A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 8
Alguém aqui sabe persuadir


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

Primeiramente eu queria avisar que eu vou estar viajando essa semana, por isso eu já to deixando o capítulo agendado e.e' por isso, se eu não responder nenhum comentário essa semana, já vou pedindo desculpa ~todo mundo que comenta sabe que eu respondo quase na mesma hora, ou pelo menos tento e.e'

Eu vou pra um lugar triste onde não há civilização ou internet ;-; mas assim que voltar, eu respondo os comentários ~se tiver (pelos céus, que tenha ahaushsausha)~ com carinho ♥

E ah, eu queria agradecer coletivamente a todas as pessoas que me deram feliz aniversário ♥ muito obrigada, gente *3*

No capítulo de hoje — umas brincadeirinhas com um poderzinho chamado "persuasão" e.e

Tenham uma boa leitura o/



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No fim, Utae acabou aceitando nosso mais novo integrante na nossa equipe. O nome dele era Xander, filho de Hades — foi aí que eu entendi porque sentia tanto medo dele aquele dia. Ele era um nível 4 — ou seja, também mais avançado que eu.

Mesmo depois de dias, as palavras de Utae ainda ecoavam em meus ouvidos: você é inteligente. Bem-vinda oficialmente ao grupo. Ele estava orgulhoso de mim e eu mais ainda.

A única coisa que me incomodava no Xander é que ele não possuía um colar e sim uma tatuagem de caveira no antebraço direito. Era negra e me dava arrepios toda vez que olhava pra ela.

— Quando vamos sair atrás dos outros? — perguntei a Utae naquela manhã quando ele estava prestes a ir pegar lenha para o anoitecer.

— Que outros?

Utae pegou um machado e começou a bater numa árvore, arrancando várias lascas de uma vez.

— Lembra do que o professor Gilbert disse? Que deveríamos eliminar a equipe inimiga.

Seus olhos violetas encontraram os meus azuis e ele assentiu.

— Eu me lembro, só que tem um detalhe: não descobrimos ainda qual é a diferença entre uma equipe e outra. Não tem como sair matando todo mundo...

— E o melhor a se fazer agora é ir conseguindo aliados — completei seu pensamento.

Vi um sorriso no canto de seu rosto enquanto ele erguia o machado e acertava a árvore mais uma vez.

— E quando vou poder ganhar a minha espada? — questionei numa voz doce, tentando persuadi-lo.

Utae parou no mesmo instante e jogou o machado com tanta força no chão que a pobre neve saiu do caminho ao ser atingida. Ele veio até mim, agora parecia sério e novamente seus olhos olharam fundo nos meus.

— Kary, você sabe quais são seus poderes?

Aquele olhar penetrante me deixou desconfortável. Dei um passo pra trás e tentei pensar no que aquilo tinha a ver com meu desejo de ter uma espada ou o que quer que eu tenha dito errado.

— Hmmmm, controlar o gelo? — respondi incerta.

— Você tem poder de persuasão.

Meu rosto enrubesceu automaticamente.

— Quê?

— Consegue convencer alguém facilmente. — Ele segurou meu braço e continuou me encarando. — ­Nunca mais use esse poder comigo, entendeu? Vai receber a espada quando merecê-la, assim como mereceu seu nível 2 e entrar pra equipe.

Assenti e engoli em seco, puxando meu braço de volta pra mim.

— Desculpa, Utae, não foi por...

— Eu sei — ele me cortou. — Só... toma cuidado da próxima vez.

E com isso, ele pegou o machado do chão e voltou a bater na árvore.

Aquela conversa não saiu da minha cabeça pelo resto do dia. Então quer dizer que posso convencer quem eu quiser e do que eu quiser? Gostei disso, me vi pensando e prometi a mim mesma que tentaria usar em alguém só pra ver se era verdade.

Encontrei Kameel na parte de trás da cabana, usando seu mais novo arco. Havia uma flecha posicionada no mesmo. Ele tenciona a corda do arco, puxando a flecha pra trás e num segundo a flecha corta o ar e atinge o centro de uma árvore a dez metros de distância.

Bati palmas para anunciar de que estava assistindo ele e o mesmo acena com a cabeça ao me ver.

— Posso tentar? — me vi perguntando.

— Não sei se você está pronta pra isso.

Mordi o lábio enquanto ele ia buscar a flecha na árvore e fiquei tentada a usar meu mais novo poder de persuasão pra ver se conseguia convencê-lo.

Me concentrei um pouco ao vê-lo já próximo e abri um sorriso tímido, fazendo as bochechas corarem de propósito.

— Ah, vai, Kameel, por favor — eu senti a diferença na minha voz naquela hora. Saiu mais doce que o habitual e eu senti a magia correndo no ar.

Percebi que algo mudou nele, como se tivesse despertado alguma coisa. Mesmo receoso, me entregou o arco e a flecha, dando de ombros em seguida numa expressão despreocupada assim que eu peguei ambos. Funciona!, pensei me sentindo o máximo.

Coloquei desajeitadamente a flecha no arco e apontei pra mesma árvore, tendo dificuldade em tencionar a corda. Foi aí que num ato inesperado, Kameel segurou na minha mão e me ajudou a puxar a flecha para trás. Acabei corando com o toque — mais uma vez esquecendo de que não era mais morena e que ficava bem visível as vezes que eu corava.

— Fique com os braços retos e mire um pouco mais pra cima.

Ele ajeitou minha postura em alguns pontos que fizeram meu rosto esquentar ainda mais — maldita armadura que não faz questão de cobrir minhas pernas, costas e barriga. Depois de ter acertado tudo o que eu tinha errado — e olha que foram muitos erros —, ele disse:

— Atire.

No mesmo instante fiz o que pedira e a flecha cravou bem longe de ser o ponto central da árvore como ele tinha feito antes.

— Foi bom para um primeiro tiro — elogiou ele.

— Para, você só está sendo modesto — digo fazendo um gesto sem graça e entregando o arco a ele.

Senti o cheiro de magia no ar de novo — parece que não to conseguindo controlar direito minha persuasão.

— Não estou não. — Ele deu um sorriso tímido. — Você foi boa.

— Kameel, para de flertar com a Kary e vem com a gente — chamou Malek da porta da cabana.

Argh! Idiota como sempre, pensei, revirando os olhos. Percebi que Kameel acabou corando e até eu mesma corei por sentir vergonha. Eu não estava flertando com ele e ele não estava flertando comigo, protestei mentalmente.

Imma, Malek e Kameel estavam indo caçar. Utae pareceu rejeitar já que ainda não se sentia confortável em sair da cabana desde que ele foi capturado pela mulher/cobra Equidna e seu leão gigante.

Entrei na cabana e passei por Xander que estava sozinho na sala da cabana, parecendo distraído com alguma coisa que não consegui ver — é, eu realmente não tava conseguindo ver porque ele estava distraído com o nada.

Então acabei descobrindo uma salinha que até então eu não tinha parado pra olhar: a sala de treinamento. Foi lá que encontrei Utae treinando com sua longa espada de ferro. Havia um boneco de madeira estraçalhado na sua frente. Lascas sujavam boa parte da sala.

Acabei ficando com um pouco de pena ao ver que suava enquanto treinava porque sustentar uma brunea no corpo não deveria ser fácil, embora ele se mostrasse ágil na hora de atacar.

— Posso tentar? — questionei, provavelmente interrompendo seu momento de concentração.

Ele olhou pra mim e pareceu dar de ombros.

— Contanto que você aguente o peso da espada, por mim tudo bem.

Utae me entregou a espada e assim que a peguei, a ponta da lâmina atingiu o chão num baque. Era muito pesada.

— Como... Como é que você levanta essa coisa? — questionei fazendo uma careta ao tentar tirar ela do chão.

Ele pareceu achar graça do meu esforço.

— Eu uso técnicas — disse simplesmente e eu lhe lancei um olhar numa pergunta silenciosa.

Foi aí que ele colocou sua mão sob a minha e me ajudou a erguer a espada — que era um pouco menos pesada com as ajuda.

— Tenta com as duas mãos. Talvez fique melhor pra você.

Utae soltou a espada e a ponta caiu do mesmo jeito que antes. Coloquei as duas mãos no cabo e tentei erguê-la, mas tudo que consegui foi tirar a ponta por alguns centímetros até a mesma cair mais uma vez.

— Desisto — anunciei fazendo uma careta por não ter conseguido.

Ele riu.

— Quem sabe quando tiver mais treinada? Vai ter que pelo menos conseguir erguer uma espada antes de oficialmente ganhar uma.

Mostrei a língua pra ele por causa da sua provocação.

— Eu vou conseguir, você vai ver.

A última coisa que ouvi antes de sair da sala, foi a sua risada.

Naquela noite, comemos outra carne borrachuda de uma ave abatida só que dessa vez fria porque Kameel, Imma e Malek não tinham voltado da caçada ainda. Aquilo me deixou apreensiva pois me fazia lembrar do que acontecera com Utae.

Xander decidiu não comer, argumentando que havia jantado com os mortos e que precisava apenas descansar — juro que eu acho esse cara muito bizarro. Hoje é que eu não durmo perto dele.

Utae e eu estávamos sentados na sala escura que era apenas iluminada pela luz da lua que vinha da janela perto da lareira.

— Acha que eles foram sequestrados? — Utae perguntou depois de um tempo.

Parece que eu não sou a única paranóica por aqui, me vi agradecendo mentalmente.

— Não sei, Utae — confessei. — Pelos deuses, espero que não.

Então ouvimos uma batida na porta. Naquele segundo eu achei que fossem os garotos, só que se fossem mesmo eles, já teriam entrado, sem precisar bater. Eu e Utae nos entreolhamos, meio sem saber o que fazer.

— Me ajudem... Socorro... — era uma voz feminina.

Me levantei de imediato do chão, deixando minha carne inacabada pra trás. Pela janela dava pra ver que do lado de fora caía uma nevasca e aquilo só me deu mais motivo pra ter vontade de ajudar a garota do lado de fora. Por outro lado, meu alerta interno apitava em desconfiança.

E ele estava certo.

Quando abro a porta, lá estavam três mulheres com assas de morcegos e presas a mostra. As Fúrias.

— Viemos atrás daquela chamada Karysha. Será que poderia nos deixar entrar?


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Notas finais do capítulo

E agora? O.O lascou...

No próximo capítulo — Kary fazer uma visitinha à quarta dimensão u.u

Até o próximo capítulo o/



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