Kler, a garota que encontrou mais que a liberdade escrita por Hermione Granger


Capítulo 3
Conversa


Notas iniciais do capítulo

Por favor, deixem comentário. Eu preciso saber a opinião de vocês.



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Passei esta noite quase toda acordada. Não conseguia parar de pensar em tudo o que tinha acontecido no dia anterior. Em minha mente eu ficava repassando cada detalhe e cena que aconteceu. Mas o que mais me intrigava era o fato de James querer falar comigo tão repentinamente, e sem falar o jeito como ele me defendeu do Rafael.

De manhã acordei e fui preparar o café junto com a minha mãe. Depois que James foi embora ontem, meus pais não falaram uma palavra se quer sobre o que ocorreu.

—Bom dia.- Minha mãe me cumprimentou, porém eu nada respondi.

A ajudei a preparar o café e arrumar a mesa em silêncio.

—Bom dia, família!-  Meu pai nos cumprimentou.

—Bom dia.- Minha mãe o cumprimentou.

Durante o café da manhã eu continuei quieta até que meu pai resolveu tocar no assunto.

—Sabe, Kler?! Os homens às vezes podem acabar perdendo o controle quando estão com uma mulher tão bonita quanto você...- Ele falou de maneira persuasiva.

—É, Kler! O dom de se controlar é tipico das mulheres. E eu tenho certeza que não era a intenção do Rafael agir de tal modo.- Ela falou sorridente.- E um simples beijo não tem nada demais...

—Tem sim, se a pessoal que irá ser beijada não quiser...- Falei ríspida.

—Ora, querida. Não seja tão dura com ele. Ele é um bom rapaz, e aquilo de ontem foi apenas um deslize..- Meu pai falou docemente.

—Aquilo tudo foi ideia de vocês, eu disse várias vezes que não queria nada com ele.- Falei já me exaltando.

—Com o tempo o sentimento virá, Kler.-Minha mãe falou exasperada .- Aqui na fazenda não tem mais ninguém que possa se casar com você, todos os homens daqui são casados, exceto o Rafael. 

—Não me importo de ficar sozinha. E quanto ao Rafael, prefiro ficar solteira pro resto da vida do que me casar com um cara como ele.- Falei e sai da cozinha para me arrumar.

Assim que me arrumei fui para a casa principal para trabalhar. Como hoje era dia de lavar a roupa, fui direto para o tanque.

Estava lavando as roupas tranquilamente quando de repente escuto passos lentos atrás de mim e me viro para ver quem era.

—Olá!- James me cumprimenta com aquele sorriso simpático de sempre.

—Oi.- Sorri de volta.- O que faz aqui?

—Vim saber se o nosso trato de nos encontrarmos hoje ainda está de pé.

—Ah! Sim, claro. Eu só preciso conseguir despistar a minha mãe. Assim que der eu iria para o rio.

—Ok. Sobre ontem, você está bem?- Perguntou-me preocupado.

—Podemos falar sobre isso no rio? É que se minha mãe me ver falando com você eu estou encrencada...- falei sem graça.

—Oh! Sim, claro. Até daqui a pouco.- se despediu e foi embora.

Durante o dia tive muitas coisas a fazer, no final da tarde não foi nada fácil sair sem ser vista. Ao chegar no rio vi que o James já estava lá. Ele estava sentado em uma pedra olhando pensativo para o rio.

—Olá. Desculpa a demora. Foi difícil sair sem ser vista...

—Tudo bem! Imaginei que isso tivesse acontecido.

Sentei-me ao lado dele e comecei a olhar para o rio também. A brisa que afagava o meu rosto era maravilhosa.

—Bom, te chamei aqui porque eu quero te conhecer melhor.- ele falou e foi aí que eu percebi que ele estava olhando pra mim e não mais pro rio.

—Como assim me conhecer melhor?- Perguntei confusa.

—Sabe, não quero que me leve a mal, mas eu te observo desde que eramos criança.- Ele falou sorrindo sem graça.- Seu jeito de olhar para o horizonte ao pôr do sol sempre me intrigou.

—O que tem o meu jeito de olhar o pôr do sol?

—Você olha como se estive esperando ou procurando por algo, não é como todo mundo que olha com um olhar de admiração.-Nesse momento ele ficou quieto como se estivesse refletindo sobre algo.

—Não vejo nada de intrigante nisso.- falei sorrindo bobamente.

—Mas eu sim, pois é o mesmo modo como eu olho para o horizonte.- ele sorriu de forma tímida.- Sabe qual é o meu maior sonho?

—Não, qual é?- Perguntei curiosa.

—É um dia sair dessa fazenda e ir pra bem longe daqui.

—Por quê? 

—Porque aqui eu tenho que seguir os sonhos do meu pai e não os meus.

Me surpreendi, pois era exatamente como eu me sentia desde criança.

—Engraçado. Me sinto assim desde que me entendo por gente.- Sorri irônica.

—Minha mãe sempre falava que achava encantador o modo que você lia os livros quando ela te ensinou a ler.- Ele falou me fitando intensamente.- Ela disse que você lia como se desejasse a todo custo viver as aventuras daquelas histórias.

A Sra. Marshal me deu aulas quando eu era criança, foi ela quem me ensinou a ler e a escrever. Mas eu tive que parar com as aulas, pois segundo os meus pais aquilo não iria ajudar em nada no serviço da fazenda e que para eles era uma perca de tempo.

—Eu adorava as aulas dela, mas fui forçada a parar por causa dos meus pais.- Nesse momento me senti triste ao lembrar daquela época.

—Sobre seus pais, o que eles falaram sobre o Rafael depois que eu sai de e lá ontem?

—Eles só foram falar no assunto hoje de manhã, e é claro que eles defenderam o Rafael. Disseram que por ele ser homem, é normal perde a cabeça por uma mulher bonita.

—Nossa, não imaginava que eles fossem assim...- James falou surpreso.

—É... E eles querem me obrigar a casar com ele.

—Não se preocupa. Vai dar tudo certo. Se algum dia eu sair dessa fazenda, se você quiser te levo comigo.- ele sorriu e me catucou levemente com o braço.

—Eu adoraria.- falei com seriedade.

—Que bom, porque eu te levaria sem nem pensar duas vezes.- ele nesse momento me olhava intensamente.

Depois de um tempo conversando vimos que já era muito tarde e voltamos pra fazenda. Chegando em casa, meus pais fizeram um milhão de perguntas sobre aonde eu tinha ido, mas eu nada respondi. Simplesmente tomei um banho e fui me deitar.


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