Inocência que se vai escrita por Mary
Curitiba, 26 de março de 2016. ♥
História de versos mudos e linhas esfumaçadas.
Sutis toques de um entendimento nem sempre alcançado.
O sentido – que poderia definir o ritmo – foi interceptado.
A estrofe ignorou a métrica em nome da sobrevivência.
Cada lado tem o seu oposto equivalente honrando a reticência.
O orgulho, em seus ataques de tirania, ceifou a liberdade de expressão.
O valor de uma resposta, no entanto, está na própria intenção.
Pressupõe-se com grandeza que o subentendido é o alimento do argumento.
(Um minuto de silêncio para todas as palavras sufocadas pela timidez)
Quem pronunciar a oração em tempo presente e em voz alta é o mais corajoso.
Quem medita em silêncio não se apequena nem consente, apenas se previne.
Cada lado narra de modo peculiar a síntese do que resumidamente é um intento intermitente que requer, além do dom, certa dose de dedicação para organizar o tempo linear com alguma disciplina.
Ler o brilho de dois olhares distantes numa ânsia só é elevar a compreensão sem se inclinar à provocativa digressão, tão bem-vinda nesse caso, com propósito.
As sinestesias são ilustradas pelas tais linhas esfumaçadas.
O que eles dizem não é tão relevante quanto o que calam, uma vez que a composição de palavras apagadas revela o desejo que ultrapassa o tempo, a distância e as convenções, sem ressalvas nem delongas...
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