todos. – Mas... será que o sacrifício valeria a pena?

No mesmo tempo que os brados de concordância ao Hamada ecoaram, também se silenciaram.

— Uma coisa que eu apreendi na minha escola... o que não deve ser supressa para alguns de vocês, é que nos ensinam que... a guerra armada, só deve ser travada em último recurso.

O jovem anda de um lado para o outro do placo.

— Uma guerra armada demanda de vários recursos, alianças e estratégias, além de claro... colocar a vida de irmãos magos e magas em risco.

Explica.

— O fato meus irmãos... é que esta guerra não deve ser travada com os punhos ou magia, mais sim com isto!

Aponta para sua própria cabeça.

— A mente!

Respira fundo recuperando o folego.

— Eu nasci nesta terra e sempre sonhei com um ideal... juntar a magia e a tecnologia em uma só coisa. Mas minhas ideias não eram bem aceitas, afinal o povo desta terra tinha rancor do mundo lá de fora, meus ideias e crenças de unir ambos foram renegados pelo meu próprio pai que preferiu ajudar meu irmão mais novo que “amava” e só pensava na tecnologia!

Todos os magos no jardim ouviam boquiabertos.

— Em suma... eu era um sonhador numa terra sem sonhos. – Filosofa o jovem. – Então quando eu achava que não haveria mais esperanças para mim, recebi uma carta do mundo da magia, me abrindo as portas da verdade, do verdadeiro conhecimento e sem hesitar larguei tudo nesta terra ingrata e fui para o mundo dos meus sonhos... e fui acolhido de braços abertos por todos vocês... obrigado...

O jovem mago se curva para a plateia que o aplaude após ouvirem sua história de superação e luta. Uma lágrima que escoria por sua face esquerda que rapidamente a enxuga, funga e continua:

— Obrigado... então após alguns anos estudando meus esforços de unir a tecnologia e a magia começaram dar frutos.

— Ora... as coisas estão começando a ficar interessantes. – Sussurra Johann alisando sua barba.

— Unir a tecnologia e a magia... isso é possível? – Questiona Mohamed.

— Vamos saber agora. – Responde Laistor com os olhos fixo no palco.

— Só espero que sirva para enfrentar... vocês abem quem?! – Comenta Barba-negra olhando para os lados como se procurasse um certo demônio.

— Mas para isso eu precisava voltar a esta terra que me renegou par atualizar meus conhecimentos sobre a tecnologia e também... enfrentar meus desafetos!

As princesas arregalam os olhos depois essa última frase.

— Meu pai havia morrido em um de seus experimentos levando consigo minha amada mãe, restando meu irmão mais novo... o preferido!

A voz de Tadashi muda ao se referir do irmão e Zie e Mérida percebem isso no ato.

— Com esperança tentei convencê-lo a me ajudar em meu projeto, deixando o passado para trás, mas ele negou em me ajudar, a mim! Seu irmão que veio cheio de esperança e amor, foi complemente ignorado e humilhado por ele!

Os magos gritaram em revolta contra o suposto irmão de Tadashi, já as meninas se retorciam por dentro, lembravam bem que o Hamada mal falava do irmão na escola e nem quando voltou conversavam direito, Hiro poderia ter seus problemas com a magia, mais de acordo com tia Cass sempre estava disposto a ajudar os outros, por isso entrou na polícia. Se Tadashi tivesse realmente vindo falar com ele, oferecer um plano que ajudaria tanto os magos como os não-magos... ele não negaria. 

“Ele tá tentando fazer o Hiro de vilão da história!!!”

Brada Mérida por dentro.

“Assim ganhando a empatia dos outros o vendo como um sofredor e injustiçado, quando na verdade é o contrário!”

Deduz Rapunzel.

— Então me vi sozinho novamente, no entanto estava mais sábio e mais decidido do que nunca a completar me objetivo... e consegui!

Todos no salão olhavam sem piscar.

— Irmãos e irmãs, após muitos desafios, magoas e frustrações vencidas... EU... Tadashi Hamada, concretizei meus sonho!!! O de unir a tecnologia dos não-magos com o conhecimento infinito da magia!!!

Ergue os braços para o alto e brada com toda sua força.

— Eu lhes apresento a pesquisa que vencera o tempo! A nova e maior classe de maquinas já criadas!

A aponta para o centro do jardim e finaliza:

— OS CIBORGUES!!!

A som da voz do jovem mago o chão feito de pedras cinzas treme, todos em volta se assustam e se afastam. Uma fissura surge em seu meio que começa a se mover, criando uma abertura em formato de círculo. Ecos de engrenagem são ouvidos por todos no salão, da abertura recém criada algo começa a emergi, de início os magos não conseguiam entender ou compreende o que era, já que não estavam acostumados a ver objetos cilíndricos, feitos de vidro e aço. Mais para pessoas da cidade do amanhã, aquilo era chamado de “Capsulas Criogênicas”, eram unidades onde persocons era mantidos para transporte, venda, recarregamento, manutenção e outras funções. Mérida e Rapunzel haviam visto várias delas na cidade durante seus passeios, viam os androides entrando e saindo delas a todo o momento. No entanto, o que estava dentro daquela capsula não era um persocon, ou um robô, ou qualquer máquina conhecida. Tinha o tamanho de uma pessoa adulta. Sua face era branca pálida, sem cabelos ou pelos pelo rosto, abaixo do pescoço a pele era diferente, era metálica, mais maleável, seus braços eram feitos de metal negro, suas mãos cobertas por grossas luvas de cor cinza, suas pernas também eram feitas do mesmo matéria dos braços só que mais anatômicos, podiam ver o que pareciam ser músculos só que brancos, os pés não tinham dedos, eram do formato de solas. Fios estavam conectados por todo o seu corpo, em seu peito havia um símbolo igual o que estavam nas bandeiras que as meninas viram ao entrar no colossal prédio e em sua cintura portava duas espadas uma de cada lado. Não se mexia e nem parecia estar respirando, seus olhos estavam fechados como se estivesse em sono profundo.

Todos no salão encaravam aquele ser de maneira espantada e confusa, Johann que estava próximo olha para o tal ciborgue e comenta.

— Mas... isso é um Persocon! – Se volta para Tadashi. – Só que em um outro formato!

O Hamada sorri.

— Eu lhe garanto senhor... ele não é igual a nada do que vocês já viram!

— Ah?

— Johann! – A voz de Laistor chama a atenção do comerciante. – Como você não está acostumado a lutar, entendo que não possa senti-la em sua plenitude... mas nós... que estamos acostumados a lutar e a defender nossas vidas podemos sentir!

O comerciante não entende as palavras do lorde, foi então que percebeu as feições de seu amigo corsário e mouro, ambos olhavam para o suposto ciborgue com os olhos arregalados e espantados, não crendo no que viam.

— Mohamed meu irmão... essa coisa... está emanando o que eu acho que está?! – Inquere o corsário incrédulo.

— Esta meu irmão... você não está sonhando... por que também posso sentir! – O mouro se aproxima mais da capsula e murmura. – Esta maquina esta emanando...

— Aura... – Completa Mérida olhando para o ser dentro da capsula e depois para Tadashi que sortia como nunca! Desvio o olhar para Zie que não também tinha o olhar fixo no ciborgue, com certeza ela também sentiu a Aura que emanava dele.

“Como isso é...”

Pensa a jovem de cabelos ruivos rebeldes, mas logo os tem interrompidos quando o ciborgue abriu os olhos, eram de cor amarela, sem brilho, frios e intimidadores, muito parecidos com os de um certo robô negro e azul que havia conhecido. Os fios que estavam presos ao ser são liberados e ele dá um passo para fora da capsula, depois outro e mais outro, até finalmente estar complemente fora da capsula. Agora no meio do público que o olhava admirado e temeroso ele os encara, seus olhos capturam as face e expressões de cada um que estava a sua frente, seus sensores de mana detectavam que eram todos magos, então como manda seu protocolo...

— Boa noite a todos vocês senhores e senhoras, sou o protótipo de vida artificial de codinome X-001.

Junta as palmas das mãos diante ao rosto, se curva e os cumprimenta.

— É uma honra estar aqui convosco.

E assim o Quarto Povo de Yamato emergiu das sombras para a luz da história!


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Notas finais do capítulo

E assim o quarto povo de Yamato faz sua entrada em nossa historia. Quais serão suas habilidades e funções? Mais o mais importante...seriam eles mais humanos ou mais maquinas?

Nos próximos capítulos teremos as respostas!

Até a próxima!

Desde já uma boa semana para todos nós!

P.S: Você já devem saber quem é o demônio rosa... não é? KKKKKKKKKKK



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