Kler, a garota que encontrou mais que a liberdade escrita por Hermione Granger


Capítulo 1
Apresentações


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira fanfic original. Espero que gostem. Beijos e boa leitura



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Meu nome é Kler, Kler Stinson. Tenho 17 anos e sou empregada em uma fazenda, e essa história é sobre como deixei tudo para trás. Meus pais trabalham nessa fazenda desde que tinham a minha idade. Moramos em uma casa nos fundos, é pequena, mas vivemos bem.

Meus pais são casados há mais de 20 anos, e ao meu ver não são um casal muito apaixonados, na verdade parecem ter casado por obrigação, embora demonstrem respeito um pelo outro. Minha relação com eles não é a das mais amorosas, na verdade eles são bem frios e a única conversa deles comigo é para falar sobre me casarem com o Rafael, um outro empregado da fazenda muito trabalhador, mas por quem não sinto absolutamente nada.

O dono da fazenda, Senhor Marshal, é um homem ríspido e arrogante, bem diferente da sua mulher Clarice e seu filho James, que são muito amáveis e simpáticos. 

Dona Clarice me ensinou a ler e a escrever, costumava dizer que eu era uma menina muito esperta e muito linda. Ela contava histórias para mim quando eu bem pequena e eu adorava as de aventuras. Certa vez, ouvi minha mãe dizendo que ela era tão gentil comigo porque sentia falta do filho que estudava em um internato na cidade.

James foi para o internato com oito anos de idade, ele é dois anos mais velho que eu. Quando éramos pequenos sempre brincávamos juntos, corríamos pela casa e sentávamos para ouvir as histórias da mãe dele. Éramos quase inseparáveis, ele sempre me socorria e consolava quando eu me machucava.

No dia de sua partida foi o dia mais triste da minha infância, precisaram me separar dele, enquanto chorávamos. Naquele dia tive febre e passei muito mal a noite. Depois disso Dona Clarice se aproximou mais de mim.

Com o tempo precisei começar a trabalhar na fazenda e a ir cada vez menos ao encontro da Dona Clarice e com a volta do James para a fazenda, ela se esqueceu de mim também. Ele voltou quando tinha 16 anos, mas já não éramos mais próximos, perdemos nosso vinculo e tudo o que tinha entre nós era um constrangimento, nunca mais conversamos e as brincadeiras assim como nossa inocência da infância ficaram no passado.

Minha vida na fazenda a partir dos meus 13 anos mudou completamente, agora eu já não ajudava minha mãe nas tarefas, mas sim tenho as minhas próprias e intermináveis tarefas. Não tenho tempo para nada e quando surge uma oportunidade minha mãe me proíbe, dizendo ser perigoso para uma mulher ir andando assim ao redor da fazenda sozinha.

Além disso, tenho milhares de afazeres na casa dos patrões. Às vezes sinto que nunca iriei sair daqui, que nunca terei minha vida em liberdade. Afinal, eu vivo aqui desde sempre e nunca sai.

—Kler, anda logo com essas roupas!- Dona Mary (minha mãe) me tirou dos meus devaneios com os seus gritos.

—Já estou terminando, mãe!

Terminei de lavar roupa e estendi no varal.

—Já terminou, Kler? Preciso que me ajude na cozinha!

Dito isso eu prontamente a ajudei, embora minha vontade fosse ir caminhar.

—O cheiro está ótimo, dona Mary!- James diz entrando na cozinha.

James é um rapaz muito educado e bonito. Ele tem um tipo físico forte, olhos verdes, pele clara e cabelos castanhos claros. 

—Obrigada, querido! Hoje estou com uma ajudante, a Kler.- Minha mãe diz e não entendo o motivo, mas me sinto um pouco envergonhada.

—Soube que cozinha muito bem também- Ele diz olhando diretamente para mim com um tom de voz simpático.

—Não tanto quanto a minha mãe.- Digo e sorrio sem graça. Ele sorri de volta pra mim.

Assim que James foi embora minha mãe imediatamente me lançou um olhar feio.

—Kler, você ficou maluca? Já imaginou se alguém vê você olhando desse jeito pro James?! Já pensou o que Rafael iria pensar? Vocês já não são mais criança- ela diz severa.

—Eu não fiz nada demais, só fui educada. E eu não tenho nada com o Rafael!- Disse de modo defensivo. 

Ela apenas me lançou um olhar repreensivo e voltou a cozinhar.

Minha mãe e meu pai cismaram com essa ideia de me casarem a todo custo com o Rafael e eu estou vendo a hora que eles vão aprontar o casamento sem o meu consentimento. Às vezes, eles agem como se eu não tivesse escolha, e não importa o que eu diga eles continuam falando que eu irei me casar com ele.

Hoje arranjei um tempo livre no fim da tarde, e por sorte consegui despistar a minha mãe e sair sem ela me ver. Fui até um rio próximo à fazenda relaxar um pouco. Quando eu era pequena sempre vinha até este rio pra nadar, mas assim que cresci e os afazeres se multiplicaram, não consegui vir aqui com tanta frequência. Esse sempre foi um dos meus lugares favoritos, por ser calmo e me dar pelo menos por alguns instantes a sensação de liberdade que eu tanto almejo. 

Assim que cheguei no rio retirei as roupas de cima e fui nadar. Fiquei alguns minutos ali e senti que alguém estava me observando. No mesmo instante olhei para o lugar onde eu tive essa sensação e vi James me olhando. 

—O que está fazendo aqui?- perguntei ríspida tentando me esconder dentro d'água, já que só estava com calcinha e sutiã.

—Ouvi sua mãe dizer que você tinha sumido e vim te procurar.- Ele falou olhando nos meus olhos.

—E por que você resolveu fazer isso?- Perguntei saindo da água e pegando a toalha pra me secar.

—Ela estava falando com seu pai e imaginei que ele iria vir te procurar e provavelmente você estaria encrencada.- Ele sorriu divertido.

—Bom, te agradeço por me ajudar. Mas, como sabia que eu estaria aqui?- Perguntei terminando de por a roupa e morrendo de vergonha por ele estar ali.

Olhei para ele e percebi que ele estava meio envergonhado também e parecia esconder algo.

—Bom, você me pegou, eu vi você vindo pra cá e pensei em ver pra onde estava indo. -Ele disse de uma forma pensativa.

— Por quê está me espionando?- Pergunto com uma sobrancelha arqueada.

—Por nada em especial. Lembra que éramos inseparáveis?- ele está com um sorriso sapeca no rosto.

—Sim, claro! Mas isso já faz mais de uma década.

—Sabia que eu chorava a noite no internato sentindo sua falta?- ele tem o olhar distante e senta numa pedra enquanto observa o rio.

—Não... – digo corando imediatamente e me sentando na mesma pedra de forma que meus pés tocassem a água.

—Pois é, senti sua falta durante todo o tempo que fiquei lá.

— Por quê não se aproximou de mim quando voltou?

— Não tive coragem. Você já não era a menininha que corria atrás de mim. Achei que pareceria idiota se falasse isso com você.- ela está olhando pra mim nesse momento, bem nos meus olhos.

— E por que mudou de ideia agora? – estou perdida nas palavras dele e em seus olhos.

— Ouvi sua mãe falando com você hoje mais cedo na cozinha.- eu coro como nunca na vida.

— Não ligue para ela, ela às vezes fala demais.- falo rápido querendo me explicar.

— Não foi exatamente isso que você está pensando que chamou minha atenção. Ouvi ela falar sobre o Rafael...- Ele parou de repente e parecia constrangido e ao mesmo tempo com um conflito interno.

— Ah, isso! Ela e meu pai estão tentando me fazer casar com ele.

— E você quer?- ele diz me olhando intensamente.

— Não...- os olhos dele brilham e vejo a sombra de um sorriso. — Por quê queria saber sobre isso?

— Você tem muitos porquês pra mim. – ele ri divertido.

— E você nenhuma resposta... – digo afiada.

— Justo... – ele diz rindo — Não estou pronto pra dizer exatamente minhas razões, mas quero me reaproximar de você. Me afastar por tanto tempo foi um erro.- ele assume um tom sério.

— Tudo bem, mas não na frente dos meus pais. Eles não iriam gostar nada. – digo pensativa.

—Combinado.- ele sorri pra mim, só pra mim.

Ficamos no rio até o entardecer conversando sobre os anos que ficamos afastados. Ele me contou sobre o internato e sobre os amigos que fez por lá, me falou sobre a cidade e seus planos. Chegando em casa eu recebi uma bronca daquelas. Depois disso tudo fui para o lado de fora de casa para admirar as estrelas e pensar como seria o meu dia seguinte veria e falaria com James de novo?


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Notas finais do capítulo

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