três de bastões escrita por themuggleriddle


Capítulo 1
14 de Julho de 1943


Notas iniciais do capítulo

Essa história se originou de uma brincadeira no whatsapp, com um prompt dado pela Vika (highonbooks), que também me ajudou a escrever em vários aspectos. O personagem original apresentado na história (Feliks) foi criado pela Thams (brassclaw), que criou ele em 2013 e nós o usamos em várias aventuras de RPG de Harry Potter... Hoje, 16 de Dezembro, é o dia estabelecido como aniversário dele, por essa razão estou começando a postar essa fic hoje.

É uma fic com personagem original, mas bastante coisa do canon e personagens canon envolvidos, outros são personagens do canon, mas que aparecem de uma forma... Diferente. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718697/chapter/1

O relatório da polícia não podia ser mais confuso.

Um casal e seu filho adulto haviam sido encontrados mortos dentro de sua casa naquela manhã e ninguém em East Yorkshire se considerou experiente o bastante para realizar as autopsias. Para Feliks, aquela era uma desculpa boba para escaparem do trabalho, mas ele também sabia, pelos relatórios, que o caso já havia levantado muitas especulações e rumores nas cidades e vilas vizinhas. Nesse contexto, chamar um profissional da capital era uma boa jogada para mostrar que a polícia estava se esforçando para entender aquela situação esquisita.

E agora, depois de receber um telegrama ainda naquela manhã lhe dizendo para pegar o primeiro trem que encontrasse, Feliks finalmente havia chegado em Beverly (pois era para aquele lugar que os corpos haviam sido encaminhados) para encontrar o escritório do legista-chefe cheio de policiais tentando lidar com jornalistas (a maioria de pequenos tabloides da região, todos cansados de reportar apenas notícias da guerra) que queriam saber mais sobre o caso dos Riddle.

“Dr Ravenwood?” um homem de meia idade com um bigode grosso se aproximou assim que Feliks conseguiu se esgueirar por entre os jornalistas. “É bom vê-lo por aqui. Sou David Collins, fui eu quem pediu para o Inspetor Chefe lhe pedir ajuda.” Collins empurrou o homem pelo hall do escritório até atravessarem uma porta de vidro fosco e entrarem em um corredor vazio. “Já lhe falaram o que aconteceu?”

“Apenas o básico: três pessoas encontradas mortas dentro de casa em uma pequena vila de East Yorkshire. Nenhuma causa aparente,” disse Feliks, olhando em volta antes de seguir o outro homem para dentro de um pequeno escritório.

“Imagino que o Chefe Linwood não lhe deu mais detalhes por querer que o senhor viesse o mais rápido possível.” David riu, antes de lhe entregar uma pasta cheia de páginas datilografadas e algumas fotografias. “Na manhã de hoje, por volta das 6:30, uma empregada de nome Margareth Norton chegou na casa da família Riddle, em Little Hangleton, e encontrou três corpos na sala de visitas. Os corpos pertenciam à Thomas Christopher Riddle, 63 anos, Mary Elizabeth Riddle, 60, e Thomas Felix Riddle, 38. Os três eram saudáveis e, pelo que nosso time analisou até agora, não havia nenhum sinal de violência no local. A casa estava intacta, nada fora do lugar na sala de visitas e as portas não foram arrombadas. Além disso, o estado dos corpos era perfeito, como se os três simplesmente tivessem caído mortos do nada.”

Feliks olhou as fotos dentro da pasta. Três delas mostravam a família: uma mulher com cabelo escuro salpicado de fios brancos e um rosto delicado, um homem sisudo com cabelos grisalhos e um homem mais novo com um rosto bonito, apesar de parecer cansado. As outras fotos haviam sido tiradas mais cedo naquele dia e mostravam uma sala ricamente decorada com três corpos jogados no chão. Um deles, o da mulher, estava deitado de costas no chão entre um sofá e um piano de cauda; o cadáver do homem mais velho estava na frente da lareira, com a sua frente voltada para o chão; e o último, do mais novo dos Riddle, também estava de costas, à alguns metros da porta, com o rosto levemente virado para o outro canto da sala, como se o cadáver estivesse evitando olhar para os seus pais. O resto do local não demonstrava, pelas fotos, nenhum indício de luta.

“O que mais sabemos sobre eles?”

“Bom, eles eram gente rica. A família é dona de várias casas e apartamentos em toda Inglaterra, eles viviam de alugar esses lugares. Não há outros familiares,” Collins explicou, suspirando fraco. “Veja bem, o pessoal de Little Hangleton diz que eles eram estranhos... Bom, na verdade disseram que eles eram grossos e que pouca gente gostava deles na vila. Mas ‘estranhos’ foi outra descrição que deram.”

“Estranhos em que sentido?” perguntou Feliks, arqueando uma sobrancelha enquanto erguia o olhar dos papéis.

“Como você vai ver nos relatórios, o pessoal da vila conta uma história esquisita sobre o filho, Tom Riddle. Dizem que o homem uma vez fugiu com uma garota das redondezas e sumiu por quase um ano,” disse David, coçando atrás da própria cabeça. “Quando voltou, as pessoas dizem que ele ficou louco: não parava de falar sobre ter sido enfeitiçado pela tal garota, começou a ficar com medo de deixar a casa e, no final de 1926, ele tentou cometer suicídio. Ficou internado algumas semanas, antes do Sr e a Sra Riddle conseguirem o levarem para casa de novo.” O homem encolheu os ombros. “Pelo jeito, o avô dele, um tal Gregory Riddle de Great Hangleton, bateu as botas dessa forma. O pessoal da vila diz que é coisa de família.”

“E a polícia chegou a suspeitar de que ele talvez tenha tentado algo e levado os pais nessa junto?” perguntou Feliks, empurrando os óculos no nariz ao perceber que eles já haviam escorregado até a ponta deste.

“Chegaram, mas aparentemente o rapaz havia melhorado nos últimos anos. Ainda tinha medo de várias coisas, mas faz dezessete anos desde que aquilo aconteceu e não há nenhum relatório médico recente dizendo que ele estava tendo ideações suicidas,” ele explicou. “O principal suspeito é o jardineiro, um jovem chamado Frank Khaled Bryce, Tenente da Quinta Divisão de Infantaria e dispensado com honras por conta de um ferimento na perna. Os Riddle o contrataram para cuidar do jardim. A cozinheira disse que ele é o único com as chaves da casa.”

“E por que o jardineiro iria assassinar os patrões? Ele, não sei, é mencionado no testamento dos Riddle ou algo assim?”

“Sim, mas ele faria mais dinheiro trabalhando para eles do que herdando o que o Sr Riddle iria lhe deixar.”

“Então, por quê?”

“Talvez ele enlouqueceu? Eles dizem que o rapaz é esquisito, Frank Bryce. Recluso e antipático, com medo de barulhos altos e que perde a paciência fácil com as crianças que tentam lhe pregar peças. Basicamente, ele é um velho no corpo de um rapaz de 26 anos.”

“Não era Tom Riddle o esquisito antipático com medo de tudo?” perguntou Ravenwood, arqueando uma sobrancelha.

“Bom, ele também... Talvez esse seja o padrão seguido pelos homens da casa?” disse Collins, rindo meio nervoso.

Feliks riu, sacudindo a cabeça enquanto fechava a pasta, tomando cuidado para não deixar nada cair. Quando voltou a olhar Collins, o homem o encarava com uma certa expectativa.

“Será que eu poderia... Começar as necropsias amanhã?” perguntou Ravenwood. “Está tarde e o dia foi um pouco cansativo por conta da viagem.”

“Oh, claro.” David deu um passo para trás e deixou os ombros relaxarem um pouco. “Acredito que há uma hospedaria há algumas quadras daqui. Diga que está trabalhando comigo, aposto que vão lhe fazer um preço mais em conta.”

Feliks quase se sentiu mal ao ver o quão desapontado o outro homem ficou. Todos estavam esperando por uma resposta em relação à morte dos Riddle, mas o que ele podia fazer? Depois de receber o telegrama, Ravenwood teve que identificar um corpo encontrado em uma casa abandonada que havia sido bombardeada dois anos antes e depois ainda havia as horas dentro do trem até chegar à Beverley... Ele estava cansado, mesmo estando curioso sobre o caso. Mas ele sabia que não havia chance de fazer um bom trabalho se examinasse os Riddle naquele momento, enquanto seu corpo implorava por uma boa janta e uma cama.

A hospedaria – The Hermit Inn – não era a mais luxuosa, mas era a mais barata, de acordo com o dono, que havia servido o jantar de Feliks enquanto lhe contava sobre como seus avós haviam construído aquela casa e que a pousada havia se tornado o negócio da família desde então. Não era ruim, mas a cama rangia sempre que ele se virava e era possível ouvir a conversa dos bêbados logo abaixo da sua janela até quase uma da madrugada. Mas tudo isso não incomodou Ravenwood: sua mente estava focada demais nos Riddle enquanto ele lia com calma os relatórios e analisava as fotos. Quando ele deixou tudo isso de lado, sua cabeça já estava leve demais para registrar qualquer outra coisa a não ser o leve cheiro de mofo que emanava do travesseiro.

***

No começo da manhã, Tom Riddle era um corpo rígido em cima da mesa do necrotério. Seus olhos azuis estavam turvos e pareciam mais afundados no crânio do que quando ele estava vivo. Seu cabelo castanho escuro estava molhado, com os cachos desfeitos e bagunçados. Sua pele pálida parecia acinzentada e as sardas em seu nariz pareciam ficar ainda mais evidentes naquela tez enfadonha. O homem era alto e magro e agora o seu peito, sem o ar que antes o preenchia, parecia afundar, deixando ainda mais evidente que estava vazio. Pelas fotos, Tom Riddle parecia ter sido um homem bonito de quase quarenta anos, mas agora ele era apenas um corpo no qual a morte estava se fazendo cada vez mais presente.

Ao final da manhã, Tom Riddle ainda era um corpo com o rigor mortis fazendo os seus músculos travarem no lugar, mas agora o seu peito e abdômen estavam vazios, esvaziados após serem abertos pelo Dr Ravenwood e, depois, fechados de novo com uma sutura que formava um Y em linha preta no seu corpo. Seu crânio também havia sido aberto, seu cérebro fora examinado e pesado, antes de a sua calota craniana ter sido colocada no lugar novamente e o couro cabeludo fechado com mais pontos.

Depois de todo o processo (abrir, esvaziar, fechar, lavar), tudo o que Feliks Ravenwood conseguia pensar era como todo órgão do homem estava em perfeitas condições. O coração dele tinha o tamanho correto e suas artérias não tinham indícios de placas de gordura, o cérebro não demonstrava atrofias e nem sangramentos, o fígado era macio, sem vestígios de nódulos, o estômago não tinha sangramentos ou úlceras, os pulmões tinham uma coloração rosada e não havia massas estranhas ou bolhas de enfisema, e a aorta e veias pulmonares estavam limpas, sem sinais de coágulos que poderiam tê-las entupido. Não havia marcas de tiro ou ferimentos por lâminas, nem mesmo manchas no pescoço que pudessem sugerir um estrangulamento ou escoriações na face, possíveis resultados de um sufocamento. As únicas marcas anormais no corpo do homem era uma pequena cicatriz no joelho direito e as cicatrizes em seus pulsos, os resquícios da história que Collins havia contado para Feliks na noite anterior. Realmente parecia que ele havia caído morto, o que não seria completamente estranho se ele fosse o único a morrer na noite do dia 13 de Julho de 1943.

Mas esse não era o caso. Thomas e Mary Riddle haviam sido encontrados mortos também e os sinais nos corpos indicavam que os três haviam morrido por volta da mesma hora, muito provavelmente. E, o que era mais surpreendente, os corpos do casal exibia o mesmo padrão do filho deles: nada indicava a causa da morte. As única coisa digna de nota era a válvula mitral do coração do Sr Riddle, que apresentava seus folhetos espessados e fundidos em alguns pontos, algo que podia indicar uma insuficiência cardíaca no futuro, mas que agora não parecia fazer diferença, já que o tamanho e peso do órgão continuavam normais.

Ao fim das necropsias, o Dr Ravenwood não tinha nada a dizer que não repetisse o que a polícia já sabia: não havia nenhuma causa aparente de morte e até mesmo a distinção entre uma morte súbita de causa indeterminada e uma morte suspeita continuava confusa. Ele duvidava que algum dos testes que ele havia pedido revelasse algo novo, fosse no sangue ou no conteúdo dos estômagos. Era frustrante, ter três pessoas saudáveis mortas na sua frente e não saber o que havia acontecido para elas terem parado ali. O homem se sentiu ainda pior ao pensar que ele havia os aberto, examinado e fechado sem achar nenhuma resposta, deixando apenas um trabalho chato para o agente funerário que fosse cuidar deles depois dos corpos serem liberados.

***

“Desculpe,” disse Feliks, olhando uma última vez para os três corpos nas macas. Um dos assistentes estava guardando a Sra Riddle na gaveta refrigerada outra vez. Se ele fosse honesto consigo mesmo, o médico não saberia dizer se estava pedindo desculpas à Collins, que esperava por uma resposta, ou aos Riddle, cujas mortes continuavam um mistério.

“Não se preocupe,” disse David Collins, enfiando as mãos nos bolsos da calça. “Tem certeza que não pode classificar isso como morte natural?”

“Três pessoas saudáveis não batem as botas juntas na mesma noite,” ele falou, suspirando. “Mas também não há evidências suficientes para deixar como acidente ou homicídio. Vou dar como morte suspeita. Se fosse apenas um deles, daria como súbita indeterminada, mas os três juntos...” O homem olhou para os cadáveres novamente, franzindo o cenho e se aproximando do corpo de Tom Riddle.

“O que foi?” perguntou David.

“É só...” Feliks alcançou a mão direita do cadáver, esfregando os dedos ali e tentando limpar uma leve mancha azulada que parecia manchar a pele fria. A mancha se espalhou pela pele do homem enquanto seus dedos a esfregavam, quase como se fosse tinta molhada, antes de finalmente sumir. “Riddle era pintor, certo?”

“Pelo que pesquisamos, ele pintava e desenhava de vez em quando.”

“A mão dele estava suja de tinta,” ele falou, tentando se lembrar se havia visto aquilo antes. Feliks observou o corpo, percebendo então uma fina camada de gelo cobrindo os cílios,  sobrancelhas alguns fios de cabelo de Riddle. “Acho melhor checar a temperatura das gavetas, Dr Collins. Uma temperatura muito baixa pode acabar imitando um rigor mortis.”

“O que?” o homem perguntou, inclinando a cabeça para o lado.

“Tem um pouquinho de gelo nos cadáveres. Deve ser a temperatura baixa.”

“Onde?” ele perguntou, se aproximando da maca e olhando o corpo dos pés a cabeça, antes de sacudir a cabeça. “Eu não estou... Oh, depois eu vejo isso,” disse o homem, soltando um muxoxo e virando para sair do necrotério. “Vamos, vou lhe pagar um jantar antes de você voltar para a hospedaria para escrever o relatório.”

***

Feliks Ravenwood devia voltar para Londres no dia seguinte. Ele havia encontrado um trem que partia naquela tarde, mas quando o relógio bateu meio dia, o homem ainda estava na cama, ouvindo os barulhos da estalagem e olhando para a própria mão direita.

Ele havia notado a mancha azulada em seus dedos enquanto estava bebendo com Collins, na noite anterior. Inicialmente, Feliks pensou que havia se sujado com o papel carbonado que estava usando mais cedo para preencher alguns papéis, mas depois de lavar as mãos durante alguns minutos e continuar vendo a mancha azul nos dedos, ele começou a se preocupar enquanto se lembrava de ter visto algo parecido no corpo de Tom Riddle.

Ele havia tentado dormir e falhado nessa tarefa durante quase toda a noite, tentando ignorar a mancha misteriosa em seus dedos. Mas agora, quanto mais ele tentava ignorar aquilo, mais ele se lembrava não apenas do azul, mas também das pequeninas partículas de gelo que ele havia visto nos corpos. Collins e o assistente do necrotério não pareceram notara aqueles detalhes e aquela não era a primeira vez que algo dessa natureza acontecia.

O médico ainda se lembrava de quando tinha seis anos e ainda vivia em Inverness, na Escócia. Havia uma família que vivia perto da cidade, cujo sobrenome ele não conseguia se lembrar, mas era fácil lembrar dos traços de poeira alaranjada que seguia a filha deles, Arabella, quando ela brincava com as outras crianças. Feliks uma vez lhe perguntara o que era aquela poeira bonita com a qual ela brincava, mas ela lhe disse que não havia nada ali. Quando ele tentou questionar as outras crianças, todas negaram ver algo.

Anos depois, visitando uma livraria perto de Dufftown, Ravenwood podia jurar ter visto o que pareciam ser teias prateadas que ligavam as mãos do vendedor aos seus livros. Ele tinha onze anos e seu tio lhe disse que ele tinha uma imaginação e tanto, algo comum em crianças daquela idade.

Ele continuou vendo coisas onde não devia haver nada. Nunca era algo grande, ele nunca viu uma pessoa morta ou uma criatura esquisita: eram sempre detalhes, cores ou sombras que pintavam o mundo de uma forma diferente aos seus olhos. Quando Feliks aprendeu sobre sinestesia, ele disse a si mesmo que aquela era a explicação mais lógica e agora, na maioria das vezes, ele conseguia simplesmente ignorar os truques coloridos que sua mente pregava em sua visão.

Mas, por alguma razão, ignorar não funcionara naquele dia. Ele só conseguia encarar a mancha azulada em seus dedos e lembrar como a havia visto no corpo de Riddle antes. Ou pensar na pequena camada de gelo nos cílios do homem, o gelo que devia ter derretido depois de alguns minutos fora em um dia quente de verão.

Ele precisava dar uma última olhada naqueles corpos e o trem para Londres teria de esperar.


 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

1) Infelizmente, não tem como fazer o sotaque escocês que queria para o Feliks em português. Na escrita original em inglês, eu tentei dar um toque do sotaque em algumas partes... De qualquer forma, ele tem sotaque e é muito legal;

2) Nos EUA e no Reino Unido, há um posto chamado 'coroner', que eu traduzi como legista-chefe. Cada local tem o seu legista-chefe e sob o comando dele podem ou não trabalhar outros legistas. Lá também é preciso ser formado em Medicina com o título de patologista forense para ser um legista (ou seja, residência em patologia e depois patologia forense). No Brasil não existe isso. Aqui qualquer médico pode ser legista, desde que passe no concurso público do IML, o que é bem triste.

3) Em inglês, há o conceito de causa e maneira de morte. No Brasil não se tem isso com essas exatas palavras. A causa de morte seria do que a pessoa morreu (uma doença, um ferimento, etc) e a maneira seria a natureza da morte (acidente, homicídio, suicídio, natural, etc). Da natureza da morte, há uma classificação chamada "morte súbita indeterminada", que é exatamente o que ela quer dizer, e "morte suspeita" onde essa morte indeterminada fica meio esquisita... Como o Feliks falou, se só um dos Riddle tivesse morrido do nada, poderia ser uma morte indeterminada, mas com os 3 juntos já fica suspeito.

Espero que tenham gostado. Como sempre, reviews SEMPRE ajudam muito! Eu escrevi essa fic primeiro em inglês e agora estou traduzindo para português. Traduzir é um trabalho chato... Saber que tem gente lendo e curtindo ajuda muito na hora de se motivar para continuar esse trabalho.