Hank havia se afastado um pouco, tentando espairecer, quando Dory, nada euforicamente até ele:

— E aí Frank... Hank! Tá tudo legal? (Pergunta Dory)

Hank não conseguiu responder, estava muito perturbado, sabia o que devia fazer e que deveria ser o mais rápido possível, acabar logo com isso, como tirar ataduras. Ele não queria, não mesmo, mas se sentiu obrigado, unicamente pelo bem dela, não tinha outro jeito, como Marlim disse "Definitivamente não." Hank ignorou sua aflição, e fez o que devia fazer, a encarou nos olhos, aqueles olhos confusos e preocupados. Então, mesmo com os três corações, doendo e se partindo, Hank tentou mascarar sua melancolia, o que não deu muito certo:

— É tão difícil dizer, mas eu preciso fazer o que é melhor para você, eu quero que fique bem. Segue em frente e seja quem você é, eu farei o mesmo. (A expressão de Dory, transformou-se em perplexidade e espanto.) Depois disso, eu vou cair fora! Meu lugar não é aqui... Espero que você entenda, nós podemos nos reencontrar no mar um dia, mas agora, pelo menos, eu tenho que seguir meu próprio caminho. (Hank, com esforço, disse em um tom firme e sério)

— Você está falando do que? (Pergunta Dory, incrédula com o que ouviu)

Hank achou que ela, já havia se esquecido de tudo o que passaram, o que era um equivoco dele, já que essa era a única lembrança na mente esquecida s confusa dela:

— Cara, nem sei porque ainda me preocupo em dizer as coisas para você, você não se lembra de nada, enquanto eu sofro, você esquece... Chega a ser irônico! (Diz Hank alterado)

— Sofrer pelo que? (Pergunta Dory)

— Nada, você não se lembra de nada mesmo! (Diz Hank, já se virando para se afastar)

— Que estamos apaixonados? (Dory, Pergunta retoricamente)

— Como concluiu isso? (Hank se vira novamente para ela, a encarando, incrédulo)

— Lembrando! (Responde Dory, sorrindo)

— Como você... Lembra? (Pergunta Hank, espantado)

— Também acho incrível eu conseguir lembrar! (Responde ela, com um sorriso gentil)

— Cara, justamente agora você deu de lembrar! (Diz Hank, se lembrando do que precisava fazer)

— Por que? (Pergunta Dory confusa, já havia se esquecido do início dá conversa)

Respirou fundo, atordoado, confuso, com desgosto profundo, aflição amarga, ninguém é preparado pra levar essa carga. A calma do mar, e o silêncio angustiante, deixaram Dory ainda mais aflita, pela confusão de não saber o que ele iria dizer, isso também, enfraqueceu Hank. Ele sabia que nunca poderiam ficar juntos, se ficassem, nunca daria certo, e isso iria destruir a amizade deles, e a magoar mais ainda, machucando seriamente ambos. Definitivamente essa era a coisa mais difícil que ele teve de fazer em toda sua vida:

— Seguinte... Eu e você nunca vamos ficar juntos. (Disse Hank, mostrando uma indiferença no tom, que era completamente falsa)

— O que? (Pergunta Dory pasma)

— É isso aí, eu não me apaixono, nunca! Então esquece isso, aliás logo você esquecerá essa parada! Mas guarde isso... Eu não tô afim de você! (Diz Hank, friamente)

—Eu achei que... você fosse meu conto de fadas, um sonho quando eu não estou dormindo, um pedido feito às estrelas que está se realizando... Mas eu confundi os meus sentimentos com a verdade. Eu jurei que conhecia a melodia que ouvimos quando estávamos juntos, quando me puxou para perto, você me fez sentir que que a música era feita para nós, que você sentia também... Mas aí você muda as palavras, e agora meu coração está vazio, e eu fiquei com o que sobrou, uma única lembrança... Ilusória. (Diz Dory tristemente, decepcionada, com os seus três corações partidos, uma grande dor e aflição a corroía por dentro)

Hank não sabia o que mais o torturava, vê-lá naquele estado, ou ter de desistir de quem mais amava:

— Acorda! A vida nunca será um conto de fadas, a realidade é cruel, não existe o felizes para sempre, o tempo é desgastante, e ele destrói tudo que um dia, representava alegria, amor, importância. Esse sentimento não existe, se não para te fazer sofrer. (Diz Hank, com a expressão sombria, pela dor que estava sentindo)

— Por que está fazendo isso? Você pode até ter três corações, mas não tem um sentimento sequer! Não sei como pode ser tão mal assim, me enganar assim... (Diz Dory, desta vez nervosa, alterada)

—Espera aí... Eu não queria deixar tudo para trás, mas sempre que eu mantenho minhas esperanças, vejo elas despencando toda hora, o tempo todo, é muito difícil ver a esperança desaparecer lentamente. (Suspirou) Isso vai ser para o seu bem. (Diz Hank, mostrando um pouco de sua dor)

— Acha que desistir seja o melhor? Isso é... Covardia! (Diz Dory, estava quase chorando)

— Não, isso foi muito corajoso dá minha parte, principalmente porque depois que isso acabar... Eu vou embora. (Diz Hank, mal sabia ela, que ele era quem mais estava sofrendo)

— Mas e nós? E tudo o que nós passamos? (Pergunta Dory, que estava com um profundo martírio)

— Dory, eu nunca quis te magoar... Mas o que passamos, isso não importa mais para mim, somente que você fique bem, sem mais feridas. (Responde Hank)

— O que eu posso fazer? Sentirei sua falta... Não quero esquecer! (Disse Dory em desespero)

Ela começa a chorar, Hank não suportou vê-lá assim, e logo a envolveu em um abraço, que serviu como um calmante, depois de alguns minutos ela parou de chorar, o abraço trouxe paz, aos corações perturbados, quando estavam juntos, tudo parecia tão certo, tudo ficava bem, era como um abrigo, uma fortaleza, um refúgio, encontravam a força para lutar, o abraço durou bastante:

— Do que estávamos falando mesmo? (Pergunta Dory)

— 'Peraí" você esqueceu? (Pergunta Hank)

O abraço teve muito efeito sob Hank, acendendo a chama dá esperança, e o acalmando, lhe dando paz, mas, mais para Dory, que a ajudou esquecer aquela tortura emocional mais rápido:

— Eu sofro de... (Dory é interrompida)

— Perda de memória recente! Saquei, (respirou fundo) vou deixar que isso ajude você, talvez seja melhor assim... Mais fácil. (Diz Hank, mais para si mesmo do que para Dory)

Na verdade, ele estava começando a desconsiderar o que Marlim falou:

— Ajudar no que? (Pergunta Dory confusa)

— Nada! Deixa em off. Bora, acho que o tempo esgotou. (Diz Hank)

— Hank, eu queria conversar uma coisa importante com você... Só que eu não lembro direito o que era... (Pensou um pouco) há é, lembrei! Sobre aquilo lá que rolo entre nós dois... (Dory é interrompida)

— Depois falamos disso OK?! Bora mata logo essa parada. (Diz Hank, estava confuso demais, para dizer qualquer coisa sobre aquilo)

— Que parada? (Pergunta Dory)

— Você viro um polvo... (Lembra Hank)

— HAAAAAAA! (Dory)

— AQUIETA MENINA! Será possível que você esqueceu até mesmo isso?! (Diz Hank alterado)

— Como eu... Há, claro! Lembrei... Aí, eu usei a palavra lembrei muitas vezes! Isso significa que a minha memória está melhorando, rapaz eu sou praticamente normal! (Diz Dory animada)

— Só que nunca! (Diz Hank, cinicamente)

— Hank, o que você acha? (Pergunta Dory, olhando para si mesma)

— Acha do que? (Pergunta Hank confuso)

— Sobre, voltar a ser uma Cirurgião-patela..? (Explica Dory)

— Tanto faz para mim! Isso é contigo. (Responde Hank)

— Olha isso! (Dory segurou no tentáculo de Hank, fazendo eles estarem em uma aproximação maior)

Dory mudou de cor, como Hank fazia, conseguiu se camuflar, ela ficou laranja cintilante, como ele:

— Como... Você conseguiu! (Diz Hank, surpreendido)

— Não é demais? Foi tão natural, as vezes esqueço que não sou assim! (Diz Dory, alegre)

— Eu acredito totalmente nisso! (Diz Hank, cinicamente)

— Eu me surpreendo! Sei lá porque, mas eu sinto que sou uma polvo. (Diz Dory alegre e animada)

— Jura? (Pergunta cinicamente) menina, na moral, para mim tanto faz, tanto fez! O que sinto por você nunca... O que sinto assim, amizade. Enfim, nada vai mudar para mim, você continua sendo, a mesma menina esquecida, bem humorada, alegre e louca, que um dia eu ajudei! E que me conquistou a ponto de eu voltar para o mar... Por você, para ficar com você! E depois, você se perde respirando só na água ou não! (Sorriu em uma pequena pausa) e eu iria te encontrar do mesmo jeito. (Diz Hank, serenamente)

Hank falou tão naturalmente, que nem percebeu que o que ele falou foi, pelo menos para Dory, muito romântico. Talvez pelo fato de estarem tão perto. Ela sorriu, e em vê-lá sorrir, Hank sorriu instantâneamente, estavam olhando nos olhos um do outro, se hipnotizam, a atração que Hank tinha por Dory, era muito maior e bem mais intensa do que, um dia sentiu por Aysha, desta vez, era de fato diferente. Em suas mentes havia apologias um para o outro, a conversa de pouco tempo atrás sumiu, agora também da mente de Hank, era como se estivessem destinados a ficarem juntos, suas ações se tornaram incontroláveis, Hank acaricia o rosto dela, carinhosamente, no toque dele ela estremeceu...