A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 28
Meu irmãozinho antipático e o ressurgimento de Olivia


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

O capítulo de hoje eu queria dedicar a dois leitores: "Malu Motta" e "bridgesramos" por terem recomendado a fic essa semanaaaaaa *3* sério, como eu já disse um milhão de vezes, é uma honra receber uma recomendação porque prova que verdadeiramente estão gostando muito da fic *3*

E ah, só pra não perder o costume, têm fotos novas na minha página :3

https://www.facebook.com/KashinabiFarron/posts/1983895088490148

No capítulo de hoje - o retorno de Olivia u.u

Tenham uma boa leitura o/



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As reuniões sempre aconteciam durante a noite — e sempre eu ia dormir antes mesmo deles chegarem na cabana depois de um longo dia de caçada, o que me impediu de ver quem eram os outros três. Eu também sempre acordava depois que eles saíam pra floresta pela manhã. Apenas uma que eu sabia só o nome: Henrietta. Eu continuava sem minha espada, mas descobri que está em posse de algum integrante. Só precisava descobrir qual.

Eles planejavam atacar uma equipe e eu esperava que não fosse a minha. Se fosse, Kary, eles a chamariam pra dar informações e isso até agora não aconteceu, tentei me confortar. Sentia saudade dos meus amigos.

Naquela noite eu decidi que conversaria sério com Tanay — ou meu irmão no caso, já que ele também era filho de Quione — depois que a reunião acabasse. Precisava descobrir o que ele estava escondendo e, se por algum acaso, ele estava planejando atacar minha cabana.

A reunião acaba depois de meia-hora, por aí — as vozes se cessam quase por completo. Levanto da cama e subo as escadas direto pra sala principal, onde encontro todos os cinco integrantes juntos. Bem, um deles quase me fez ter um infarto na hora: Vetle. Ah céus...

Nosso último encontro não foi dos melhores — é, eu meio que tentei matar ele afogado —, só esperava que ele não fosse o tipo de cara que guardasse rancor.

De resto na sala estava Tanay, Melina e mais duas garotas. Uma possuía cabelos castanhos, presos num coque rígido e olhos claros e vibrantes como a lua. A outra possuía cabelos fartos cacheados nas pontas num tom tão dourado que cada fio parecia ser de ouro e seus olhos eram de um castanho mel que parecia doce ao paladar.

— Kary, que bom que veio — Melina foi a primeira a me receber.

— Ah, então essa é a nova integrante dorminhoca? — disse Vetle, cruzando os braços e notei o pequeno sorriso irônico no canto do seu rosto.

— Olá, Vetle, senti saudades. — Pisquei pra ele, querendo demonstrar que não me sentia intimidada.

Sobrancelhas se arquearam e olhares serpentearam entre nossos olhares irônicos trocados.

— Vocês se conhecem...? — Tanay parecia não entender.

Quando Vetle abriu a boca pra responder, falei primeiro:

— Num barco pirata comandado por uma tal de Olívia, filha de Poseidon. Ele era um de seus tripulantes e graças a ele eu quase me afoguei no mar depois de ser obrigada a saltar de uma prancha — esclareci.

Quatro olhares foram agressivamente dirigidos a Vetle. Ele me lançou um olhar raivoso.

— Então quer dizer que você fazia parte da tripulação de Olívia, traidor? — rosnou Tanay, fazendo surgir aos poucos uma adaga de gelo em sua mão e logo ele usou aquilo pra apontar pro pescoço de Vetle.

Arqueei uma sobrancelha, sem entender direito o que estava acontecendo. Melina pareceu notar e acabou ficando do meu lado pra sussurrar:

— Nós somos os maiores rivais de Olívia.

— E-Eu p-posso explicar... — gaguejou Vetle que segundos atrás parecia tão confiante.

— Explicar o quê? — vociferou Tanay, até me lembrando Utae quando ficava bravo. — A forma brilhante como Olívia infiltrou você na nossa cabana?

Vetle gaguejava e murmurava vários pedidos de desculpas e eu meio que fiquei com pena dele. Qual é, não queria me sentir culpada pela morte de alguém — já bastava eu me sentir assim por causa de Kameel, não queria ter outra lembrança ruim.

Então, quando Tanay ergueu a lâmina de gelo e o que aconteceu a seguir passou em câmera lenta diante dos meus olhos. Eu simplesmente fiz uma fina barreira de gelo, protegendo da cabeça à clavícula de Vetle. E embora fosse fina, era bastante resistente e isso não deixou que Tanay o matasse com a própria adaga de gelo.

Tanay bufou e olhou pra mim com um olhar furioso, enquanto as outras três garotas prendiam a respiração — sério, até eu to me achando meio maluca nessa história.

Bem, não adiantou muita coisa meu ato heróico, Tanay apenas deu um soco forte no gelo, quebrando-o facilmente e antes que eu pudesse fazer outro, ele rasgou a garganta de Vetle, fazendo sangue jorrar pra todo lado.

Engoli em seco e dei alguns passos pra trás. Meus olhos marejaram, porque todo aquele sangue me fazia lembrar da cabeça de Kameel explodindo diante dos meus olhos. Dei mais alguns passos pra trás, afim de querer livrar meus olhos daquela cena. Respire fundo, Kary, tentei me acalmar lentamente, conte até três:

1: Kameel tentando salvar alguém porque se importava com os outros.

2: Xander, sem piedade alguma, pegando na cabeça de Kameel e a apertando.

3: Karysha parada, sem reação, olhando a cena com olhos vazios e sentindo o sangue de Kameel escorrendo por sua bochecha e correndo por sua língua.

Quando abri os olhos de novo, estava no chão, com a cabeça dolorida — provavelmente a sonsa aqui deve ter batido a cabeça em algum lugar. A primeira coisa que eu vi foi Melina, com uma expressão preocupada de começo, mas que logo se suavizou ao ver que eu tinha acordado.

— O que foi isso? — questionou Tanay à Melina, de repente aparecendo no meu campo de visão.

— Eu não sei. Ela só caiu. — Então os olhos doces e rosados de Melina encontraram os meus. — Você está bem? O que houve?

— Choque — falei, passando uma mão no rosto pra ver se acordava e me sentando lentamente.

— Eu sabia que não era uma boa ideia... — ouvi Melina murmurar. — Por que matou ele daquele jeito, Tanay? — havia repreensão na sua voz.

— Tenho que manter a ordem — Tanay estava sério. — Ninguém pode ficar no meu teto sendo fruto de uma traição.

— Insensível — resmungou Melina antes de estender uma mão pra me ajudar a levantar.

Tanay também estendeu a sua e logo ambos me colocaram de pé.

— Deveria descansar agora — sugeriu Melina na voz doce habitual.

— Não. — Também balancei a cabeça negativamente. — Quero conversar com Tanay.

Os dois trocaram um olhar antes de assentirem ao mesmo tempo e Melina apenas murmurar um “boa noite” e em direção ao alçapão, descendo pelo mesmo.

— Onde estão as outras duas? — perguntei.

— Elas limparam aqui e já foram dormir. — Ele deu de ombros antes de se encostar na porta. — O que quer? — Com a pergunta, ele também cruzou os braços.

— Quero saber que lugar é esse que vocês andam planejando atacar.

— Não vamos atacar nada.

— Como não? Ouvi vocês tendo as reuniões cheias de falatório toda vez que eu ia pra cama. O que estão escondendo de mim?

— Você se acha a dona do mundo, não é, garota? — Ele sorria. — Deve ser por isso que é minha irmã.

Tanay manteve aquele típico sorriso idiota por alguns instantes.

— Não estou aqui pra te dar satisfações, mas se quer mesmo saber, não estamos planejando atacar nada. Pelo menos não mais. Eu não sei que tipo de coisa Olívia estava planejando quando enviou Vetle pra cá, entretanto, tenho certeza que não é boa coisa.

— Mas você matou ele, então que diferença faz?

— Use a sua cabeça. — Enquanto ele dizia, seu indicador foi parar na minha testa, dando um leve aperto na mesma. — Você sabe o significado da palavra “espião”? Pois bem, é isso o que provavelmente ele era. E você sabe o que um espião faz?

— Passa informações? — respondi meio hesitante em meio a todo aquele seu tom irônico.

— Isso, exatamente. Parabéns, você merecia uma bala.

— Você é sempre assim tão irritante? — Tirei seu indicador da minha testa bruscamente.

— Tento ser na maioria das vezes. — Ele deu de ombros novamente.

— Insuportável — resmunguei.

— Prazer, sou seu irmão — ele estava sendo irônico de novo.

— Ah, claro, vamos ser também os melhores amigos do mundo, não é mesmo? — exclamei numa alegria irônica, pulando no seu pescoço num abraço forçado.

— Não me toca — resmungou ele, me afastando do abraço.

— Quer dizer então que você é do tipo antipático? Ótimo. Vou te ensinar a me amar. — Lancei dois beijinhos na sua direção, completando a ironia.

Não acredito que viajei tão longe pra encontrar alguém pior que Malek. E essa peste é meu irmão ainda, pensei, quase revirando os olhos.

Agora havia raiva no olhar de Tanay e eu sabia que provocar a ira dele não era boa coisa — Vetle me mostrou isso da pior maneira possível.

— Claro, quando eu acabar com você, aí sim vou te achar um amor de irmãzinha — dizia ele entredentes, dando passos em minha direção enquanto eu recuava alguns, mas não deixando de tirar a expressão convencida do meu rosto.

Segundos depois a porta se abre num estrondo e depois que a porta cai — e quase acerta a cabeça do meu “querido” irmãozinho —, acabo vendo uma silhueta bastante conhecida. Os cabelos loiros e azuis de Olívia ainda continuavam os mesmos.

— Sentiu minha falta, Tanay?


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Notas finais do capítulo

Na verdade eu não sei porque coloquei aquela descrição, afinal, o foco do capítulo não é o retorno da Olivia, mas né... Ah, agora já foi kkk

No próximo capítulo - a tomada da cabana o.o

Até o próximo capítulo o/