A Phantom Troupe's Secret Santa escrita por Myara, Drafter


Capítulo 7
Uvogin




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— Amigo o quê?

Uvogin estava sentado no chão, pernas e braços cruzados, no atual esconderijo da Trupe. Todos os demais também estavam ali, reunidos novamente para o que ele achou que seria mais uma missão de alto calibre orquestrada pelo Danchou. Não era sempre, afinal, que todos os 13 membros eram convocados ao mesmo tempo. Algo muito importante devia estar por vir.

— Amigo-secreto — Nobunaga repetiu — Você sorteia o nome de uma pessoa e deve dar a ela um presente. E você ganha um presente da pessoa que tirar o seu nome.

Uvogin continuou olhando para o amigo. No rosto, uma expressão genuinamente intrigada (e um pouco mal-humorada, Nobunaga reparou. Se havia algo que Uvo detestava, era esperar).

— Eu não preciso de presente. Quando quero alguma coisa, eu simplesmente pego pra mim.

Disse aquilo com uma simplicidade imensa, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Aquele tinha sido seu modus operandi desde sempre. Tendo crescido em um lugar como Meteor City, Uvogin aprendeu a conseguir o que queria na base da força, sem depender ou esperar nada de ninguém. Não acreditava em dinheiro e nem em nenhuma dessas convenções típicas da sociedade. Todos na Trupe sabiam disso, ele sempre fizera questão de deixar claro. E, para ele, a maioria — senão todos — compartilhava daquele pensamento.

— E se alguém quiser alguma coisa, é só roubar também. Nós somos ladrões. É isso que a gente faz — declarou. Olhou para Nobunaga, esperando que ele o desse razão. Não entendia porque uma obviedade dessas precisasse ser explicada.

O amigo, no entanto, apenas o continuou encarando com suas pálpebras caídas. Depois, sorriu com o canto da boca para, em seguida, emendar em uma gargalhada. Adorava aquela lógica de Uvogin, tão simples e objetiva.

— Escute, apenas participe — ele pediu, ainda sorrindo — Todos os membros já concordaram.

Uvo girou a cabeça para o lado, ainda um pouco carrancudo. Viu Shizuku carregando uma pequena sacola de tecido, que oferecia a cada um do grupo. Em breve, chegaria até ele.

Sinceramente, aquilo não fazia muito sentido a seu ver. Se o objetivo era se divertir em grupo, por que simplesmente não saiam juntos em alguma matança ou algo que o valha?

Mas pelo visto era voto vencido, já que a todos pareciam estar de acordo. E Uvo podia ser tudo, menos um mau companheiro de equipe. Se os amigos queriam fazer as coisas desse modo, que assim seja. Encararia aquilo como sua missão e a levaria tão a sério como qualquer outra. E claro, nada o impedia de se divertir um pouco no meio do caminho.

Quando Shizuku se aproximou, Uvo se levantou. Esperou ela oferecer a sacola de pano.

— Posso escolher? — perguntou.

— Não. E não diga quem você tirou. Tem que ser surpresa.

Uvogin soltou um muxoxo. Colocou a mão dentro da bolsa e tateou entre os poucos papéis que sobravam. Puxou um ao acaso e o abriu.

Leu pensativo o nome rabiscado. Em seguida ergueu os olhos e localizou Phinks que, dessa vez, estava vestindo suas roupas esportivas em vez daquele traje de faraó esquisito. Uvo levantou uma sobrancelha. Como se presenteia um cara desses?

— Não vá deixar para em cima da hora — Nobunaga, que também tinha acabado de sortear um papel, disse ao seu lado.

— Alguma vez eu já me atrasei?

(...)

Uvo chegou a perguntar ao Danchou se havia alguma restrição quanto ao presente ou ao modo de obtê-lo. Chrollo garantiu que cada um estava completamente livre para fazer as coisas do seu jeito — e isso colocou um sorriso imediato no rosto de Uvo.

O presente de Phinks se tornou uma bela justificativa para a farra a que ele se permitiu. Não que ele precisasse de alguma justificativa, de qualquer modo, mas era bom ter um objetivo de vez em quando — ainda mais quando esse objetivo era agradar um companheiro da equipe.

A primeira mansão que Uvogin escolheu ao acaso para a brincadeira terminou o dia com 27 corpos dilacerados pelos corredores. Não era sua culpa que uma confraternização estivesse sendo realizada bem no momento em que ele decidira atacar. E entre funcionários e convidados, nenhum sobreviveu à chacina com que Uvo se presenteou naquele Natal.

Depois de saciado, revirou os quartos da casa a procura de qualquer coisa que pudesse servir de presente para Phinks. Encontrou um relógio de ouro, dentro de uma caixa aveludada, que parecia ter algum valor. Olhou para o objeto um instante. Por fim, fechou a caixa satisfeito e a jogou dentro de uma bolsa, que também arrumou por lá.

Sorrindo, Uvo partiu da mansão já pensando na próxima. Estava começando a gostar desse negócio de amigo-secreto.




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Notas finais do capítulo

Escrito por Drafter (ó eu aqui de novo)

Pessoal, feliz Natal atrasado! Obrigada por continuarem acompanhando nossa fic (que pelo jeito, vai seguir 2017 adentro, contrariando nossas expectativas).

Beijos e abraços para todos!

=)



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