Verdades Ocultas - Factum Mortis (versão inicial) escrita por Desty


Capítulo 6
Six


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal!! ♥ Bem, fiz esse capítulo pra vcs que está quentinho e bem...Drarry? Bem, se vc não shippa, é só ignorar esse fato, pois o outro assunto vai valer a pena.
Nos vemos nas notas finais
Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718273/chapter/6

 

Dia 15 de Outubro, Salão Principal

Haviam se passado quarenta e um dias desde o ocorrido na sala de Dumbledore, sobre a penseira. Nesse tempo de quarenta e um dias, Harry Potter se aproximou de Slughorn o mais que pode. No último dia de Setembro, o professor Horácio pediu a Harry que fosse em um jantar, e claro que não podia negar. Esse jantar era uma chance de se aproximar de Slughorn.

O teste para goleiro no quadribol havia passado e a vaga foi adquirida por Rony, que no dia acreditara que Harry teria colocado poção da sorte em sua bebida. Era tudo fingimento, claro, mas Rony conseguiu  mesmo assim por conta de sua confiança. Nas comemorações de sua vitória, Lilá Brown, uma garota ingênua e sensível, deu um afamado beijo no Ron. Hermione saiu chorando, é claro, todos notavam tal atração pelo ruivo. Mas tirando isso, estava tudo normal. Sophie continuara com suas atitudes assustadoramente estranhas. Nem Harry, nem Draco, nem ninguém havia descoberto o que se passava, pois o velho nunca mais voltou. Insólito. As visitas de Sophie na sala de Dumbledore continuaram. Dia após dia. Gina estava antes com Dino Thomas, um aluno da Grifinória, mas terminou com ele e agora estava “caçando” Harry. Ele não estava interessado, apesar de a achar bonita, inteligente, divertida e com personalidade forte, não tinha atração nenhuma por ela. A considerava como uma boa amiga, mas nada além disso. Mas, apesar de Gina estar se aproximando de Harry, não a agrada que ele agora fique conversando e andando com Malfoy quase sempre.

Era uma manhã de sol, meio fria e muito plácida. A maioria dos alunos estavam indo para Hogsmead, já que era Domingo. Estavam muito ansiosos para o Halloween, que aconteceria daqui a dezesseis dias. Harry e seus amigos estavam no salão comunal, conversando e estudando para o teste de poções, que seria dois dias depois. Harry estava sentado a frente de Hermione e Rony, do seu lado estava Neville, concentrado no novo livro de Herbologia. Harry estava muito cansado, queria estar dormindo agora.

—Harry, você tem anotado os ingredientes da poção do Morto-Vivo?

—Tenho sim, Ron. Pegue aqui!- Harry pegou um pergaminho e o entregou a Rony, bocejando logo em seguida.

—Está cansado, Harry?- perguntou Hermione, com olhar preocupado.

—Sim, Mione. Preciso dormir um pouco.

—Então vá. Estamos a uma hora estudando. Por mim tudo bem, mas para você é muito...

—Como você não cansa? Ainda mais sendo poções!- disse Rony, surpreso.

—Sempre o mesmo tom de surpresa- Hermione o encarou, fazendo-o sorrir.

—Até mais!- despediu-se Harry, recolhendo sua pena e pergaminhos, andando em direção a porta. Quando sai do salão, esbarra com alguém do lado de fora. Ele, a outra pessoa e seus pergaminhos caem no chão.

—Olha por onde anda!- exclamou o outro, que se levantava e arrumava sua gravata.

—Me descul...Draco?- Malfoy o olhava com expressão raivosa, que logo passou para surpresa.

—Er...Harry. Me perdoe. Mas mesmo assim, olhe por onde anda.- exclamou Draco, rindo logo em seguida, o outro fazendo o mesmo. –Bem...onde estava indo?

—Meu dormitório. Estou muito cansado para continuar estudando com os outros.- O outro assentiu com a cabeça.

—Eu me perdi no horário. Ia jogar Snap Explosivo com Nott, mas acabei dormindo um pouco mais. Sabe como é...

—Sim, claro. Bem, em vou indo. Até depois, doninha.

—Até depois, cicatriz.- sorriram e Malfoy caminhou até a mesa da Sonserina. Harry o seguiu com os olhos e logo após seguiu seu caminho até o dormitório da Grifinória. Deitou na sua cama e adormeceu rapidamente.

{Pesadelo ON}

Era um cenário totalmente preto, com alguns feixes de luz. Sophie estava amarrada em uma cadeira, totalmente paralisada. Harry estava ao lado dela, também amarrado, mas não paralisado. Ela a chamou, sem obter resposta. Fez o mesmo novamente e nada. Percebeu que ao lado dele haviam mais cinco cadeiras, cada uma com algum objeto, cobertos com um pano vermelho. Harry sentia uma coisa ruim, muito ruim. Era uma energia negativa...a mesma sensação de quando ele ficava perto de Sophie. Nagini também estava paralisada ao lado de Sophie.

—Ora, ora!- murmurou alguém, que estava fora dos feixes de luz, completamente fora de vista. –Olha só o que temos aqui!- Harry olhou para os lados, desesperadamente, tentando identificar de onde a voz rouca vinha. Estava a sua frente, não muito visível, mas havia forma...era uma pessoa...tinha vestes negras e não possuía cabelos...e essa voz...Só podia ser quem Harry achava que era.

—APAREÇA, COVARDE!- gritou Harry, tentando se soltar, mas em vão. Ao invés de se soltar, as cordas que estavam entrelaçadas ao seu corpo se apertaram ainda mais.

—Harry Potter. O menino-que-sobreviveu. Tão...bondoso.- finalmente, o sujeito que estava nas sombras ficou visível. Voldemort estava parado em sua frente, totalmente sarcástico. –Qual de vocês dois eu mato primeiro? Sua “amiguinha” esquisita...ou o nosso famoso e ilustre Harry Potter?- Voldemort fez uma reverência, deixando visível a varinha que estava segurando. Não! Não podia ser! Era dono da varinha de Sabugueiro! Mas, e Dumbledore?

—MATE A MIM! MAS NÃO TOQUE UM DEDO NELA! SEU LUNÁTICO IMUNDO! MESTIÇO!

—Seu pedido é uma ordem, senhor Potter. Mas, pensando bem...será mais divertido vê-lo sofrer. Não se preocupe, não sofrerá com um Cruciatus ou coisa parecida...Observe. AVADA KEDAVRA!- um jato de luz verde saiu da varinha das varinhas em direção ao peito de Sophie. As cordas que estavam a amarrando simplesmente a soltaram e ela caiu morta no chão. Saía um líquido preto de sua barriga.

—NÃO!- gritou Harry, desesperado. Viu que Voldemort estava caído no chão, desmaiado. Sentiu uma sensação estranha, como se uma parte das trevas que possuía seu corpo tivesse simplesmente sumido e...

{Sonho OFF}

—Harry! Harry! Acorde!- Rony sacudia seu ombro nada gentiu e gritando alto. Harry levantou num salto, suando muito e com a garganta totalmente seca.

—O que foi, Ron?

—Eu vim ver se você já tinha acordado. Já passou uma hora desde que você saiu do salão comunal, então pensei que você já tinha acordado. Eu queria te chamar para praticar quadribol comigo.

—Sim. Eu já vou Rony. Preciso de água.- Harry transfigurou um pedaço de pergaminho vazio em um copo e lançou dentro o feitiço ‘Aquamenti’, fazendo o copo encher d’água.

—Bem, eu te espero no armário de vassouras.- O ruivo saiu, deixando Harry sozinho. Se levantou e trocou de roupa, colocando as vestes de quadribol. Fazia tempo que não tinha pesadelos com Voldemort, estava confuso. Enquanto escovava os dentes, relembrava cada detalhe de seu pesadelo. Apoiou-se na pia com uma mão em cada lado dela, encarando-se no espelho.

—Não posso deixar ele entrar. Não posso permitir isso.- sussurrou tão baixo que quase nem ele mesmo ouviu. Decidiu que falaria hoje com Dumbledore, alguma coisa tinha que ser feita.

Dia 15 de Outubro, Sala Precisa

Sophie estava caminhando em meio ao monte de objetos do local. Chegou ao armário que encontrara diariamente. Pegou sua varinha e murmurou o feitiço de sempre. Parou no meio da frase, suspirando e guardando sua varinha.

—Quer saber? Vou fazer isso sozinha mesmo. Não preciso de mais comensais inúteis. Comunicarei isso ao Lord das Trevas. DESISTO!- disse Sophie, saindo do local rapidamente...

Dia 15 de Outubro, Sala do Diretor

Era quase hora do almoço, quando Harry saiu do campo de quadribol e dirigiu-se para a sala de Dumbledore.

O diretor estava sentado em frente a uma escrivaninha, mexendo em um anel muito bonito e o colocando junto ao Diário de Tom Riddle dentro de uma gaveta ao ouvir batidas na porta. A porta abriu-se, revelando Harry.

—Harry! Entre!- Harry aproximou-se de sua mesa, ansioso.- Como está?

—Estou bem, senhor.

—Aproveitando suas aulas?- Potter assentiu com a cabeça. –Eu sei que o professor Horácio está muito impressionado com você.- Harry sorriu, sentindo-se orgulhoso, pois foi um pouco difícil chamar a atenção de Slughorn totalmente.

—Ele superestima minhas habilidades.- Dumbledore deu uma risadinha rápida.

—Acha?

—Com certeza.- ambos riram, passando certa segurança a Harry.

—E suas habilidades fora da sala de aula?

—Senhor?- Harry franziu o cenho, confuso.

—Percebi que você tem passado muito tempo com o senhor Malfoy, então achei...claro, isso seria extremamente normal para mim. Entende o que quero dizer?

—Ah, Não, não! Quer di-dizer...Ele é brilhante, e somos amigos. Nada mais.

—Me perdoe. Só estava curioso. Você sabe que, pelo menos para mim, isso é realmente normal.

—Como assim, senhor?- perguntou Harry, que não tinha a menor ideia do que o outro estava falando.

—Eu sou gay, Harry.- quando a fala de Dumbledore chegou aos ouvidos de Harry, seu queixo caiu. –Sim, você não entendeu errado. Por isso estou acostumado com esse tipo de coisa. Melhor mudarmos de assunto. O que queria falar comigo?

—Bem, senhor. Faz um pouco mais de um ano que não tenho...pesadelos.- o diretor franziu a testa quando ouviu.

—Continue.

—Bem...hoje eu estava estudando no salão principal, quando percebi que não conseguia mais aguentar ficar acordado. Fui para o meu dormitório dormir e tive um pesadelo.

—Como foi?

—Eu...eu estava amarrado em uma cadeira. Sophie estava ao meu lado, presa também, porém imobilizada. A cobra do Voldemort também estava imobilizada ao lado de Sophie e tinham cinco cadeiras ao meu lado, cada uma com algum tipo de objeto coberto por um pano. De repente, ele chegou. Voldemort, e...ficou me provocando. Como conheço o conto dos três irmãos, logo vi que estava segurando a varinha das varinhas. Achei estranho, pois ela pertence ao senhor, não é mesmo?- Dumbledore assentiu com a cabeça. –Ele me perguntou qual de nós dois morreria primeiro, eu ou ela. Eu disse para ele não mata-la e ele...- Harry engasgou. Estava suando frio e tremendo, só de lembrar cada detalhe de seu sonho.

—Eu sei.- Harry concordou com a cabeça, olhando para baixo.

—Saía um líquido preto dela. Aquele lunático estava...acho que estava desmaiado no chão. Eu me senti muito mal. Não era por causa da morte dela, parecia uma energia ruim. Mas, apesar de tudo isso, foi só um sonho, não foi senhor?

—Sim Harry. Foi só um sonho- O mais velho se levantou e fez um sinal indicando para Harry o seguir. Dumbledore foi em direção a prateleira com muitos frascos e pegou um. Em sua etiqueta, estava escrito ‘Horácio Slughorn’. Sem trocarem nenhuma palavra, Dumbledore entregou o frasco a Harry e o mais novo caminhou até a penseira, derramando seu conteúdo dentro dela.

{Memória ON}

Estavam em uma sala, sentados em uma mesa, o professor Slughorn, Tom Riddle mais cinco estudantes vestidos com ternos acinzentados.

—Senhor...é verdade que a professora Merrythought está se aposentando?

—Tom, não lhe diria mesmo se soubesse, não é? E aliás, obrigado pelo abacaxi. Acertou, é o meu preferido. Mas como você soube?- Tom sorriu, talvez maliciosamente.

—Intuição.- Slughorn sorriu, confuso.

—Santo Deus! Já é tão tarde assim? Já está na hora, o professor Dumbledore vai por todos nós em detenção.- Enquanto o professor encarava os outros alunos se levantando. Não percebeu que Tom não parara de o encarar, com um tipo de sorriso em seu rosto.

Depois que todos se retiraram, exceto Tom, Slughorn deu uma batidinha de leve em sua ampulheta e voltou-se para Tom, que já estava de pé.

—Fique atento, Tom. Você não quer ser pego fora da cama depois da hora. Está pensando em alguma coisa?- perguntou o professor, enquanto encarava Tom que estava se aproximando lentamente.

—Sim, senhor. Eu não imagino ninguém melhor...os outros professores...bem, não são como o senhor. Eles...podem não me compreender.- O outro sorriu, sentindo-se lisonjeado.

—Continue- pediu, tomando um grande gole de sua bebida.

—Estava na biblioteca em uma noite, na sessão reservada, e...li alguma coisa estranha sobre uma magia bem rara. E pensei que o senhor pudesse me esclarecer.- a partir dessa fala, o som da memória começou a ficar meio que...embaçado. Se ouvia com dificuldade, na verdade, não era possível compreender algumas falas. –Se entendi bem se chama...- a magia dita por Tom não podia ser identificada. O som da memória estava ruim demais e a magia não foi descoberta. Mas, após a menção da magia, o som da memória voltou ao normal, permitindo escutar o professor claramente.

—Como é que é?- ele parecia muito nervoso, irritado e bravo. –EU NÃO SEI NADA SOBRE ESSE ASSUNTO E MESMO QUE SOUBESSE EU NÃO LHE DIRIA! AGORA SAIA DAQUI IMEDIATAMENTE E NÃO QUERO OUVIR VOCÊ FALANDO DISSO NUNCA MAIS!

{Memória OFF}

—Confuso?- perguntou Dumbledore. -Seria surpresa não estar.- parecia que estava tremendo. Harry nunca o vira assim.

—Eu não entendi. A magia... o que houve?

—É  a memória mais importante que já recolhi...- disse Dumbledore, sentando em uma cadeira próxima. –E também uma mentira! Essa memória foi alterada pela mesma pessoa a quem ela pertence. Nosso velho amigo professor Slughorn.

—Mas por que ele faria isso com a própria memória?- perguntou Harry, confuso.

—Em minha opinião, por vergonha.

—Por quê?

—Essa é a questão.- levantou-se ele. –Eu pedi que conhecesse melhor o professor Slughorn e você o fez. Agora quero que o convença a revelar a memória verdadeira do jeito que puder.

—Mas...eu não o conheço tanto assim a ponto de pedir sua memória.

—Esta memória é tudo. Sem ela...estamos cegos. Sem ela o nosso destino fica entregue a própria sorte. Você não tem escolha. Você não pode falhar.- Dumbledore deixou sua mão esquerda literalmente visível. Harry encarou a espécie de...necrose em sua mão. Um acidente. Ou talvez um incidente.

Dia 15 de Outubro, Sala Comunal Da Grifinória

Depois daquela conversa com Dumbledore, Harry decidiu descansar um pouco. Tinha muita coisa para resolver. As coisas da escola, de Sophie, do professor Horácio...estava tudo uma confusão. Tomou um breve banho e colocou sua roupa. Iria para a casa do Hagrid conversar e tomar uma xícara de chá.

—Harry!- Se assustou, olhando rapidamente para a porta de entrada. Mione entrou correndo. –Harry! Rony estava...- recuperava o fôlego gasto por conta de sua micro-corrida. –Ele estava treinando para...para o quadribol. Mas um balaço o acertou em cheio e...ele caiu. Está na ala hospitalar. Vamos!- puxou Harry, nada gentil.

Correram até a ala hospitalar. Quando abriram a grande porta, Harry notou quem madame Pomfrey, o professor Snape, a professora Minerva e o diretor Dumbledore estavam cercando uma cama que estava em um canto do lado direito. Correram até a cama.

—Rony! Rony, está me ouvindo?- perguntou Harry, já ao lado da cama. Não houve resposta.

—SAIAM DA FRENTE! SAIAM DA MINHA FRENTE!- uma voz ecoou fora do local. Todos voltaram seus olhares para a garota que estava correndo em direção a cama. –ONDE ESTÁ MEU WON WON? E o que essa garota está fazendo aqui?- Lavender Brown olhava indignada para Hermione

—Eu pergunto o mesmo!

—Não seja ridícula! Eu sou a namorada dele!

—Ah é? Eu sou a...amiga.

—Não me faça rir!- ouviram um gemido vindo de Rony e todos voltaram seu olhar para ele. –Viu só! Ele sente a minha presença. Calma, meu Won Won. Eu estou aqui!- Ele sussurrava alguma coisa, sendo que ninguém podia ouvir. Lavender chegou mais perto, querendo decifrar o que ele estava falando. Era um nome, que antes ela achara que fosse seu nome, mas era um nome...he...hermi...hermione. Quando conseguiu ouvir o que o ruivo dizia, Lilá se afastou, com os olhos cheios d’água. Saiu correndo pela porta. Os professores, inclusive Snape, estavam rindo da cena. Aquela fora a primeira vez que Harry vira o professor sorrindo, então olhou incrédulo.

—Tão jovem para sofrer as desilusões do amor.- disse Dumbledore, sorrindo. Ele, a professora Minerva e o professor Snape saíram da sala e Madame Pomfrey deu suas últimas instruções a Hermione.

—Senhorita Granger, ele vai poder retornar ainda esta tarde, então sugiro que fique aqui até ele consciente totalmente, tudo bem?

—Sim, Madame Pomfrey.- disse Hermione, vendo a enfermeira se retirar do local. Segurou a mão de Rony e encarou-o, corada.

—Harry, não fale nada, por favor.- Harry sorriu e também saiu da ala hospitalar.

0000

Harry estava lendo um livro no salão comunal. Não estava conseguindo pensar em nada para conseguir a tal memória, seria uma tarefa difícil. Só precisava de sorte...sorte... “SORTE! É ISSO!” pensou e saiu correndo para procurar Rony e Hermione. Precisava contar a eles isso, já que, provavelmente, os dois estavam de bem. Por sorte eles estavam saindo da ala hospitalar.

—Ron! Mione! Preciso falar com vocês! Rápido!

—Nossa Harry! O que houve?- perguntou Rony, rindo.

—Vamos para o salão comunal- caminharam os três até o salão comunal da grifinória. Harry já tinha dito para o trio sobre a memória de Dumbledore, a memória de quando Tom Riddle era pequeno. Harry, além de não ter tempo para dizer aos amigos sobre a memória de Dumbledore, não contou para os dois porque Hermione não era vista na maior parte do dia, provavelmente ficava chorando em algum lugar por causa do namoro de Rony com Lilá, e Rony não tinha tempo de falar com quase ninguém porque Lavender ficava o repreendendo. Então agora que tinha a oportunidade, falaria.

Entraram no salão comunal, Ron e Hermione ansiosos. Sentaram-se e Harry explicou tudo, do começo ao fim, com todos os detalhes possíveis.

—Então...vocês entenderam o que quero dizer?

—Harry...você vai gastar todo o frasco mesmo?- perguntou Hermione, preocupada.

—Alguém pode me explicar o que está havendo aqui?- Ron olhava confuso. Ele não poderia estar mais confuso. –De que frasco estão falando.

—Francamente Rony!- disse Hermione –Harry precisa de sorte. Ele quer tomar a poção da sorte dele para nada dar errado, Rony.

—Okay, entendi. Então, Harry, o que está esperando?- Harry pegou o frasco que estava em seu bolso e derramou todo o líquido em sua boca.

—Então Harry...como está se sentindo?- perguntou Hermione

—Excelente!- disse Harry se levantando –Muito bem! Eu vou para a cabana do Hagrid, é onde eu acho que devo estar.- Harry não deu tempo para qualquer fala de seus amigos e saiu correndo pela porta do salão comunal.

0000

Dia 15 de Outubro, Sala do Diretor

—Entre, senhorita. Estava a esperando.- A porta da sala abriu sozinha, revelando a pessoa que estava lá.

—Com licença, diretor.- disse aproximando-se da mesa.

—Mesmo depois de tudo, a senhorita ainda não perdeu sua educação.- ela estreitou os olhos –senhorita Sophie...você já sabe do voto perpétuo de Snape?

—Senhor?- perguntou Sophie, confusa.

—Foi feito um voto perpétuo...em relação...você sabe.

—VOTO PERPÉTUO? Isso não pode ser possível.- disse ela, sentando. Depois de muito tempo, ela realmente demonstrou algum sentimento.

—E como anda sua parte da missão, senhorita?

—Desisto. Mandei uma carta a meu...pai. Ele avisará o Lord das Trevas que irei fazer tudo sozinha. Não preciso de outros comensais inúteis.

—Tem certeza?

—Absoluta.

—Senhorita, deve ser cautelosa em relação a mim.

—Como assim, senhor?

—Bem...Voldemort não sabe que estou ajudando você. A encorajando. Você sabe...quando você concluir seu plano, será uma forma de vingança. Lembre-se disso quando for cumprir seu plano. Não fique com pena de mim, Sophie, não fique.

—Senhor.- disse Sophie com olhar sarcástico –Por vingança, eu faço tudo.- ouve um silêncio curto, porém, devastador.

—Bem, Sophie. Queria falar...eu achei o esconderijo do medalhão.- com essa fala, Sophie se levantou rapidamente.

—Achou? Eu não consigo acreditar!- pela primeira vez em mais de um mês, Sophie sorriu. Mas não foi um sorriso sarcástico e nojento, foi um sorriso esperançoso e humilde.

—Achei. Estou mostrando memórias a Harry para ele descobrir. Eu as...você sabe, eu acho que são somente seis. Pode ter mais, mas eu tenho que confirmar com uma memória do professor Slughorn que foi alterada pelo mesmo. Mas...eu preciso que você faça uma coisa.

—Depende, senhor.

—Bem...primeiro, eu queria lhe mostrar uma memória que, para mim, é a memória mais importante da minha vida inteira. E não quero morrer sem compartilha-la com alguém. E...quando Harry veio aqui hoje, eu pude ler pensamentos dele.- Sophie o olhava, ansiosa –Pude saber que...ele gosta do senhor Malfoy.

—Claro diretor. Eles são amigos.

—Sophie, você não me entendeu?

—Pelo visto...não.

—Ah, Sophie...Ele está apaixonado pelo senhor Malfoy.- Sophie, que antes tinha sentado de volta, agora se levantou com os olhos arregalados e o queixo caído.

—C-como é que é- gaguejou. –Isso...não pode ser verdade. Eu já vi o Draco saindo com várias garotas e isso...o Harry? Como isso pode acontecer?- Dumbledore se levantou e tocou seu ombro.

—Preciso do senhor Malfoy aqui, para ver se ele sente o mesmo. Eu o chamarei aqui hoje. E se ele sentir o mesmo, preciso de sua ajuda. Você quer vê-lo feliz, não quer?

—Nem que isso dependa da minha vida- disse ela, confiante

—Então, se Draco estiver apaixonado também, eu quero que você faça tudo o que for possível para que eles fiquem juntos.

—Mas é claro, diretor.

—Bem, você quer ver a minha memória? Ela é pequena, mas significa muito para mim.

—Claro, diretor.- ela o seguiu até a penseira e na prateleira, tinha um espaço com dez frascos. Esses frascos eram de uma cor diferente da cor dos outros frascos. Eram dez frascos vermelhos. Ele pegou um frasco dos dez, sem etiqueta, e o entregou a Sophie. Ela derramou na penseira e lançou um último olhar ao mais velho antes de mergulhar sua cabeça. Ele estava derramando uma lágrima, porém estava sorrindo.

{Memória ON}

—Alvo...

—Nem vem. Estou querendo pensar um pouco.- dois jovens estavam deitados na sombra de uma grande macieira que ficava em um lugar em Godric’s Hollow. Dumbledore e Grindelwald.

—Eu notei.

—O que?

—Alvo...não sou burro. Você gosta de mim.

—Claro.

—Não estou falando que você gosta de mim como amigo- Dumbledore o encarou, surpreso.

—Como...

—Eu sei- interrompeu o outro

—Estou corado. Pare com isso- insistiu Dumbledore.

—Eu também- Alvo o arregalou os olhos, ficando ainda mais corado.

—Verdade isso?

—Não, Alvo. Estou louco o suficiente para dizer uma coisa dessas.- disse ele. Os dois riram. –Isso não parece ser estranho?

—O que?- após Dumbledore perguntar isso, o outro se aproximou, permitindo sentir a respiração de Alvo. Em questão de segundo, seus lábios se tocaram e o cenário começou a ficar negro. Uma mistura de sofrimento e repugnância.

{Memória OFF}

Sophie tirou sua cabeça ligeiramente de dentro da penseira. Encarou Dumbledore. Ele estava chorando, agora sem nenhum sorriso em seu rosto. Sophie foi até ele, lhe dando um abraço de consolo. O mais velho retribuiu o abraço.

—Professor...o que aconteceu?- ele cessou o choro por um momento. Depois, voltou a desabar.

—A vida, Sophie. A vida é muito injusta.- disse ele com sua voz chorosa. –Isso foi uma ilusão, mas é a memória mais feliz que tenho.- Sophie o olhava sem expressão, não sabendo o que falar de certo.

—Eu sei como é, diretor.- disse ela, cabisbaixa.

—Você pode ir embora, se quiser.- ela assentiu com a cabeça.

—Eu farei o que você pediu, diretor. Juntarei Draco e Harry.- disse ela sorrindo e saindo da sala.

Dia 15 de Outubro, Salão Comunal Da Grifinória

—Rony! Hermione! Consegui a memória!- Harry entrou correndo e com um grande sorriso estampado em seu rosto. Rony e Hermione estavam estudando poções em um sofá próximo da entrada. Levantaram-se quando ouviram a fala do amigo.

—Poxa, Harry! Que bom- disse Rony

—Leve para Dumbledore, Harry!- avisou Hermione. Harry assentiu e correu até a porta. –Depois me conte como foi!

—Pode deixar!- disse Harry, já distante.

Dia 15 de Outubro, Sala do Diretor

Já era noite, hora do jantar. Harry estava correndo em direção a sala de Dumbledore. Finalmente iria saber que magia rara era aquela que foi dita por Tom. Disse a senha e a gárgula subiu. Chegou na porta e ouviu uma conversa do lado de dentro da sala. Encostou seu ouvido para tentar adivinhar quem estava lá dentro. A porta abriu-se sozinha, mostrando o diretor e Draco.

—Ah, Harry! Entre por favor!- pediu Dumbledore, sorridente. Harry entrou, um pouco corado ao perceber que Draco o encarava com olhar de Soslaio. Os dois alunos se encararam e Dumbledore percebeu que naquela troca de olhares, havia uma energia boa, um sentimento estranho. Naquele momento, Dumbledore sabia que eles sentiam uma coisa um pelo outro. Sorriu com esse pensamento.

—Bem...- Draco limpou a garganta –É melhor eu me retirar, senhor.

—Sim. Muito obrigado por vir, Draco.- Malfoy lançou um último olhar a Harry e saiu. Harry sorriu ao vê-lo saindo. Mas logo percebeu que o diretor estava o encarando e voltou ao normal.

—Bem, Harry. O que traz você aqui nesta linda noite?

—Bem, diretor.- disse Harry, aproximando-se da mesa do diretor –Eu consegui a memória.

—Excelente, Harry! Excelente!- levantou-se e caminharam até a penseira. Harry derramou o conteúdo do frasco dentro da penseira e mergulhou sua cabeça.

{Memória ON}

—Estava na biblioteca em uma noite, na sessão reservada, e...li alguma coisa estranha sobre uma magia bem rara. Se entendi bem, se chama...horcrux.- Slughorn arregalou os olhos, em surpresa.

—Como é que é?

—Horcrux. Encontrei o termo enquanto estava lendo. E eu não entendi muito bem.

—Não sei bem o que você estava lendo, Tom, mas isto é magia das trevas, realmente das trevas.

—E por isso...eu procurei o senhor.- Tom fez olhar de desentendido, que o professor sabia que era falso.

—Uma horcrux é um objeto em que a pessoa oculta uma parte da alma.

—Mas eu não entendo como se faz isso, senhor.- disse Tom, aproximando-se mais.

—A pessoa divide a alma e oculta uma parte dela em um objeto...fazendo isso, você está protegido caso alguém o ataque e seu corpo seja destruído.

—Protegido?- perguntou Tom, levantando uma sobrancelha. O professor estava nervoso e levemente desconfiado.

—Esta parte de sua alma que está oculta continua viva. Em outras palavras, você não pode morrer.- Tom virou-se para a lareira que estava a seu lado, mexendo no anel que estava em seu dedo.

—E como alguém divide a alma, senhor?

—Acho que você já conhece a resposta, Tom.

—Matando- disse Tom sorrindo, sem o outro perceber.

—Sim. Matar rompe a alma, é uma violência contra a natureza.

—Só se pode dividir a alma uma vez? Ou se poderia dividi-la em sete?- o professor arregalou os olhos com a pergunta do outro.

—Sete? Pelas barbas de Merlin, Tom! Já não é bastante ruim pensar em matar uma pessoa? Repartir a sua alma em sete? Isto é só uma hipótese, não é Tom? Uma questão acadêmica.- Tom virou-se para ele novamente, sorrindo.

—É claro, senhor. Será o nosso segredinho.- o outro franziu o cenho, confuso.

{Memória OFF}

Harry retirou a cabeça da penseira, encarando Dumbledore.

—Senhor...- Dumbledore o interrompeu com um gesto para parar de falar. Dumbledore caminhou até uma pequena escada que tinha  em sua sala e sentou em um degrau, nervoso. Harry o seguiu.

—Vai além do que eu imaginava.- disse Dumbledore, quebrando o silêncio.

—O senhor acha que ele conseguiu? Fazer uma horcrux?

—Sim, com certeza. E não só uma vez.

—O que pode ser exatamente?- Dumbledore levantou-se, caminhando até sua mesa.

—Poderia ser qualquer coisa. O mais comum dos objetos.- Dumbledore abriu uma gaveta de sua mesa e revelou um anel. O anel era o mesmo que Tom estava usando na memória. –Um anel, por exemplo. Ou um livro.- também revelou o antigo Diário de Tom Riddle, destruído por Harry no segundo ano.

—O Diário de Tom Riddle.- reconheceu Harry.

—Sim, uma horcrux.- disse Dumbledore, indo em direção a Harry com o diário na mão. –Há quatro anos atrás, quando você salvou a vida de Gina Weasley na Câmara Secreta, me trouxe isto. Eu sabia que era uma magia diferente, magia das trevas, poderosa. Mas até esta noite eu não fazia ideia do quanto.

—E o anel?

—Pertencia a mãe de Voldemort, difícil de achar. E mais difícil ainda...de destruir.- disse Dumbledore, mostrando a mão que estava...parecia necrosada.

—Mas...e se o senhor conseguir encontrar todas? E se o senhor destruir cada horcrux?

—Destruiria Voldemort- respondeu Dumbledore

—Mas como vai encontra-las?- perguntou Harry, nervoso. –Podem estar em qualquer lugar, não é?

—Verdade. Mas magia, especialmente magia das trevas...- Harry tocou no anel que estava na mesa a sua frente e sentiu uma coisa ruim, horrível. Visões de Voldemort passaram em um segundo na cabeça de Harry e o mesmo sentiu um tremendo desconforto. Dumbledore o encarou com a testa franzida. Harry mexeu a cabeça para o lado rapidamente, tentando cessar seu desconforto. –Deixa rastro.- Dumbledore caminhou em direção ao outro. Estava nervoso, era notável. Aquele Dumbledore paciente, calmo e acolhedor tinha se transformado nos últimos anos.

—É o que o senhor tem feito, não é? Quando sai da escola.

—Sim.- respondeu o outro, com voz rouca –E acredito que tenha descoberto mais uma. Mas agora, não creio que possa destruí-la sozinho.- Dumbledore encarava Harry com os olhos cheios d’água. –Outra vez, vou exigir demais você.- Harry o encarou, totalmente nervoso. E a noite caiu em uma escuridão profunda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Wow...tenho notícias sobre a fic: ela vai ter, provavelmente, mais de quinze capítulos. Talvez mais de vinte...
Enfim...espero que tenham gostado do capítulo.
Mereço comentários? *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Verdades Ocultas - Factum Mortis (versão inicial)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.