De repente, Dory teve um flashback, era uma lembrança antiga de quando ela era pequena, já havia se perdido dos seus pais, devia ter aproximadamente a idade do Nemo. Em seu Flashback, Dory se encontrava próxima de uma grande, e linda ilha, estava perto da praia, na superfície, desejosa em conhecer aquele novo mundo que existia logo ali, queria tocar nas árvores, senti o perfume das flores, ver o que havia além da água. Dory observava fixamente aquela paisagem exuberante, quando a mesma, começou a cantar:

Aqui sempre, sempre à beira da água
Desde quando eu me lembro
Não consigo explicar
Tento não causar nenhuma mágoa
Mas sempre volto pra beira dá água
Mas na ilha não posso respirar

Tento obedecer, não olhar pra trás
Sigo meu dever, não questiono mais
Mas pra onde vou quando vejo estou onde eu sempre quis

O horizonte me pede pra ir tão longe
Será que eu vou? Ninguém tentou
Se as ondas se abrirem pra mim de verdade
Com o vento eu vou
Se eu for? não sei ao certo como eu vou...

(Dory entra no oceano rapidamente, e passa por alguns peixes)

Eu sou feita para essa vida
Todos vivem bem no mar
Tudo tem o seu lugar
Sei que cada peixe
Foi feito só para nadar
Essa é a nossa função nesse mar
Talvez seja melhor tentar
Devo mesmo continuar a nadar e desempenhar essa tal missão
Mas não sei calar o meu coração
Por que sou assim?

(O sol penetrou na água, com uma luz intensa)
Essa luz que entra no mar Bate em mim, me invade
(Ela nada para superfície, para a beira da ilha)
Será que eu vou? Ninguém tentou
E parece que a luz chama por mim e já sabe
Que um dia eu vou
Vou atravessar para além do mar

O horizonte me pede pra ir tão longe
Será que eu vou? Ninguém tentou
Se as ondas abrirem pra mim de verdade
Um dia eu vou saber quem sou.

— Como eu queria poder viver nos dois mundos... Mas acho que não tem jeito!

Ela volta do flash back, surpresa:

— GENTE, GENTE! EU LEMBREI DE UMA COISA, UMA COISA IMPORTANTE, RÁPIDO ANTES QUE EU ESQUEÇA! (Grita Dory, assustando todos ali)

Eles nadaram até ela assustados, e preocupados com o que iriam ouvir, especialmente Hank, não era bem assim que ele queria que todos soubessem. Rapidamente eles chegaram até ela, e Dory, eufórica como sempre, e com medo de esquecer, contou tudo antes que eles pudessem dizer alguma coisa. Estavam espantados com o que ela contou, sobre o que ela tanto queria e agora, ela poderia:

— Eu saí do oceano, mas, aqueles lugares não se pareciam com aquela ilha, e todas as vezes, eu sempre fui carregada, afinal, eu não fui feita para explorar esses lugares secos, mas depois disso, eu acho que descobri o propósito dá minha vida: eu nasci para viver loucuras, e ser diferente, tenho sonhos inusitados, faço coisas que ninguém faz, quero o que ninguém quer, eu nasci para fazer a diferença, aí isso tão emocionante! (Diz Dory, muito animada)

Com exceção de Hank, todos estava aflitos, e preocupados, por ela poder realizar esse sonho perigoso, Hank, por outro lado, estava aliviado por ela não ter dito nada sobre eles:

— Se liga menina, agora que é um polvo você pode. Só precisa manter o corpo molhado ou no mínimo úmido. (Diz Hank, tranquilamente)

— Hank você é gênio! Agora que caiu a ficha! (Diz Dory empolgada)

— Não! Dory você não é um polvo, aliás, nós não somos, somos peixes, mesmo que no momento estamos... Polvos, não somos polvos, quer dizer, somos, mas não deveríamos... (Respira fundo, se acalmando) E também, já temos uma busca muito mais importante, a última coisa que precisamos é de um risco ocupacional. (Diz Marlim)

— Marlim está certo filha, Hank, por favor não a motive a isso! Ela pode se perder, e esquecer de nós. (Diz Charlie)

— Se o problema for só esse, eu iria com ela... Para cuidar dela! Para ela não se perder. (Diz Hank)

— Isso... (Dory iria concordar, mas foi interrompida)

— Não temos tempo! Vamos, temos de achar a alga vermelha. (Diz Marlim, um pouco alterado)

Hank controlou seus nervos e não disse mais nada, Dory não questionou, mas, não havia desistido de realizar esse sonho, principalmente com eles tão perto de uma ilha, e ela podendo realizar o que sempre quis, mas iria esperar a hora certa. Então todos voltaram a procurar a alga vermelha.
Quando finalmente encontraram as algas vermelhas, ou melhor, quando Dory as encontrou, logo iria anoitecer, por esse motivo, todos acharam, e concordaram que seria melhor passarem a noite la, e assim foi feito.
Por volta das 21:30, quase todos já estavam dormindo, por conta da viagem cansativa, o único que não estava dormindo, era Hank, agora que ele havia aceitado que estava realmente apaixonado, estava disposto a fazer loucuras para ele e Dory estarem juntos, ele tinha uma ideia louca, que estava decidido colocar em prática.
Hank foi até Dory, que estava dormindo, falando:

— O horizonte me pede pra ir tão longe, será que eu vou? Ninguém tentou... Hank... Hank... (Suspirou apaixonada) Aí Hank você é um fofo... (Dizia Dory, enquanto dormia)

— Que louca... Típico! (Sorriu) Menina, menina? (Diz Hank, a chacoalhando, com cuidado) Acorda!

— Só mais dez anos... (Responde Dory, dormindo)

— Em? Dory! (Diz Hank)

— FICA COMIGO HANK!
(Diz Dory aceleradamente, quando acorda assustada)

— Shiu! (Tampa a boca dela com um tentáculo) vão pegar a gente por sua culpa! (Avisa Hank)

Por sorte, ninguém acordou:

— Desculpe, mas... Por que me acordou? Eu estava tendo um sonho mó legal! (Questionou ela)

— Eu ouvi... (Sorriu) Mas enfim, eu tenho uma surpresa para você! (Diz Hank, em um tom sereno)

— Aí adoro surpresa! (Diz Dory animada)

— Tá mais para loucura! (Diz Hank)

— Adoro mais ainda! (Diz Dory, ainda mais animada)

— Faz silêncio, ninguém pode nos ver sair, entendeu? (Diz Hank, sempre em um volume baixo)

— Entendi... O que mesmo? (Pergunta Dory)

— Só... Fica quietinha, e me segui. (Diz Hank, se esforçando para não perder a paciência)

—Ok, sigo você! (Diz Dory)

Hank e Dory se afastam dos outros. Enquanto ainda estavam os avistando, Hank precisava pedir constantemente o silêncio de Dory, que em poucos segundos se esquecia. Logo não os viram mais, estavam finalmente sozinhos:

— Menina, tenta se camuflar desta cor, dá areia escura. (Pede Hank)

— Ué, por que? (Questiona ela, confusa)

— Por segurança. (Reponde Hank, desconfiado e cuidadoso como sempre)

Como era noite, esse cuidado era realmente necessário, e Hank não poderia arriscar, nunca se perdoaria se algo acontecesse com Dory:

— Mas Hank, a onde vamos? (Pergunta Dory, curiosa)

— Você vai ver. (Respondeu Hank)

— Tá bem! (Dory)

Um minuto depois:

— O Hank, vamos a onde mesmo? (Pergunta Dory, como sempre esquecida)

— Chega de conversinha! Não quero ser grosso contigo, mas não é bom chamar a atenção a noite. (Diz Hank, preocupado, e um pouco alterado)

— Então, vamos nadar sem rumo e sem conversa? (Pergunta Dory preocupada)

— Não. (Hank)

— Então? (Dory)

— MENINA! (Tampa sua própria boca com seus tentáculos, olha para todos lados para ver se alguém o ouviu, por sorte não, volta a olhar para Dory, tudo isso em segundos) Seguinte, (respira fundo) eu tenho um plano, mas vai ser uma surpresa, se eu contar vai perder a graça. Então, pela milionésima vez, faça silêncio. (Diz Hank, tentando dizer em um tom mais tranquilo possível)

— Tudo bem, eu vou tentar. (Diz Dory sorrindo)

— Já é um começo! (Diz Hank)

Hank a conduziu para direção acima, na superfície, eles ficaram com os olhos fora dá água, logo a frente, havia uma praia rochosa, mas também, com a vegetação densa:

— Ali. (Diz Hank, olhando para a praia)

— Olha só, que céu lindo! (Diz Dory)

— Que mané céu! Eu tô falando daquilo, a ilha, saco? (Diz Hank, um pouco alterado)

— Onde? (Olhou e finalmente viu a ilha) Naquele lugar, a ilha... (Disse surpresa) Vamos? Vamos! Vamos né? (Pergunta Dory, animada)

— Bora? (Diz Ele, sorrindo)

— Então vamos logo! (Diz Dory, super empolgada)

O jeito de Dory pode até parecer irritante para Hank, mas saiba que no fundo, ele ama muito isso, isso sempre o diverte, e irrita ao mesmo tempo.