A Phantom Troupe's Secret Santa escrita por Myara, Drafter


Capítulo 6
Machi


Notas iniciais do capítulo

Escrito por Myara.



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Mesmo saltando veloz e furtiva de árvore em árvore, tão leve que nenhum floco de neve caiu ao chão com sua passagem, Machi levou mais de meia hora até conseguir avistar a construção antiga perfeitamente incrustada na montanha. Se não fosse pela neve a cobrir aquela paisagem de branco, sob a tênue iluminação de uma noite clara, poderia dizer que estava de frente a um cenário de Halloween. Mas era Natal, e ela estava no lugar certo para o que procurava: um monastério.

O que poderia parecer incrível, uma vez que o que procurava era um presente para o seu amigo secreto, e ele estava longe de ser relacionado com qualquer coisa santa.

Ela prosseguiu, e felizmente aquela parte do trajeto foi mais curta, ainda que contivesse alguns percalços a mais, mas nada além do mundano, como muros, cercas e cães que acabaram contidos em armadilhas de nen, porém não feridos. Machi, assim como Pakunoda, não gostava de ferir animais, e quando eles eram colocados em seus caminhos, ambas buscavam formas de tirá-los da frente sem causar a eles nenhum dano. Assim que acabasse aquela pequena missão, ela iria libertá-los e, para eles, tudo voltaria ao normal. Mas não para os monges, que estavam em estado de alerta com os latidos e o estranho comportamento dos cães de não saírem do lugar.

Machi, como uma perfeita ninja, permaneceu nas sombras até que o momento fosse propício para passar por eles, deixando em seu rastro alguns danos, pois não era exatamente piedosa com humanos. O último homem que apareceu em sua frente, como se por acaso, pois parecia mais confuso do que decidido a fazer algo, foi dominado por suas linhas de nen e ela prendeu-o firme enquanto se colocava atrás dele.

— O que você quer? São as relíquias? Elas estão na torre, eu levo você até elas, mas por favor, não me machuque! — Ele desatou a falar, nervoso, fazendo-a rolar os olhos.

Covardia não era exatamente sua coisa favorita no mundo, mesmo quando facilitava as coisas para ela.

— Eu quero ir para baixo, rápido, e sem gracinhas! — A determinação dela era contrastante com a falta de firmeza dele.

— Mas embaixo só tem a cripta e a…

— Eu não vou saquear seus mortos, seu idiota! Então ande logo e me leve até a cervejaria!

(...)

Foi com certa satisfação que Machi observou quando Uvogin tomou o primeiro caneco, limpou a boca com as costas da mão e riu, mergulhando o caneco mais uma vez no barril. Ele poderia tomar a cerveja dos monges — tão bem-feitas e únicas que eram carregadas do nen de seus feitores sem que eles soubessem — direto do barril, bem verdade, e aquele não fora o único que ela conseguira trazer preso em suas linhas de nen até a festa deles, presentes para seu velho amigo. Mas sabia que ele sentia-se feliz em dividir com os outros. Com efeito, Nobunaga e Phinks não faziam cerimônias, e ela mesma se juntaria a eles em breve.

Mas naquele momento, ela desviou os olhos do amigo para mirá-lo novamente, dez anos mais novo, na fotografia que havia acabado de ganhar de Chrollo. Não sabia o que o futuro destinava a eles, apesar de saber que estavam sempre preparados para tudo. Ainda assim sentia que as coisas não seriam daquela maneira para sempre, por isso alegrava-se de participar daqueles tipos de celebrações, e a ideia de passarem o Natal juntos, com todos reunidos e trocando presentes, tocava seu coração mais do que gostava de demonstrar normalmente. Ainda mais após ganhar seu presente.

— Apesar de ser a mais nova quando tudo começou, eu não era uma garotinha indefesa. Ainda assim muito da minha força hoje é graças ao Uvo, ele costumava treinar comigo. — As palavras deslizaram de sua boca, com uma simplicidade sincera fora do comum, sem que ela tirasse os olhos da própria imagem cercada dos amigos.

Seu interlocutor, que acabara de se sentar ao seu lado, ergueu as sobrancelhas de leve ao ouvi-la, mas manteve uma expressão de seriedade.

— E por que o seu discurso para ele foi tão sucinto? — Hisoka imaginou que ela não quisesse se abrir estando ele presente, era consciente de que não compartilhava da mesma relação que havia entre as aranhas. Logo, não fazia sentido que ela lhe dissesse aquilo naquele momento.

— Porque ele não gosta desse tipo de discurso. — Machi ergueu finalmente os olhos e eles se fixaram nos de Hisoka por um momento. — E eu só estou te contando isso porque, por algum motivo, você já me contou algumas coisas de seu passado também. É uma retribuição de Natal.

— Yo, Machi! — Uvo chamou-a com sua voz poderosa, fazendo-a voltar-se a ele imediatamente. Segurava um caneco alto, em sua direção, um convite não verbal para que largasse o palhaço ali e se juntasse a eles.

Ela prontamente levantou-se, pressionando a fotografia contra o peito, mas não afastou-se antes de voltar para Hisoka uma última vez.

— Não que você possa entender isso que nos une, especialmente nós, que estamos desde o começo da Trupe.

— De fato. — Ele abaixou a cabeça, aceitando o que ela disse por verdade, ainda que um sorriso brotasse de seus lábios. — Machi… — Seu chamado a fez demorar-se um pouco mais para se afastar. O olhar dourado subiu até os seus, quando a postura normal dele tomou conta novamente. — Você fica uma delícia com os cabelos curtos.

Ela soltou um muxoxo como resposta e correu até seus amigos. Uvo a tentaria abraçar e dar um beijo em seu rosto como agradecimento, ela tentaria impedi-lo a todo custo, todos beberiam e dariam risada juntos, como deveria ser.

Como deveria ser sempre, mas ela sentia — mais do que sabia — que aquelas oportunidades seriam cada vez mais raras.


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Notas finais do capítulo

A referência aos cabelos no final é porque no começo da Ryodan (foto) a Machi os tinha curtos.

Feliz Natal, leitores fantasminhas!

Beijos!



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