Pov Kate

Por mais incrível que pareça 11 meses se passaram e, apesar de não ter sido fácil esconder tudo isto, eu e Rick permanecemos juntos.

Meredith devia estar quase sendo mãe de uma menina. Bem como eu disse para Rick. Eu via que ele estava feliz. Feliz por ver sua família aumentando e apesar de o filho não ser meu, eu o iria amar como tal.

Rick tem feito um trabalho de pai excecional. Ele e Rafa estavam mais juntos que nunca. Ele acabou falando a verdade para Meredith. Não sobre nós dois, mas sim sobre ter outro filho. No início ela ficou reticente, mas acabou por aceitar tudo. Castle estava todos os dias com o pequenote. Eles amavam-se tanto! E isso enchia o meu coração com felicidade. Meus olhos marejavam com lágrimas sempre que eu os via. Apesar de as coisas não estarem exatamente como eu queria, estava tudo bem assim também.

Eu e Rick tínhamos nossas noites de amor escaldantes sem ninguém saber quando Rafa ficava com a tia Lanie e o Tio Esposito. Era estranho, mas ainda assim toda esta fase trazia uma nova vida á nossa relação. Estarmos “escondidos” apimentava mais a nossa relação.

Rafael andava empolgado. Ele sabia da sua nova meia-irmã. E estava radiante com isso. Tudo estava indo bem. E isso trazia algum conforto e paz ao meu ser. Era bom tudo estar bem, dentro das circunstâncias.

Ultimamente Rick não passava tanto tempo comigo, porque Meredith poderia dar á luz a qualquer momento. Então ele andava mais “perto”.

Pov Meredith

Estes dois últimos meses serviram para confirmar minhas suspeitas. Rick estava com aquela vagabunda “ás escondidas”. Ele mentiu para mim. Eu sabia desde o início que eles não se iriam separar e desde que contratei um detetive privado para espirar Castle isso confirmou as minhas suspeitas. Eu fiquei brava quando descobri, mas decidi me controlar. Esperar até ser mãe para que pudesse fugir com a criança e ele nunca mais nos ver. Era isso que ele merecia e era isso que eu ia fazer. Durante todo este tempo eu me fiz de burra e de hipócrita. Ele me enganou e mentiu e iria pagar por isso.

Pov Castle

Estes meses têm sido corridos, mas estar com Kate aliviava tudo isso. Era reconfortante termos sempre aqueles nossos momentos. Apesar de ninguém saber, isso não importava para mim. Eu só queria estar com Kate e o meu pequeno amor: Rafael. Eu amava tanto esse garoto. Ele fazia de mim o papai mais babado e feliz do mundo e ver o quanto feliz ele ficou quando sabia que ia ter uma meia-irmã. Ele podia ter ficado chateado por não ser da mesma mãe, mas mãe. Ele aceitou e ficou tão feliz. Nesse momento eu agradeci a Deus por me dar uma família tão linda.

Quando Alexis nascesse eu iria lutar pela custódia dela. Eu não a queria nem perto de Meredith. Ela viveu me chantageando durante todo seu período de gestação e eu estava ficando saturado a cada dia. Minha vontade era contar toda a verdade para ela. Que sim estava com Kate. Que sim, Kate era a única mulher que eu amava e que nunca a iria deixar, mas para quê? Eu não queria que ela fizesse mal á minha filha.

Na NYPD toda gente me felicitou quando souberam. Eu me sentia grato por isso. Tinha bons colegas.

Continuei fazendo minha vida normalmente, mas agora mais sob controlo. Meredith estava no fim da gravidez e eu fazia questão de estar presente no parto de minha filha.

Ainda me lembro quando soubemos o sexo do bebe. Intimamente eu fiquei muito feliz. Já tinha meu rapagão, faltava a menininha do papai. Só via a hora de puder segurá-la nos meus braços quando ela nascesse.

Não tive essa oportunidade com Rafa, mas isso era passado. As coisas entre mim e Kate estavam melhores do que nunca e eu ia continuar lutando por nós.

—Bom dia. – Eu entrego o café a Kate. Mais um dia de trabalho.

—Você não deveria estar em casa com Meredith, Rick? – Ela pega o café e bebe um pouco. Me sento de frente para ela.

—É de boa. Eu falei com ela, assim que ela sentir contrações para me ligar imediatamente que eu próprio iria com ela ao hospital.

—Tá bom então. – Ela sorrir. Essa mulher me completava. Eu a amava mesmo. Como nunca amei ninguém. E isso não dava para esquecer, muito menos para substituir.

—Novo caso? – Eu olho o quadro branco e logo depois Espo aparece com Ryan falando sobre novo caso.

…

O dia passou rápido, no entanto havia alguma coisa me preocupando. Eu não sabia dizer o quê, mas estava inquieto.

—Tudo bem, Rick? – Kate toca de leve o meu braço, notando o meu nervosismo.

—Não sei, Kate… Sinto que alguma coisa não está bem. Acho que vou ligar a Meredith.

Sem pensar duas vezes, ligo.

Ao fim do quinto toque, ela atende.

—Alô…— sua voz estava tremida.

—Meredith estou indo para casa. Onde você está?

—Estou indo para o hospital. Estava sentindo contrações.

—E onde você está agora? – Eu falo alterado. Kate me olha. – Eu te falei para me ligar!

—Pensei que você estivesse ocupado com sua amiguinha!

Aquilo me irrita.

—Você está louca? Já te disse que não estou com Kate!

—CALE-SE, OK? Eu sei muito bem que vocês estão juntos, Rick!!! Eu vi as fotos! Por isso não queiram estar comigo neste momento, quando na verdade nunca “esteve” comigo!

—Que conversa é essa agora?! – Eu me exalto. – Meredith! Onde você está?!

—Estou indo para o hospital! Adeus!

—Meredith!

Barulho. Um enorme estrondo fez meu corpo gelar.

—Alô? – Eu falo preocupado. Kate me olha confusa.

—Meredith!? Está ai? Meredith! – Eu começo desesperando quando a chamada cai.

—Rick… O que houve? – Kate me olha preocupada.

—Kate… - Eu digo sobressaltado. – Eu acho que Meredith teve um acidente.

…

Não demoramos até perceber o que tinha acontecido.

Kate foi incansável. Chegamos no local. O carro estava desfeito. Senti um nó na garganta. Era o carro de Meredith. Os bombeiros estavam lá em peso, mas o corpo já não estava lá. O sítio estava rodeado por pessoas curiosa que observavam tudo e comentavam. Aquilo me enojou. Ninguém, em nenhuma altura perguntou se seria preciso ajuda.

Me indicaram para o hospital onde Meredith tinha ido.

—Rick, vai com calma. – Kate tenta me acalmar, mas eu não estava ouvindo nada. Só conseguia pensar na minha filha.

Chegamos nos hospital e Espo, Ryan e Lanie já se encontram lá. Me olham com pena e aquilo me apavora. Algo está errado.

—Me digam que ela não morreu. – Eu olho cada um deles, procurando a resposta.

Eles não dizem nada. Era como se eu soubesse a resposta, mas ainda haviam um resto de esperança. Avisto o médico e corro até ele.

—Doutor! – Eu o chamo. – Doutor, por favor! Me diga o que está acontecendo!

—Você é o pai da criança? – Ele me olha de forma triste. Meu coração falha uma batida.

—Sim, sou. O que houve? Me fala, por favor! – Eu imploro, agarrando-me á sua jaleca branca.

—A sua bebê está bem. Nós a conseguimos salvar. – Eu suspiro aliviado, mas só depois me lembro.- E Meredith?

—Eu lamento, mas… a senhora não resistiu aos ferimentos. – Ele me olha. Eu gelo.

—Ela morreu? – Eu começo tremendo. O médico apenas assenta em sinal afirmativo e eu me deixo cair, escorregando pela parede.

Não posso acreditar no que acabo de ouvir.