Poção nº 7 escrita por Maracujá azul


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, gostaria de dizer que o capítulo estava pronto pela manhã, mas quando fui postar percebi que estava sem internet. Por quê não sei, mas fazer o que né. Por isso, desculpem o atraso e boa leitura. Desculpem qualquer erro.

Bjo bjo



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Eu e o Natsu fomos embora mais cedo da guilda, pois a situação estava ficando insuportável.

Depois de sairmos da Fairy Hills, eu e Natsu seguimos para a guilda. Levamos um pouco mais de tempo para chegarmos lá, pois alguns homens acabavam de parando. No final, Natsu perdeu a paciência e me carregou como um saco de batatas até chegarmos aos portões da guilda. Fomos para o balcão, onde Gray, Juvia, Cana e Gajeel estavam sentados bebendo e conversando e Mira estava organizando algumas garrafas. Quando nos viram pararam imediatamente e olhavam como um aluno aplicado presta atenção na aula. Eu os explicava tudo enquanto Natsu tomava seu refrigerante de laranja olhando desconfiado para Gray.

— E então, Natsu vai ter que passar o dia todo comigo para evitar situações desagradáveis.

— No final, tudo foi culpa do Natsu – Gray revirou os olhos.

— Olha como fala! – Natsu levantou-se – Tudo isso começou com você bebendo meu refrigerante de laranja!

— Qual é Natsu, você nem gosta tanto assim de laranja – Cana disse em meio a goles de cerveja – pelo que eu sei você prefere uva.

— Eu tenho minhas fases.

— Juvia acha que seria bom se Lucy arrumasse um namorado logo – me encarou – Assim poderia desgrudar do meu Gray-sama!

Estava prestes a dizer pela milésima vez que não gostava do Gray quando um cara moreno chegou de repente e colocou as mãos no meu ombro.

— E aí, gatinha! Eu te pago um drinque e você sai comigo, topa?

Quando eu ia negar, apareceu um loiro atrás de mim.

— Claro que não, ela prefere ir conhecer meu apartamento novo. Ele é bem GRANDE.

 Assim como uma virgem sem um único namorado na vida, eu arregalei os olhos e corei. Cana ria de minha reação e Natsu fazia cara de paisagem. Depois disso, vieram outro moreno e um ruivo.

— Vai ser mais “divertido” se a gostosa aqui for dar uma volta com a gente – o moreno disse maliciosamente e o ruivo apertou minha bunda.

Ai já é demais.

Eu estava pra dar um soco nesses idiotas, mas o Natsu chegou primeiro e os mandou voando para o outro lado da guilda. Ele estava bastante irritado.

— Vou me lembrar disso Dragneel! – gritou o ruivo em meio aos desacordados

Ele se virou pra mim e pegou no meu braço.

— Vamos embora, Lucy.

 Então era isso. Se eu não me cuidar, é assim que irei ser tratada pelas próximas 20 horas. Não que eu não saiba me cuida sozinha, mas ser assediada por quatro caras de uma vez é uma situação difícil. Agradeci pelo fato do Natsu ter que estar comigo pelo resto do dia.

Ele saiu me puxando e só soltou minha mão em uma distância em que não podíamos mais ver a guilda. Ele andava um pouco na minha frente, sem que eu pudesse ver sua expressão.

— Hm, obrigada – murmurei, mas recebi um leve aceno de mão em sinal de que ele havia me escutado.

Andamos sem rumo por alguns minutos, a rua em que estávamos andando era meio vazia, por isso tudo o que recebia eram olhares e alguns poucos assobios. Continuamos andando até chegarmos numa rua bastante bonita. Tinham umas luzes penduradas, que provavelmente seriam acesas durante a noite, os bancos estavam recém pintados, e tinham barracas de várias coisas com uma mais bonita que a outra. Não fazia parte do meu caminho para casa, então eu só havia passado ali uma ou duas vezes, para fazer missões ou comprar alguma coisa, por isso não conhecia muito bem. Só continuava seguindo o Natsu.

Chegamos numa área em que vendiam comidas, e minha barriga começou a roncar alto. Algumas pessoas se assustaram com o barulho e me olhavam como se fosse louca.

Já Natsu apenas ria bem alto e apontava pra mim com cara de idiota. Ele pareceu perceber que eu tinha fiquei irritada, por isso parou de rir depois de muito esforço.

— E aí – Enxugava as lágrimas – O que achou do lugar? Bonito né? Você estava andando meio triste, então queria te trazer aqui pra você se animar.

Não tinha percebido...

— É lindo – sorri – Você vem aqui sempre?

— Não sempre, às vezes venho aqui com o Happy pra comer alguma coisa diferente, mas como a gente come muito preferimos ir em algum lugar mais barato.

— Bem, falando em comida, já que estamos aqui, quer comer algo?

— Sim! Vamos, Happy! – ele foi andando, mas sentiu falta do “aye” costumeiro do gato e percebeu que ele não estava ali – Cadê o Happy?

— Você esqueceu? Ele saiu hoje numa missão com a Erza e a Wendy. Algo sobre uma competição de culinária.               

— Acho que ele disse algo ontem, mas não prestei atenção porque estava concentrado jogando cartas com você – ele voltou a andar.

— Eu escutei claramente ele dizendo, e mesmo assim ganhei de você no jogo. – acompanhei-o, com um sorriso maldoso no rosto.

— Luce, você sabe que não sou muito bom nesses jogos que envolvem pensar – comecei a rir, e ele me deu língua – Que tal comermos aqui? É barato e a comida é boa, sempre venho aqui com o Happy.

“Taverna do Cobrão” era o nome. Quando entramos fomos atendidos por um homem baixinho e gordinho. Ele me olhou de cima a baixo e nos deu um lugar perto da janela, que estava menos sujo em comparação ao resto do lugar. Quando saiu ele piscou pra mim.

— Acho que essa poção que você tomou vai servir pra alguma coisa.

— Isso é porque não é você que é assediado a cada dois minutos.

Nós rimos e o garçom veio para anotar o pedido. Natsu pediu metade do que tinha no cardápio, e eu pedi o dobro. O garçom me olhou assustado, e Natsu apenas me olhou com uma cara de orgulhoso. Não muito depois, ele trouxe as comidas e nós começamos a comer, de uma maneira nada discreta.

— Cuidado Luce – olhei pra ele, confusa – Se você comer demais e seus peitos ficarem ainda maiores você não vai passar mais na porta da guilda.

Joguei um pedaço de frango nele, que apenas agarrou e começou a comer o mesmo. Natsu estava certo, a comida dali era muito boa. Depois de comermos ainda mais e deixar o estoque do restaurante vazio, ficamos satisfeitos. Natsu foi pagar a conta com o dinheiro da nossa última missão.

Eu estava quase me levantando, mas comecei a sentir um sono repentino. Mas não podia dormir ali, teria que esperar chegar em casa, então fui no banheiro jogar água nos meus olhos. Não funcionou. Voltei para a mesa e vi Natsu ainda resolvendo os problemas da conta. Bem, se eu apenas fechasse os olhos... Não vai fazer mal. Então eu sentei novamente e encostei a cabeça no vidro da janela... E fechei os olhos.

****

Natsu’s POV

Mesmo sem o Happy junto, eu gosto de sair junto com a Luce. Queria ir ao parque depois de sairmos do restaurante, mas quando voltei pra mesa ela estava dormindo na cadeira, encostada na janela. Primeiro achei estranho, porque a Luce não é de dormir de tarde, ainda mais em qualquer lugar, mas lembrei que provavelmente era por causa da poção que derrubei nela.

 Por um momento, até achei que essa poção foi uma coisa boa. Até porque tenho que ficar de guarda costas dela o dia inteiro, e eu gosto de passar o dia com a Luce. Não que eu já não passe todos os dias com ela e com o Happy, mas o motivo pra que eu tenha que fazer isso hoje é animador.

Coloquei ela nas costas – ela comeu muito, por sinal – e fui a carregando até o apartamento dela. Quando chegamos lá a joguei na cama, mas ela estava num sono tão pesado que nem acordou, só resmungou um pouco e se virou pra parede.

— Luce, você é estranha – deitei do lado dela, algo que faço sempre que vou lá e acabei dormindo também.

****

 Lucy’s POV

Acordei por causa do calor. Levei um susto, porque antes estava no restaurante e de repente acordei no meu quarto, mas então vi Natsu dormindo do meu lado e percebi que ele havia me trazido até aqui.

Minhas roupas estão grudentas de suor e o ar condicionado está quebrado. Tomo uma ducha de água gelada e abro a janela, mas mesmo assim continuo com calor. Decido então sair pra dar uma volta, pra ver se a brisa fria da noite me ajuda a acalmar esse fogo todo. Acho que foi porque dormi do lado do Natsu. Coloquei uma regata branca e um short, afinal estava muito quente, mesmo sendo o fim do inverno.

Vou andando pelas ruas, observando as sakuras que estão começando a dar flores devido ao início da primavera, e as pessoas comendo e andando todas com roupas de frio. Será que só eu estou com calor? Continuo andando e vejo os casais andando de mãos dadas se abraçando em público. Droga. Meu receio de não ter um namorado volta, e mudo o caminho, caminhando por uma rua mais deserta. Não sei por que, mas tem alguns caras assobiando pra mim. Aperto o passo. Levar cantadas de noite numa rua bem pouco movimentada não é nada agradável, então começo a correr. Quando viro a esquina pra voltar pra casa acabo trombando em alguém e caio no chão.

— Ai! – Fala a pessoa que eu derrubei, um ruivo – Cuidado por onde anda sua vadi – Só então ele pareceu me notar – olha só, é a gostosa de hoje de manhã! Tá lembrada de mim? Tava rolando um clima entre a gente quando aquele imbecil do Dragneel chegou e estragou o momento. Quer continuar de onde paramos? – ele me olhou de cima a baixo.

Droga. A poção. Como podia ter me esquecido? Deixei as minhas chaves em casa e Natsu ficou lá dormindo. Teria que dar um jeito de sair dali o mais rápido possível.

— Hã, desculpe. – falei, me levantando – Estou com pressa, tenho que ir agora.

Virei-me e comecei a andar na direção oposta àquele indivíduo, mas ele segurou o meu pulso, me parando e me fazendo virar pra ele.

— Tenho certeza que pode esperar. Já que se deu o trabalho de vir até aqui atrás de mim nessas roupas – olhou pra minha blusa, com os olhos fixos nos meus peitos, que ficavam ainda maiores naquela roupa – acho que tem tempo pra dar uma passada na minha casa. – Ele se aproximou de mim e sussurrou na minha orelha - Vamos continuar de onde paramos, gracinha.

Normalmente eu ficaria com vergonha, mas a única coisa que sentia agora era medo misturado com nojo. Como assim eu vou ser estuprada e morta numa rua deserta sem ninguém pra ligar pra policia por um cara doido que eu não sei se nasceu retardado ou se só está assim por causa dos efeitos da poção? Só sei que não quero ficar lá pra descobrir.

— Eu sinto muito! – Dei uma cotovelada na cara dele e acertei bem no seu nariz, fazendo com que ele me soltasse, mas sai correndo o mais rápido possível, então não sei se sangrou ou não.

Não sei se foi porque dormi bastante ou porque comi muito, mas estava bem mais lenta do que o normal, por isso ele logo me alcançou, me derrubando no chão.

— Sua vaca!! Olha o que você fez! Eu tenho uma entrevista de emprego amanhã!-É, sangrou. Eu ia aproveitar que ele estava gritando pra me levantar e correr dali, mas ele percebeu e me chutou na barriga, me fazendo cair de novo. E isso, querido leitor, foi um adeus a todo o almoço que eu comi hoje. – Eu estava pensando em ser bonzinho, mas você não me dá opçã – ele foi interrompido por um soco e foi jogado numa parede próxima.

Mas o soco não foi meu, afinal, eu estava ali jogada na rua com uma mão na barriga e a outra na boca.

— NÃO OUSE MACHUCAR A LUCY, SEU IDIOTA! - O soco, foi do Natsu, que estava ali gritando com o ruivo inconsciente. Logo depois ele se virou pra mim e começou a gritar comigo. – E você! Como é que você sai nessa situação sozinha e sem as suas chaves?! Você imagina o susto que eu levei quando acordei e vi que você não estava lá? Pior, que fui te procurar e você tava levando um chute desse imbecil?!

— Me desculpe... – falei olhando para baixo. Na realidade estava feliz por ele ter se preocupado comigo, mas não podia sorrir porque senão ia ficar feio pro meu lado. - Eu acabei me esquecendo e sai pra dar uma volta por causa do calor.

— Isso não é algo que você esqueça...! – ele ainda estava irritado e desviou o olhar e viu o vômito que estava perto dali. Suspirou – Me desculpe... Você está bem, Luce? –Falou, me segurando pelos ombros.

— Tô fedendo pra caramba

— Percebi. - ele riu - Bora pra casa antes que eu bata mais na cara desse imbecil.

****

Assim que chegaram, foram tomar banho – Natsu disse pra Lucy ir primeiro, reclamando que ela estava fedendo - e depois pediram três pizzas, porque estavam com fome e todo o almoço que Lucy tinha comido foi embora com o chute. Por causa da poção ela ainda estava com sono, então nesse dia foi dormir mais cedo. Mas, assim que se deitou, pareceu lembrar-se de algo.

— Natsu – o chamou, e o mesmo apareceu na porta – pelo o que a Levy falou antes o efeito da poção só funciona se você não estiver apaixonado por ninguém. Mas ela não funcionou em você. Isso significa que... Você gosta de alguém?

— Gosto – ela ficou surpresa. Como assim o Natsu gostava de alguém? Isso era o acontecimento do século.

— De quem??

— De você, ué – ela o olhou surpresa, ficando vermelha que nem um pimentão – e da Erza, da Levy, do Romeo, do Velho, da-

— Tá, tá, entendi – respondeu, suspirando. Ele é muito cabeça oca pra entender essas coisas – Não era bem isso, mas tudo bem. Boa noite Natsu - virou-se, dormindo rapidamente.

Ele ficou na porta por um tempo, observando-a dormir. Riu.

— Apenas de você, Luce.


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Notas finais do capítulo

Flw



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