O Mago das Espadas Aqueles que Buscam seus Sonhos escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 35
Aquele que Cria a Destruição


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde meus amigos, estamos de volta com mais um capítulo de O Mago das Espadas!!! Galera em primeiro lugar desculpas novamente por não ter postado na última semana, estava com meu filhote e resolvendo problemas que me impediram de escrever, mais que graças a Deus resolvi!

Obrigado aqueles que me deram apoio e força, não sabem como isso me ajuda... e muito!

Agora sobre o capitulo, preparem-se para pirar, pois hoje veremos como o Alquimia das Trevas é alguém extremamente perigoso e saberemos como a magia funciona no mundo!

Curiosos?

Então sem mais delongas vamos ao capitulo da semana!

Desde já uma boa leitura!



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Meia hora... foi esse o tempo de viagem que o Hamada móvel fez dos arredores de fora da cidade até o porto, onde o alquimista dizia ser seu esconderijo.

— Não têm problema mesmo em levar dois policiais até seu, “covil”? – Pergunta o menino de forma sarcástica e fazendo aspas.

Há, há, há... não se preocupe meu caro! O meu “covil”, está bem protegido! – Responde o homem fazendo aspas irritando o menino que olha para o amigo e resmunga.

— Ele tá me zoando, não tá?!

E Weltall sincero como sempre:

— Preciso mesmo responder?

Após o comentário “sincero” de seu amigão Hiro decidiu calar a boca, estava tentando jogar indiretas para o alquimista desde que voltaram para a cidade, na intenção de conseguir alguma informação, só que ele se provou ser muito mais esperto do que o pequeno policial previa, pois todas as suas indiretas eram respondias... com outras indiretas!

Falta muito pra chegar? – Pergunta o menino.

Não, na verdade acabamos de chegar, pode parar o carro.

Weltall nem esperou as ordens de Hiro para parar, pisou no freio na mesma hora parando o carro em frente a um terreno baldio.

— É aqui?! – Pergunta o pequeno policial olhando para fora.

É sim... bastante tranquilo não acha? – Ao dizer isso uma brisa passa pelo terreno acompanhada de uma bola de feno e o som de uma coruja ao fundo.

— Realmente é uma paisagem bem tranquila. – Comenta o robô.

— ESSE NÃO É O CASO!!! – Brada o menino a plenos pulmões. – Olha aqui seu mago de araque se você estiver brincando com a gente...

— Não é mago... é alquimista... são coisas bem diferentes. – Explica Armatas para a raiva de Hiro.

TÔ NEM AÍ!!! – E sai do carro. – É melhor para de enrolar e nos dizer onde fica esse seu “covil” de uma vez, se não...

— Tá, tá, tá, eu falo... nossa como você é estressado, cuidado com o coração vai acabar tendo um treco assim! – Responde o homem saindo do carro e logo em seguida bagunça os cabelo do menino que fica ainda mais furioso.

É sério amigão... eu tô perdendo a paciência com esse cara!

— Eu já perdi a muito tempo. – Responde o robô saindo do carro e batendo porta com força, fazendo o carrinho tremer. — Mas se ele tem informações... teremos que engolir nosso orgulho... por hora!

O menino passa mão esquerda pelo rosto, estava odiando a situação em que se encontravam, mas é como Weltall disse...

Informação é informação, mesmo que venha... de um mago...

— Alquimista, meu caro, Alquimista! – Corrige Armatas caminhando até o terreno baldio sendo seguido por Hiro e Weltall.

Tanto faz, mago ou alquimista, ambos mexem com magia não é?

O homem sorri com o canto da boca após ouvir as palavras do menino.

Mais ou menos.

— Ah?

— Isso não vem ao caso agora, mais venham... entrem! – O alquimista estica sua mão esquerda em direção ao terreno baldio e o que o menino e seu amigo robô viram os deixou estáticos...

Armatas agarrou algo no ar e esse algo era a própria paisagem a frente deles!

Mas o quê...?

O alquimista afasta a paisagem como se abrisse uma cortina de uma janela e assim que ele fez isso, a dupla pode ver o interior de uma construção, mais precisamente um galpão.

— Mas o que é isso? Que tipo de tecnologia é essa?! – Pergunta o gigante que é respondido pelo homem de negro.

— Isso meus caros... é o que separa a magos... de alquimistas! – Um sorriso de satisfação brota no rosto do homem. – Mas não fiquem ai parados entrem!

A dupla se entreolha... estavam receosos, pois sabiam que se continuassem não teria mais volta. O pequeno policial respira fundo, fecha os olhos e dá um passo à frente, depois outro e mais outro até chegar a entrada do que parecia ser o “covil” do alquimista.

“Não tem mais volta!”

Pensa o menino que olha para trás vendo seu amigo acenar em confirmação com a cabeça. Aquilo já bastava para o pequeno gênio que se virar e entra na construção. O alquimista acena para o gigante que também caminha até a construção, se agacha e entra. E por fim Armatas que adentra soltando a paisagem que tremulou por alguns segundos até que voltou a ser o típico e normal terreno baldio que aparentava ser.

De volta ao prédio abandonado da luta de hoje cedo...

Então pessoal encontraram alguma pista? – Pergunta o herdeiro de Berk para seus amigos que estavam reunidos em um pequeno círculo, exceto por Tadashi.

Do mago das trevas... não. – Responde Mérida afastando uma mexa de seu volumoso cabelo da frente dos olhos. – Só um amontoado de escombros.

O jovem olha para Rapunzel.

Também não encontrei nada, vasculhei o primeiro andar junto com o Jack e depois fomos até o meio do prédio. – Explica a princesa de Corona.

Pois é e nem precisei usar minhas incríveis técnicas ninjas para descobrir que ouve um quebra-pau cósmico aqui dentro!!! – Responde o albino ainda vestido de ninja.

Técnicas ninjas? – Questiona o Berkiano.

— É melhor nem pergunta, Soluço. – Responde Zie que segura o riso e fazendo Mérida rolar os olhos.

— Palhaço.

— Sou isso e muito mais ruivinha motoqueira! – Responde o albino no intuito de irritar a ruiva, só que...

Há, há, é melhor ser uma motoqueira estilosa, do que um palhaço, mané!

O albino ia responder, mas de imediato calou a boca, pensou e pensou até...

Nossa... fiquei sem palavras agora.

— QUÊ?! – Soluço não acreditou no que ouviu.

— Pois é chapa, mais ela conseguiu me deixar sem resposta, acho que de tanto eu pregar peças nela, ela criou um método para conseguir me combater... interessante!

O albino esfrega as mãos e sorri maquiavélico, se havia uma coisa que o Frost adorava mais do que diversão, era um bom desafio e ainda mais sendo contra Mérida... o desafio ficava ainda melhor!!!

Muito bem ruivinha, hoje você venceu, mais amanhã... ninguém sabe, muahaaaaaa!!! – Jack ri malignamente e ainda ascende uma luz com seu cajado embaixo do queixo dando um ar todo malvado, tal fato fez a princesa de Dunbroch olha para aquilo e dizer.

Xi, pirou de vez!

— Ué, mais isso nunca foi novidade Méri. – Explica Rapunzel.

É, tem razão Zie... tem toda a razão. – E pra finalizar a Dunbroch mostra o dedo do meio pra Frost que torce o rosto em uma careta que Soluço não conseguiu saber se era de nojo, espanto ou de surpresa.

E então gente encontraram... Jack que cara é essa?! – Tadashi ao chegar se depara com a cena e quando ia perguntar o herdeiro de Berk interrompe.

Cara nem pergunte, mais e então... achou alguma coisa?

O irmão de Hiro fecha os olhos e balança a cabeça e negação.

Nada.

— Tem certeza Tadashi, você ficou um bom tempo lá em cima? – Questiona Zie para o rapaz.

Um gota de suor escorre por de trás do pescoço que ele rapidamente a enxuga fazendo um movimento de que estalar o pescoço.

Lamento Zie, procurei em todos os andares superiores e não encontrei nada de útil... lamento.

Um silencio se segue após as palavras do rapaz, todos estavam com esperanças de que o mago das trevas estaria envolvido naquilo, mesmo Soluço achando o contrário.

— Droga! Achei que encontraríamos algo do mago aqui. – Resmunga a ruiva.

Eu também Méri, mas parece que Soluço estava certo. – A jovem loira fita o amigo que tinha uma feição seria.

O jovem suspira, para ele aquilo não havia sido obra de um simples mago, mais sim de algo maior... muito maior.

Então se não foi o mago das trevas que fez isso, seria o caso de... “um regente”?

Ao ouvirem o Frost dizer aquelas palavras todos ficaram pálidos e com os olhos arregalados, nem Tadashi conseguiu esconder sua apreensão e engoliu um seco.

Frost... – Mérida chama o albino. – Olha, eu tolero suas brincadeiras e provocações com quase tudo, mas por favor... não brinca com uma coisa dessas!

— Quem dera fosse brincadeira ruivinha. – Responde o albino sem seu tom brincalhão e debochado de sempre. – O Soluço pode estar quieto, mais com certeza já pensou nisso, ne amigão?

As meninas encaram o moreno que fecha os olhos, era obvio que ele tinha cogitado essa alternativa... mas desejava de todas as formas que não fosse isso. Olha para cima vendo o enorme buraco no prédio, muito incomum, pois qualquer prédio teria vindo abaixo após uma explosão, seja mágica ou não. Somente algo que quebra as leis da magia e da física conseguiriam destruir meio prédio e ele ainda ficar de pé. Finalmente ele começou a entender o que estava acontecendo, seus olhos verdes encaravam Tadashi que estava pálido, sabia que o “amigo” estava escondendo algo, afinal dizer que um o mago das trevas estava indo para sua terra natal atrás de poder era muito vago, tinha que ter algo a mais e esse algo era...

Pessoal... provavelmente temos uma “Relíquia”, recém despertada em nossas mãos. – E se volta para o jovem oriental.— Mas você já sabia disso, não é mesmo... Tadashi?

As meninas e o albino voltam seus olhos para o Hamada, todos com expressões de dúvida e apreensão. O rapaz fecha os olhos em fúria, pois queria acabar com um certo alguém que o meteu nessa enrascada e esse alguém era...

“Hiro!”

Longe dali no “covil” do alquimista...

Nossa... – Murmura o menino ao ver onde estava. O tal “covil” do alquimista na verdade era um imenso armazém abandonado!

Meu caros... bem vindos ao meu humilde lar, ou como vocês chamam... “meu cafofo”! – Exclama Armatas.

O menino paralisa, arregala os olhos, vira o rosto em uma careta e pergunta:

Seu Cafofo?!

— Sim!!! – E estala os dedos e na mesma hora todas as luzes do velho armazém se ascendem, se o pequeno gênio se surpreendeu com a camuflagem do alquimista que escondia um armazém inteiro, seu interior não deixou a desejar. Caixas de vários tamanhos e formatos, até containers de aço na cor negra estavam posicionados na parte direita do armazém, à frente da dupla seis mesas enormes abarrotados de livros, pergaminhos e tubos de ensaios repletos de líquidos de várias cores davam o ar de um grande laboratório. A esquerda a dupla percebe que uma imensa tapeçaria cobria quase toda a parede. Weltall se separou de Hiro e se aproximou do imenso objeto, foi quando ele percebeu que não era uma simples tapeçaria, mais sim um mapa um imenso e detalhado mapa do...

Isto é uma mapa?

 O alquimista sorri.

Não é um mapa qualquer grandão... mais sim... o mapa de todo o nosso mundo!

— QUÊ?! – O pequeno gênio se sobressalta ao ouvir aquilo, tinha uma ligeira ideia de que o mundo poderia ser grande, mas não daquele tamanho todo!

Todos os reinos e fronteiras estavam devidamente trabalhados e ornamentadas na tapeçaria, além de grandes, medias e pequenas cidades, florestas, vales, montanhas e ilhas. Aquela tapeçaria era de um trabalho e refinamento sem igual.

Isso foi feito...por magia? – As palavras custaram a sair da boca de Hiro, não queria admitir mais uma máquina não conseguiria fazer tal feito, só podia acreditar que a magia estivesse envolvida naquilo, mas para sua surpresa...

Isso meu pequeno erudito... foi feito graças a alquimia!

— Ah? – O menino encarava o homem de negro.

Existem grandes diferenças entre um mago e um alquimista Hiro e a grande diferença. – Abre os braços. – É esta!

O alquimista das trevas ergue sua mãe direita, suas tatuagens brilham assim como a tapeçaria, Weltall que olhava de perto, se afasta se juntando a seu pequeno mestre que via os desenhos da tapeçaria se desmanchando em longas linhas douradas que formavam uma imensa bola. Quando toda a tapeçaria estava vazia, a bola de linha flutua até as mãos do alquimista que sorri para depois esmagar a bola em suas mãos. Em seguida o alquimista as reabre bem devagar, luzes roxas eclodiam das mãos do homem que por fim as abre e as ergue para o teto. O que Hiro e Weltall viram foram desenhos se formando no velho teto do armazém que se tornava transparente, assumindo a cor escura da noite e as terras do mundo erram suas constelações.

Os olhos castanhos e âmbar refletiam a luz das constelações no céu, pequenas partículas das terras caiam envolta deles que estendem as mãos capturando alguns flocos.

Isso é...

— Lindo. – Responde o robô.

— Pois é, não estou acostumado a criar coisas belas, mais até que não ficou tão ruim assim, não acham?

— Não, não ficou... espera... você disse “criar”? – Pergunta o pequeno gênio encarando o alquimista.

Isso mesmo... está é grande diferença entre mim e os idiotas que se chamam a si mesmo de “magos”! – A voz do alquimista assume um timbre diferente. Hiro pode sentir na pele o desprezo empregado nas palavras do alquimista que continua. – Eles apenas acham que usar a Aura e empunhar uma varia já os fazem mestres, mas eles não fazem ideia de como a magia é complexa, difícil e prazerosa de se lidar... sei que odeia a magia Hiro, mas entenda... quem a torna ruim são os magos não ela!

O menino não responde, fita o homem a sua frente que ergue o dedo indicador direito e começa a desenhar letras no ar que formam as palavras:

“AURA e CATALISADOR”

Esse é o básico que muitos estudantes e magos de quinta usam para efetuar seus feitiços. Manipulam a natureza e os elementos com descuido e ignorância os forçando a trabalharem para eles e assim não conseguindo gerar o verdadeiro poder que a terra nos dá.

Hiro prestava total atenção nas palavras de Armatas, de alguma forma entendia aquela explicação, pois viu ao vivo os amigos de seu irmão usando de poderes elementais e pode sentir a natureza sendo forçada a obedece-los, mas com Armatas foi diferentes... pode sentir a natureza e seus elementos trabalhando em harmonia com ele, formando assim aquele céu de constelações.

O que aquilo queria dizer?

Então nos questionamos, o que falta para uma magia ser realizada de verdade? E a resposta é... 

O alquimista desenha outra palavra que flutua ficando entre as duas formando a sequência:

“AURA + FORMULA + CATALIZADOR”

Formula?!

— O que seria isso?

O homem ri:

É o que dá forma a magia meus caros, em outras palavras são os comandos que o mago emite antes de aplicar sua magia, é de longe a parte mais complicada de se estudar, pois para um feitiço pode ser necessárias várias formulas e ainda ter certeza que a natureza estará em harmonia com você. Pois se ela não estiver em harmonia a magia pode dar errado e explodir na sua cara... há, há, há.

Apesar da piada, o pequeno policial não achou graça, estava ocupado demais pensando no que acabou de ouvir, sobre, Aura, Formula e Catalizador. Sabia da existência da Aura... isso era fato e dos catalizadores, objetos com que os magos usavam para executar suas magias que poderiam variar de forma e tamanho e isso lhe lembrou o mago do metal.

O Archibald!

— Hiro?

— Ele manipulava o metal, mas não todo ele, apenas o que ele usava como catalizador... isso quer dizer que ele...

Que ele ignorava os preceitos da Formula e da harmonia com os elementos, por isso seu controle sobre o metal era rude e ignorante, se ele fosse um verdadeiro mago e estudioso... ele poderia ter derrubado aquele shopping inteiro apenas enfraquecendo sua estrutura e matando a todos que estavam lá... ainda bem que ele era um parvo, não é mesmo Hiro?

O coração do menino quase saiu pela boca, realmente o nível de Vincent e de Armatas era completamente diferente. Enquanto um se gabava de sua força e habilidades, o outro mostrou um controle pleno do que é a magia e de como saber usá-la... isso o deixou apavorado.

Todos os magos... sabem usar a formula?

O alquimista cruza os braços.

Olha... se eu dizer que não... estaria mentindo. Eles sabem, mas não entendem sua profundidade.

— Sua profundidade? – Questiona o gigante.

— Sim meu caro homem de lata! – Exclama o homem batendo palmas e acordando Hiro de seus pensamentos. – Os alquimistas estudam a formula em toda sua riqueza de detalhes, sendo assim capazes de criar e desenvolver novas magias... são o que chamamos de “Eruditos da Magias”, pois a conhecemos em sua máxima plenitude e forma.

— Eruditos... – Murmura o pequeno gênio.

O alquimista conhece a formula, a estrutura física da magia, com esse conhecimento podemos mudar suas propriedades, ampliando-a, diminuindo-a, transformando-a em outro elemento, criar equipamentos onde podemos armazenar energia e usa-la quando ficamos sem forças e claro a minha favorita...

Os olhos rubros do alquimista cintilaram em um brilho nefasto, sua tatuagem do braço direito inteiro brilho na cor vermelha, serrou o mesmo punho, se agachou e desapareceu!

Mas o que?! – O menino recua. – Ele sumiu!!!

—Não Hiro, ele não sumiu, veja! – Exclama o gigante apontando para o alto. Os olhos do pequeno gênio seguiram a indicação de seu amigo robô e viu que Armatas estava no ar.

E-Ele... ESTÁ VOANDO!!!

— Não... ele apenas saltou, se bem que para um homem saltar dessa forma seria... impossível.

Ignorando o que Hiro e Weltall achavam, o alquimista se aproximava de seu alvo, o céu de constelações que ele mesmo criou e com um sorriso de puro prazer desfere um poderoso soco no teto que revibrou. A dupla olhava aquilo sem reação, mas logo suas reações neutras se tornam em pavor quando o céu de constelações começa a perder seu brilho, tomando uma forma cinza morta, rachaduras começavam a correr por todo o teto que começou a tremer.

Weltall... o que é isso?!

— Não sei... mas... CUIDADO!!! – Brada o gigante que vislumbra aquele belo céu artificial explodir em inúmeros fragmentos de cor cinza que começaram a cair como se fossem cacos de vidro. Sem esperar o gigante agarra o braço de seu pequeno mestre o jogando no chão e deitando sobre ele para protege-lo dos destroços. — Cubra o rosto!!!

O pequeno gênio não teve tempo de responder, apenas obedeceu e cobriu o rosto com seus braços, enquanto a chuva de fragmentos caia sobre eles. Todo aquele espetáculo nefasto durou cinco minutos, mas pareceu que durou muito mais, quando Weltall percebeu que nada mais caia sobre eles, ergueu a cabeça dizendo:

— Acabou.

— Tem certeza? – Pergunta Hiro tirando um dos braços da frente do rosto.

— Sim... mas a visão que restou não é nada normal.

— Como? – Ao ouvir aquilo Hiro pede para seu amigo se levantar para pode ver o que aconteceu e entende na mesma hora o porquê dele dizer que a visão não era nada normal.

O antigo galpão estava completamente coberto pelo que apreciam cacos de vidro opacos, de nada lembravam as belas estrelas de outrora, olhou para teto e percebeu que as telhas do galpão estavam intactas, só o que foi destruído foi o céu que Armatas criou. O pequeno gênio ainda sentado ao chão captura um dos inúmeros fragmentos que haviam caindo sobre eles e se questiona.

O que é isso?

— Minha leituras indicam que é um corpo sem vida, pesquisei rapidamente e não encontro em nenhuma elemento na tabela periódica.

O menino se levanta com o fragmento em mãos.

Nenhum elemento...

— E por fim a minha favorita... – A voz de Armatas ecoa pelo galpão fazendo com que ambos se virem e encontrando com o alquimista a poucos metros deles com alguns fragmentos em sua mão esquerda. – Destruir magias! – E esmaga os fragmentos em sua mão os transformando em farelos para depois soprá-los no ar. – Interessante não acha, meu caro?

Hiro não sabia o que dizer, se aquilo era incrível, ou assustador. Aquele homem fez um longo discurso sobre sua classe, sobre como a alquimia poderia ser útil e benéfica ao mundo, mas essa utilidade foi para o ralo logo após a demonstração do homem a sua frente, que pulverizou com um só soco uma magia que ele mesmo havia criado, como se fosse algo normal.

Como... você fez...

— Destruição da formula!

— Ah?— Exclama o pequeno gênio ao ouvir a voz de seu amigo.

Ora... vejo que temos outro erudito aqui. – Armatas sorria de orelha a orelha.

— Guarde seu elogios para si mesmo! – Os olhos cor de âmbar do gigante brilham. ­– Você falou, falou, mas no fundo queria nos mostrar que com uso da alquimia podia destruir magias, de qualquer tamanho e proporção, com apenas socos e chutes, não é?

O homem ergue os braços em rendição.

Culpado!

— Mas o quê?! – Indaga Hiro sem entender.

— Hiro... ninguém mostra seu poderes ou técnicas sem um motivo. – Explica o gigante em tom serio. — Eu fiquei boa parte do tempo calado e analisando este lugar inteiro, deis dos pergaminhos, tubos de ensaio, o grande mapa que você destruiu e as prisões feitas de Titanitas ali na parede da direita!

Um sorriso ainda mais perverso estampou o rosto do alquimista.

— Ora... o silencio é de fato uma arma!

— Espera! – Hiro se manifesta. – Titanitas, prisões, amigão o que você tá querendo dizer?

O gigante encara seu pequeno mestre que pode sentir um ar sombrio sobre ele.

— Hiro... enquanto você dormia, eu fazia constantes pesquisa na cristal net sobre o mundo fora daqui, desde de acontecimentos relevantes, arquitetura, pinturas e minerais e numa dessas pesquisas li sobre um mineral que é usado em prisões para conter criminosos que usam magia e apareceu aquele mineral. – Aponta para os containers. — Lá dentro não importa que tipo de magia o mago saiba ou possua, ele não pode escapar.

O pequeno gênio estava bobo com as revelações de seu amigo, ele sempre o surpreendia de alguma forma, mas esta revelação não lhe causou satisfação e sim preocupação.

Espera um pouco? – O menino se volta para o alquimista. – Pra que você precisa de prisões que contenham magos?

O alquimista sorri mostrando os dentes brancos, tentava conter a risada que queria sair do fundo de seu peito.

Eu preciso mesmo dizer?

Um calafrio passou pela espinha do menino que encarou os tubos de ensaio a sua frente, depois os contêineres e por fim Weltall.

Amigão... é o que eu tô pensando?

E infelizmente o gigante afirma com a cabeça, para depois encarar o alquimista e responder:

— Todo o pesquisador precisa de um jeito de testar suas pesquisas, sempre usam animais em experimentos, mas os resultados nunca são satisfatórios. Já se for em humanos a coisa muda... os resultados são muito mais produtivos e satisfatórios... em magos então...

Os olhos do menino desfocaram, olhou para as caixas de aço negro e parecia que podia ouvir gritos, depois encarou o alquimista e perguntou:

Cobaias?

E ele não conseguia mais conter a risada.

Há, há, há... sim Hiro... cobaias! – Os olhos do alquimista brilharam e uma Aura de puro desejo de sangue cobriu o lugar fazendo o menino recuar, mas seu amigo gigante já estava atrás dele para protegê-lo. Ao contraio da outra vez Weltall liberou sua Aura para fora do corpo que combateu a do alquimista protegendo assim a dupla dos efeitos causados da outra vez.

Amigão!

— Fique perto de mim!

Os dois amigos ficaram juntos até o homem sessar sua risada encarando o teto.

Ah, Hiro, Hiro, Hiro, tão inteligente, mas ainda tão ingênuo. – Murmura o homem. – Acha que o que faço é ruim? Magos já fizeram coisas MUITO piores, vide seu povo! – O olhos do menino brilharam em ódio ao ouvir aquilo. – E eu preciso de cobaias para testar meus produtos, sem isso não posso vender para... os magos!

QUÊ?!

— Esta nós dizendo que vocês faz experimentos nos magos e depois vende os resultados para... outros magos?

Lucros três vezes mais, he, he, he!

A dupla ficou incrédula ao ouvir aquilo.

Você é completamente louco!!! – Exclama Hiro.

Louco... não... comerciante bem sucedido... SIM! – Responde Armatas erguendo os dois polegares.

— Quer dizer que não importa quantos vão sofrer, ou morrer... isso te faz um mercador da morte!!!

O homem ri novamente e ergue os braços.

Mais é isso que eu sou Weltall! Sou um mercador que traz a morte, meus itens, poções, magias, armas, já foram usados em muitas batalhas, até mesmo por nações bem importantes, mas isso não é o suficiente... eles querem mais!

— MAIS?!

— Sim Hiro, não sou eu que causo as guerras, são as nações e ambições pessoais, eu apenas lucro fornecendo o material para elas, entende?

O pequeno gênio não sabia o que responder, mas começou a sentir que estava se envolvendo em algo maior do que ele imaginava.

Então... o que quer conosco?

— Sim... o que de fato quer de nós?

O alquimista sorri.

Quero que me ajudem a conseguir um item muito, muito valioso!

O garoto torce o rosto.

Se está querendo que nos roubemos algo pode...

— Não quero que roubem nada, aliás o ladrão é que está com o item.

A dupla se entreolham.

Ladrão?

— Isso ai, e o ladrão é ninguém menos que... – Puxa uma foto de seu manto e amostra a dupla que fica pasma.

Mas é o...

— Yama!

— Isso aí, Yama Hashiro, também o ministro da alfandega e o líder da máfia de Sanfranskyo... será que agora tenho a atenção de vocês?

O pequeno gênio serra os olhos encarando o alquimista, depois olha de canto para Weltall que o apoia e por fim o pequeno gênio responde:

Tem nossa tenção Alquimista.

— Bom... muito bom! – Sorri e estala os dedos e todos os fragmentos espalhados pelos galpão brilham na cor branca, se juntam aos pés do alquimista que tomam a forma de uma mesa retangular e três cadeiras aveludadas. – Sentem-se e vamos conversar.

A dupla de policias fecham os punhos e sem titubear puxam as cadeiras se sentando e logo o alquimista faz o mesmo que dá três toques na mesa e uma garrafa de vinho numa travessa acompanhada de três taças se materializa.

Querem beber algo? – Os dois não respondem, ou melhor olharam torto para o alquimista que faz bico. – Magoei! – E abre a garrafa e enche uma taça que bebe de seu liquido. – Ah, maravilha!

— Então... o que você tem a nos dizer sobre o Yama? – Pergunta Hiro direto.

Que ele é uma baleia branca e que usa maquinas para lucrar, isso vocês já deve estar carecas de saber.

— Sim... mas ele nunca deixa uma ponta solta para que possamos rastreá-lo e pega-lo no flagra. – Responde Weltall.

— Correção meu amigo de lata, ele deixa varias.

— Como? – Indaga o pequeno gênio.

O motivo de vocês não terem pego o Yama ainda, é porque ele tem amigos muito influentes. – Bebe um pouco mais de sua taça. – Como políticos, que assistem as lutas, comerciantes, projetistas que testam seus robôs novos no ringue e até detetives que sempre avisam das batidas.

A última palavra fez o sangue de Hiro ferver.

Então David era mesmo...

— Um informante do Yama.

— Sim... e o nosso querido Wolf matou ele... um traidor a menos no mundo, saúde! – Exclama o alquimista erguendo sua taça.

— De fato. – Responde o gigante frio. — Existem outros como David?

Armatas enche sua taça novamente.

Vários! Todos querendo ter mais lucros do que a polícia paga, mas vocês não aprecem tão surpresos?

De fato, Hiro não estava surpreso, ou melhor, já estavam cuidando disso.

Quanto aos policias corruptos a gente já tem uma solução, o problema é encontrar e pegar o Yama no flagra, por que assim nem ele vai conseguir se safar.

— Exatamente, por isso precisamos entrar nas lutas clandestinas, assim juntaremos provas contra ele e seus colaboradores.

— E no processo, salvamos os robôs que ele usa nas lutas, agora a questão é? – O pequeno gênio encara o alquimista bem nos olhos. – Por que você que nos ajudar a atrapalhar os planos de um de seus parceiros comerciais?

O alquimista interrompe seu gole e fita Hiro.

Por que acha que o Yama é meu parceiro comercial?

O menino sorri.

Geralmente... pessoas que lidam com negócios escusos como você! Tendem a se relacionar com homens da mesma estripe.

Se Weltall tivesse lábios estaria sorrindo agora, a linha de pensamento de seu pequeno mestre foi esplendida!

Tuchê! – Exclama Armatas. – Acredito que tenha prendido muitos criminosos assim, não é?

— Uns cem.

— Cento e três na verdade Hiro, não esqueça do caso dos trigêmeos.

— Verdade!

— Ora, ora, eu adoraria ouvir essas histórias... mas não hoje.

— De fato. – Corta o menino. – O que posso perceber então, é que o Yama está com algo que você quer e se aproximou dele apenas pra consegui-lo, estou certo.

Após mais um longo gole de seu vinho.

Exatamente!

— A dúvida é? – Agora foi a vez de Weltall. — Você mostrou ser alguém muito forte e bem capaz de destruir todo o grupo de Yama sozinho e nem suaria com isso.

— O que posso fazer... sou forte pra caramba mesmo, há, há, há! – Debocha o homem, mas a dupla nem se moveu. – Que isso crianças, animo!

— O que o meu amigo quer dizer, porque você precisa de nós, para pegar esse item, se você provou que poderia fazer isso sozinho? – Pergunta o pequeno gênio direto.

O sorriso de Armatas se desfez, bebeu o restante de seu vinho da taça e tirou outra foto de seu manto, colocou na mesa e empurrou para o menino e disse:

Olhe para essa foto e me diga, conhece este símbolo?

O pequeno gênio pega a foto e olha para ela, na mesma hora seus olhos se arregalam, não acreditando no que via.

Mas esse símbolo é?!

— Hiro, o que foi?

— Amigão... dá só uma olhada nisso! – Exclama o menino entregando a foto ao gigante que analisa. Era um anel de bronze, meio gasto, isso era normal em um anel antigo, mas o mais importante era a imagem da figura esculpida na fronte do anel. Um pássaro, mais precisamente um falcão, um símbolo de foça e realeza que ele e seu pequeno mestre conheciam muito bem, ou melhor, todo o povo de seu país!

— Mais este é o símbolo pertencente a antiga família real!

— Isso mesmo, esse anel era do família real antes de se traída pelos conselheiros crápulas que traíram seu próprio país e conspirarem a morte do Xogum junto com Kabuki negro... o símbolo de Yamato que estava desaparecido a mais de quietos anos... O Anel do Falcão!

A dupla encarou a foto perdida em pensamentos, perguntas de como aquele anel estava em posse de Yama e por que Armatas o queria eram futeis, comparadas ao pensamento sublime que passava na cabeça do menino. Uma sensação de paz e poder percorria seu corpo, tocou na foto como se quisesse pegar o anel que estava impresso nele, era antigo, mas para ele era belo e sagrado. Um tesouro de seu povo ainda vivo!

Como o Yama conseguiu algo tão raro? – Os olhos do menino ardiam em chamas. – Como um bastardo como aquele pois as mãos em algo tão solene e importante para a cultura do nosso povo?!

Armatas sorri.

Como você acha meu caro? – Questiona o próprio alquimista que responde. – Roubando!

— Roubando, mas de onde?

— De quietos anos atrás, obvio!

— Quê?! – Hiro não entendeu.

É simples meu caro, o antepassado de Yama... Honda Hashiro, era um dos conselheiros traidores do Xogum.

— Não brinca! – Hiro quase caiu da cadeira ao ouvir aquilo.

— Isso explica por que a família Hashiro é tão influente.

— Isso mesmo meu camarada de aço. Quando o Xogum foi morto, Honda surrupiou o anel, no intuito de conseguir usar os poderes que nele estavam guardados.

— Poderes?! – Questiona o menino.

— Isso mesmo, poderes antigos que acompanhavam a família real até seu fim, poderes que deveriam ser usados para proteger toda a Yamato, mas infelizmente o ultimo Xogum nunca conseguiu acessar esse poder, muito mesmo o antepassado do Yama.

Hiro e Weltall não conseguiam entender... “poderes”, “proteger”, do que ele estava falando?

Que poderes são esses que você tanto fala? O que esse anel tem de tão importante?!

O alquimista sorri, coloca os cotovelos sobre a mesa, apoia o queixo sobre os punhos e diz suavemente:

Por que esse anel é uma Relíquia, Hiro.

— Relíquia...? – Questiona o pequeno gênio sem perceber que seu amigo robô pois a mão esquerda sobre o peito que pulsou ao ouvir aquela palavra... tão familiar...


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Notas finais do capítulo

Mistérios e mais mistérios e novamente um anel entra na história! Para quem lembra no Arco da Anna, Gládius ganhou um anel bem parecido com esse que Armatas mostrou, só que com um lobo esculpido, o que isso significa?

E parece que Tadashi não vai mais conseguir esconder seus segredos de seus amigos... será que ele abrira o jogo ou se safara com alguma desculpa? E o que são as Relíquias e o que significa "regente" e mais importante o que elas fazem?

Essas resposta no próximo e último capítulo da recontagem do tempo!
(Queria ter acabado neste, mas vou precisar de mais um pra finalizar direito este arco do passado de Hiro e Weltall).

Até aproxima meus amigos e uma boa semana para todos!!!

Musica tema de Armatas: https://www.youtube.com/watch?v=stWae6r7Blw



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