Fragmentada escrita por DrixySB


Capítulo 15
Inexplicável


Notas iniciais do capítulo

Declarações e uma notícia surpreendente.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/717458/chapter/15

Os três passaram uma tarde agradável em família, dentre episódios de Doctor Who, sessões de filmes de Star Wars e pausas para comer. Fitz pôde desfrutar novamente da receita que Jemma melhor sabia preparar, seu tão precioso sanduíche de presunto e mussarela de búfala, com uma pitada de pesto aioli caseiro.

Athena estava progredindo em seus passos. Já conseguia andar sem sofrer muitas quedas, apoiando-se menos nos móveis da casa, pouco se amparando nas mãos de seus pais como nas vezes anteriores.

À noite, depois de ela finalmente dormir, Fitz e Jemma não precisaram se comunicar através de palavras para expressar seu desejo e a necessidade que sentiam de estarem intimamente conectados um ao outro. Eles haviam flertado o dia inteiro e estavam se consumindo de impaciência por aquele momento. Em nenhum instante, eles negligenciaram a própria filha. Dispensaram-lhe a atenção devida e somente quando ela cedeu à exaustão e dormiu, caminharam em direção ao quarto que dividiam para mais uma doce e intensa noite de amor.

Suas bocas se encontraram como que por instinto. Andaram rumo à cama com passos desajeitados, por entre beijos e toques, suas mãos ávidas percorrendo o corpo um do outro, despindo-os das roupas que vestiam. Novamente, ela posicionou-se em seu colo quando finalmente seus corpos tombaram sobre o colchão. Mas a intenção de Jemma, desta vez, era permanecer por cima, tendo total domínio da situação.

No entanto, não foi bem assim que ocorreu, visto que as mãos de Fitz, posicionadas em seus quadris, ajudaram a guiá-la, a encontrar o ritmo perfeito, o que melhor favorecesse o prazer de ambos. Talvez ele tenha percebido a hesitação dela, certa insegurança que a acometeu em seus primeiros movimentos sobre ele – subindo e descendo suavemente, indo para frente e para trás, mas vacilante, indecisa se era assim que deveria se manter. Portanto, ele não tardou a levar as mãos à cintura dela, orientando-a de forma que ela fizesse movimentos circulares sobre ele. Jemma se viu admirada e – por que não? – deliciada. Daquele jeito era melhor. Gradativamente, foi se sentindo mais confortável e segura de si. Ele realmente conhecia seu corpo como a palma de sua mão. Eles gemiam ofegantes como resultado da fricção entre suas intimidades combinada a cadência precisa com que se moviam um contra o outro.

Jemma praticamente se debruçou sobre ele quando terminaram. As suas respirações altas e irregulares preenchiam o ambiente. Eles demoraram a recobrar o fôlego, de maneira que não falaram nada por vários minutos.

— Wow! – ela finalmente disse, agora com a respiração normalizada, a cabeça repousada sobre o peito de Fitz – é sempre assim entre nós?

— O que quer dizer? – perguntou, um tanto confuso, correndo suavemente a pontas dos dedos pela espinha dela.

— Bem... Todo esse desejo, essa vontade constante de fazer isso o tempo todo, de nunca querer parar...

Fitz deu um sorriso orgulhoso.

— Digamos que sim. Isto é, quando nos mudamos para o apartamento, a sua ideia era inaugurar devidamente cada um dos cômodos.

— Oh, e como nos saímos?

— Você conseguiu. Claro que iria até o fim com essa ideia.

Jemma levantou a cabeça e o fitou, recriminando Fitz com o olhar.

— Só eu? Como se você não tivesse concordado em seguir com esse plano – disse, com um leve tom de crítica na voz.

— Sim, mas a ideia foi sua – ele respondeu, divertido.

— Sabe, é muito feio mentir. Quando eu recuperar a memória...

— Saberá que estou falando a verdade – Fitz a interrompeu com ar de provocação.

— Ok – ela disse, levantando o torso, sentando-se novamente sobre ele – espero que já esteja recuperado, porque eu realmente quero isso mais uma vez...

Fitz cerrou os olhos, jogando a cabeça para trás e suspirando longamente. Estava exausto.

— Jemma...

— Não se preocupe – ela afirmou com uma voz maliciosa – você não precisa fazer nada. Agora eu conheço bem o caminho – gracejou, passando a mover-se sensualmente sobre ele – eu só preciso te estimular um pouco.

Ele riu ao mesmo tempo em que sentia seu corpo se eriçar novamente. Era esse o efeito que a pele de Jemma tinha quando em contato com a dele; de excitá-lo ao menor dos toques.

Jemma prendeu as mãos dele sobre a cabeça, enlaçando os pulsos, como algemas contra o colchão, ao notar as intenções dele de levá-las aos seus quadris como fizera anteriormente.

— Não mesmo! – ela afirmou, resoluta, lançando-lhe um sorriso repleto de más intenções.

— Você manda – Fitz sussurrou em resposta.

Todavia, à medida que o calor emanava de seus corpos e o êxtase selvagem daquela cópula os envolvia inteiramente, ele sentia uma extrema urgência em tocá-la. Jemma soltou suas mãos e, imediatamente, ele percorreu todo o caminho – de seus seios até sua cintura – com as pontas dos dedos, como se pretendesse memorizá-la através do toque. Mas foi ela quem ditou o ritmo desta vez, não deixando que ele interferisse na velocidade de seus quadris sobre ele. Ambos recusavam-se a romper o contato visual durante o aprazível atrito entre seus corpos. Cada vez mais imersos um no outro, eles tinham a certeza de que eram definitivamente, um só.

*

Jemma acordou horas depois, totalmente desorientada. Olhou para o lado e percebeu que Fitz não se encontrava na cama. Provavelmente havia levantado para atender Athena. Jemma, no entanto, não tinha ouvido a filha chorar. Levantou-se e agarrou um robe que estava sobre uma cadeira, colocando-o apressadamente sobre a pele nua, e não demorou a rumar para o quarto de Athena.

Fitz estava lá, acariciando sua cabeça enquanto ela dormia profunda e tranquilamente. Ele só se deu conta da presença da esposa quando esta se aproximou do berço. Jemma estava descalça e havia entrado no quarto com passos tão suaves que o engenheiro sequer tinha ouvido.

— Eu não a ouvi chorar – proferiu Jemma em um sussurro.

— Ela não chorou – Fitz tornou no mesmo tom – eu sempre venho vê-la em algum momento da noite ou da madrugada. Verificar se ela está dormindo bem, em paz...

— Oh, claro – Jemma assentiu, então seus olhos se detiveram em Athena. Ela suspirou pesadamente, levando a mão ao rosto da menina e o afagando suavemente – eu gostaria tanto de me lembrar... Especialmente de quando ela nasceu. De como eu me senti quando a tive pela primeira vez nos meus braços...

— Eu gostaria de te dizer como foi... Mas eu só poderia definir esse momento como inexplicável.

— Imagino – Jemma sorriu, melancólica – por isso eu queria me lembrar, Fitz.

Ele a fitou, compreensivo, e então, delicadamente, a puxou para si, fazendo com que ela descansasse a cabeça em seu peito.

— Você vai se lembrar, Jemma. Eventualmente. Só tenha um pouco mais de paciência.

— E se eu não me lembrar?

— Tenho certeza de que vai.

Ela sorriu e o abraçou com ardor.

— Eu te amo! – Jemma falou sem pensar duas vezes, sem pesar suas palavras, sem vacilar enquanto as proferia.

O engenheiro ficou atônito por um momento, até mesmo suspendeu a respiração sem perceber.

Jemma, que estava com os olhos cerrados, os abriu subitamente, dando-se conta do que havia dito.

Afastaram-se um do outro e trocaram um olhar penetrante, extremamente surpresos, visivelmente admirados.

— Você disse o que eu acho que disse...? – ele perguntou, tentando se assegurar de que o que ouvira era real.

— Sim... – ela respondeu, ainda atarantada diante da própria declaração – isto é... Eu não consigo definir o que eu sinto agora de nenhuma outra forma... Que não seja amor. Nenhuma outra palavra parece realmente fazer justiça a esse sentimento – complementou, agora mais decidida.

Fitz não soube o que dizer. Não soube como expressar sua felicidade em palavras. Nenhum vocábulo parecia suficiente. Com um gesto doce, ele levou uma mecha de cabelo dela para trás da orelha.

— Eu também te amo – sussurrou em resposta.

Jemma sorriu, afável.

— Eu sei disso.

Cobrindo a pouca distância que havia entre seus rostos, Jemma se aproximou para beijá-lo. Terna e apaixonadamente. Não havia como negar que ali havia amor. O mais puro, singelo e genuíno amor.

*

As batidas frenéticas na porta de seu apartamento perturbaram o momento de paz de que desfrutavam no café da manhã. Fitz olhou através do olho mágico e abriu a porta, cedendo passagem para que Daisy entrasse.

— Me desculpe, Fitz. Eu tinha que vir. Você não deu notícias nesses dois dias, nem atendeu os telefonemas de Coulson. Oi, Jemma! Como está? – A inumana falava rapidamente, sem pausas para respiro.

— Eu... Vou bem. Ainda sem memória.

— Nossa! Isso está demorando mais do que eu esperava... – Daisy tornou preocupada.

Jemma limitou-se a retorcer os lábios, desviando o olhar, chateada diante daquele comentário, mas sabendo – de alguma forma – que a agente não teve más intenções.

— Eu... Desliguei o celular nesses dias. Por isso Coulson não conseguiu entrar em contato. Me desculpe, mas eu precisava ficar com a minha filha.

Athena, que brincava atrás de uma poltrona, sorriu ao avistar Daisy.

— Hey! – as feições da inumana alteraram-se subitamente ao avistar a garotinha, a apreensão cedendo espaço à alegria em vê-la – como você cresceu! E já está andando – disse ao notar que a menina caminhava em sua direção – venha!

Daisy abriu os braços, pegando-a no colo.

— Eu é quem devo desculpas a você, Fitz... Aliás, a vocês, por não ver a minha afilhada tanto quanto deveria.

— Você é madrinha de Athena? – Jemma perguntou, franzindo o cenho.

— Sim, Fitz não contou? Bem, deixe pra lá... Eu tenho sido muito ausente. Não é de se espantar que tenha se esquecido.

— Daisy – Fitz a cortou – que tal desacelerar? São os britânicos que costumam falar apressadamente.

A inumana tomou fôlego.

— Ok, me desculpe – agora ela falou com mais calma, procurando espaçar mais suas palavras – eu queria poder dizer que vim só para visitar minha afilhada, mas não seria verdade.

— Más notícias? – Fitz questionou, receoso.

— Mais ou menos... É o Stark.

— O que tem ele?

— Ele exige uma reunião – ela respondeu, desviando o olhar de Fitz para Jemma, a quem encarou firmemente – com a diretora da SHIELD em pessoa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Logo mais, um embate entre Dra. Jemma Simmons, a diretora da SHIELD, e Tony Stark, o próprio Homem de Ferro.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fragmentada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.