Asas Quebradas escrita por CameronDittmann


Capítulo 6
Asas Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente em "Asas Quebradas"...

" ...Ligo os pontos e percebo que deve ser o mesmo caso que a funcionária da biblioteca me contou.
Uma garota havia desaparecido num bairro perto da ponte, e existiam grandes chances de sequestro.

Esse não era o nome de alguém dos seus quadrinhos? ― A voz de Evan desvia minha atenção.

Aluna nova? Não sabia que o colégio aceitava aluno à prestação.

Ou talvez eu esteja me acostumando com a sensação de que certas coisas podem parecer estranhamente familiares."



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Dahlia Brandt estava tendo um dia ruim. Não apenas um dia ruim, mas uma semana inteira cheia de dias que beiravam o péssimo. O pior de tudo era saber que tudo o que ela estava sentindo não tinha uma causa aparente, quer dizer, tinha, e a causa era sua própria mente. Ainda assim, ela era uma sargento responsável pela supervisão de uma equipe de detetives da Divisão de Homicídios, e pela importância do cargo, a profissão a acompanhava praticamente vinte e quatro horas por dia, não importando se os dias ― ou semanas, ou meses ― eram bons ou ruins. Dahlia sabia que esse aspecto cíclico praticamente já fazia parte da sua personalidade, alternava períodos cheios de disposição com crises de desânimo, insônia e vontade de ficar na cama o dia todo. Apesar disso, não se deixava abater, ou melhor, não se deixava parar. Seu estado físico era capaz de denunciar qualquer coisa que tentasse esconder. Qualquer um que a visse enxergaria, acima de tudo, uma mulher abatida.

Tirou os dedos finos do volante e checou o horário no celular. Saíra com horário de sobra, ainda tinha praticamente meia hora para gastar no trânsito e não se atrasar para o encontro com os representantes da polícia de Woodbridge. O trajeto que tinham que percorrer era curto e relativamente tranquilo, mas algum conserto na estrada afunilou a pista de forma a criar um engarrafamento digno do horário de rush de uma grande cidade. Fitou os próprios olhos no espelho do carro e os viu mais fundos que o habitual, marcados por círculos escuros. Os cabelos cacheados e cheios, presos em um coque que ameaçava se desmanchar, também já não apresentavam o mesmo viço de antes. O engarrafamento devido a um reparo na estrada ainda era o mesmo e apenas um minuto havia se passado. Dahlia voltou com as mãos ao volante e encostou a cabeça sobre o mesmo. Não havia nem iniciado um dia de trabalho e já estava daquele jeito.

No banco do carona, Robert Ward mal se fazia notar. Tinha intimidade suficiente com Brandt para iniciar uma conversa e também para saber que quando estava naquele estado, o que ela menos fazia era falar. Pegou o tablet do colo, abriu o e-mail com as poucas informações que haviam recebido sobre o caso que iam investigar e começou a repassá-las. A princípio, um cadáver encontrado em um parque de Woodbridge. Ainda não tinham nenhuma avaliação feita por um médico legista, mas era claro que o corpo encontrado não se encontrava em bom estado, tinha a região do tórax dilacerada por algum motivo. Tinha certeza de que haviam sido chamados com tanta urgência porque os policiais da cidade nunca tinham visto nada do tipo por ali. Largou o tablet de forma repentina, surpreendido pelo barulho da buzina do carro em que estava. A expressão de Dahlia e o sobressalto que ela teve denunciaram que ela também fora pega de surpresa.

― Brandt, você está bem? ― perguntou, a testa franzida com as marcas de expressão ainda mais acentuadas. ― Quer que eu dirija? Está tudo parado, não...

― Não. ― ela suspirou, interrompendo-o ― Isso é cansaço. Assim que chegarmos vou tomar um café.

― Outro café. ― Robert apontou para o copo grande vazio no porta-copos ― Parece que o Reed encontrou uma competidora à altura.

Dahlia voltou a prestar atenção no trânsito e apesar de não responder verbalmente ao colega, estreitou os olhos em uma expressão estranha que poderia ser o início de um leve sorriso. Esse tipo de reação era o mais próximo de uma manifestação de alegria que se conseguia da parte dela, pois Dahlia sorrindo de verdade era um fenômeno raro de se ver. Ainda assim, o tempo de convivência dos dois já permitia que certos códigos fossem decifrados. Robert percebeu que o comentário bem-humorado surtiu efeito e achou melhor continuar falando. Os carros à frente estavam andando e já era possível ver os cavaletes de sinalização que indicavam a obra na pista. Assim que passassem por aquele pedaço da estrada, estariam em Woodbridge em menos de quinze minutos.

― Estou falando sério, espero que não se incomode se eu e o Fernandez começarmos a fazer apostas. ― disse enquanto abaixou o quebra-sol e se olhou no espelhinho ― E saiba que eu sempre vou preferir você ao bibliotecário.

― Ainda esse apelido? Isso faz anos, Robert. ― o tom da voz de Brandt foi mais descontraído, apesar da expressão dela se manter séria.

― Foi pra mim que você veio indignada perguntando porque um bibliotecário e uma hippie tinham sido admitidos na polícia quando viu que ia trabalhar com o Reed e a Paige. Não tem como esquecer. ― Ele sorriu abertamente, passando as mãos pelos cabelos pretos e curtos.

― Qual é, Ward. Imagina bem o Matthew. Sem uma arma na cintura ele realmente pode ser confundido com qualquer coisa, desde bibliotecário até calouro de alguma faculdade. E a própria Paige se diz hippie, então não vale tentar me culpar.

― Verdade, verdade. Eles também estão vindo? ― Robert fechou o quebra-sol e relaxou no banco.

― É a vez da Paige ficar por lá, mas ela vai estar sempre à disposição, mesmo que à distância. Reed e Fernandez só vão vir se não for necessário transportar o corpo até Quantico. ― Dahlia contemplou a estrada livre enquanto o carro finalmente venceu a retenção e passou pela última indicação de obra.

***

Pararam o carro em uma rua próxima e entraram no parque. Ignorando as trilhas cimentadas e as áreas abertas, Dahlia preferiu andar pela faixa de mata, se orientando apenas pelas poucas placas que ficavam na trilha ao lado e que indicavam para qual direção estava o rio. Robert apenas a seguiu em sliêncio. Ainda que fosse uma faixa relativamente grande de vegetação mais densa, era fácil andar por ali. Até mesmo alguém que não tivesse instruções claras para onde ir poderia vagar um pouco e acabaria chegando no rio ou em uma trilha, se não encontrasse logo uma área aberta com famílias fazendo piqueniques. Entretanto, era cedo e o parque estava em silêncio. Tudo o que se ouvia era o som de galhos se movendo com o vento e folhas sendo pisadas, serrapilheira em tons de outono esmagada lentamente a cada novo passo. A umidade do ar causada pelas plantas e pela proximidade com o enorme rio que tinha as margens próximas dava uma atmosfera completamente distinta ao local. Assim que ouviram o som de algumas vozes, Dahlia e Robert perceberam que estavam indo na direção certa. Logo viram as faixas amarelas características interditando um pedaço da mata que dava para uma trilha próxima à margem do rio. O corpo já havia sido removido do local, mas alguns peritos e policiais circulavam por perto. Um policial alto e negro estava tentando dispersar um casal de curiosos que insistiam em ficar ali. Assim que as pessoas se afastaram,  Dahlia se dirigiu a ele.

― Brandt, da Divisão de Homicídios ― Ela se anunciou, estendendo a mão. ― esse é o detetive Ward, parte da minha equipe. O que temos sobre o caso até agora?

― Bom dia. Oficial Jeremy Morris. ― Ele retribuiu o cumprimento. ― Não muito mais do que já foi repassado a vocês. Mulher jovem, não deve ter mais do que 25 anos. Loira, ainda sem identificação, encontrada morta entre essas árvores por uma pessoa da equipe de limpeza do parque. ― ele apontou o local exato que estava marcado com algumas etiquetas de identificação.

― Ótimo. Duas pessoas da minha equipe já estão esperando para falar com o legista de Quantico assim que os procedimentos forem feitos.

― A legista já entrou em contato, é possível fazer a perícia aqui mesmo, e...

― Você tem certeza? Da última vez que… ― Ela interrompeu, com a voz mais séria do que nunca.

― Da última vez era uma ossada de doze anos atrás que precisava de exames muito específicos. ― Robert interveio com um sorriso sem graça no rosto e pousando a mão sobre o ombro da colega. ― Tenho certeza de que todos estão colaborando para logo conseguirmos resultados.

Morris passou a mão pelos cabelos curtos e deu um leve sorriso compreensivo. Dahlia passou a fitar a área isolada e assentiu com a cabeça sem motivo aparente, dando a impressão de ter se perdido em pensamentos. Assim que Morris se afastou para atender ao chamado de um outro policial, Ward não hesitou em pegar o celular, se afastando um pouco de Dahlia.

― Fernandez? Vamos precisar de você e Reed por aqui. Se encaminhem logo para falar com a legista, nos encontramos depois. Vou só fazer um pedido pra vocês...

***

― Bom dia, podem entrar. ― A mulher abriu a porta para Ashton e Matthew, que ainda do lado de fora, sentiram o ar frio do necrotério os atingir em cheio.

― Fernandez e Reed, da Divisão de Homicídios. ― Ashton apresentou a si mesmo e ao colega.

― Dra. Jane.

Ainda que ela não tivesse anunciado, o bordado no jaleco anunciava seu nome escrito em meio a pequenas flores. Somente Jane, sem títulos ou sobrenome. Baixinha e com os cabelos presos em um coque bem feito, ela andava a passos de pinguim, agora sendo seguida pelos visitantes. Parou ao lado de uma mesa de pedra que existia no centro do local e pareceu estar pensativa, quando na verdade estava apenas observando os dois detetives de cima abaixo. Era impressionante o contraste entre os dois. Fernandez tinha os cabelos escuros bem curtos e usava uma camisa cinza que parecia mal conter seus músculos, enquanto Reed, visivelmente mais novo e mais magro, usava um cardigã bege sobre uma camisa branca e tentava a todo custo arrumar os cabelos castanhos que parecem estar precisando de um corte. Jane sacudiu a cabeça, afastando qualquer pensamento impróprio sobre a beleza do homem mais velho, e voltou a atenção ao trabalho.

Sobre a mesa, estava o corpo que havia sido encontrado mais cedo, protegido por uma coberta branca. A legista puxou para baixo uma porção do tecido, revelando o rosto da jovem. Os cabelos amarelados, a pele de um tom arroxeado e incomum que só existe quando não há mais vida.  

― A primeira coisa que eu tenho a dizer é que com certeza essa garota já teve dias melhores. ― ela ajeitou os óculos redondos no nariz ― A segunda é que ela morreu há menos de vinte e quatro horas, a terceira é que ela realmente está sem o coração.

― Qual seria a idade dela aproximadamente? ― Ashton perguntou, mantendo certa distância.

― Parece ter seus vinte e poucos anos, não mais que isso.

― E a causa da morte?

― Tem sinais de insuficiência respiratória. Não encontrei sinais de abuso, luta ou tortura. A remoção de órgãos e os outros ferimentos foram feitos post mortem, mas tem algo que não se encaixa nisso tudo. ― Jane foi até uma outra mesa e pegou um papel, que entregou para Fernandez. ― Ela chegou aqui com o lado esquerdo do tórax dilacerado, mas se você reparar bem essa imagem, vai notar algo estranho.

Matthew se aproximou do colega e olhou o papel entregue pela legista. Quase imediatamente reconheceu do que tratava a imagem e concluiu:

― O esterno foi cortado em T. Em cirurgias cardíacas, fazem isso pra causar o mínimo de trauma possível no osso.

― Então quem quer que tenha matado essa garota tem algum conhecimento médico ― Ashton constatou.

― Tirou as palavras da minha boca ― Jane apontou para Fernandez, piscando um olho ― E isso porque você ainda não viu esses furos aqui. Parecem tentativas de se acessar uma veia. ― ela mostra a mão esquerda do cadáver ― O resultado do exame toxicológico provavelmente vai revelar o que a matou.

― Mas e os outros ferimentos? ― Ashton perguntou ― Se o assassino teve tanto cuidado em tirar o coração dela, porque o tórax dela estava tão destruído?

― Diferentemente da abertura no peito, os tecidos estavam rasgados, com certeza eles não foram causados por nenhum instrumento cortante. Como ela foi achada em uma área de mata, eu até arriscaria dizer que isso não foi feito por nenhum humano, e sim por algum animal faminto.

― Mas que tipo de animal? Ratos não fariam um estrago tão grande em tão pouco tem...

― Talvez cães? ― a voz de Matthew se fez ouvir ― Há menos de uma semana saiu uma matéria em um dos jornais que eu assino sobre a presença de cães ferais nas matas próximas a Woodbridge.

― Você sabe o que fala. ― Jane apontou o indicador para Matthew e deu um sorriso de canto ― Conheço gente que trabalha no serviço de proteção aos animais e eles realmente andaram tendo problemas com cães nas áreas de mata fechada. É bom conferir essa informação.

― Certo ― Fernandez concluiu ― Tem mais alguma coisa de relevante sobre ela?

― Só o fato de que dentro do peito foi encontrado isso aqui ― a legista puxou de uma superfície próxima da mesa uma bandeja de metal com algumas coisas sobre ela.

― Penas? ― Matthew se mostrou surpreso.

― Sim. Haviam muitas. Sinceramente, eu não faço ideia do que pode ter acontecido para elas terem ido parar onde estavam. ― Jane pareceu, por um momento, desolada.

***

Já com o relatório feito pela legista em mãos, a única preocupação de Fernandez e Reed era cumprir o pedido feito por Robert para depois se encontrarem com seus colegas de trabalho. Enquanto rodava de carro pelas ruas da cidade procurando o destino indicado, Ashton ligou o rádio e uma música calma começou a tocar. Sentindo o clima bem mais leve, ele tentou iniciar uma conversa.

― Me impressionei quando a legista achou possível a história dos cães. Quem diria que uma informação que você leu em um jornal pequeno um dia seria útil para um caso, não é mesmo?

― Atualmente ― Matthew começou a falar em um tom animado ― Cães ferais são uma grande preocupação em áreas de mata e reservas ambientais. Por serem descendentes de cães de rua que cresceram sem contato humano, eles podem reagir mal às pessoas e são um grande perigo pra biodiversidade, os kiwis que o digam.

― Kiwis? ― Ashton perguntou sem pensar, com as mãos fixas no volante e os olhos colados na rua e no trânsito à sua frente.

― Aposto que você pensou na fruta, mas não, eu me referi ao pássaro símbolo da Nova Zelândia. ― Matthew gesticulava e passava as mãos nos cabelos enquanto falava, tentando inutilmente prender uma mecha teimosa atrás da orelha ― Ultimamente, a população deles diminuiu drasticamente por causa da predação por cães ferais, e por serem aves que não voam...

― Certo, certo. ― Ashton respondeu em voz baixa e percebeu que seu colega não parecia inclinado a parar de falar.

Fernandez começou a se arrepender levemente de ter feito a pergunta anterior. Embora ele entendesse a gravidade do assunto, falar sobre espécies raras de países distantes não era algo que despertasse seu interesse ou curiosidade. Ainda que Matthew tivesse a tendência de falar um pouco demais, às vezes os dois entravam em concordância sobre algum tópico ― como por exemplo, baseball ― e conversavam longamente.

― E várias subespécies já foram até mesmo extintas, o que mostra que esse problema não é novo. Os kiwis-malhados desapareceram em...

Ashton respirou fundo e procurou se concentrar na música que vinha do rádio. Ainda assim, tinha um leve sorriso no rosto.

***

Embora refletidos nos mesmos azulejos, as imagens de Robert e Dahlia eram completos opostos. Os cachos escuros e volumosos pontuados por fios grisalhos agora estavam soltos e quase encobriam a face dela, que mantinha os olhos baixos prestando atenção nas novas informações que estavam chegando pelo tablet. Do pescoço, pendia uma fina corrente dourada com um anel usado como pingente, que se escondia quase que completamente no decote da camisa de botões um tanto amarrotada. Eventualmente ela movimentava o braço, fazendo os dedos deslizarem pela tela e revelando as mangas da camisa branca enroladas até os cotovelos de forma desleixada. Já Robert vestia preto e conservava praticamente a mesma aparência de quando havia saído de casa. Os cabelos claros visivelmente tingidos volta e meia eram motivo de chacota, mas pareciam ter sido penteados há minutos atrás. Fitou os próprios olhos verdes e percebeu as marcas de expressão no rosto de traços fortes. Definitivamente não estava ficando mais jovem.

O barulho da porta sendo aberta chamou a atenção dele, que virou-se na cadeira para ver  quem entrava. A sala em que estavam acomodados no departamento de polícia de Woodbridge não era das maiores, mas tinha espaço suficiente para todos se acomodarem de forma confortável. Ao centro uma mesa, que tinha sobre si um computador desligado. Ao redor da mesa existiam três cadeiras extras além das ocupadas por Dahlia e Robert, que sorriu ao ver Matthew e Ashton entrando no local, o mais novo com uma embalagem de cafeteria nas mãos. Brandt parecia ainda focada no tablet, absorta demais para ouvir algo que não fossem seus próprios pensamentos. Matthew foi até ela e tocou-a no ombro levemente a fim de chamar sua atenção.

― Já disse o escritor Alexander King: A necessidade básica de todo coração humano à beira de uma crise é um bom copo de café quente. ― ele estendeu para Dahlia um copo grande de isopor cheio de café ainda fumegante.

― Oh, bom dia, Reed. Muito obrigada.

― Não combina com a frase de antes, mas tem mais uma coisa pra você. ― ele respondeu com um leve sorriso e entregou o pacotinho para viagem.

Assim que pegou o saquinho pardo com a logo da cafeteria, Dahlia logo abriu. Dentro havia um pão de canela. Assim como o café, estava fresco, sinal de que ambos haviam sido comprados faz pouco tempo. Ela pegou o copo e antes de dar o primeiro gole, leu na embalagem o escrito “mocha”. Fitou Robert e teve certeza de que aquilo tudo havia sido um pedido dele. Suspirou fundo e abaixou a cabeça, sorrindo muito levemente. A verdade é que só duas pessoas sabiam o quanto o típico café com leite e cacau significava para ela, e uma delas não habitava mais esse mundo. Robert, conversando amenidades com Ashton, fingiu não perceber o olhar de Dahlia, mas sorriu com a certeza de ter trazido um pouco de conforto a ela.

― Cara, ainda bem que chegamos logo, esse aqui não parava de falar sobre pássaros da Nova Zelândia. ― Fernandez, rindo, apontou para Matthew, que pareceu não gostar muito do comentário.

― Achei que você já soubesse que esse garoto aqui fala demais às vezes ― Robert comentou descontraído, apontando para Matthew mais uma vez.

Quando Reed abriu a boca para tentar retrucar, foi interrompido por Dahlia, em seu tom sério de sempre.

―Foco, pessoal. Temos trabalho a fazer.

―Certo ― disse Matthew, tirando de dentro da pasta que carregava um envelope pardo e o entregando para Brandt ― Aqui está o relatório feito pela legista, ainda sem resultados dos exames toxicológicos. As digitais foram coletadas e já mandadas pra análise.

― Ok. ― Brandt pega o envelope e anuncia para todos ― Enquanto as digitais não nos mostram nada, pedi para Paige fazer contato com os departamentos de polícia das cidades vizinhas e nos informar dos desaparecimentos de mulheres com características parecidas com a nossa vítima nos últimos três meses. Podemos cruzar informações e tentar encontrar a identidade dela.

Assim que Dahlia termina a frase, seu celular toca. Ela atende e liga o viva-voz, deixando o aparelho sobre a mesa.

― Pode falar, Paige.

― Tentei reunir tudo o que você pediu com o máximo de detalhes possível, ok? Pode ligar o computador por aí, porque pelos meus cálculos, o arquivo deve estar chegando agora, com cópias pra todos vocês.

Matthew ligou o laptop que estava sobre a mesa e em alguns minutos confirmou o recebimento do arquivo. Com dois cliques, a pasta se abriu e os rostos de aproximadamente dez jovens desaparecidas se ampliaram na tela do aparelho. Reed engoliu em seco, não tinha como evitar. Casos envolvendo desaparecimentos sempre o deixavam desconfortável.


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Notas finais do capítulo

Moral da história: Protejam os kiwis.
Até mês que vem!



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