A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 9
Meu passeio na Quarta Dimensão


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

Novo capítulo hoje UHUUUUUUL u.u ~aquele momento que está sem aviso pra dar nas notas iniciais ashusahuahuah

Ah, sim, eu queria agradecer ao pessoal que anda divulgando minha fanfic para outras pessoas ♥ sério, eu não lembro nomes agora ~é muita gente o.o~, mas eu agradeço todo mundo que tá fazendo esse favor enorme pra mim ♥

No capítulo de hoje — Kary fazer uma visitinha à quarta dimensão u.u

Tenham uma boa leitura o/



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Fiquei paralisada, sem conseguir pensar em qualquer outra reação. As Fúrias eram bonitas, mas as asas e presas de morcego, tiravam toda a beleza delas. Todas tinham cabelos negros e olhos negros, pareciam trigêmeas. Existia apenas duas diferenças entre as três: a tonalidade da cor da asa e a armadura que cobria todo o tronco — e mais uma vez as pernas de um personagem feminino estavam de fora, sendo cobertas apenas por uma bota de metal, muito parecida com a minha.

— Desculpa — era Utae —, ela não está. — E tentou fechar a porta na cara delas, mas uma delas apenas colocou o pé na frente da porta 

— Ah, nós não somos burras, querido Utaemon.

A do meio sorriu e empurrou a porta — mesmo com Utae tentando segurar — e conseguiu entrar, fazendo-nos dar vários passos para trás, numa esperança de conseguirmos nos afastar.

— Permita nos apresentar antes de matarmos nosso alvo. — A do meio sorriu. — À minha direita temos Alecto, a Interminável. Eu sou Megera, o Rancor. E na minha esquerda temos Tisífone, o Castigo.

Alecto tinha a armadura e as asas numa cor mais acinzentada, Megera vestia preto e Tisífone algo mais pro verde-musgo. Todas possuíam unhas — ou garras — longas que estavam começando a me assustar do jeito que a mexiam.

— Nas histórias, alguém mandava elas para se vingar em favor de algum juramento quebrado ou algo assim — falei, tentando pensar. — Quem é que mandou vocês? Não traí ninguém.

As três riram da minha cara.

— Nosso contrato mudou a muito tempo, criança — falou Megera. — Trabalhamos com a justiça e existe alguém que nos mandou aqui para verificar o caso. Equidna. Esse nome é familiar pra você?

Engoli em seco. Oh, céus...

— Fomos criadas para julgarmos mortais. Imortais e mortais nos convocam toda vez que sentem ódio por alguém. — As três mostraram suas presas. — Mas chega de papo, viemos cobrar aquilo que nos foi cobrado.

Num movimento rápido, Utae me puxava pelo braço e... Pera, ele estava... voando? Meu coração quase sai pela boca quando passamos em alta velocidade pela portinha dos fundos da cabana. Ele aterrissa de mal jeito na neve do lado de fora. Como ele havia me ajudado a escapar, faço um favor a ele, retirando todo o frio de seu corpo pelo impacto na neve.

— Valeu — consegui dizer assim que me levantei da neve.

— Não me agradeça ainda — disse sério, no momento em que as três irmãs saíram da cabana, atrás da gente.

— Aquele que engana as Fúrias também sofre as consequências — alguma delas disse. Estava escuro demais pra saber qual.

Todas abriram as asas escuras de morcego e voaram em nossa direção. Quando chegaram perto o suficiente, um raio estourou no céu e só então percebi as nuvens carregadas. Vai chover? Desde quando?, me vi perguntando num ato de desespero. Não queria que aquela noite se tornasse mais assustadora com a chuva — e não conseguia compreender como poderia chover num lugar que só nevava.

— Filhinho de Zeus — era a voz de Alecto. — Não viemos aqui cobrar nada de você, não precisa gastar sua energia tentando salvar a filhinha de Quione.

Foi aí que senti a magia no ar. Quer dizer que a Interminável também tinha o dom da persuasão? Percebi que ele parecia hesitar ao ouvir a voz de Alecto.

— Utae, me escuta — tentei usar meu poder, mas estava tão nervosa que nem sei se consegui. — Elas vão devorar nós dois, independente do que fizermos. Só que uma coisa podemos escolher. Você quer morrer como herói ou como covarde?

— A filhinha de Quione está com medo de enfrentar o caminho que escolheu? — senti o tom do deboche de Tisífone.

— Utae. — Tive que segurar seu rosto pra que ele prestasse atenção em mim. — Você é filho de Zeus. É muito mais do que isso. Elas que têm medo de você.

Dentro do seu olho um raio cruzava o céu da íris imaginário e eu me perguntei o que aquilo queria dizer. No segundo seguinte, tudo aconteceu tão rápido que mal tive tempo de gritar. Utae ergueu uma mão e um raio atingiu Megera, transformando-a em pó e fumaça. Meu coração acelerou pelo susto e minhas pernas tremeram.

As duas irmãs que sobraram, mostraram as presas, nada contentes em ver sua irmã ser reduzida a pó. Mordi o lábio e fiquei sem saber o que fazer mais uma vez. Utae caiu no chão, parecendo fraco. O raio provavelmente havia sugado boa parte da sua energia.

Me ajoelhei ao seu lado, mesmo sabendo que Fúrias enormes estavam prestes a nos devorar.

— Kary, faça alguma coisa! — sua ordem vociferada me assustou.

Arregalei os olhos e olhei pra neve embaixo dos pés das imortais. Então a neve começou a subir pelos pés de ambas, mas isso não durou muito porque elas alçaram voo.

— Chega de adiar sua morte, filhinha de Quione — era a voz de Alecto e eu quase fui pega na sua persuasão.

Naquele momento de distração, foi o tempo correto para ambas voarem em cima de mim. Então duas vozes surgiram dentro da minha cabeça, como se eu tivesse sido teletransportada pra outra dimensão:

Filhinha de Quione, parece que você falhou — reconheci a voz de Tisífone.

Abri os olhos, tomada por aquela voz e de repente eu estava em outro lugar. Então é aqui que vamos parar quando morremos?, me vi questionando mentalmente.

Isso mesmo, querida. Aceite sua morte e preste devoção a nós. As Fúrias — a voz de Alecto era doce aos ouvidos e quando vi já estava me ajoelhando no chão terroso.

Não prestei tanta atenção assim de onde estava, só sabia que não passava de um local cheio de terra marrom e o céu vermelho como sangue, com nuvens num tom mais claro, quase cor-de-rosa.

Eu presto devoção às Fúrias — me vi dizendo automaticamente.

Alecto e Tisífone pousaram ao meu lado. Suas garras arranharam de leve meu rosto.

Fez boa...

Então a visão sumiu numa explosão de pó e gritos. Logo estava de volta a realidade com dois montinhos de pó perto do meu corpo. Um pouco mais a frente estava Xander com uma espada negra na mão e ao seu lado dois... esqueletos?

— O que...? O que houve? — consegui achar voz pra perguntar.

— Elas estavam prestes a te torturar — informou Xander, se aproximando mais de mim e estendendo a mão pra me ajudar a levantar.

Aceitei e num segundo estava de pé, sentindo algo escorrer pelo rosto.

— Pra onde foi que elas me levaram? — só agora percebi o quanto minha voz estava rouca.

— É a chamada Quarta Dimensão. Aquela invisível aos olhos humanos, sabe?

— Kary! — gritou Utae e por um momento achei que fosse preocupação na voz dele, mas segundos depois descobri que na verdade ele estava era bravo.

Utae me segurou meus ombros e novamente olhou no fundo dos meus olhos.

— Por que é que você não fez nada? O treinamento que te demos aqui não te ajudou em nada? Você ficou parada feito uma sonsa! — vociferou ele.

— Desculpa, eu... — Passei as mãos pelo rosto pra tirar a coisa que estava escorrendo por ele e quando vejo o que realmente era, meu coração para. Sangue.

Arregalei os olhos e encarei minhas mãos com os coração prestes a sair pela boca. A cor estava vivida e o líquido escorria quente pelas minhas mãos, manchando a neve aos meus pés.

— O que foi, Kary? — perguntou Utae, suavizando a expressão assim que viu a minha cara de pânico.

— Não está vendo? — falei assustada, mostrando minhas mãos pra ele.

— Não estou vendo nada.

— O sangue! Olha aqui!

Percebi sua sobrancelha arqueada e sua vontade implícita de me chamar de maluca.

— Kary. — A mão de Xander apoiada em meu ombro me assustou. — É o sangue da sua alma. Elas estavam te torturando por dentro. Eu posso ver

Claro, ele é um filho de Hades e almas são a especialidade deles.

— É muito grave? — questionei com o fiapo de voz que me sobrara depois de descobrir da onde é que vinha todo aquele sangue.

Xander afastou Utae de perto de mim e segurou meus ombros, me olhando com atenção. Tocou minha bochecha e pareceu avaliar o sangue que tinha nos seus dedos.

— Não — sua voz saiu quase inaudível. — Elas arrancaram uma lasca de você. Não vai fazer muita diferença.

Então ele simplesmente deu de ombros e me soltou.

— Ei, pessoal, o que estão fazendo aí fora? — a voz de Kameel acalmou meu coração um pouco porque pelo menos ele não estava morto.

— É. Acabamos de trazer a comida — anunciou Imma, também me deixando mais calma.

— Sério que num frio desses vocês estão aí fora? — Xinguei mentalmente pelo idiota do Malek ter sobrevivido a caçada.

Os três foram até onde nós estávamos, cada um parecendo mais confuso do que o outro sobre o que tinha acontecido.

— Kary... — o olhar preocupado que Kameel lançou pra mim me fez arquear uma sobrancelha. — Você está... Malek, ilumina o rosto dela por favor.

Malek — bastante a contragosto — iluminou meu rosto, fazendo uma chama crescer numa das mãos.

Kameel tocou meu rosto de uma maneira mais íntima do que eu estava preparada, me fazendo corar de imediato. Ele avaliou, com suas duas mãos quentinhas segurando meu rosto em sua direção por um curto momento.

— Quem foi que machucou você?

Claro, filho de Apolo, também conhecido como um deus curandeiro. Ele também pode ver o que aconteceu comigo, raciocinei.

— Ah, por Zeus. Eu não sou pago pra aguentar a melação de vocês dois. — Com isso, Malek (ignorante como sempre) apagou o fogo da sua mão. — Pensei que fosse algo importante...

Só percebi que estava congelando a boca dele quando começou a ficar azul. A neve aos meus pés  começou a derreter no mesmo instante e eu senti a pressão corporal aumentar de uma maneira muito rápida.

— Dá pros dois pararem? — vociferou Utae e naquele instante o calor parou e eu agradeci mentalmente por isso ou ia virar churrasquinho humano. — Kary, Kameel e Xander vão cuidar de você lá na sala. Imma, salgue a carne pra não estragar e Malek, faça algo de útil e vá acender a lareira.

Todos assentiram com a cabeça.

— Desculpa, mas eu concordo com Malek — falou Xander assim que só havia sobrado eu, Kameel e ele do lado de fora. — Ou vocês param com essa melação toda ou podem esquecer minha ajuda.

Kameel murmurou um "foi mal" e eu apenas assenti timidamente enquanto era guiada pra dentro da cabana.

Não sem antes olhar pra trás e ver que a poeira das Fúrias havia desaparecido.


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Notas finais do capítulo

~Aquele típico final de aviso que indica que o monstro vai voltar...

No próximo capítulo — Uma briga, uma carne e um desmaio u-u

P.S. — estou aceitando teorias nos comentário u.u

Até o próximo capítulo o/



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