Verdades Ocultas - Factum Mortis (versão inicial) escrita por Desty


Capítulo 5
Five


Notas iniciais do capítulo

Oii *-* Como vcs talvez tenham visto eu mudei uma tag da história u.u
Enfim, boa leitura ♥



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Dia 3 de Setembro, Salão Comunal da Sonserina (noite)

Draco estava pronto para sair. Guardou o livro de poções que estava lendo para se distrair e passou pela porta que dava ao lado de fora do salão comunal. Tentou falar a senha baixo para que ninguém ouvisse, mas percebeu que alguém estava o observando. Virou-se para o lado para saber se alguém estava ali. Havia alguém parado, um pouco longe, mas Draco sabia quem era. Caminhou em direção a Harry, que estava o esperando impaciente.

—Parece que o senhor se enganou novamente com o horário. Isso é um plano que contém o Lord das Trevas, é preciso ser levado a sério.- disse Harry, sarcástico.

—Boa noite pra você também, Harry- disse Draco, rindo logo em seguida. O outro também não conseguiu se segurar e riu também.

—É melhor irmos- disse Harry, saindo do local acompanhado de Draco.

Estavam caminhando pelos corredores, em silêncio. Os dois estavam com medo, não só de algum professor os pegar fora da cama, ou algum monitor. Também estavam com medo do que Sophie poderia fazer. Estavam confusos e sem sucesso na procura deles, quando Harry teve uma ideia.

—Que tal procuramos na sala precisa?

—Boa ideia. Mas onde estamos?- perguntou Draco, olhando para os lados, mas a única coisa que conseguiu ver foi quadros e mais quadros.

—Não se preocupe. Deixe-me ver...hum...- murmurou Harry, pegando o mapa do maroto e verificando onde estavam.

—Minha nossa!- disse Draco olhando para o mapa, surpreso –Onde conseguiu esse mapa?-

—No terceiro ano, com os irmãos Weasley. É o mapa do maroto.

—Eu sei que é o mapa do maroto.- disse Draco, sem tirar os olhos de Harry –Já li sobre ele antes. Mas...creio que esse mapa não pode ser compartilhado com ninguém que não seja de extrema confiança.

—Exato. Vinte e cinco pontos para a Sonserina!- disse Harry, divertido. Os dois riram por alguns instantes, mas logo Draco voltou a ficar sério.

—Ok. Então...por que está mostrando esse mapa para mim?

—Porque não acho que você vá falar para todo mundo que Harry Potter tem o mapa do maroto. Não é mesmo?- perguntou ele, logo em seguida fazendo olhar de soslaio. O outro fez o mesmo.

—Por que eu faria isso?

—Olha, eu não sei. Talvez, apesar de sermos amigos, você tenha ficado com aquele Draco Malfoy que eu conhecia dentro de si. E quando tiver vontade, solta-o de novo.- Ficaram se encarando por um tempo. Malfoy com olhar de arrependimento, pois lembrara de todos esses anos que passara. Mesmo que Sophie tivesse o incentivado a gostar do trio, Draco não ia com a cara deles.

—Bem- disse Draco limpando a garganta –melhor irmos, não? –Harry concordou com a cabeça e caminharam em direção ao terceiro andar.

Quando estavam perto da parede que dava a sala precisa, ouviram um ruído e Draco o puxou para trás da estátua mais perta. Os dois, escondidos, viram Sophie passar pela porta que surgira do nada na parede. Ela caminhou pela direção contrária da estátua que estavam escondidos, o que facilitou a respiração de Harry, que estava com medo de ser descoberto. Quando ela não ficou mais visível, Draco tirou coragem, não sabia de onde, só sabe que não estava com tanto medo.

—Vamos- disse, chamando Harry.

Eles a seguiram até avistar que ela estava abrindo a porta de um dormitório velho, que Draco já entrara antes. Ficava perto das masmorras. Ela entrou sinistramente pela porta, deixando-os arrepiados.

—Ah, que bosta!- disse Draco, inconformado –Como vamos entrar sem ela perceber?

—Ainda bem que eu penso antes de fazer as coisas e trouxe minha capa da invisibilidade. Draco podia jurar que não a tinha visto na mão de Harry minutos atrás.

—Não seja babaca. Vamos- Harry lhe lançou um sorriso debochado e os cobriu com a capa.

Quando chegaram perceberam que a porta estava trancada. Harry viu que Draco estava de olhos entreabertos, muito irritado. Revirou os olhos e lançou o feitiço “Alohomora”, que funcionou perfeitamente. Entraram em silêncio e observaram o quarto. Draco não estava tão surpreso com o local, que para ele não era nada mais do que um quarto insosso. Já Harry, estava admirando aquele quarto que era tão simples. Tinha somente uma cama e uma escrivaninha de madeira maciça. A única janela vista no quarto refletia a linda lua cheia que estava brilhando no céu, uma lua estonteante. A porta marrom e pequena que era vista no lado esquerdo do pequeno quarto provavelmente era a porta de um banheiro.

Chegaram perto da garota, que aparentemente, estava dormindo na cama. Quando estavam indo em direção a cama, ouviram um barulho vindo da cama, um som de...choro? Quando puderam avistar o rosto da garota, viram que o som de choro estava vindo dela. Estava deitada de lado, abraçando as pernas fortemente com a cabeça apoiada nos joelhos. Aquela cena apertava os corações de Harry e Draco, como se estivessem vendo uma garotinha de quatro anos sendo cruciada. Sentiam como se as trevas estivessem em volta de Sophie, como se fosse refugiada do Lord das Trevas. Aquilo era agonizante, apesar de Harry ter se acostumado um pouco de sentir uma energia negativa quando a amiga se aproximava dele.

—Por que tem que ser assim?- ouviram a voz agonizante de Sophie, que olhava para a janela que estava a sua frente. Soluçava alto, derramando lágrimas que pareciam insistir em derramar a cada pensamento, a cada reflexão, a cada lembrança de Sophie. Não conseguia aguentar, estava ficando sem felicidade, ficando fria, deixando as trevas possuírem seu corpo quando precisassem dele.

Harry viu a expressão desesperada de Draco e o cutucou como sinal de que haviam visto demais por hoje e que fossem embora. Draco entendeu rapidamente o recado e saíram da pequena sala. Estavam cabisbaixos após verem a situação da amiga. Malfoy estava muito pior, pois era mais próximo a Sophie. Pararam em frente a porta, sem tirarem a capa da invisibilidade, pois se alguém aparecesse... O moreno tocou o braço do outro, com o objetivo de o acalmar depois de toda a situação.

—Ei! Está tudo bem. Ela vai ficar melhor, tem que ficar melhor- disse Harry com uma voz suave, tentando não transparecer nervosismo em sua voz.

—Não sei não, cicatriz. Eu sabia que ela estava mal e estressada, mas não sabia que as trevas estão literalmente corroendo-a por dentro. Você viu a voz dela? Agonizante. Claro, você nunca saberia o que estou sentindo.- Harry ficou totalmente destruído ao ouvir isso, pois sabia perfeitamente o que o outro estava sentindo.

—Eu sei sim. Meu padrinho faleceu a meses atrás.- disse, não conseguindo esconder a agonia que estava sentindo. O loiro notou sua expressão e se admitiu culpado por ter dito tal coisa.

—Me desculpe, Harry. Não queria que você se lembrasse disso.

—Tudo bem. É melhor irmos, não?- Limpou a garganta para fugirem do assunto.

Estavam perto da torre da Grifinória, quando ouviram uma divertida risada vindo de um corredor bem próximo. Se viraram rapidamente para o lado tentando reconhecer quem era o autor da risada. E ela ficava cada vez mais perto.

—Pirraça!- reconheceu Harry, olhando desesperadamente para Draco.

—A capa, Harry! A capa!- falou rapidamente Draco. O outro os cobriu com ela e ficaram em silêncio, caminhando lentamente até o quadro da mulher gorda.

—A senha, por favor.- pediu a mulher gorda, que encarava Harry. O grifinório agora estava com o corpo inteiro coberto, exceto a cabeça, assim como Draco. Sussurrou a senha e entraram em silêncio.

—Ufa!- suspirou Draco, aliviado, sentando-se no sofá perto da entrada.

—Aquele Poltergeist idiota!- falou Harry, extremamente irritado com Pirraça.

Ficaram alguns minutos ali, conversando sobre o que haviam visto nesta noite. Estavam extremamente confusos com o que estava acontecendo, não faziam ideia do que estava acontecendo.

—Acho que meu pai pode me contar sobre a missão que aquele lunático deu para Sophie. Porque... você sabe... meu pai é um comensal e...

—Eu sei- murmurou Harry, interrompendo o outro –Descobri isso no quarto ano, naquele cemitério imundo.- Draco sentiu-se extremamente envergonhado. Desde que descobriu que seu pai era um comensal da morte, não conseguia ver o pai da mesma forma. Ele o via como um pai antigamente, diferente de agora, que via como um homem perverso e traidor. Ficaram se encarando por alguns segundos, em silêncio, quando Malfoy limpou a garganta, cortando o silêncio.

—Bem...acho melhor eu ir para meu dormitório. Tenho aula de História da Magia amanhã, creio que você também.- disse Draco, levantando rapidamente e indo em direção à saída, formalmente, quando sentiu uma mão quente em seu ombro direito. Virou-se rapidamente por conta do susto.

—Por Merlin, testa rachada! Você é azucrinante!

—Como se você fosse um santinho.

—O que você quer?- disse Draco, tirando a mão do outro de seu ombro.

—Quero saber o que vamos fazer em relação a Sophie.

—Vamos falar com o quadro novamente.

—Quando?

—Amanhã. Não vamos esperar que o caso dela fique mais decrépito do que já está.- disse Malfoy, já ficando exasperado com a pessoa que estava agindo irritantemente.

—Tudo bem. Pode ir se quiser.

—Obrigado, Potty.

—De nada, Doninha.

—Você é mesmo repulsivo.

—E você é tão enfadonho.

—Desculpa, cicatriz ambulante, mas prefiro não perder meu precioso tempo com você.- disse Draco, com sarcasmo presente em sua voz. Harry franziu a testa dirigiu-se ao sofá que estava sentado anteriormente.

—Pode ir. Só queria alguém para conversar. Passo as noites em claro, por conta da insônia, e fico sozinho aqui. Queria que hoje fosse diferente, mas vejo que isso não será fazível hoje.- murmurou Harry que passou de sarcástico para cabisbaixo. O outro dirigiu-se para o sofá onde Harry estava sentado, percebendo a sinceridade em seu olhar.

—Tenho que ir. Vão perceber minha ausência e...

—Mas que se importa? Certamente algum já fez isso um dia, não.

—Bem... sim, mas...

—Só fique mais um pouco, sim?- perguntou Harry, com notável expectativa em seu olhar. Draco revirou os olhos, sorrindo.

—Tudo bem. Mas se eu arranjar alguma complicação, eu vou me livrar de você.

—O que quer dizer com isso?

—Esquece, quatro olhos.- diz Draco, fazendo-os rir. –Então... do que quer falar?

—Na verdade...eu não faço a menor ideia.- disse Harry, fazendo Draco rir baixinho.

—Você é tão palerma.

—Obrigado, doninha albina.

—Esquece isso, cicatriz. Aquilo foi culpa daquele professor repugnante.

—Ele não era o professor Moody. Ele era o Bartolomeu Crouch Jr. É claro que você lembra disso.

—É óbvio, Harry. Esse amalucado me transformou em uma doninha sem nenhum motivo. Todos sabem que em Hogwarts não pode transfiguração para castigar os alunos.

—É claro. Mas você ficou muito charmoso de doninha- disse o moreno, gargalhando logo em seguida. O outro franziu a testa, irritado.

—Cala a boca, Potter.

—Foi só uma brincadeira, calma. Eu não fico irritado quando você me chama de testa rachada ou cicatriz ambulante.

—É porque você sabe que é verdade- disse Draco, gargalhando ao dizer isso.

—Mesmo com todos esses apelidos sem graça, é bom conversar com você. Na verdade, nunca tivemos uma conversa civilizada- disse Potter, sorrindo ao dizer isso. Draco fez o mesmo, refletindo como aquilo era verdade.

—A culpa sempre foi sua, seu cabeça oca.

—Não, serpente albina. A culpa sempre foi sua. Eu nunca comecei uma briga com você. Eu só respondia como eu achava necessário.

—Poderíamos ter sido amigos desde o primeiro ano. A culpa foi sua de preferir o pobretão do Weasley.

—Ronald foi gentil comigo. Ele não demonstrou nenhum interesse. Muito diferente de você. Além disso, você ofendeu Hagrid. Ele é muito importante para mim. Foi ele que fez o favor de ir atrás de mim para me apresentar o mundo bruxo. Ele foi a primeira pessoa bruxa que eu conheci depois que passei onze anos com os Dursleys.- falou Harry, observando que o outro estava refletindo muito sobre isso.

—Desculpe, testa rachada. Eu não sabia que ele era tão significativo para você. Eu sempre o vi como um guarda-caça hediondo que ficava enchendo a paciência dos outros com seu cheiro nauseante.

—É isso que pensava dele?- perguntou Harry, franzindo a testa.

—Era. Eu passei a gostar e respeitar algumas pessoas desde que meu pai se tornou um...

—Comensal da morte- disse Harry, notando a pausa que Draco fez em sua fala. –Pode dizer. Eu não fico chateado.

—Não é só por isso. Eu não tenho vontade nenhuma de falar. Eu tenho vergonha. Eu tenho nojo dele.- disse Draco, abaixando a cabeça. Harry segurou sua mão para passar confiança e segurança, percebendo que o outro ficara desolado.

—Não fique assim. Isso é problema do seu pai, não precisa pensar nisso. Se ele quis ir para o caminho das trevas, ele que vá. Você não precisa fazer o mesmo.

—Eu terei que fazer o mesmo, mais cedo ou mais tarde.

—Você tem duas opções: ir para o caminho da luz ou ir para o caminho das trevas. Faça o que achar certo e o que achar que fará bem para você.- Draco levantou a cabeça depois da fala de Harry, demonstrando confiança.

—Obrigado, Harry. Você é a única pessoa que me escuta e me aconselha. Tem a minha mãe, mas...

—Qual é o problema com sua mãe?

—Ela me escuta, mas...as vezes eu não quero conselhos e opiniões, como ela faz...as vezes só preciso que alguém me escute.- Harry sabia muito bem do que Malfoy estava falando. As pessoas não sabiam escutar. Elas até escutavam, mas davam opiniões logo em seguida. As vezes as pessoas não precisam de opiniões, e sim de alguém que escute. Esse é o grande problema da sociedade. Não sabem escutar, só dar palpite.

—Fico feliz em saber que também gosta de conversar comigo. Assim podemos resolver as coisas com mais facilidade.

—Se importa com meus problemas?- perguntou Draco, esperançoso.

—E-eu...- gaguejou o grifinório, que não sabia a resposta de certo. Draco riu, notando o nervosismo e a confusão na expressão do outro.

—Acho que sei a resposta.- Disse Draco, rindo mais ainda. Harry, que estava tenso, agora estava rindo junto. –Te deixo nervoso?- perguntou Malfoy levantando uma sobrancelha, irônico.

—O que? Não! É claro que não!

—Não é o que parece, cicatriz.

—Vamos mudar de assunto? Contei para você que Dumbledore disse para eu ir na sala dele amanhã?

—Não, Harry, você não contou. O que o velhote que com você?

—Nunca (pausa) chame (pausa) Alvo (pausa) Dumbledore (pausa) de (pausa) velhote (pausa) na (pausa) minha (pausa) frente!- disse Harry, irritado. O outro revirou os olhos, demonstrando impaciência.

—Ok. Me desculpe. O que ele quer com você?

—Não faço ideia. Será que tem alguma coisa a ver com Sophie?

—Não pergunte para mim. Estou mais perdido que você.- Depois da fala de Draco, o outro se levantou lentamente, caminhando até a janela, pensativo.

—Eu...tem uma coisa que eu nunca contei para ninguém sobre Sophie.

—Que bom. Percebo que não é um fofoqueiro.

—Isso é sério, Draco. Quando...quando eu chego perto dela...eu sinto uma energia ruim vindo dela. Sempre senti, desde a primeira vez que nos falamos. É como...é como se ela estivesse impregnada de magia negra. Mas com o tempo eu fui me acostumando. É uma coisa...que não sei explicar.- Draco caminhou até o outro, chegando a seu lado.

—Isso é muito...estranho. Você já sentiu isso por alguma outra pessoa?- Harry se virou para o loiro e balançou a cabeça negativamente. –Então o problema dela é mais sério do que pensávamos. Temos que fazer alguma coisa...e rápido!

—Você nunca sentiu isso nela?

—É óbvio que não, cicatriz. Eu contaria para alguém. Por que você não disse isso antes?

—Porque eu não tinha muita confiança em você.- disse Harry com olhar de soslaio. Draco cortou com sua fala o grande silêncio que havia se estabelecido ali.

—Bem...- limpou a garganta –Acho que agora é hora de ir para o meu dormitório.- Draco estava totalmente corado. Harry riu da situação do amigo, o que fez com que Draco ficasse mais corado ainda, se for possível.

—Tudo bem. Obrigado por ter ficado aqui por um tempo, eu estava precisando.- depois da fala de Harry, Draco deu um passo a frente, ficando um pouco mais perto de Harry. Ele estava tímido, pela primeira vez na vida. Deu outro passo a frente, ficando muito perto de Harry. Depois de mais outro passo, Draco o abraçou fortemente. O grifinório arregalou os olhos em surpresa, mas mesmo assim retribuiu o abraço.

—Obrigado por ter me escutado sobre o meu pai. Eu nunca tinha desabafado sobre isso com ninguém.

—Tudo bem. É o que fazem os amigos.- Harry deu uma risadinha aconchegante depois de sua fala, o que deixou o outro ainda mais tranquilo. “Caramba! Eu sou amigo de Harry Potter!” Draco o abraçou mais forte depois desse pensamento. Não sabia que uma das coisas que mais desejava se tornaria verdade. Ser amigo do menino-que-sobreviveu. Malfoy o largou lentamente, ainda corado pelo abraço quase que instantâneo.

—Bem...até amanhã, Harry.

—Até amanhã, Draco.- O Sonserino sorriu e andou em direção a saída. Harry deitou-se no sofá, exausto. Suspirou ao lembrar-se de cada detalhe da sua conversa com Malfoy. Perdeu-se nos seus pensamentos sobre a tempestade dos olhos cinzas do Sonserino. Adormeceu radiante.

0000

Dia 4 de Setembro, sala do diretor

Dumbledore ouviu batidas na porta de sua sala. Abriu.

—Bom dia Diretor Dumbledore.

—Bom dia, Harry. Diferente do seu pai, você é extremamente pontual.- com essa fala, Harry olhou seu relógio e viu que eram seis horas da manhã exatas. Sorriu.

—Por que me chamou aqui, diretor?

—Ah, Harry. Venha aqui, por favor.- Harry seguiu Dumbledore até um canto de sua sala. O mais velho, com sua varinha de sabugueiro, puxou uma bacia de pedra rasa, com entalhes estranhos na borda, runas e símbolos. O conteúdo da bacia emana uma luz prateada. A substância parece ser líquida, mas ao mesmo tempo gasosa. Harry já havia visto aquele objeto no quarto ano de Hogwarts. Penseira. –Harry, deve estar se perguntando por que o chamei hoje. A resposta esta aqui. O que você está vendo são memórias.- Disse Dumbledore, caminhando em direção a uma grande prateleira, com muitos frascos pequenos e com nomes em cada um deles. –Neste caso relacionadas a um indivíduo...Voldemort, ou como ele era conhecido: Tom Riddle- O mais velho pegou um frasco com uma etiqueta com o nome escrito ‘Tom Riddle’. –Este frasco contém a memória mais importante...do dia em que conheci. Eu gostaria que a visse...se quiser.- Harry pegou o frasco e caminhou até a penseira, nervoso. Derramou a substância que estava dentro do frasco dentro da bacia rasa e mergulhou seu rosto.

{Memória ON}

—Admito que fiquei um pouco confusa com sua carta, Senhor Dumbledore. E todos esses anos que Tom esteve aqui ele nunca recebeu uma visita. Houve acidentes com as outras crianças bem desagradáveis. Peço que tenha cuidado.- a senhora do Orfanato Wool’s abriu a porta de um dormitório, cautelosa e assustada. Dumbledore, que estava totalmente calmo e paciente, entrou. –Tom, você tem uma visita.

—Como vai, Tom?- dentro da sala havia um menino. Tom...Tom Riddle. A sala era comum, digna de um orfanato. Havia somente uma cama, um armário e uma escrivaninha. Tom estava sentado na cadeira da escrivaninha, observando Dumbledore sentar-se eu sua cama.

—O senhor é um médico, não é?

—Não. Sou um professor.

—Não acredito no senhor. Ela quer que me examine. Eles acham que eu sou...diferente.

—Talvez estejam certos.

—Eu não sou louco!

—Hogwarts não é um lugar para loucos. Hogwarts é uma escola. Uma escola de magia.- Tom franziu a testa ao ouvir a fala de Dumbledore. -Faz coisas acontecerem, não é Tom? Coisas que as outras crianças não fazem.

—Faço as coisas se mexerem sem tocar nelas. Faço os bichos me obedecerem sem treinamento. Faço coisas ruins acontecerem as pessoas que me aborrecem. Elas sentem dor. Se eu quiser. Quem é o senhor?

—Bem, eu sou como você, Tom. Eu sou diferente.

—Prove.- de repente, o armário que estava atrás da cama, começou a pegar fogo. Tom olhou, surpreso, e sorriu achando isso hilário.

—Acho que tem alguma coisa no seu armário querendo sair.- Tom andou até o armário e abriu a porta. Dentro tinha uma pequena caixa com detalhes muito estranhos. Tom pegou a caixa e o armário, que estava em chamas, voltou ao normal. Agora Dumbledore estava de pé, um pouco a frente do menino.

—Roubar não é permitido em Hogwarts, Tom. Em Hogwarts não ensinamos não apenas a usar a magia...mas a controla-la. Você me entendeu?- não houve nenhuma resposta. Dumbledore saiu do quarto. Estava na porta e ouviu a voz de tom ecoar pelo quarto.

—Posso falar com as cobras também. Elas me acham. Sussurram coisas. Isto é normal para alguém como eu?

{Mémória OFF}

Harry tirou sua cabeça lentamente da penseira, confuso.

—O senhor já sabia? Na época?

—Se eu sabia que tinha conhecido o bruxo mais perigoso de todos os tempos? Não. Se eu soubesse eu... Durante o tempo em que ficou aqui em Hogwarts, Tom Riddle se aproximou especialmente de um professor...consegue adivinhar que professor foi esse?- Harry, que parecia antes confuso, agora estava refletindo e entendendo perfeitamente o assunto.

—O senhor não trouxe o professor Slughorn apenas para ensinar poções, não foi senhor?

—Claro que não. Entenda, o professor Slughorn possui uma coisa que desejo muito. E não vai entregar com muita facilidade.

—O senhor disse que ele iria me querer na coleção dele.

—Eu disse.

—Quer que eu permita?

—Sim.

0000

Dia 4 de Setembro, aula de História da Magia.

 

Era um sábado muito agradável a todos, exceto para Harry, que estava atordoado depois de sair da sala de Dumbledore. Era uma história totalmente estranha...tudo isso.

Estavam todos da Grifinória e da Sonserina na sala que aconteceria a aula de História da Magia, esperando a professora chegar. Naquele ano, a professora McGonagall iria dar aula de transfiguração e História da Magia. Não se sabia o porquê.

—Harry! Harry!- Hermione percebeu que Harry estava dormindo e o cutucou nada gentil.

—Ai! O que foi, Mione?

—Malfoy está chamando você! Está surdo?- Mione, que estava sentada ao lado de Harry, apontou para a mesa ao lado.

—O que foi, Draco?- Mione levantou uma sobrancelha, surpresa ao ver Harry chamar o outro pelo primeiro nome.

—Lembra que tínhamos que falar com o quadro hoje?

—Sim lembro. O que tem isso?

—Hoje eu fui ver se o velho estava lá. Então, quando eu cheguei perto, eu vi a neta dele sentada lá. Eu perguntei onde estava o velho e ela disse que ele vai voltar só daqui alguns dias. Ela saiu correndo e não disse porquê.- Harry não estava acreditando naquilo. Aquele velho... era a única esperança. Era a única forma de saber o que estava acontecendo.

—E então? O que vamos fazer?

—Não faço ideia.

—Ótimo- O grifinório parecia mesmo irritado. Essa história estava cada vez mais difícil de decifrar. De repente, Harry sentiu uma energia ruim fluir em todo seu corpo. Já estava acostumado com aquilo, mas agora parecia diferente. A sensação parecia mais forte, e estava atrás dele. Se virou rapidamente e viu que Sophie estava sentada lá com Goyle, ele sem jeito por ter sentado ao lado dela. Harry voltou a ficar de frente e balançou a cabeça, tentando tirar aquela energia. Não iria conseguir estudar hoje.

—Harry, está tudo bem?- ouviu a voz de Hermione ecoar em seu ouvido.

—Sim Mione. Estou com dor de cabeça, só isso.- Sophie se levantou rapidamente e saiu apressada pela porta, como se tivesse esquecido alguma coisa.

0000

Sophie estava caminhando pelos corredores, apressada. Segui seu caminho até o terceiro andar, na parede que dava na sala precisa. Chegou em frente a parede e fechou os olhos. Uma porta grande e marrom apareceu a sua frente. Entrou. Caminhou até um armário marrom com detalhes marrom claro. Pegou sua varinha e murmurou o seguinte feitiço:

—Harmonia Nectere Passus! Harmonia Nectere Passus!


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