— Mas quem iria imaginar? Outro dia mesmo ele estava aqui dizendo que gostava de você e que te conquistaria aos poucos... te agarrar à força? Ainda bem Tom-todo-poderoso estava lá pra te salvar. A cada dia eu sou mais fã desse garoto. – falou Juliene rindo após saber do ocorrido

— Se não fosse ele, não sei o que teria sido de mim. Sinto tanta a falta dele... talvez eu tenha me precipitado ao terminar com ele... – repensou Lorena.

— Você acha? Eu tenho certeza! Vai ser constrangedor fazer as rondas com Brian agora... espero que ele perca o distintivo por ter feito uma coisa dessas.

— E vai perder. – disse Kim que acabara de chegar – fui ate a ala hospitalar pra ver como ele está e parece que ele finalmente acordou, mas ouvi Dumbledore dizer que irá tirar o distintivo de monitor dele e que promoverá outra pessoa pra fazer rondas com a Lo. Mas Riddle foi pedir pra fazer dupla com você durante as rondas, mas por ele ser da Sonserina, não deixaram...

Fez-se um silêncio constrangedor porque Lorena não falava mais com Kim apesar das insistentes tentativas de Kim para tentarem se reconciliar. Juliene não fazia ideia do que se passava entre as duas, por isso ficava dividida entre as duas. No fim, passava tempo com elas separadamente.

— É o melhor. – disse Lorena secamente – você falou com Tom hoje? Como ele está?

— O Tom é o Tom. Ele não quer falar sobre o ocorrido, mas ele está tranquilo. Foi só um susto. Ele também me perguntou de você, mas eu disse que não sabia muito porque você não fala mais comigo, Lo. Poxa, eu não mereço nem uma chancezinha de conversamos?

— Vocês duas podiam sentar e me explicar o motivo da briga de vocês. – pediu Juliene.

— Eu não fui uma boa amiga pra Lo, Ju. Escondi algumas coisas dela, inclusive que sou amiga de Tom há uns dois anos. Nos tornamos amigos quando ele me salvou de um bicho selvagem na floresta proibida. Na época eu tinha acabado de terminar com Avery e ele, inconformado, me chamou na floresta proibida pra falar comigo, mas chegando lá, ele não estava, mas um explosivin... eu tinha 14 anos na época e não sabia me defender, mas Tom estava lá e me ajudou. Desde então nós nos tornamos correspondentes durante as férias e somos amigos, mas não ando com ele por causa de Avery... eu escondi isso da Lo e ela se chateou comigo. – explicou Kim.

— Não foi só isso, mas isso foi fundamental. Sinto sua falta, Kim. Talvez eu tenha pegado pesado com você também, eu não sabia dessa sua história. Me desculpe pelo tratamento que dei a você nas últimas semanas. – disse Lorena sinceramente

— Só se voltarmos a ser as mesmas amigas de antes – respondeu Kim e foi abraçar a amiga

— Tão lindas... – disse Juliene emocionada.

A manhã seria vaga para os alunos da Sonserina e da Grifinória pois só teriam aulas à tarde. Aproveitando que tinha alguns livros pra entregar, Lorena decidiu ir até a biblioteca para fazê-lo e dar uma olhada em mais alguns que gostaria de pegar. Durante a busca, ela olhou de relance para a sessão reservada pensando nas vezes que Tom poderia ter ido ali atrás de magia maligna e sentiu uma saudade cortante dele. Apesar de tudo, ele tinha provado que gostava dela, pelo menos um pouco, se não, não correria o risco de ser expulso caso matasse Brian Harss e caso algum professor descobrisse que ele tinha usado a maldição cruciatus.
Num ímpeto incontrolável, ela saiu da biblioteca e foi visitar os jardins na esperança de vê-lo por ali. Nas últimas semanas, ela se esforçara de verdade para esquecer Tom Riddle, mas não era fácil esquecer de 5 anos inteiros que ela viveu alimentando esperanças de estar com ele, ainda mais vendo-o todo dia. Enquanto caminhava, vinha à tona inúmeros momentos em que o via fazer algo extraordinário ou em quando estavam juntos que eram os momentos que ela mais sentia falta. Ela precisava vê-lo e o viu: encontrou Tom Riddle deitado no colo de Biancah Francis acompanhado dos amigos, inclusive de Kim que agora não se preocupava mais em mostrar que também era um deles. Tom estava de olhos fechados e Biancah acariciava os cabelos dele fascinada. Aquilo foi demais pra ela e quando ela menos esperou, já tinha ido ao encontro deles.

— Tom, preciso falar com você! – disse Lorena ao chegar perto do grupo.

— Agora não, volte depois. – respondeu Tom rispidamente sem nem ao menos abrir os olhos

— Ainda não percebeu que você não importa mais pra ele? Suma daqui, sua sangue ruim. – disse Biancah calmamente sem parar de acariciar os cabelos de Tom.

Talvez fosse pelo ciúme que sentia ao ver Tom deitado no colo de Biancah ou talvez pela aversão que já sentia pela garota que Lorena respondeu:

— Ah, cale a boca, Francis. Aquela pequena sessão de tortura não foi o suficiente? Me encontre onde quiser e leve a sua varinha para resolvermos a questão

Biancah fechou a cara e nada disse, mas Lorena poderia jurar que vira um quase sorriso se formar nos lábios de Tom quando ele abriu os olhos para observá-la. Avery resmungou baixo e Lorena tornou a falar, só que agora para Avery:

— E você, Avery? Azara como uma garotinha. Devia treinar mais se não quiser ser morto por um garotinho do primeiro ano...

Dessa vez, um sorriso visível se formou nos lábios de Tom, Avery colocou a mão na varinha e Kim riu.

— E você Kim? Pare de rir porque você é falsa. – dessa vez não havia raiva na voz de Lorena, e Kim fingiu uma cara de magoada para amiga e logo voltou a rir.

— Preciso falar com você. - agora ela se dirigia a Tom que abriu os olhos para olhá-la de modo penetrante e inexpressivo. Então ela percebeu qual seria a palavra chave para fazê-lo levantar: - por favor, milorde.

Tom arqueou as sobrancelhas e pareceu refletir por um momento,mas ficou em pé em seguida sob a fúria de Biancah e seguiu Lorena até que pararam em um lugar mais afastado do grupo e de todos os estudantes. Ali poderiam conversar com privacidade.

— O que tiver pra falar, fale rápido porque estou no momento de lazer. – disse Tom levando uma das mãos aos cabelos que estavam bastante bagunçados graças a Biancah Francis, mas ainda assim ele continuava lindo.

— Eu só queria te agradecer direito pelo que fez por mim ontem e pelo reforço em poções. – respondeu sinceramente.

— Fiz o que todo monitor faria e quanto ao reforço em poções, agradeça ao professor Slughorn. – retrucou ao garoto.

— Qualquer monitor não mandaria Brian Harss inconsciente para a ala hospitalar, obrigada por isso e ele mereceu. E quanto ao professor Slughorn... não era ele que me dava reforço...

— Que seja. Isso é tudo, sta. Thompson?

— Não... Tom... tá bem, milorde, me perdoe. Sei que errei, eu deveria ter confiado mais em você, deveria ter te escutado quando tentou se explicar e eu estou disposta a tudo para ficarmos bem de novo. Sinto saudades, preciso de você de todas as formas que consigo pensar.

— Lorena, talvez sejamos muito diferentes e eu não tenha enxergado isso antes e eu não pretendo mudar meu estilo de vida e minhas ambições só porque você não aprova. Se ainda quiser ter comigo algo que vá além de um tratamento cordial, vai ter que aceitar isso. – respondeu o garoto.

— Somos muito diferentes, é verdade é eu percebi que não posso mudar quem você é e o que quer se tornar, mas eu posso ser o seu apoio quando você precisar. Prometo manter minha mente aberta para a magia das trevas até porque para se defender delas, basta conhece-las, mas não me peça para viver os seus sonhos, não me peça para torturar trouxas e nascidos trouxas, não só porque também sou um deles, mas porque é errado. Não vou te criticar e nem dizer nada nada a ninguém, mas não me peça pra concordar e ser como você.
— Nunca te pedi nada disso. Se você tivesse a mínima noção de quem é, talvez seu pensamento fosse diferente, mas não importa. - respondeu Tom friamente. – e não tolero esse tom de voz comigo. Mas isso quer dizer o quê?

— Quer dizer que eu amo você e que eu quero estar com você até nos seus momentos mais sombrios. Isso também também quer dizer que precisamos voltar a sala precisa à sós porque não me aguento mais de saudades de você. E isso também quer dizer que estou apostando tudo nisso porque eu sei que isso vai acabar comigo sendo só mais uma das nascidas trouxas que você odeia.

— Até que quer dizer muitas coisas... – disse avaliando a questão – disse que quer voltar à sala precisa, muito bem, voltaremos, mas devemos conversar mais sobre isso. Quando eu decidir quando, te aviso. – disse já fazendo menção de se afastar. Lorena segurou o braço dele.

— Hoje à noite... milorde, um Lorde não pode deixar alguém que precisa dele esperando...ainda mais se tratando da sua lady – ela se aproximou e mordiscou a ponta da orelha dele, roubando um beijo em seguida que Tom correspondeu sem nenhuma resistência.

— Às 20:00 então. – ele falou quando se separaram do beijo

— Tinha pensando em 19:00...mas você deve manter o controle da situação, pra variar... – Lorena jogou os braços ao redor do pescoço dele enquanto falava – vá para passar a noite. – ela deu mais um beijo rápido nele e o soltou. – e não quero mais vê-lo no colo da Francis, quer conforto, deite na cama...ou me chame.

Ele sorriu maliciosamente para ela e se afastou.
Lorena mal acreditara no que acabara de fazer, aquilo definitivamente não combinava com ela, mas ela decidiu que os dias separada de Tom acabariam naquela noite e que, quem sabe, no futuro, ela conseguiria mudá-lo e salvá-lo de si mesmo.
Pensando nisso, ela continuou a observar Tom que dessa vez não voltata para o colo de Biancah fazendo a garota abrir uma carranca, mas sentara ao lado de Kim que sorria satisfeita já imaginando que teriam se reconciliado.
Com mais nada a fazer ali, Lorena voltou ao Castelo em busca de Juliene para narrar cada pedaço do que ela acabara de fazer naquela tarde.