Verdades Ocultas - Factum Mortis (versão inicial) escrita por Desty


Capítulo 12
Twelve


Notas iniciais do capítulo

Hello bruxinhos e bruxinhas! Tudo bem com vocês?
Bem, eu sei que demorei, mas ando muito ocupada com a escola...enfim, espero que gostem do capítulo.
Boa leitura e até as notas finais ♥



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Dia 24 de Outubro, Salão Principal

Era uma noite extremamente agradável. Todos os alunos e professores estavam reunidos no Salão Principal, esperando Dumbledore dar início ao jantar.

—Caros alunos, peço que prestem atenção no aviso que irei dar.- Anunciou o diretor, fazendo os alunos ficarem em silêncio absoluto. –Inicialmente, a festa de Halloween aconteceria dia trinta e um, como todos os anos. Porém, uma grande mudança ocorreu e nós do corpo docente resolvemos alterar a data da festa.- Os alunos se entreolharam, confusos. Murmurinhos começaram no grande salão, fazendo Dumbledore pedir silêncio novamente.

—Alvo...você não contou para nós professores!- Disse a professora Minerva, disfarçadamente.

—Explico depois.- Disse o diretor, baixo o suficiente para que só a professora escutasse. –A festa ocorrerá dia vinte e cinco, amanhã a noite. Espero que compreendam que o problema que estamos enfrentando é extremamente desagradável.- Disse Dumbledore, dirigindo seu olhar a Sophie. A garota engoliu a seco, pois sabia muito bem do que o outro estava falando. –Bem, aproveitem o banquete.- Após o diretor bater palmas duas vezes, a comida foi transportada para cima das cinco mesas, fazendo os alunos deliciarem-se somente ao olhar as deliciosas comidas preparadas pelos elfos domésticos.

Dumbledore chamou os professores para uma reunião em sua sala, deixando para trás alunos confusos.

—Por que será que o diretor resolveu mudar a data da festa?- Perguntou Rony, enfiando um grande pedaço de carne com molho na boca.

—Por Griffindor, Ron. Você parece um trasgo comendo...- Apontou Hermione, assustada.

—Boa pergunta, Rony. Melhor ainda se eu soubesse responde-la.- Disse Harry, sarcástico, observando o amigo o olhar desaprovador.

—Por que todo esse sarcasmo? Está andando muito com o Malfoy, não é?- Perguntou o ruivo, dando um leve soco no ombro de Harry, sacana. O moreno corou violentamente com a pergunta de Rony, abaixando a cabeça e deixando escapar um sorriso de canto.

—Você conseguiu encontrar meu ponto fraco, Ron.- Disse, tímido.

—Safado.- Rony piscou um olho, fazendo Harry corar mais do que já estava, se possível.

—Podemos mudar de assunto, por favor?- Perguntou Harry, levando seus olhos até Draco, que o observava da outra mesa, carinhoso.

—Harry, você perguntou para a professora Trelawney?- Perguntou Hermione, preocupada. Potter franziu as sobrancelhas, confuso.

—O quê?

—Sobre fazer o...você sabe.

—Nem pensar, Mione.- Disse, decidido.

—Você tem que aceitar, Hermione. Ele não vai fazer de qualquer forma. É muito perigoso.- Intrometeu-se Rony, concordando com o amigo.

—Agora você vai ficar do lado dele?- Perguntou Hermione, inconformada, fazendo o ruivo abaixar a cabeça. –Harry, você poderia somente perguntar. Eu sei que voto perpétuo é uma coisa perigosa, mas isso pode talvez ajudar no seu caso.

—E se não adiantar? E além disso, se Lucio descobrir, estamos ferrados! Não acho uma boa ideia fazer um voto perpétuo, Mione. Prefiro deixar tudo como está.- Concluiu Harry, ouvindo a amiga murmurar um “Você quem sabe”.

—Olá, Potter!- Cumprimentou Pansy, que aproximava-se lentamente da mesa da Grifinória, totalmente sarcástica.

—Acho melhor você voltar para a mesa da Sonserina...tenho certeza de que não queremos encrenca.- Disse Harry, supostamente paciente.

—Como pode ter tanta certeza?- Perguntou Pansy, sorrindo maliciosamente.

—Você ouviu ele, Parkinson. É melhor voltar para a mesa da Sonserina, senão...

—Senão o que, Granger?- Perguntou, interrompendo a fala de Hermione. –Vai lançar uma de suas azarações fracas? A senhorita-sabe-tudo vai usar algum instrumento trouxa para me torturar? Desculpa, Granger, mas não devo discutir com uma sangue-ruim.

—Sua...- Ameaçou Rony, tentando pegar sua varinha, sendo interrompido por Harry, que lhe tocava o ombro com o objetivo de acalmá-lo.

—DIGA LOGO O QUE VOCÊ QUER, PARKINSON?- Gritou Harry, vendo que chamara a atenção de todos os alunos

—Nossa, Potter, que indelicadeza! Com certeza seu namoradinho não iria gostar de ver que você é tão mal educado.- Provocou a garota, fazendo o sangue de Harry congelar. Os alunos observavam a discussão, totalmente curiosos.

—O quê?- Perguntou o Grifinório, sentindo sua garganta secar anormalmente.

—Isso mesmo, quatro olhos. Aposto que seu namorado não iria querer uma pessoa tão indelicada como você, não é mesmo?- Draco, que também ouvia a discussão, estava paralisado no lugar. Não conseguia acreditar que a colega havia usado seu maior segredo contra ele. Como pôde confiar naquela vadia?

—Se você pronunciar mais uma palavra...- Ameaçou Harry, com medo.

—VAMOS LOGO, POTTER! DIGA QUEM É SEU NAMORADO! DIGA!- Insistiu Pansy, sorrindo cinicamente. –Então se você não vai dizer, eu digo. SENHORAS E SENHORES, TENHO A HONRA DE ANUNCIAR QUE O NOSSO QUERIDO HARRY POTTER TEM UM CASO COM DRACO MALFOY!- Muitos murmurinhos e risadinhas puderam ser ouvidos no local, deixando Harry e Draco totalmente petrificados.

SUA MALDITA!— Gritou Hermione, levantando-se rapidamente e correndo em direção a Pansy. A Grifinória segurou com força os cabelos da outra, a escalpelando forte o bastante para conseguir arrancar um punhado de cabelo. Pansy deu um forte soco no rosto de Hermione, defendendo-se. Neville segurou Hermione com força, levando um soco por acidente, caindo no chão pela intensidade. Três Grifinorios e quatro Sonserinos tentavam segurar as duas garotas, que estavam descabeladas e não pareciam dispostas a parar de brigar.

—ME LARGUE, GRANGER!- Gritou Pansy, sentindo falta de ar por ter a mão da outra agarrando seu pescoço.

—SUA IMUNDA! VOCÊ VAI ME PAGAR!- Hermione deu outro soco, ainda mais forte, acertando a mandíbula da Sonserina.

De repente, as duas caíram no chão em uma rapidez difícil de ser explicada, por conta de um feitiço lançado por alguém que vinha da mesa da Sonserina. Sophie.

—VOCÊS QUEREM PARAR DE BRIGAR? PARECEM DUAS GALINHAS!- Algumas pessoas riram baixinho com a comparação, fazendo Pansy e Hermione ficarem ainda mais irritadas. –PODERIAM TER USADO MAGIA AO INVÉS DE FAZEREM TODO ESSE BARRACO! ALÉM DE SER MAIS PRÁTICO, TALVEZ NÃO TERIA MACHUCADO ALGUMAS PESSOAS...- Disse, referindo-se a Neville, que ainda estava caído no chão. Sophie girou nos calcanhares, voltando para a mesa da Sonserina. Ao perceber a expressão de Draco, a morena obrigou-se a sentar do lado do amigo para tentar acalmá-lo. Porém, fora surpreendida pela atitude do outro. Malfoy levantou-se, desconcertado, caminhando até a mesa da Grifinória e puxando Harry para fora do local.

Em um corredor distante do Grande Salão, pararam os dois, ficando em silêncio por alguns minutos.

—Todos descobriram.- Disse Draco, desnorteado.

—E agora? O que faremos?

—Já que todos sabem, não precisaremos mais esconder o que temos.

—Mas...e se o seu pai ficar sabendo de tudo por algum aluno?- Perguntou Harry, preocupado.

—Precisamos falar com Dumbledore a respeito. Ele fará algo...tenho certeza.- Malfoy fora surpreendido pelo menor, que o abraçara fortemente. Retribuiu o abraço, sentindo-se extremamente seguro perto do moreno.

—Eu não quero que se prejudique por isso.- Choramingou Harry, sentindo que o outro abraça-lo ainda mais forte.

—Não vou me prejudicar. Nada irá impedir de que você fique perto de mim.- Disse Draco, carinhoso, segurando a cintura do outro e depositando um beijo delicado em sua cicatriz na testa. Não podia negar...Draco estava extremamente apaixonado pelo menino-que-sobreviveu.

—Espero que Dumbledore nos ajude.- Desejou Harry, beijando o outro suavemente. O Grifinório sentiu algo líquido e salgado lhe escorrer pela boca, percebendo que o outro estava chorando.

—Eu te amo, cicatriz.

—Também te amo, Doninha.

Dia 25 de Outubro, Salão Comunal da Grifinória

—Anda logo, Harry! Vamos nos atrasar para a festa!- Rony o chamava incansavelmente, vendo que o amigo demorava demais.

—Calma, Ron. Já estou indo.- Harry descia as escadas do dormitório, estranhamente elegante com sua roupa.

—Por que está vestido desse jeito?- Perguntou o ruivo, desconfiado.

—Como assim?

—Harry, você vai para uma festa de Halloween. Você não vai para uma reunião do ministério. Por que está tão elegante?- O moreno abaixou a cabeça, tentando esconder suas bochechas coradas.

—Influências.

—Entendo.- Rony deu um fraco soco no ombro do outro, provavelmente o provocando.

—Onde está Hermione?- Perguntou, tentando mudar de assunto.

—Não desceu ainda. Mulheres...

—Estavam me esperando?- Ouviram a voz de Hermione ecoar pelo local, quando puderam ver que a garota descia as escadas do dormitório. Ron suspirou baixinho com o visual de Hermione, que estava totalmente impecável. Harry riu por dentro ao ver a expressão do amigo, tentando conter a vontade de gargalhar.

—Rony...você está babando?- Perguntou o moreno, franzindo os lábios para tentar esconder seu sorriso.

—Claro que não, seu bobo.- Ron deixou escapar um sorriso, querendo azarar-se por isso.

—Harry, por que está tão...elegante? Influência do Malfoy?- Perguntou Hermione. Harry pôde sentir suas bochechas formigarem por estarem rubras, desesperado.

—Sim. Influência do Malfoy.- Respondeu Rony, caindo na gargalhada. Hermione imitou o amigo, não conseguindo segurar-se. Apesar da vergonha que estava sentindo, Harry concluiu que também não conseguia se conter, rindo como os amigos.

—Mudando de assunto: como vai a detenção, Mione?- Perguntou Harry, saindo do salão comunal com os dois amigos.

—Maravilhosa! Snape me obrigou a estudar por doze horas. Foi a melhor coisa que ele já me pediu para fazer. Claro, o conteúdo era um pouco difícil...mas tirando isso, foi a melhor detenção que alguém poderia ter.

—Que sorte. Você quebrou a cara daquela serpente ridícula e ainda ganhou um bônus, que foi a detenção. Quero dizer, para você essa detenção foi um tipo de bônus.- Concluiu Rony, fazendo a amiga rir.

—Parkinson mereceu aquilo. Mas...por que você não usou magia, Mione?- Perguntou Harry. –Poderia ter a azarado.

—Decidi que usaria o meio mais...trouxa. Você deveria tentar, é muito bom. Tirando a parte da qual eu levei um soco dela...e mandei Neville para a enfermaria.

Quando estavam em um corredor perto do Grande Salão, Harry avistou um certo loiro da Sonserina se aproximar, tão elegante quanto ele.

—Olá, Malfoy.- Cumprimentou Rony, educado.

—Pode me chamar de Draco.- Disse o Sonserino, não conseguindo tirar os olhos da roupa de Harry.

—Não somos tão íntimos, Malfoy.

—Eu não me importo...Ron.- O ruivo sorriu fraco, olhando para os pés. –Você está...perfeito, Harry. De onde consegue tirar tanta beleza?- Harry corou inteiramente, sorrindo tímido.

—Não sei.- Malfoy aproximou-se do outro, selando seus lábios contra os dele. Puderam ouvir um som de nojo vindo de Rony e Hermione, fazendo Harry sorrir entre o beijo.

—Podemos ir?- Perguntou a Grifinória, observando os outros assentirem.

Dia 25 de Outubro, Salão Principal

O local estava extremamente maravilhoso. Enfeites para todos os lados, relâmpagos poderosos que iluminavam o local sombrio, fantasmas que voavam sem parar...estava tudo impecável.

—Caros alunos, peço silêncio por um instante.- Pediu Dumbledore, que sorria abertamente. –Como esta festa pode ser considerada muito especial, tenho o imenso prazer de lhes apresentar: As Esquisitonas!- Instantes depois, a banda começou a tocar, fazendo os alunos dançarem como loucos.

Rony correu até a grande mesa que ficava no canto do Salão, quase babando por conta das guloseimas que foram preparadas pelos elfos. Pudim de abóbora com calda de abacaxi, bolinhos de caldeirão, sapos de chocolate, caramelos, cerveja amanteigada...

—Vamos dançar?- Perguntou Draco, vendo que começara uma música lenta.

—O quê?

—Você me ouviu, cicatriz. Não se finja de surdo.

—Mas...e as pessoas?- Perguntou Harry, embaraçado.

—Harry, todos já sabem. Não tem problema, meu amor.

—Eu sei, mas eu...espera, do que você me chamou?- Draco revirou os olhos, agarrando o outro pelo pulso gentilmente e o levando para a pista de dança. –Draco, eu não acho uma boa id...

—Segure na minha cintura, testa rachada.- Como o Grifinório sabia que não tinha escolha, obedeceu o outro, agarrando sua cintura. Começaram a dançar, ignorando os olhares surpresos vindo dos outros alunos. Draco tentou segurar um gemido de dor, por conta de Harry ter pisado no seu pé durante a dança.

—Me desculpe.- Disse Harry, rindo em seguida.

—Você dança muito mal, Harry. Por Merlin!- Encararam-se com luxúria, despertando uma coisa muito interessante em ambos. Draco não conseguiu segurar-se por muito tempo, beijando o outro delicadamente.

E naquele beijo, os dois se sentiram únicos...sentiam-se sozinhos no mundo, pois nada lá fora importava. Não importava as pessoas os olhando, incrédulas...não importava a tempestade que desabava fora do castelo, parecendo não desanimar...não importava o fato de se odiarem no passado... a única coisa que importava era os dois, juntos, naquele beijo que parecia durar eternamente. Juntos, poderiam chegar a qualquer lugar, fazer qualquer coisa. Parecia tão cafona...mas era o que sentiam.

Quando resolveram separar um do outro, notaram que haviam chamado a atenção de todos presentes ali. Os dois estavam tensos, nervosos, embaraçados...Hermione pareceu notar a tensão de Harry e Draco. Então, começou a bater palmas, fazendo os alunos se virarem para encará-la. Parecia ser a única empolgada ali, pois os outros alunos a encaravam de forma estranha. Rony imitou a amiga, conseguindo identificar o motivo pelo qual Hermione começara a bater palmas. Assim, foram seguidos por Neville, Simas, Lino...em instantes, todos no Grande Salão estavam batendo palmas, fazendo Draco e Harry ficarem menos tensos.

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Depois de uma hora, a festa ainda não tinha acabado. Estava mais agitada ainda. No momento, “As Esquisitonas” tocava seu grande sucesso “Do The Hippogriff”. Os alunos dançavam loucamente, quase maniacamente.

Harry conversava com Rony, pois estava um pouco cansado depois de todas as músicas que havia dançado.

—Fred e Jorge estão vendendo muito mais do que imaginavam.  Chegaram na loja muitos Kit Mata-Aula, Marcas Negras comestíveis, Pântano Portátil e Fantasias Debilitantes. Estamos achando o máximo...

—Que bom que não desistiram do riso. É o que o mundo está precisando ultimamente. Sinto falta deles...

—Você pode ir para A’toca no natal. Mamãe ficaria muito feliz, e você reencontraria todo mundo.- Harry assentiu com a cabeça, sorrindo ansiosamente.

—Gosto de ir para lá. É um lugar calmo, humilde...

—Calmo?- Perguntou Rony, caindo na gargalhada. –Pode descartar isso da sua lista.

—Vou me lembrar disso.- Harry sentia-se contagiado pelo amigo, pois também caíra na gargalhada.

—Mudando de assunto, quais são suas teorias sobre a festa?

—Como assim?

—Você por acaso tem alguma teoria sobre a mudança de data da festa?

—Bem, no dia trinta, eu e Dumbledore vamos ao esconderijo da Horcrux. Mas creio que não é motivo para mudar a data da festa.

—Talvez sim. Isso pode ser perigoso, Harry.- O moreno deu de ombros, tentando demonstrar desinteresse. –Onde está Malfoy?

—Eu não sei. Ele tinha dito que iria dançar e...- Um grito entusiasmado ecoou pelo Salão, interrompendo a fala de Potter. Ele reconhecia muito bem aquela voz...sabia de quem era.

Harry e Rony foram até o local onde estava o autor do grito, dando de cara com um Malfoy vermelho, descabelado e com um grande copo de cerveja amanteigada em uma das mãos. Quando o loiro percebeu a presença de Harry ali, esboçou um grande sorriso.

—Haaaaaaaaarry! Que bouuum que você está aqui!- Weasley o encarava indignado, sendo percebido por Draco. –O que foi, Ronyyy? Por que está me olhando assim? Vem aquiiii!- Chamou Malfoy, que tropeçava nos próprios pés por conta de estar bêbado, muito bêbado. Rony hesitou no início, mas com um novo pedido, foi até o outro, tímido.

—O que você está fazendo, Ron?- Perguntou Harry, entredentes.

—Eu sei o que estou fazendo.- Respondeu o ruivo, sorrindo de canto. Quando chegou perto o bastante de Malfoy, foi recebido com um apertado braço.

—VOCÊ VEIOOOO!- O loiro comemorava, dando pequenos pulinhos, obrigando Rony a fazer o mesmo. –Cicatrixxxxx! Vem aqui também, meu amouuuur!- Harry caminhou até ele rapidamente, o segurando pelo pulso e o levando para fora do Grande Salão.

—Eu avisei para você, Draco! Eu disse para não exagerar na cerveja amanteigada!- No momento, Malfoy parecia não se importar com a preocupação do moreno, pois cantarolava uma música totalmente irritante. –Você está me ouvindo?

—Relaxxxxxxxxxxxa, testa rachada! Eu tomei só um pouquiiiiinho!- Disse Draco, deixando um pequeno espaço entre seu dedo indicador e o polegar.

—Sei...

—DRACO!- Chamou Goyle, que vinha correndo de dentro do Salão Principal. –O que aconteceu com ele, Potter?

—Gregoryyyyyyy! Que bom que você veiooo!- Harry conseguiu ouvir algumas risadinhas vindas de Goyle, ficando extremamente enfurecido. 

—Está achando engraçado?- Perguntou o Grifinório, agarrando o outro pelo colarinho.

—Não seja ridículo, Potter. Não vamos resolver nada com violência. Não faça igual sua amiga sangue-ruim.

—Você é um covarde!

—Como tem tanta certeza?- Harry o encarou com repugnância, respirando fundo. Soltou Goyle assim que pôde notar Malfoy o olhando desaprovador.

—Desculpe.- Murmurou Potter, apulso.

—Draco, quanto você bebeu?

—Um pouco.- Disse o loiro, observando Goyle fazer uma careta por conta de seu mau hálito.

—Tudo bem. Vamos para o Salão Comunal...você precisa de um banho.- Goyle o agarrou pelo braço, deixando Harry extremamente enciumado.

—Não! Posso leva-lo...

—Não, Potter. Você não pode!- Interrompeu Goyle, provavelmente percebendo que o outro estava com ciúmes.

—Por que não?

—Você não pode entrar no Salão Comunal da Sonserina. Seria um desastre!- Harry conseguiu transparecer seu desapontamento, mas mesmo assim conseguiu convencer a si mesmo de que aquilo era o certo a se fazer.

—Tudo bem.- Goyle levantou uma sobrancelha, sorrindo maliciosamente. Murmurou algo...algo no qual fez Harry congelar no lugar onde estava. O Grifinório se sentia frustrado, indignado.

Como ele ousa me chamar de...” pensou, percebendo que seu interior esquentava. Estava exasperado. Pensava que a qualquer momento, seria capaz de quebrar todos os dentes daquele Sonserino nojento.

—Do que você me chamou?- Perguntou, quase não conseguindo conter sua raiva.

—Você ouviu muito bem, Potter.- Draco coçava a nuca em confusão, provavelmente porque ainda estava alcoolizado.

—Como ousa...- Como não estava mais conseguindo hesitar, Harry fechou seus punhos, atingindo a mandíbula de Goyle com um forte soco. Gregory se jogou em cima do outro, fazendo os dois caírem no chão.

Enquanto Potter tentava se esquivar, o outro lhe socava forte, muito forte. Forte o suficiente para fazer o nariz de seu oponente sangrar.

Malfoy gargalhava alto, chamando atenção de alguns alunos. Não estava ciente de que aquilo era uma briga...

Rony e Hermione foram até o local, notando que Harry já se encontrava em um estado de desmaio por conta dos socos que vinham de Goyle. Rony correu até os dois, sendo empurrado por Gregory propositalmente.

—GREGORY!- Gritou uma voz, que parecia vir de um corredor próximo. Ao conhecer a voz, Goyle parou imediatamente o que estava fazendo. Aquela garota o deixava sem jeito...

—Sophie, eu...

—Saia de cima do Harry! AGORA!- Goyle levantou-se lentamente, mantendo contato visual com a garota a sua frente.

—Desculpe, Sophie.

—Você não deve pedir desculpas para mim, e sim para o Harry!- Hermione e Rony finalmente foram até o amigo, o ajudando a levantar. Ao ver o nariz do Grifinório sangrando, Malfoy pareceu realmente perceber o que tinha acontecido ali.

—Você estava batendo no Harry, Greg? Não estou conseguindo acreditar nisso!- Reclamou Malfoy, cambaleando até Goyle e dando um leve tapa em sua bochecha direita. –Se você tocar maaaaaais uma vez no meu leãozinho irritante, eu mato você!- O loiro agora apontava seu dedo indicador na frente do rosto do outro, o fazendo rir histericamente.

—Você não conseguiria me matar, Draco. Nunca foi capaz de fazer algo desse tipo. É covarde o suficiente para...

—CHEGA, GAROTOS!- Gritou Sophie, impaciente. –Draco, vem comigo.- O garoto hesitou, a deixando ainda mais irritada. –AGORA!

—Tudo bem...- Sophie o agarrou pelo braço, começando seu caminho em direção às masmorras.

—Potter...- Começou Goyle, aproximando-se de Harry cuidadosamente.

—Fique longe de mim.- Interrompeu o Grifinório, tentando não parecer indelicado. –Vocês podem me deixar sozinho um pouco? Se quiserem me procurar depois, vou estar na torre de Astronomia.- Murmurou Harry, destinando sua fala a Hermione e Rony. Seus amigos assentiram com a cabeça. Sabiam que precisava de um momento sozinho...um momento para refletir, lembrar, descansar. Afinal, não deve ser fácil ser o Menino-Que-Sobreviveu.

Dia 25 de Outubro, Torre de Astronomia

Com certeza, não seria fácil caçar as horcruxes. Depois que completasse dezessete anos, Harry Potter seria independente. Responsável pelos seus atos. Encarregado de salvar o mundo bruxo. Não seria uma tarefa fácil...felizmente, o eleito teria ajuda de seus amigos. Não sabia o que seria dele sem Rony e Hermione. Seria, provavelmente, um homem morto. E claro, também tinha Draco. Com certeza, Malfoy o ajudaria, com qualquer coisa.

Era estranho...Anormal. Ter um caso com o garoto que mais detestava na vida. Claro, não o odiava tanto assim. Draco não era um garoto que podia ser considerado como: extremamente detestável. O Sonserino também tinha uma amiga. Uma amiga que valia muito mais do que as pessoas podiam imaginar. Sophie salvou Draco de ser ainda mais arrogante, ingênuo...e talvez, perturbado. No primeiro ano, ainda não eram totalmente amigos. Mas ao passar do tempo, Sophie conseguiu ensinar ao amigo que não importava se a pessoa era sangue-ruim, mestiço ou sangue-puro. O que importava mesmo é o respeito, amor e amizade. Sophie sempre foi como uma mãe para Malfoy, uma mãe muito presente. O tornou uma pessoa totalmente diferente da pessoa que seria se não a tivesse em sua vida. O único “problema” é a tal implicância que Draco mantinha em relação aos Grifinórios...mas isso ainda podia ser mudado.

Os pensamentos de Harry foram interrompidos por conta de um barulho súbito vindo da porta. Alguém havia entrado. Por precaução, o Grifinório tirou sua varinha do bolso e caminhou lentamente até as escadas. O chão rangia debaixo de seus pés, emitindo um som extraordinariamente irritante. A pessoa que havia entrado finalmente pôde ser vista, deixando Harry mais aliviado.

—Olá, Harry!

—Luna! Você quase me matou de susto!- Disse Harry levando as mãos até o peito.

—Me desculpe. Bati a porta porque não sabia que alguém estava aqui.- A garota estava de pijamas, com a revista O Pasquim em uma das mãos. –Queria ler um pouco antes de dormir. E aqui é um lugar muito sossegado à noite.- O Grifinório concordou com a cabeça, a convidando para sentar em um banco que estava perto de uma das sacadas.

—Não tenho visto você muito ultimamente.

—Ando muito ocupada.- Afirmou Luna, abrindo uma página de sua revista e a virando de cabeça para baixo.

—Com o quê?

—Com coisas que me deixam ocupada.- Ficaram em silêncio por um tempo, ouvindo somente o som das coisas fora do castelo. –Fiquei sabendo que está namorando com o Malfoy. Isso é verdade?

—Bem...- Harry sabia que, não importava quantas vezes perguntavam isso, sempre sentia suas bochechas ganharem cor. –Ainda não fiz o pedido. Em breve, talvez.

—Isso é um sim?- Perguntou a loira, recebendo um sorriso de canto vindo do outro.

—Podemos dizer que sim. Não está surpresa com essa notícia?

—Não. Sempre notei que vocês brigavam demais. É claro que tinha mais coisa por trás do ódio de vocês dois.- Harry não pôde deixar de sorrir abertamente. O que Luna havia dito era a mais pura verdade. É notável que existia alguma coisa além das brigas e provocações...

—Fico feliz que entenda.

—Tudo bem.- Luna deixou sua revista de lado, concentrando-se exageradamente na estrela Deneb. –Respondendo sua pergunta: ando muito ocupada com o meu pai.

—O que aconteceu?

—Bem, o ministério pareceu não gostar do que meu pai escreveu em uma das colunas do O pasquim.

—O que ele escreveu?

—Foi sobre a volta de Você-Sabe-Quem. O ministro disse que não queria a notícia espalhada na revista...meu pai diz que querem esconder a realidade das pessoas. Depois de ser interrogado, meu pai ficou muito doente. Então, tinha que sair da escola todos os finais de semana para cuidar dele. Felizmente ele melhorou.

—Que bom.- Disse Harry, humilde.

—Daqui em diante, você vai me ver bastante pelo castelo.

—Harry!- Chamou Sophie, que acabara de entrar no local, silenciosamente, com Draco, Hermione e Rony. –Olá Luna! A quanto tempo...

—É muito bom ver você, Sophie! Estava com saudades!- Luna foi até a amiga e a abraçou fortemente, esboçando um grande sorriso.

—Hermione e Rony disseram que você estaria aqui. Então viemos todos juntos...

—Draco está melhor?- Perguntou Harry, levantando uma sobrancelha.

—Está sim. Todo o álcool se desvaiu...- Disse Sophie, fazendo todos caírem na gargalhada. Exceto Draco, que revirava os olhos.

—Bem, tenho que ir. Obrigado por ser alguém que eu pude conversar, Harry. Foi como ficar com um amigo.- Disse Luna, fazendo Harry franzir o cenho, confuso.

—Mas eu sou seu amigo, Luna.- Depois de uma curta pausa, a loira arregalou os olhos em surpresa.

—Que legal...Tchau pessoal!- Despediu-se Luna, saindo da torre.

—Garota maluca!- Comentou Draco indo até o banco onde Harry estava sentado antes. Os outros fizeram o mesmo, sentando em uma escada de poucos degraus.

—O que Luna estava fazendo aqui?- Perguntou Sophie, sentando ao lado de Harry.

—Queria ler antes de dormir. Acha que é um lugar sossegado...

—Com certeza é um lugar sossegado. Exceto quando alguém pula daqui de cima...ou quando duas pessoas quase se matam lutando.- Disse Sophie, observando Draco e Harry corarem suavemente.

—Não me venha com indiretas...

—Que bom que sabe de quem estou falando, loirinho.

—Quando você vai parar de me chamar assim?- Perguntou Malfoy, entredentes. Puderam ouvir risadinhas vindas de Harry, contagiando o loiro.

—Você muda de humor muito rapidamente, Malfoy.- Afirmou Hermione, que sorria de canto.

—A doninha sofre com bipolaridade de vez em quando...- Disse Sophie, fazendo todos caírem na gargalhada.

—E o que podemos falar de você, Sophie? Você era extremamente feliz nos anos anteriores. Depois que falou com Dumbledore no começo do ano letivo, virou uma pessoa séria. E agora, voltou a ser uma pessoa feliz. Dizem as más línguas que a bipolaridade é contagiosa.- Retrucou Malfoy, fazendo a amiga dar de ombros.

—Você nem ao menos sabe a causa de eu ter ficado mais séria...

—Por quê?

—Isso não importa agora. O que importa é que estamos felizes e em paz. Pelo menos por enquanto...- Sophie retirou suas meias, as transfigurando em um pequeno rádio.

—Este rádio não transmite programas bruxos. Portanto, podemos o julgar como algo da tecnologia trouxa.- Explicou a Sonserina, ligando o rádio e ignorando os olhares confusos vindos de seus amigos.

—Pensei que tecnologia trouxa não funcionasse em Hogwarts.- Disse Hermione, olhando curiosamente para o objeto.

—Também achei o mesmo.- Respondeu Sophie, sorrindo fraco. Quando se deram conta, uma música começara a tocar...uma música lenta muito bonita, na opinião de Sophie.

“Kiss me like you wanna be loved

You wanna be loved, you wanna be loved.

This feels like falling in love

Falling in love, we’re falling in love.”

 

A Sonserina levantou-se, começando a se movimentar lentamente, dando início a uma dança calma e suave. Hermione a imitou, levantando-se lentamente, sendo seguida por Rony. O ruivo a puxou levemente, envolvendo seus braços em sua cintura e dando início a uma dança um pouco desajeitada. Draco segurou a mão de seu amado, o convidando para uma dança. Harry entendeu o pedido rapidamente, levantando-se um pouco mais rápido do que havia planejado. Entrelaçou suas mãos em volta do pescoço do outro, que chegava cada vez mais perto...

“Yeah I’ve been feeling, everything

From hate to love, from love to lust

From lust to truth. I guess that’s how i know you

So i hold you close to help you give it up.”

 

Seus movimentos estavam sincronizados, suas respirações se misturavam...estavam amando esse momento como se fosse o último. Harry dançava mal, isso era inegável. Mas Draco não se importava...a única coisa que importava era aquele momento. Aquele momento tão especial. Pois aquela noite era especial, sentiam isso...era um momento único, um momento em família. Sentiam falta de estarem assim, em muito tempo. Sentam-se completos...sentiam-se unidos.

Dia 26 de Outubro, Sala do Diretor

—Sente-se, Harry! Aceita uma xícara de chá?- Perguntou Dumbledore, fazendo duas xícaras de chá aparecerem magicamente.

—Sim, senhor. Obrigado.- Após sentar-se na cadeira que ficava na frente da mesa do diretor, Harry começou: -Senhor, preciso lhe perguntar uma coisa.

—À vontade...

—Bem, Draco disse sobre o que aconteceu, não foi? Sobre todos já saberem do nosso caso.

—Sim, claro! E já dei um jeito nisso...Lucio não ficará sabendo de nada. Dou a minha palavra.

—Muito obrigado, diretor. Não sabe como fico aliviado.- Disse Harry, sentindo como se um grande peso saísse de sua cabeça.

—Estou aqui para ajudar. Sempre que quiser, vou estar aqui para ajudar.- Ambos sorriram abertamente, felizes com a situação.

—Também preciso perguntar outra coisa.

—Pergunte...

—O senhor disse que ao invés de depois do natal, vamos ao esconderijo da horcrux no dia trinta deste mês por motivos que eu não entenderia. Esses são os mesmos motivos que o fizeram mudar a data da festa que aconteceu ontem?- Perguntou Harry, observando o outro assentir com a cabeça.

—Talvez você entenda um dia...não vai demorar para você entender. Essa é a realidade, Harry. Ela é difícil...

O moreno sorriu humilde para Dumbledore, indo até a porta lentamente. Se sentia muito bem...sentia que todos estavam bem. O que ele não sabia era que tudo isso estava prestes a mudar...


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Notas finais do capítulo

Bem, a música que tocou no final do cap é Kiss Me, do Ed Sheeran ♥ amo muuuuuuuito essa música *-*
Beijos e até o próximo capítulo, Potterheads! ♥



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