Cicatrizes e Marcas do passado escrita por LemonWho


Capítulo 4
Capítulo 2: Três anos se passaram tão rápido.


Notas iniciais do capítulo

Três anos já se passaram desde o ocorrido na nação do fogo. Muita coisa mudou, mas alguns amores nunca morrem. Espero que gostem desse capítulo!



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POV AKANE

Droga! Estou atrasada novamente. Espero que o Sr Takeshi não tire esses atrasos do meu salário.
— Hisoka, corre. O Sr Takeshi está furioso a sua espera- disse Hinata, uma funcionária do restaurante em que eu trabalhava.
— Já estou indo
Então entrei no restaurante quase sem fôlego, coloquei meu avental e comecei a atender os clientes como se estivesse lá o tempo inteiro.
Logo fui puxada pelo Sr Takeshi para a cozinha e ele disse:
— Onde você estava?
— Desculpe os atrasos Sr Takeshi, é que tenho tido sonhos que me atormentam a noite ultimamente.
— Que tipo de sonhos?- disse Sr Takeshi preocupado
— Eu não sei dizer, é como se os fantasmas do meu passado quisessem me assombrar novamente.
— Entendo você, Hisoka. É uma refugiada da guerra, assim como eu e a muitos aqui. Com esperanças de uma vida nova, seguros atrás dos muros de Ba Sing Se. Tudo bem, trabalhe mais um pouco e pode tirar o resto do dia de folga para descansar.
— Obrigada Sr Takeshi- disse, me retirando da cozinha e atendendo alguns clientes.
Na verdade, tive que mentir para o Sr Takeshi. Não totalmente, mas não podia contar que estava sendo atormentada pela minha última noite na capital da nação do fogo. Não conseguia acreditar que após quase 3 anos aquela noite teria voltado aos meus sonhos. Faltavam dois dias para o meu aniversário, e também era o aniversário daquele dia, onde perdi tudo o que tinha.
Toda vez que essa data chega perto, me lembro da minha chegada a Ba Sing Se, disfarçada com aquela multidão de refugiados. Foi quando vi tudo que aprendi na nação do fogo, que a guerra era uma maneira de dividirmos nossa evolução ao mundo. Quando vi aquele cenário de refugiados, que perderam tudo nessa guerra, percebi que todo aquele discurso da nação do fogo era mentira. Sentia vergonha de fazer parte de um povo mal e ambicioso, e que eu deveria me redimir e ajudar de alguma forma. Mal havia pisado na cidade e conseguira encontrar facilmente Yuri, o amigo de meu pai que iria me ajudar a viver. Era um homem que aparentava ter a mesma idade do meu pai, porém os cabelos brancos e o olhar cansado ainda não tinham o pego. Desde aquele dia, tenho morado no apartamento ao lado do de Yuri, no complexo inferior da cidade. Depois de alguns poucos meses, já havia conseguido me adaptar e inclusive achado um local para treinar a luta de espadas. Comecei a trabalhar no restaurante do Sr Takeshi e minha identidade na cidade era Hisoka. Logo fiz amizade com os funcionários do restaurante, inclusive Hinata, que posteriormente virou minha melhor amiga.
— O que está acontecendo? Você está bem, Hisoka?-disse Hinata, me puxando para fora do restaurante para conversar.
— Hã? Nada! Estou bem, apenas não estava conseguindo dormir esses dias.- disse, esquecendo por poucos segundos o meu passado.
— Então relaxa, seu aniversário é daqui a dois dias, vai dar tudo certo. Quer saber? Faz tempo que não saímos pela cidade. Hoje vai ter um festival típico daqui. Tem atrações, comida boa e barracas de vendas. Você precisa ir!
— Hinata eu não estou muito no clima hoje, você sabe que a época do meu aniversário não é a das melhores- disse entristecendo o olhar e segurando o colar que Zuko havia me dado antes de partir. Nunca consegui esquece-lo, principalmente a minha promessa que nunca será cumprida de nos vermos novamente. Depois de alguns meses desde o dia da minha fuga, ouvi a notícia de que o Zuko havia sido desafiado para um Agni Kai, mas se recusou a lutar ao ver que enfrentaria o seu próprio pai. Como castigo, o senhor do fogo Ozai queimou seu primogênito e o expulsou da nação do fogo, condenado a caçar o Avatar para voltar para casa. Pensei que voltaria a vê-lo depois disso, mas já faz muito tempo.
— É, sei que você não gosta do seu aniversário e nunca entendi o porque. Da mesma maneira que não sei quem te deu esse colar, virando dono do seu coração. Você deu um fora no Koji! Ele é um garoto lindo, gentil e muito bem sucedido. Todas as garotas babam por ele , mas o coitado só tem olhos para você.- disse Hinata um pouco chateada.
— O Koji, como assim Hinata? - disse rindo - Você mesma disse que apesar de tudo ele é superficial e mimado. Mesmo assim, você não controla o que você sente por alguém. Bem que eu queria.
— É, você tem razão, só estou chateada porque somos amigas a alguns anos e você nunca me falou sobre esse garoto.
— Está bem, não tenho muito o que dizer, mas se te fizer feliz eu digo.- suspirei
— Que maravilha! E como ele é? Era forte? Um dominador? Qual é seu nome? Me conte tudo sobre esse garoto especial - disse Hinata em um tom animado
— Bom, ele é um garot- interrompi minha fala quando avistei em frente a uma loja de vasos do outro lado da rua dois homens. Um com mais idade, cabelos longos e grisalhos, mas sem perder o espírito jovem e bom. O outro era um garoto de cabelos pretos e curtos, encostado na parede da loja, com um chapéu de palha cobrindo seu rosto. Aquelas características não diziam nada, mas sentia novamente aquele mesmo sentimento de anos atrás. Não podia ser! Será que era ele? Não podia acreditar. Fiquei olhando assustada, e ao mesmo tempo com muita esperança. Um lado meu queria que não fosse ele, pois depois daquele dia eu não fazia ideia do que ele pensaria de mim. Então Hinata me puxou de volta para o solo:
— Hisoka, o que está olhando? - disse Hinata virando seu olhar em direção aonde estavam os dois viajantes na loja de vasos.
— Nada, só achei os vasos daquela loja muito bonitos - disfarcei
— Você tem razão. Vamos ver de perto, queria algo novo para decorar meu apartamento.
— NÃO - disse em alto e bom som
— Nossa o que foi? O que há de errado em ver vasos? Vamos lá.
Então Hinata me puxou até a loja de vasos de maneira animada. Paramos bem ao lado dos dois viajantes. Então olhei de perto para os dois e reconheci o General Iroh. Tomamos chá juntos certa vez que Zuko me chamou para ir no palácio. Foi o melhor chá que já tomei na minha vida. Então olhei para o garoto ao seu lado, esperando ele levantar o chapéu nem que fosse só um pouco, com o coração na mão.
— Lee, o que você acha desse vaso? - disse o senhor que achara ser o General Iroh
Então ao ouvir o nome Lee, lembrei como Zuko se apresentou no dia que o conheci . Não era ele, eu queria que não fosse. Tudo não passava de uma grande coincidência, não tinha como ser. Mas mesmo assim continuei olhando para o rapaz.
— É bonito - disse o garoto de maneira curta e grossa, sem nem sequer olhar para o vaso.
— Por favor Lee! Você nem olhou o vaso. Não sairemos dessa loja até você me dizer qual ficaria melhor.
Então o rapaz levantou o chapéu, onde pude ver seus olhos amarelados e uma imensa cicatriz que cercava seu olho esquerdo e ia até a bochecha e sua orelha. Ao levantar o chapéu, ele olhou para o vaso e logo depois para mim, cruzando nossos olhares. Sua expressão mudou de raiva e ódio para surpresa e esperança. Mas não durou muito para voltar com o chapéu cobrindo seu rosto e disse:
— O azul
— Que ótimo! Então levarei o azul para o nosso apartamento. - disse o homem que eu achava ser Iroh
— Hinata, vamos embora - disse
— Calma Hisoka, ainda não escolhi o vaso.
— Eu preciso ir ou irei me atrasar para o treino. Que tal assim? Vou embora agora para não me atrasar e mais tarde podemos nos encontrar no festival de hoje. O que acha?
— Fantástico! Sabia que você iria mudar de ideia. Te encontro na frente do seu apartamento no por do sol. Até mais
— Até - disse de maneira animada, escondendo totalmente meus reais sentimentos. Ainda não tinha caído a ficha, quer dizer, Zuko está em Ba Sing Se!

POV ZUKO

— Não podia ser ela! Akane está morta, eu sei disso. Aquela garota não tem cabelos ruivos, nem longos e a outra garota a chamou de Hisoka. Não tinha chance alguma de ser ela. Mas por que eu sinto que é? Por que acho que todos aqueles anos estão voltando para mim?
— Lee, vamos - disse meu tio
— Ah, vamos - disse me virando para ir embora. Como eu tinha certeza que era ela, tinha que ver melhor. Mas quando virei para olha-la, já havia sumido naquela paisagem.
— Algum problema, príncipe Zuko? - disse meu tio um pouco mais baixo para não me entregar.
— Tio, o senhor lembra da Akane?
— Aquela garota ruiva que você gostava?
— É…
— Você está em dúvida se aquela garota ao meu lado na loja de vasos era ela?
— Sim, o senhor acha que é?
— Não tenho certeza, ela não me lembra muito a Akane na verdade. Aliás, achei empregos para nós. Vamos trabalhar em uma casa de chá, não é longe daqui. Nosso primeiro dia é hoje!
— Tio, não quero passar a ter uma vida aqui, não quero um emprego em uma casa de chá. Eu quero a minha honra.- disse de maneira grosseira
— Tudo bem, mas precisamos nos misturar e precisamos de dinheiro.
Por mais humilhante que tudo aquilo fosse, meu tio tinha razão. Terei que trabalhar na casa de chá.
Mesmo com toda aquela raiva, algo inquietava muito minha mente. Depois que a Akane foi embora, passaram dois dias até anunciarem a morte dela e do general Yoshiaki. Ela não poderia estar viva.
— Lee, eu ouvi aquelas garotas da loja de vasos comentando sobre um festival hoje a noite. Vamos? - disse meu tio Iroh animado para o evento.
— Pode ir tio, é melhor que eu fique no apartamento por hoje. Muita coisa está acontecendo ao mesmo tempo. Preciso descansar.
— Tem razão, mas vou com você ao apartamento e trocar de roupa antes de ir.
— Está bem, vamos voltar ao trabalho


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de mais um capítulo. Desculpem a demora para postar, estava dando uma revisada final no texto. Até o próximo capítulo!



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