O resto das férias foi basicamente passeadas com David, e as vezes eu conversava com Jenny no telefone. Como a ligação não era muito barata, então conversei com ela apenas mais duas vezes. Ainda não havia acontecido nada entre ela e o garotinho, mas ela não estava muito preocupada com isso. Não parecia estar naquela vontade de antes (ainda bem, eu acho...). E sobre Andrew, bem, ela não me comentou mais nada, e eu que não iria perguntar.

E finalmente chegou o dia em que eles voltavam. Jenny disse que me espancava se eu não fosse vê-la chegar, aquele jeitinho especial dela de pedir as coisas. David quis ir comigo. Quando ela desceu do ônibus, foi direto me abraçar, no caso, se atirou em mim, depois deu um oi direito para David e aí que foi falar com seus pais.

E Andrew apareceu na porta do ônibus.

Andrew estava rindo, conversando com um garoto atrás dele, e quando encontramos nossos olhares, ele ficou sério. Mais sério ainda quando olhou para David. Depois fora falar com os pais.

-Vocês brigaram? – Perguntou David, ao perceber que o garoto não viera falar comigo.

-Sim.

-Não me contou isso.

-Desculpe, eu esqueci.

-E foi sobre o que?

-Ah, nada. Só me cansei da atitude infantil dele.

Saímos para o lado, e Jenny pediu para ir para minha casa para os pais dela. Eles levaram as malas e a deixaram “sob a minha responsabilidade”.

-Até parece, sou mais responsável que você! – Disse ela para mim depois que eles se foram.

-Nem vem, você bate em todo mundo se fica braba.

-Olha quem tá falando!

Eu a olhei com desgosto, mas David ouviu a conversa, e logo ficou curioso.

-Como assim? Larissa, você bateu em alguém?

-Jenny, eu te mato depois.

-Amor?

-No... Andrew...

-Sério? Mas por quê? O que ele fez de tão horrível pra você tomar essa medida?

-Ai, nada!

-Não, Larissa, pare. Se você brigou com alguém a ponto de bater na pessoa, então não pode dizer que não é nada. Me conte o que diabos ele te disse pra você ficar assim.

-Ele começou a fazer piada e xingar você, eu pedi pra ele parar, mas ele não parou. Então me cansei e bati nele.

David ficou por alguns segundos em silêncio, então me beijou.

-Larissa, eu fico muito lisonjeado ao saber que você me defendeu, mas você não pode ser assim! Tudo bem que Andrew não é grande coisa, mas ele continua sendo maior que você, imagine se ele tivesse revidado! Você poderia ter ido pra diretoria

-Eu fui...

-Larissa! Você poderia ter levado uma suspensão ou ser expulsa! Por favor, não me diga que você foi suspensa ou expulsa.

-Não...

-Pelo menos. Escute, eu fico muito feliz por você ter me defendido, mas não poderia ter sido só verbalmente, ou ter colado alguma coisa nas costas dele? Não quero que você fique em risco, por absolutamente nenhum motivo, ok? Não quero que o amor da minha vida fique com alguma cicatriz só por causa de um idiota que falou besteiras sobre o que ele não entende.

-Desculpe... não era a minha intenção, sabe. Eu fiquei irritada... e não percebi o que estava fazendo.

-Nossa. Quem diria que minha Larissa é tão revoltada assim? Não conhecia este seu lado, garota. Mas não importa, continua sendo a razão de toda minha vida.

Então um beijo quente na testa ele me deu, aquecendo meu coração instantaneamente. David conseguia fazer isso nas horas mais inusitadas. A pergunta era se eu trocaria tudo isso por Andrew.