Verdades Ocultas - Factum Mortis (versão inicial) escrita por Desty


Capítulo 7
Seven


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal u.u Bem, já vou avisando: me entusiasmei até demais nesse cap, então, para vocês que não shippam Drarry: vai ser meio difícil, mas tentem ignorar o que acontece nesse cap.
Espero que gostem *-* nos vemos nas notas finais
Boa leitura ♥



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Dia 16 de Outubro, Salão Comunal da Sonserina

Sophie levantou preguiçosa da cama e foi em direção ao banheiro. Escovou seus dentes e trocou de roupa, colocando sua capa da Sonserina. Quando chegou no Salão Comunal, viu que ninguém estava presente. Viu seu relógio e notou que ainda eram cinco e vinte da manhã. Deitou-se no sofá, querendo tirar um cochilo. Fechou os olhos e sentiu uma mão quente em seu ombro direito.

—AAAAAAAAH!- gritou desesperada. Suspeitara que tinha acordado a Sonserina inteira –O que você está fazendo aqui?

—Eu acordei mais cedo, só isso. Aí eu encontrei você aqui e fui ver se você estava dormindo.- respondeu Draco, que estava assustado com a atitude da outra.

—Certo.- disse ela, indo em direção a saída.

Sophie estava em um corredor perto do Salão Principal, andando empertigada, quando esbarrou em alguém. Os dois caíram no chão, deixando Sophie totalmente irritada.

—Olha por onde anda, seu imbecil!- disse ela, sem se importar que era Harry a outra pessoa.

—Me desculpe- disse o outro, arrependido.

—Como pode você usar esses óculos ridículos e não conseguir enxergar? É claro, ninguém liga para isso só por saber que você é o eleito.- depois dessa fala, Sophie seguiu em direção ao Salão Principal, deixando Harry naquele corredor.

Sentou-se na mesa da Sonserina, em um lugar totalmente isolado das outras pessoas. Viu Pansy se aproximando, mas tentou demonstrar desinteresse.

—Robinson, Dumbledore quer falar com você agora mesmo.

—Por quê?- tentou demonstrar indiferença, o que não funcionou.

—Ele não me disse.- Sophie se levantou sem encarar a outra. Tinha que manter a “personagem” que estava mantendo faz meses.

Sophie bateu na porta do diretor e a porta abriu-se, mostrando Dumbledore sentado em sua mesa, conversando com Harry. Sophie olhou sem expressão para Harry, demonstrando que não estava surpresa de vê-lo ali a esta hora. Harry a encarava humilde. Não parecia que tinha esbarrado nela a minutos atrás.

—Entre, Sophie! Você recebeu minha mensagem. Fico feliz que tenha vindo.- Sophie caminhou em até a mesa do professor, sem desgrudar os olhos de Harry nem por um segundo. Encarou o diretor somente quando estava na frente da sua mesa.

—Professor...é melhor eu me retirar.- disse Harry, parecendo tímido.

—Sim, Harry. Você pode se retirar.- Harry assentiu com a cabeça e caminhou até a porta. Quando estavam sozinhos, Sophie quebrou o silêncio.

—Por que me chamou aqui, senhor?

—Sophie, eu descobri!- ele parecia entusiasmado. Sophie ergueu uma sobrancelha, confusa.

—Descobriu o que, diretor?

—Malfoy também sente o mesmo que Harry. Ele veio ontem e pude sentir...era...era uma coisa inexplicável.

—Que bom. Quando quer que eu comece o plano?

—O mais rápido possível. Você sabe, tempos difíceis virão por aí. Receio que quando isso acontecer, Harry precisará de alguém a seu lado.- O diretor levantou-se lentamente e caminhou até Sophie –Está pensando em alguma coisa?

—Sim, senhor. Eu estou curiosa, em relação ao Harry. Por que ele estava aqui?

—Eu o chamei. Eu disse que nós vamos ao esconderijo da horcrux somente depois do natal.- ela assentiu com a cabeça.

—Bem, é melhor eu ir. Obrigado por me chamar, senhor.- ele acenou positivamente com a cabeça, encarando Sophie que estava saindo da sala.

Dia 16 de Outubro, Sala de Defesa Contra As Artes Das Trevas

Estavam todos os alunos da Corvinal e da Sonserina na sala, esperando o professor Snape. Draco estava sozinho em uma mesa, concentrado em seu livro, quando viu que alguém sentou em seu lado. Sophie o encarou, parecendo esperançosa.

—Me empresta suas anotações de Poções? Harry não quis me emprestar.- disse Sophie, tentando manter a personagem fria e chata. Mas depois de todas essas semanas, ela sentia outros sentimentos além de tristeza, raiva e repugnância.

—Sim. Pode pegar.- disse Draco, desconfiado. –Por que ele não te emprestou?

—Talvez por eu ter esbarrado nele hoje- disse ela, sarcástica.

—Você esbarrou nele?- perguntou, rindo muito.

—Você sabe como ele é rude as vezes.

—Você acha ele rud...- um puxão em seu ombro interrompeu sua fala. O puxão foi tão forte que ele teve que levantar. Era Pansy.

—Vamos conversar lá fora. JÁ!- o puxou forte pelo braço. Draco foi obrigado a caminhar até o lado de fora da sala.

—Ai!- disse ele, massageando o braço e o ombro por conta dos puxões. –Qual é seu problema, sua demente?

—Draco, não consigo mais me segurar.- após a fala de Pansy, ela agarrou Draco pela camisa e o beijou loucamente. Ele tentou a empurrar, mas ela era muito mais forte. Não podia se defender com feitiços, pois sua varinha estava na sala. Ele tentou de tudo para se livrar dela e daquele beijo nojento, quando sentiu que ela tinha sido jogada para trás. Draco recuperou o folego e olhos para os lados. Viu Harry com sua varinha apontada para Pansy, seu olhar era de raiva.

—Você está bem?- perguntou Harry, olhando humilde para Draco.

—Estou sim. Você viu o que ela fez?- perguntou Draco, limpando a boca com a manga da capa.

—Essa sua amiga é nojenta.- disse Harry, com cara de nojo.

—A partir de agora. Ela não é mais minha amiga.- viram Pansy se levantando, parecendo cega de raiva. Correu em direção a Harry, ameaçadora, quando ele conjurou ‘Petrificus Totalus’. Ela caiu novamente no chão, petrificada. Harry chegou perto dela, com um sorriso malicioso.

—Faça isso com Draco de novo, e você vai se arrepender de ter nascido.- com um movimento da varinha, ela voltou ao normal, olhando assustada para Harry e voltando para a sala, correndo. Harry deu uma gargalhada sinistra, assustando Draco.

—Bem...er...- Draco limpou a garganta, totalmente corado –Obrigado por me salvar daquela piranha.

—Tudo bem.

—Estou atrapalhando- ouviram uma voz seca e grave atrás deles, causando arrepios em Harry. Era o professor Snape. –Potter, vá para a sua sala, se não quiser ficar um mês em detenção. Malfoy, entre na sala, agora!- ordenou Snape, entrando na sala e balançando suas longas vestes negras. Quando Harry e Draco estavam sozinhos, Draco quebrou o momento tenso com sua fala.

—A gente se vê por aí.- disse Malfoy, entrando na sala.

Sentou no lugar vazio ao lado de Sophie, o lugar que estava sentado antes.

—O que aconteceu?- perguntou Sophie, com a testa franzida ao ver Draco tentando arrumar seu cabelo que estava extremamente desarrumado.

—Nada.- falou sério, olhando para Pansy, que o encarava com raiva.

Dia 16 de Outubro, Sala de Adivinhação

—Você salvou o Malfoy?- perguntou Rony, incrédulo.

—Harry, você está muito obcecado por ele.- lembrou Hermione, preocupada. –O que está acontecendo?

—Nada, Mione. Ele é meu amigo, só isso.

—Não é o que parece.- disse Rony, rindo logo em seguida.

—Cala a boca, Rony.- Harry não se aguentou e riu também.

—Senhor Weasley.- chamou o professora –Pode responder a pergunta?

—Desculpa professora, eu não ouvi.

—O que você vê na xícara do senhor Potter?- Rony pegou a xícara do amigo, totalmente desanimado.

—Eu vejo...uma cruz torta e um sol. Acho que significa que você vai sofrer e depois var ser muito feliz. Também vejo outra coisa...

—O que, querido?- perguntou a professora Trelawney, aproximando-se

—Não sei bem o que é.

—Me deixe ver, Rony- disse Hermione, pegando a xícara. –Significa...você terá um amor muito inesperado. Essa pessoa fará de você uma pessoa muito feliz. Você se sentirá seguro perto dela.- disse Hermione, sem desgrudar os olhos da xícara.

—E quem é essa pessoa?- perguntou Harry, confuso.

—Não sei, Harry, mas você terá futuro com ela.- disse Hermione, agora olhando preocupada para o amigo.

—Me deixe ver.- pediu a professora. Hermione entregou a xícara para a professora, nervosa. Quando a professora olhou para dentro da xícara, arregalou os olhos e abriu a boca, surpresa.

—O que foi, professora?- perguntou Harry, que estava ficando com medo. A professora pareceu não ouvi-lo.

—Querido, eu vejo...é o senhor Malfoy.- Harry levantou rapidamente, surpreso.

—Como é que é?- perguntou Harry, totalmente desnorteado.

—Estão todos dispensados.- disse a professora, sentando em uma cadeira. Harry dirigiu-se a ela, totalmente zonzo.

—Professora...o que isso significa?

—Senhor Potter, é uma coisa totalmente complicada. É quase que sem explicação. Vocês dois eram inimigos, não?- Harry assentiu com a cabeça –Isso complica as coisas. E sua profecia foi destruída, não?- Harry assentiu novamente –Isso mudou tudo. Acho que você não entenderia tudo isso. Eu já vi isso antes, mas apenas uma vez. Já pode se retirar se quiser, senhor Potter.- Harry caminhou lentamente até a porta, não acreditando no que havia ouvido lá dentro. Foi ao encontro de Rony e Hermione, que também estavam confusos.

—Harry, isso não é normal!- disse Hermione, que estava mais confusa que Harry e Rony.

—Eu disse, Harry!  Quando eu disse que você estava obcecado pelo Malfoy.

—Eu sei, Rony!- disse Harry, sem paciência. –Isso não é possível!

—Infelizmente, é sim Harry.- disse Hermione, tocando no ombro do amigo. –Mas quero que saiba: nós não temos nenhum preconceito a respeito disso.- Harry assentiu com a cabeça –Vamos te apoiar, Harry. Você vai começar a gostar dele, mais cedo ou mais tarde. Isso é...complicado.

—Eu já gosto um pouco, Mione.- desabafou Harry, que fez Rony abrir a boca surpreso.

—Tudo bem, Harry- disse ela, tentando transparecer segurança ao amigo.

—Estou com um pouco de dor de cabeça. Vou ver o que é com a madame Pomfrey.- Disse Harry, saindo logo em seguida. Não estava mentindo, estava se sentindo mal, muito mal. Aquilo que tinha acontecido...era impossível!

Harry estava caminhando em um corredor vazio, desnorteado, quando foi empurrado por alguém. Bateu com as costas na parede e olhou para Pansy, que estava com raiva. A expressão dela dava medo.

—Muito bem, seu Grifinório maldito, vamos acertas nossas contas.- Ela deu um forte soco em seu rosto, girando Harry. Depois deu um soco em seu estômago, fazendo Harry se encolher de dor. Ela o pressionou contra a parede, com a mão em seu pescoço. –Você vai me pagar...

—PANSY!- Harry ouviu um grito vindo do final do corredor. Viu Draco correndo na sua direção, com raiva.

—Olha só quem chegou!- disse ela, sarcástica. Sem fôlego, Draco rapidamente escaneou o rosto do outro.

—Er...preciso falar com você, em particular.

—Estou ocupada.- Pansy sacudiu Harry, mostrando seu ponto.

—Millicent...ela...achou aquele seu item que tem no seu malão.

—Que item?- perguntou ela, interessada

—Aquele item que você roubou do professor...

—Shhh!- Pansy olhou para Potter e em seguida para Draco novamente. –Aquela...ela vai ver.- Pansy soltou Harry, que teria caído de não fosse a parede.

No final do corredor, sem que ninguém percebesse, Sophie estava observando a briga. Estava torcendo para Pansy ir embora e os dois ficassem ali. Prometeu a Dumbledore que iria juntar aqueles dois...

Pansy saiu correndo para as masmorras, deixando Harry e Draco ali.

—Que inferno!- murmurou Harry, sem fôlego –Essas garotas ainda vão me matar! Honestamente! Maldita Pansy.- disse Harry, focando em Draco. Ele parecia tímido. –Er...Obrigado.

—Bem...você me salvou dela...eu te salve agora. Acho que estamos quites.- Draco olhou para os pés, tentando parecer modesto.

—Certo.- Harry afastou-se um pouco da parede. –Obrigado.- um curto silêncio se estabeleceu no local. No final do corredor, Sophie estava quase tendo um negócio por ver o que estava vendo. Daqui a pouco...vai acontecer. –Bem...- Harry limpou a garganta. Os dois estavam nervosos, isso dava para ver de longe. Draco encarou Harry, em silêncio. O outro fazia o mesmo.

Draco deu um passo cuidadoso para frente.

—Tem alguma coisa na minha bochecha?- perguntou Harry. É claro! O bom e velho tem-alguma-coisa-na-sua-bochecha-me-deixe-tirar.

—Na verdade, sim.- Draco acenou um pouco vigorosamente demais e deu outros dois passos para a frente, quase pisando no pé do outro. Harry franziu a testa e esfregou a bochecha, consciente da proximidade.

—Tirei?

—Não.- Draco esticou a mão, cuidadoso para não fazer nenhum movimento brusco. –Aqui, permita-me...

No momento que os dedos de Draco tocaram a bochecha do outro, seu sangue congelou. Os olhos de Harry arregalaram por trás do óculos redondo.

—Pronto.- Draco respirou, segurando gentilmente a mandíbula de Harry. Seu polegar deslizou até a curva dos lábios de Harry e eles se partiram para o garoto respirar.

—O que...- Disse Harry, mas Draco não o deixou terminar. Ele se inclinou para a frente e pressionou seus lábios firmemente contra os do outro.

“Draco está me beijando”. O pensamento dançou na mente de Harry, acabando com suas tentativas de negar o que estava acontecendo. Não havia dúvida. Os olhos de Harry permaneceram abertos, ele podia ver o rosto de Malfoy claramente; estava tão perto; Harry podia ver cada cílio pálido que tocava as bochechas de Malfoy. O toque dos lábios de Malfoy era firme e quente, sem muita pressão, mas era impossível negar que estava lá. Um toque tentativo de língua foi seguido pelos lábios de Malfoy movendo contra os do outro e Harry perdeu sua habilidade de respirar. A palma de Draco estava pressionada na bochecha de Harry, espalhando calor na pele dele e não pôde evitar de soltar um pequeno som de aprovação quando seu lábio inferior foi puxado entre os dentes de Draco, e então seus lábios, antes que fossem liberados e o toque quente desaparecer.

Os olhos de Malfoy se abriram e encararam Harry.

—O que...- Harry tentou falar de novo, mas era como se essas duas palavras fossem um código secreto para pedir beijos. Malfoy se inclinou e beijou Harry novamente.

Sophie, no final do corredor, estava pulando de felicidade. Não via a hora de contar a Dumbledore o que tinha visto. Fazia tempo que não ficava feliz daquele jeito.

Eles se separaram novamente e Harry tentou pela terceira vez...

—O que...

—Droga!- murmurou Draco, beijando Harry novamente.

Sophie saiu correndo, indo em direção a sala do diretor. Nunca esteve tão feliz com alguma coisa. Estava tendo uma epifania.

Harry perdeu os sentidos naquele beijo. Era como se seu cérebro tivesse derretido. Estava ficando tonto, então teve que segurar na cintura de Malfoy para não cair. Sua boca estava formigando. Era tão fácil responder aos beijos do outro. Em um segundo, separaram seus lábios novamente.

—Deu certo.- disse Draco, sorrindo e respirando fundo por conta de estar sem fôlego.

—Como assim?- perguntou Harry confuso.

—Eu achei que você não me beijaria de volta- sorriram. Harry ficou ainda mais tonto, então o aperto na cintura de Draco intensificou.

—O que...- e Malfoy não o deixou terminar mais uma vez, beijando-o novamente. Mas dessa vez o beijo foi mais curto, por conta do susto das risadas maléficas que vinham de um corredor próximo.

—Pirraça- reconheceu Harry, sem tirar as mãos da cintura do outro.

—Precisamos ir.- disse Draco, o beijando com um rápido selinho. Os dois correram para um lugar bem distante do corredor que estavam e pararam para recuperar o fôlego.

—Que maldição!- disse Harry, irritado com Pirraça.

—Poltergeist idiota!- falou Malfoy, olhando de soslaio para Harry.

—Perdemos a aula de Trato das Criaturas Mágicas.- Harry olhou para o relógio, preocupado.

—Mas foi por uma boa causa.- sorriu Draco maliciosamente. Ficaram alguns minutos em silêncio, se encarando, quando Harry aproximou-se de Draco e o beijou. O beijo de Harry era doce e humilde, Draco reconheceu. Isso era meio estranho. Ele não era gay. Nem Harry. Aconteceu por acontecer.

—Ei!- Malfoy interrompeu. –É melhor não ficarmos aqui. Podemos ser vistos. Vamos para outro lugar.- Harry olhou o relógio novamente.

—O almoço sai daqui a vinte e cinco minutos.- Draco deu de ombros.

—E o que tem isso?

—Quando for a hora do almoço, é melhor estarmos no Salão Principal, porque podem desconfiar.- Draco assentiu com a cabeça e levantou-se.

—Vamos sair daqui.- Harry concordou e levantou-se. Draco começou a andar um pouco na frente, parecendo tímido.

—Draco!- chamou Harry. O outro o encarou, corado. –Você beija bem.- após o comentário de Harry, Malfoy caminhou até ele novamente e o beijou gentilmente.

—Você também.

Dia 16 de Outubro, Sala do Diretor

—Professor Dumbledore!- Sophie correu até a mesa de Dumbledore, sem fôlego por conta da micro-corrida até ali.

—O que aconteceu, Sophie?- O diretor levantou rapidamente, preocupado.

—Aconteceu...Draco e Harry...se beijaram- as palavras não saiam de Sophie. Ela estava totalmente sem fôlego. Dumbledore arregalou os olhos, sorrindo como nunca tinha sorrido na vida, exceto no dia em que...

—Isso é verdade, Sophie? Você que fez isso acontecer?

—Não, diretor. Foi Draco.- o sorriso de Dumbledore foi se desfazendo lentamente.

—Bem...mudando de assunto completamente, preciso falar com você.- ele voltou a sentar em sua grande poltrona, seus olhos demonstrando tamanha preocupação. –Quer sentar?

—Não, senhor. Estou bem assim.- Dumbledore respirou fundo, fechando os olhos e os abrindo novamente.

—Bem- começou –Recebi uma carta de Charlie.- Sophie cessou seu sorriso imediatamente. Não gostava das cartas do seu pai. Elas sempre traziam notícias ruins. –Charlie me pediu para entregar a você.- ele tirou um envelope pardo de uma gaveta. Envelopes pardos, na família Robinson, significa que alguém morreu. Após Sophie ver que o envelope era pardo, o sangue de Sophie gelou. Quem tinha morrido agora?

O diretor lhe entregou o envelope, suas mãos estavam trêmulas. Ela abriu o envelope pardo e leu, em voz baixa. Enquanto lia a carta, Sophie encheu os olhos d’água. Balançava a cabeça em sinal negativo, temendo que aquilo era verdade. Após acabar de ler a carta, ela sentou em uma cadeira próxima. Estava desconcertada, arrasada, agonizando. Colocou a mão no peito, parecendo que seu coração estava doendo. Fechou os olhos e permitiu que uma lágrima caísse. Dumbledore chegou perto de Sophie, percebendo seu sofrimento.

—O que aconteceu, Sophie?

—Ela...- Sophie não pode terminar. Chorava descontroladamente. Seu choro era uma mistura de agonia e saudade, era simplesmente impossível negar que era agonizante.

—Quem?- perguntou o diretor, confuso.

—Minha mãe...- Dumbledore arregalou os olhos por trás dos óculos de meia lua. Não conseguia acreditar nisso. 

—Não...Não pode ser...- sentou-se em uma cadeira que ficava perto de sua mesa.

—Foi a doença. Ela estava doente. Varíola de Dragão...- Dumbledore aproximou-se dela e a abraçou, transmitindo segurança e compreensão. –Ela estava sofrendo.

—Por esse lado, foi bom isso acontecer. Ela não irá sofrer mais.- Sophie levantou-se, tentando se acalmar.

—A carta também diz que o Lord das Trevas quer falar comigo. Amanhã.- Dumbledore ficou tenso, muito tenso.

—Voldemort quer falar com você? Por quê?

—Isso é o menor dos meus problemas. Se ele quiser me matar, ele que me mate. Isso não é problema.- caminhou em direção à porta, abrindo-a, mas parou quando ouviu a voz de Dumbledore.

—Receio que quem matou Ellie não foi a doença, Sophie, sempre desconfie de comensais da morte.

Dia 17 de Outubro, Mansão dos Robinson

Era uma manhã fria. O céu estava totalmente coberto, mostrando que iria chover. Era um dia especialmente feito para o luto da família Robinson.

Sophie cruzou a grande porta do saguão de entrada, com cara de nojo. Foi até a sala de estar, se deparando com seu pai sentado no sofá, empertigado, como sempre. Foi até ele, hesitante.

—Bom dia.- disse Charlie. Seu rosto sem expressão e suas palavras frias. Ellie era bem diferente do marido. Ela era dócil, amorosa. Mas agora...Sophie terá que viver com seu pai irritante e amargo.

—O Lord das Trevas já está aqui?

—Sim, está. Atrasou-se novamente, Sophie.- ela olhou seu relógio e soltou uma espécie de rosnado.

—Atrasei dois minutos.

—Para o Lord das Trevas, dois minutos são duas horas. Vamos para a sala de jantar.

Charlie era considerado uma pessoa extremamente torpe. Era um alto homem, vivia sempre bem vestido e tinha sua postura sempre ereta. Depois que se tornou um comensal da morte, virou uma pessoa totalmente diferente do que era antes. Antes era um pai cuidadoso, casual. Agora...não passava de um comensal nojento.

Charlie abriu a porta da sala de jantar. Havia uma grande mesa. Na ponta, estava sentado aquele lunático repugnante que todos chamam de Voldemort. Estavam sentados Voldemort, Snape, Bellatrix, Greyback, Lucio e Narcisa Malfoy. Seu pai sentou ao lado de Snape, assustado.

—Sophie...achei que só viria no natal- disse Voldemort, sarcástico. Ela sentou ao lado de Charlie, nem um pouco nervosa.

—Milorde...- disse Sophie, sorrindo, o que deixou o outro um pouco irritado. –Por qual motivo tive que vir?

—Primeiramente, quero avisar que este local será meu refúgio, a partir de hoje.- Charlie soltou um som de desaprovação, mas se arrependeu quando percebeu que o outro estava o encarando, sério. –Também quero falar sobre a sua falecida mãe.- falou sarcástico. Nesse instante, Sophie queria que aquele psicótico morresse da forma mais cruel possível. –Você sabe o que causou a doença nela? Seu benquisto pai.- os olhos de Sophie se arregalaram. Ela se recusava a não negar que Charlie tinha feito aquilo.

—O que?

—Querida, me deixe expli...

—NÃO!- gritou Sophie, interrompendo-o –VOCÊ...COMO VOCÊ PODE...

—Seu bendito pai fez isso por ordens minhas, querida Sophie- disse Voldemort, totalmente sarcástico.

—O que? Por que...

—Ela era só uma trouxa. Uma trouxa que o ministério tinha um pingo de compaixão...- disse ele, interrompendo-a. –Mas...mudando de assunto, quero lhe dizer que vamos mudar a data do seu plano.- Sophie o olhou, com raiva, o deixando desconfortável. Era muito difícil deixar o Lord das Trevas desconfortável, a única pessoa que tinha o dom de deixa-lo assim é Sophie. E isso o deixava com uma vontade imensa de mata-la.

—Quando eu terei que cumprir?

—Iria ser depois do natal, não?- perguntou ele, se levantando lentamente e caminhando em direção a ela. Deu duas batidinhas no ombro de Charlie e agachou-se para ficar na altura de Sophie, que ainda permanecia sentada. –Terá que fazer isso...bem antes do natal- disse em uma voz suave, mordendo o lóbulo de sua orelha, nada gentil. Ela estava totalmente surpresa, pois seu pai não fez nada. Nem a olhou. Deveria estar com vergonha do que havia feito com Ellie.

—QUANDO?- Sophie deixou escapar um grito por conta de seu nervosismo. Sentia o odor de cemitério vindo da boca do outro, o que a deixava totalmente enjoada.

—Que tal...dia 30 de Outubro? Não consigo mais esperar...- disse ele, em tom malicioso.


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Notas finais do capítulo

Bem, primeiramente, eu gostaria de agradecer a todos que estão acompanhando e comentando a fic, significa muito para mim.
E, claro, a minha mania de perguntar: mereço comentários?
Espero que tenham gostado *-* até o próximo cap
Beijos gelados no coração de vcs ♥



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