Assim que chagaram a sala que a professora dissera, Tom puxou uma cadeira para que Lorena sentasse e conjurou outra para se sentar ao lado da garota. Tom ficou calado olhando para as próprias mãos que se encontravam juntas em seu próprio colo. Lorena recomeçara o choro pelo susto que levara, por quase ter visto Tom matar alguém e por ainda estarem separados.

— Era também por isso que eu queria te ensinar o meu tipo de magia. – murmurrou Tom – e se eu não tivesse chegado?

Lorena continuava a chorar. Tom esperou uma resposta que não veio e então continuou:

— Devia ter me deixado matá-lo! - disse enfim.

— Pra quê, Tom? Pra ir pra Azkaban em seguida? Eu não poderia permitir... – respondeu Lorena tentando parar o choro.

— Eu não iria para Azkaban! Eu fugiria e viveria na clandestinidade!

Antes que Lorena pudesse responder, a diretora entrou com o professor Slughorn, Dumbledore e o diretor Dippet:

— Senhorita Thompson, sei que está em choque mas precisamos confirmar isso: é verdade o que o senhor Riddle contou? O senhor Harss tentou agarrá-la a força? – perguntou o diretor Dippet

— Ele não tentou agarrá-la, ele a agarrou! E coisas piores teriam acontecido se eu não tivesse chegado! – vociferou Tom

— É verdade, Tom me salvou... – disse a garota.

Dumbledore olhou desconfiadamente para Tom, mas abandonou a desconfiança quando Lorena confirmou a história. Então falou calmamente:

— Receio que o garoto Harss ficará impedido de frequentar as aulas por algum tempo... Que feitiço usou para pará-lo, Tom?

— Acho que os garotos precisam descansar, tiveram uma noite agitada, professora, leve Lorena até a sala comunal da Grifinória, o professor Slughorn levará Tom... – interrompeu o diretor Dippet

— Diretor, por favor, deixe Tom me levar, eu quero ir com ele...

— Tom, pode acompanhar a sta. Thompson? – perguntou o diretor Dippet.

— Claro, senhor. Vamos? – Disse Tom enquanto se levantava e estendia a mão para Lorena se levantar e ir com ele.

Foram em silêncio durante todo o trajeto, mas ao chegarem ao buraco do retrato, ele disse:

— Vá direto para o dormitório e fique perto de Kim. Qualquer coisa mande-a me chamar. Boa noite, sta. Thompson – disse mecanicamente.

— Tom... obrigada. – ela respondeu sinceramente.

Ele a olhou pensativo e assentiu, depois esperou-a passar pelo buraco do retrato para voltar a sala comunal da Sonserina, mas decidindo fazer um caminho mais longo pra tentar se acalmar, mas então ele escutou vozes perto das escadas, quando desceu os andares que levavam a sala comunal da Grifinória. Definitivamente eram as vozes do diretor Dippet e de Dumbledore.

— ... Que importa se foi uma maldição imperdoável? Ele salvou a garota de algo pior, Dumbledore, Riddle salvou a sua filha! – disse o diretor defendendo Tom porque era fato que ele tinha torturado Brian Harss.

— Por favor não fale tão alto, diretor. Receio que possam escutar. Eu não quero que saibam que Lorena é minha filha e que foi adotada pelos pais. Poderia ser ruim para a menina... – respondeu Dumbledore com a voz cansada. – mas nada justifica que um aluno use tais feitiços em outros, não importa qual seja a motivação. – continuou o diretor.

— Ele é só um garoto. Deve ter visto isso em algum lugar e viu uma boa oportunidade para usá-la, e na raiva se excedeu um pouco... a garota não é namorada dele? – indagou o diretor – mas não importa, o importante é que tudo acabou bem e que o garoto Harss vai se recuperar. Noite, Dumbledore.

— Noite, Dippet.

Tom congelou ao ouvir aquelas palavras. Então Lorena era filha de Dumbledore? Isso explicava muito sobre Lorena possuir o talento que possuía. Ele era herdeiro de Slytherin e Lorena a filha de Dumbledore. Atordoado pelo que acabara de escutar, Tom esperou o Professor e o diretor irem embora e saiu correndo para o dormitório, mas dormir era a única coisa que ele não conseguiria fazer naquela noite.