Kler, a garota que encontrou mais que a liberdade escrita por Hermione Granger
Notas iniciais do capítulo
Por favor, se gostarem ou não deixem os seus comentários. Boa leitura.
Acordei de manhã bem cedo. Precisava ajudar a minha mãe a preparar o café para o meu pai ir trabalhar. Meu pai trabalha cuidando dos gados e dos cavalos da fazenda.
Sempre tive vontade de montar em um cavalo e galopar um pouco, mas nunca me deixaram.
—Bom dia, família!- Meu pai cumprimentou a mim e a minha mãe.
—Bom dia, Augusto!- Minha mãe respondeu simplesmente.
—Bom dia, pai!
Tomamos o nosso café da manhã em silêncio como sempre até que meu pai puxou assunto comigo.
—Kler, eu conversei com o Rafael ontem, e ele disse que virá hoje à noite conversa com você.- Ele disse me observando.
—Pai, eu já falei que eu não quero nada com ele. Eu simplesmente não sinto nada por ele.- Disse em um tom irritado.
—O amor é um sentimento construtivo, ele não surge do nada. Tenho certeza que um dia irá gostar dele tanto quanto eu gosto do seu pai.- Minha mãe falou de maneira pensativa.
"Se for assim não quero nem pensar em gostar de alguém, porque do jeito que esses dois demonstram gostar um do outro, não vale a pena gostar de ninguém."- Pensei comigo mesma.
—Seja gentil com ele hoje, tudo bem? Ele é um rapaz esforçado e seria ótimo te ver casada com ele.- Meu pai falou suplicante.
Eu nada falei, apenas continuei comendo em silêncio, porém minha vontade era de gritar com os dois a minha frente e dizer que eu não era obrigada a me casar com quem não amo.
Depois do café fui ao meu quarto me arrumar. Tomei um banho, escolhi um vestido florido simples e fui me olhar no espelho para pentear o meu cabelo.
Me olhei no espelho e vi a imagem de uma menina com o olhar distante e pensativo. Meus grandes olhos castanhos claros contrastavam com os meus cabelos também castanhos. Minha pele clara e meu perfil magro me davam um "ar" de boneca, pelo menos é o que as pessoas a minha volta falavam.
Terminei de me arrumar e fui até a casa dos patrões para arrumá-la. Chegando lá arrumei o quaro do Sr. e da Sra. Marshal e arrumei o banheiro principal. A casa é enorme tem uns seis quartos. Eu, minha mãe e mais outras duas empregadas da casa dividimos as tarefas. Os quartos que não são usados nós limpamos e trocamos a roupa de cama uma vez por semana, já os outros que estão sempre em uso nós limpamos todos os dias.
Quando estava saindo do banheiro vi James passar pelo corredor e parar para falar comigo.
—Olá! Como foi ontem com os seus pais?- Ele falou de maneira simpática e gentil.
—Foi mais ou menos. Levei uma bronca daquelas, mas no fim ficou tudo bem.- Falei sorrindo.
—Quero conversar com você hoje! Tem como nos encontrarmos no mesmo lugar que ontem e na mesma hora?- Ele falou de uma maneira tensa e preocupada.
—Hoje não dá. O Rafael vai até a minha casa para falar comigo.- Falei meio sem graça.
—Oh! Não sabia que você e o Rafael tinham algo...- Falou de modo meio tristonho.
—Não temos. É uma longa história.... Podemos conversar amanhã?
—Ok. Estarei te esperando no rio no final da tarde.
—Tá bom. Te vejo amanhã!
—Ok.- ele falou sorrindo e saiu andando.
O dia passou rápido e logo eu já estava em casa.
—Kler, está na hora de você se arrumar! Afinal, o Rafael não deve demorar muito.- Ela falava de maneira eufórica.
—Não vejo razão pra isso, já disse que não quero nada com ele!
— Vai tomar um banho e depois vista este vestido.- ela falou e me entregou um vestido lindo. Ele era de um azul bem claro e o seu comprimento ia até um pouco antes do joelho.- Estava guardando para essa ocasião!- Ela falou sorridente.
— Que ocasião?- falei já preocupada.
—Você irar saber na hora. Agora ande logo e vai se arrumar.
Tomei um banho e um sentimento de angústia e preocupação vieram até mim. Assim que sai do banho e me vesti, minha mãe veio fazer um penteado em mim. Ela fez um coque elegante com algumas mechas de cabelo ondulado caindo sobre o meu rosto.
—Vamos, sorria.- Ela disse de uma forma rude.
Fiquei calada e a única vontade que eu tinha era de chorar.
Passou-se alguns minutos e o Rafael chegou a minha casa. Ele era um rapaz alto e magro, tinha cabelos castanho escuro e os olhos da mesma cor que os cabelos. Ele usava uma calça jeans, um sapato social e uma camisa social branca. Em sua mão havia um buquê de rosas vermelhas.
—Boa noite.- Ele disse uma forma tímida.
—Boa noite, Rafael!- Meu pai o cumprimentou.- Vamos, sente-se à mesa com a gente.
-Claro. E aliás, isso é pra você, Kler!- Ele me entregou o buquê de rosas.
—Obrigada.- Respondi entre os dentes.
Ele sentou-se com a gente e durante um bom tempo ele e o meu pai conversaram sobre a fazenda. E o tempo todo minha mãe me cutucava debaixo da mesa para que eu sorrisse .
Tudo ia correndo relativamente bem até que meu pai disse.
—Bom, eu e a Mary vamos deixar vocês conversarem. Se quiserem podem ir lá pra fora.
Sem escolha, fui até o lado de fora de casa junto com o Rafael.
—Você está linda.- Ele disse sorrindo.
—Obrigada. Mas, eu quero deixar claro que eu não quero nada com você.- Disse de uma forma grossa.
—Isso deu pra perceber lá dentro. Mas eu tenho paciência e ainda vou te conquistar.- Ele disse convencido.
—Não perca seu tempo, pois isso não vai acontecer.- Falei determinada.
—Gosto das difíceis.- Disse sorrindo maliciosamente.
Após ele dizer isso eu o fuzilei com os olhos e me virei para entrar em casa. Mas ao fazer isso ele me segurou pelo braço e me puxou para perto dele.
—Não ganho nada por ter vindo aqui e tentado te agradar?- Dito isso ele tentou me beijar a força e eu me debati tentando me soltar dele.
—Larga a moça. Não está vendo que ela não quer.- Ouvi a voz de James atrás de mim.
Na mesma hora ele me soltou e pareceu sem graça pela situação. James veio até mim e pôs a mão delicadamente em meu braço.
—Você está bem?
—Sim, estou.- Disse e comecei a sentir as lágrimas rolarem no meu rosto.
—Não se trata uma dama assim, Rafael. Se eu souber que tentou agarrá-la de novo, eu mesmo irei tomar providências. Estamos entendidos?- Ele falou ríspido e ameaçador.
—Sim, estamos.- Dito isso ele foi embora.
—Vamos entrar.- O acompanhei em silêncio.
Chegando em casa o James contou o ocorrido pro meu pai e a minha mãe. Eu, por minha vez, só chorei em silêncio.
—Obrigado por proteger a minha filha.- Meu pai disse de uma forma um pouco ríspida.
—De nada. O meu pai pediu para que eu viesse aqui. Ele quer que amanhã bem cedo você o acompanhe até o povoado.
—Ah! Sim, claro. Eu vou sim.
Depois disso o James foi embora, mas não antes de me olhar nos olhos e dizer silenciosamente "vai ficar tudo bem".
Assim que ele saiu eu fui me deitar e pensar sobre tudo o que aconteceu hoje.
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E então? O que acharam?